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Revista M&T - Ed.291 - Fevereiro / Março 2025
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EMPRESA

Normalização na demanda

Por Marcelo Januário (Editor)

Após crescer 18% em semipesados e pesados no ano passado,o Grupo Volvo projeta uma redução de 10% nos volumes decaminhões comercializados no país em 2025

Fotos: Volvo


Em sentido contrário a outros países e regiões, o mercado brasileiro de caminhões viveu uma forte retomada no ano passado. A avaliação é do Grupo Volvo, que obteve avanço de +18% nas vendas de caminhões em 2024, saltando para 23.185 emplacamentos de semipesados e pesados (Linhas F e VM), o que garantiu a liderança com quase 24% de participação no mercado brasileiro – base de produção e exportação para caminhões e ônibus da marca. Para 2025, no entanto, a projeção da companhia é de “normalização” da demanda, com queda prevista de -10% nos emplacamentos.

Atualmente, as exportações respondem por 14% do total produzido pela montadora, enquanto


Após crescer 18% em semipesados e pesados no ano passado,o Grupo Volvo projeta uma redução de 10% nos volumes decaminhões comercializados no país em 2025

Fotos: Volvo


Em sentido contrário a outros países e regiões, o mercado brasileiro de caminhões viveu uma forte retomada no ano passado. A avaliação é do Grupo Volvo, que obteve avanço de +18% nas vendas de caminhões em 2024, saltando para 23.185 emplacamentos de semipesados e pesados (Linhas F e VM), o que garantiu a liderança com quase 24% de participação no mercado brasileiro – base de produção e exportação para caminhões e ônibus da marca. Para 2025, no entanto, a projeção da companhia é de “normalização” da demanda, com queda prevista de -10% nos emplacamentos.

Atualmente, as exportações respondem por 14% do total produzido pela montadora, enquanto o mercado doméstico absorve os 86% restantes. Na América Latina, o volume movimentado em 2024 chegou a 27.111 unidades (+15% sobre o exercício anterior). “É o terceiro melhor volume da nossa história, um número bastante expressivo em um ano muito positivo de retomada no Brasil”, celebra Wilson Lirmann, presidente do Grupo Volvo América Latina. “E mantivemos a liderança no mercado total no Brasil, assim como no Peru e em toda a região.”

Como comparativo, o Peru registrou +3% de crescimento, com 2.064 unidades emplacadas (share de 24%), enquanto o Chile registrou avanço de +7%, com 1.260 unidades (share de 17%) e a Argentina +10, com 406 unidades (share de 4%). Neste ano, a novidade é o México, que passa a integrar a operação na região latino-americana, sendo abastecido por caminhões (modelos FH e VM) produzidos no Brasil, em configurações diversas, impulsionando as expectativas.

Segundo maior mercado da região, o país movimentou um volume de 40 mil caminhões em 2024. “Estamos dando os primeiros passos, mas já fizemos as primeiras vendas no início do ano, para entrega em abril”, revela Lirmann. “Nossa aposta é de consistência, de desenvolver relacionamentos e investir nas pessoas, pois nossa visão de longo prazo é de liderança também no mercado mexicano.”

Cotejando as possibilidades de desempenho no mercado doméstico, o executivo elenca uma série de pontos positivos na conjuntura do país, como nível elevado de emprego, exportações em alta e bons resultados na indústria extrativa e no agronegócio.

Por outro lado, ele acentua que é preciso ficar atento a aspectos como juros, inflação, volatilidade cambial e desequilíbrio fiscal, que projetam sombras sobre o cenário macroeconômico. “Mesmo com indicadores positivos sobre safra e PIB, as elevadas taxas de juros, reflexo de questões fiscais, têm freado os negócios na indústria de caminhões no país”, aponta Lirmann. “E quando pesamos esses fatores, chegamos à conclusão que será um ano de normalização, com redução dos volumes em torno de -10%.”

Oferta de caminhões robustos e tecnológicos garantem a procura por seminovos da marca


DESEMPENHO

Na análise de desempenho por linha de produto em 2024, a Volvo ressalta a participação de 30% no segmento de pesados (avanço ano a ano de 20%, com 18.838 unidades emplacadas), que a marca disputa com as linhas FH e FMX. Considerando os segmentos acima de 16 t, o share da montadora chegou a 23,7%, garantindo a liderança pelo terceiro ano consecutivo.

Campeão de vendas do portfólio, o modelo FH 540 – há seis anos o caminhão mais vendido no país – registrou 7.765 emplacamentos, seguido pelo FH 460, com 4.956 licenciamentos, garantindo a dobradinha em pesados. “O FH 540 também é o mais comercializado no segmento de seminovos”, observa Alcides Cavalcanti, diretor executivo da Volvo Caminhões. “Exatamente por ser um caminhão robusto, com uma liquidez muito grande no mercado.”

Em semipesados, a linha VM obteve a ponta ao movimentar 7.462 unidades, com 4.026 unidades somente do modelo VM 220, líder em seu segmento. Já em vocacionais, a empresa consolidou a participação dos modelos FMX, FMX MAX, VMX e VMX MAX nos segmentos florestal (61% de market share), de mineração (44%) e cana-de-açúcar (29%), todos na liderança de vendas no ano. Na construção, por sua vez, o share ficou em 31%, garantindo a vice-liderança para a montadora no segmento.

Com os resultados, a participação da marca em vocacionais saltou de 22% para 32% em apenas dois anos. “Em geral, esses segmentos estão bombando, com cana e mineração indo superbem, investimentos em celulose e mesmo a construção, que também cresceu no ano passado, incluindo betoneiras e caminhões-caçamba”, comenta Cavalcanti, destacando ainda o avanço de +10% em serviços, chegando a 50 mil planos ativos na região.

Segundo ele, o mercado vocacional tem uma característica muito própria, pois a cada dois ou três anos a frota precisa ser renovada. “Um veículo com 10 ou 12 mil horas já está na hora de trocar, o que acontece em um ano ou um ano e meio de uso”, posiciona. “Então, precisa de uma renovação constante do parque.”

Em consórcios, a carteira de crédito ativa da VFS chegou a R$ 7,3 bilhões no ano passado


FINANCEIRO

Para isso, existem os bancos de montadoras, como a própria Volvo. Com novos recordes, a Volvo Financial Services (VFS) fechou o ano com uma carteira de ativos de R$ 24,6 bilhões, o que representa um avanço de 10% sobre o ano anterior, tornando-se o maior volume da história da empresa.

Em estabilidade, a inadimplência ficou abaixo de 3%. “É um número razoável, embora um pouco maior que ao final de 2023, mostrando que alguns fatores – como variação de preços, aumento de custos operacionais e um pouco mais de pressão nas taxas de juros – fizeram com que os clientes enfrentassem maior dificuldade em seu fluxo de caixa”, destaca José Olímpio, vice-presidente da Volvo Financial Services no Brasil. “O cenário é estável, porém exige atenção.”

No ano, uma em cada três entregas do grupo teve participação direta da instituição, que captou R$ 6,2 bilhões em novos financiamentos para caminhões, ônibus e máquinas, via Banco Volvo e Locadora Volvo. Segundo o executivo, as linhas mais utilizadas foram o Crédito Direto ao Consumidor (CDC) e o Finame. “Somos o maior operador da linha Finame entre os bancos de montadoras”, acentua Olímpio. “Isso mostra a força da oferta diversificada de produtos.”

Em consórcios, a carteira de crédito ativa elevou-se a R$ 7,3 bilhões no ano passado, sendo R$ 2,7 bilhões em novos créditos, em um ano considerado “extraordinário” pela VFS. O total de cotas vendidas, por sua vez, cresceu +20%. “São mais clientes entrando no negócio e acreditando na nossa musculatura para fazer esses investimentos na renovação de frota”, avalia o profissional. “É um produto que se fortalece nos momentos de taxas de juros mais altas.”

Na área de seguros, a corretora movimentou R$ 172 milhões em prêmios durante o ano, com 28% de crescimento nas apólices contratadas, enquanto o serviço de locação chegou a mil ativos contratados em seu segundo ano de atuação, com crescimento de 50% em novos contratos e na carteira total. “O conceito de entregar caminhões e ônibus ao mercado como serviço integra todas as soluções da marca, incluindo manutenção, seguro e administração da frota, deixando o cliente mais disponível e facilitando a vida dele”, frisa Olímpio.

Como novidade em produtos da divisão financeira, a VFS lançou no ano passado a nova oferta “Seguro Conectado”, que promete uma economia significativa no valor do seguro para transportadores que utilizam os planos de serviço da marca e a Condução Inteligente Volvo (CIV). “É um produto inovador, criado dentro de casa e que integra todos os benefícios da marca, incluindo atributos de segurança, tipo de manutenção contratada e conectividade do caminhão, de modo que o cliente possa usar todas essas tecnologias e serviços para reduzir o seu prêmio médio de seguro em até 30%”, conclui o vice-presidente.


Grupo obtém 2º melhor resultado em 2024

Esforços de descarbonização integram ciclo de investimentos da montadora


Globalmente, o Grupo Volvo obteve um faturamento de SEK 527 bilhões no ano passado, no segundo melhor desempenho da série histórica da organização, mantendo a cobiçada liderança em pesados na Europa, com 46% de participação. Em 2024, todavia, a companhia registrou queda média de -12% nos principais mercados globais, incluindo Europa e Estados Unidos.
Em novas tecnologias, a empresa chegou no ano passado à marca de 9 mil caminhões elétricos entregues no mundo, sendo 40 unidades na América Latina, com participação majoritária do Brasil (com 23 unidades até o momento). Um dos eixos estratégicos do grupo, os esforços de descarbonização integram o ciclo de investimento (2023-2025) de R$ 1,5 bilhão, que abrange ainda a expansão da rede de distribuidores e melhorias em serviços, dentre outras iniciativas. “Investimos em três grandes linhas: motores de combustão interna mais eficientes e com combustíveis alternativos, veículos elétricos e células de hidrogênio, que começamos a testar na Europa no ano passado”, comenta Wilson Lirmann, presidente do Grupo Volvo América Latina.


Saiba mais:
Volvo Group: www.volvogroup.com/br

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