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Revista M&T - Ed.17 - Mai/Jun 1993
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SERVIÇOS

MANUTENÇÃO DE PNEUS “FORA- DE-ESTRADA”: FATORES CRÍTICOS DE PRODUTIVIDADE E CUSTOS

Nesta edição, estaremos publicando os trabalhos apresentados no III Samec, encontro realizado em Minas Gerais, na sede da Sotreq. O primeiro trabalho é de Sérgio Rafael Palopoli.

Os pneus para máquinas de terraplenagem são peças de alto valor, concebidas para assegurar o bom funcionamento dos veículos de maneira eficaz, proporcionando custos menores de operação através da maximização de produção e coordenação de manutenção de equipamentos. São, portanto, pneus especiais que necessitam também de cuidados e manutenção especiais, desde a escolha de tamanhos e tipos apropriados para o uso a que se destinam, até as condições mínimas de aplicação, utilidade e segurança quando são substituídos por outro novos, que darão continuidade às operações dos equipamentos.
Por todas essas razões e através do desenvolvimento e pesquisas de campo é que os pneumáticos "


Nesta edição, estaremos publicando os trabalhos apresentados no III Samec, encontro realizado em Minas Gerais, na sede da Sotreq. O primeiro trabalho é de Sérgio Rafael Palopoli.

Os pneus para máquinas de terraplenagem são peças de alto valor, concebidas para assegurar o bom funcionamento dos veículos de maneira eficaz, proporcionando custos menores de operação através da maximização de produção e coordenação de manutenção de equipamentos. São, portanto, pneus especiais que necessitam também de cuidados e manutenção especiais, desde a escolha de tamanhos e tipos apropriados para o uso a que se destinam, até as condições mínimas de aplicação, utilidade e segurança quando são substituídos por outro novos, que darão continuidade às operações dos equipamentos.
Por todas essas razões e através do desenvolvimento e pesquisas de campo é que os pneumáticos "fora-de-estrada” constituem um dos mais avançados exemplos de engenharia de campo. O "know-how" adquirido se deve ao trabalho em conjunto com a experiente manutenção de equipamentos que utilizam este tipo de pneus, hoje em dia organizada e pronta para desenvolver projetos de aperfeiçoamento e adoção de novas técnicas dos fabricantes de pneumáticos e peças no País.
Calcados nos conhecimentos e no alto grau de desenvolvimento desse setor, já comparados com engenharia de manutenção similares de empresas de outros países, selecionamos para este Samec o tema “Manutenção de Pneus". Este tema, em nosso julgamento, é de interesse geral em nosso meio empresarial, especialmente quando as buscas e preocupação por redução de custos de operações são o objetivo comum de todos.
1.Uso Eficaz dos Pneus “Fora-de-Estrada”
Considera-se como uso eficaz de um pneu, não somente aquele que se classifica em termos de rendimento médio obtido entre os demais, independente de ter sido alvo de cuidados especiais, como também aqueles que, a partir da necessidade de serem adquiridos para reposição, foram, desde o início, selecionados pelas características, capacidades e, principalmente, pelo respaldo de assistência técnica oferecida pelo fabricante. Isto, hoje em dia, já é parte integrante do produto encontrado no mercado.
Escolha Racional
Pesquisadas e analisadas de modo criterioso as vantagens e garantias que um produto pode oferecer, há que se avaliar e considerar as condições de serviço que o mesmo deverá suportar e superar situações circunstancialmente inevitáveis. A observância destes pontos ajudará, com mais precisão, a se fazer uma "escolha racional” dos pneus a ser adquirido.
Utilização Através dia Informação e Pesquisa
Os pneus "fora-de-estrada" são desenvolvidos e aperfeiçoados para suportar, cada vez mais, cargas muito pesadas e tráfego sobre superfícies ásperas e variadas. Além disso, também devem realizar operações com maior rapidez e aproveitamento na produção. Assim como são planejados e fabricados para condições de operações mais severas, os pneus "fora-de-estrada” também requerem uma série de diferentes cuidados durante o uso. Tais medidas são preventivas e necessárias em razão de ser um componente importante e de maior valor entre os itens de custo operacional da máquina.
As informações obtidas pela experiência da equipe de manutenção, aliadas às pesquisas e desenvolvimento técnico dos fabricantes de pneumáticos, contribuem decisivamente para o uso eficaz do produto.
Manutenção Lucrativa
A utilização apropriada de um programa bem planejado de manutenção de pneumáticos minimiza os custos de operação, prolongando a vida deles, reduzindo o tempo parado do veículo, evitando danos aos pneus e maximizando a segurança. A perfeita compreensão das principais causas que afetam a vida dos pneumáticos é um dos fatores mais importantes no planejamento de manutenção, que alcançando índices além da expectativa, pode ser considerada como manutenção lucrativa.
2.Preventiva
Existem muitos fatores que influem na vida útil de um pneumático e, mesmo que estejam inter-relacionados, alguns são mais controláveis que outros. Através de verificações e identificação das irregularidades que ocorrem com maior frequência durante a operação no campo, um planejamento de manutenção preventiva pode ser estabelecido e aperfeiçoado durante a aplicação na prática.
Verificação e Análise do Piso da Área de Carga e Descarga
Assim como as pistas devem ser projetadas e conservadas para não oferecer risco de danificar os pneus, as áreas de cargas e descargas também devem ser tratadas com o máximo de rigor, com vistas às manobras dos veículos, removendo pedras e materiais sólidos derramados no solo que provocam cortes e outros danos aos pneus. Como geralmente os operadores de escavadeiras/carregadeiras são responsáveis pela limpeza na área de carregamento, eles devem participar também do programa elaborado pela manutenção, sendo conscientizados das reais consequências a que os pneus estão expostos e o grau de responsabilidade de cada um para evitar prejuízos de monta, que no caso inclui além do custo do pneu, as horas paradas para a devida reposição ou reparos. Quando o piso está molhado, as arestas e vértices de pedras funcionam como lâminas, cortando e penetrando na borracha do pneu. Neste caso, devem ser projetadas curvas de manobras com o maior raio de ação possível, a fim de reduzir o arrasto dos pneus e danos dele decorrentes.
Inspeção Técnica e Visual do Estado dos Pneus
Comparadas com pneus de menores tamanhos, que equipam automóveis de passeio, as condições de operação de pneus “fora-de-estrada” são extremamente severas, ocasionando danos que, iniciando-se com um pequeno corte, podem chegar a sérias danificações e comprometimento da carcaça caso providências e precauções não sejam tomadas a tempo de corrigir ou minimizar a extensão do problema.
Conhecendo-se o serviço, área de tráfego, operações e principalmente o equipamento, é possível esquematizar e por em prática um sistema de inspeções técnicas e visuais dos pneumáticos em uso na frota, capaz de ser desenvolvido tanto por especialistas de manutenção, como também pelo próprio operador da máquina. Em certos tipos de danificações, como, por exemplo, cortes nas laterais e na banda de rodagem, o operador terá oportunidade de acompanhar e de se familiarizar com cortes localizados, tendo condições de observar a extensão e gravidade dos mesmos e se estão se expandindo durante o serviço. Em resumo, a inspeção constante e sistemática é a principal ferramenta da manutenção preventiva, pois aponta diretamente as causas de problemas e evita ou minimiza as consequências e perdas de pneus.
Cruzamento Pneu x Equipamento Através da Pesagem
De acordo com as necessidades de cada equipamento, os pneumáticos são projetados e produzidos para suportar carga durante um determinado ciclo de operação, em certas velocidades e nos mais variados tipos de pistas e de temperaturas. Cada pneu é produzido conforme especificações que, além de prever em resistência à capacidade de carga dos veículos, incluem também tolerâncias que suportem eventuais excessos durante seu uso. Sabendo-se que as especificações de um pneu estabelecem uma determinada capacidade de resistir à carga sobre ele, significa então que, até aquele limite, os componentes dele se movimentarão dentro do normal, sem se fatigarem ou se danificarem no conjunto.
A partir do momento que o pneu é submetido a esforços além da sua capacidade, a fadiga inevitável dos materiais se processa em ritmo acelerado (numa progressão geométrica), levando o conjunto à fragilidade e consequentes rupturas, sem, portanto, ter a mesma resistência anterior. A prática de utilizar a média de pesagem de material transportado por um veículo, tomando como base a capacidade máxima especificada é, sem dúvida, uma prática arriscada, principalmente para os pneumáticos. Uma vez afetada a resistência dos componentes, não há reversão, mas sim, acúmulo de esforços a cada vez que for submetido a excessos até ocorrer a exaustão e ruptura, que aparecem nos pneus em forma de quebras, rachaduras e separações das partes de borracha. Por esses motivos, a pesagem sistemática é também uma ferramenta valiosa no esquema de manutenção preventiva, contribuindo decisivamente na otimização de custos de produção e manutenção.
3.Controle
Como em todos os objetivos a serem alcançados, as fases de planejamento, pesquisas e execução, necessitam de um sistema de controle constante e confiável. Se bem implantado, o controle de pneus garante ao sistema de manutenção informações precisas que permitem atualização frequente e disponível, apontando dados importantes que orientam os setores de manutenção, produção e suprimentos quanto a respostas imediatas e decisões inadiáveis. Três pontos importantes devem ser levados em consideração para que se tenha sucesso em um sistema de controle. Primeiramente, a definição e compreensão da necessidade, procedidas pelo estudo da melhor maneira de torná-las funcionais, e finalmente, a certeza da utilidade de dados disponíveis como apoio na empresa.
Como Identificar a Sua Necessidade
A necessidade de controle se evidencia, principalmente, quando as despesas de manutenção se avolumam, elevando os custos e afetando os projetos de produção. Antes de se iniciar um planejamento, essa situação deve estar identificada e uma pesquisa deve ser feita em torno dos atuais processos de maiores custos, para determinar as fases carentes de controle dentro de cada meta de trabalho, tais como: manter o máximo de equipamentos em atividade, fazer previsões corretas de estoque de peças de reposição e outras determinadas no setor. Uma vez identificadas as necessidades de controle ou de melhoria em alguns controles já existentes, o próximo passo é aplicar uma estratégia, partindo de um quadro bem definido.
Como Melhor Utilizar um Planejamento
Primeiramente, há a necessidade de se trabalhar na solução dos problemas mais frequentes que acontecem no campo, originando a parada de equipamentos por imprevistos de ordem mecânica, falhas de componentes e falhas por acidentes. Relacionados os problemas e feita a classificação de importância, o segundo passo é a revisão e avaliação de quais providências para a resolução têm sido tomadas e como foram dadas. A partir dessa fase, torna-se possível estabelecer uma estratégia através da utilização de todos os recursos já disponíveis como pessoal, equipamentos, especificações técnicas de uso e recomendações dos fornecedores de peças e componentes.
Iniciada a aplicação da estratégia, paralelamente deve ser montado um esquema demonstrativo dos progressos conseguidos através de comparação com situações anteriores e, então, identificar pontos da estratégia a serem revisados. Geralmente, aparecem situações nas quais há necessidade de acrescentar elementos ao quadro de pessoal para que as verificações determinadas sejam feitas conforme programadas. Como toda nova aquisição de pessoal adicional, deve ser feita de forma economicamente viável: uma rápida previsão de redução de custos feita com os primeiros resultados positivos obtidos, mostrará a eficiência já alcançada, abrindo caminho para o desenvolvimento e aperfeiçoamento do controle implantado.
O Controle Como Forma de Apoio
Em todos os sistemas de manutenção, existem vários fatores que, interligados, concorrem para a sua execução no sentido de alcançar os objetivos estabelecidos. A manutenção de pneus também depende de vários fatores, que só são evidenciados quando a sua principal ferramenta, que é o controle sistemático e eficaz, passa a funcionar como ponto principal de apoio no sistema aplicado.
Assim, o controle como forma de apoio contribui decisivamente na manutenção de pneus “fora-de-estrada” com as seguintes atuações:
1. Base de planejamento de programas de manutenção;
2. Fornece elementos para programação de suprimentos;
3. Fornece resultados confiáveis para aperfeiçoamentos técnicos pelos fabricantes de pneus;
4. Proporciona níveis técnicos mais elevados de conhecimento dos equipamentos;
5. Viabiliza e contribui para objetivos de produção;
6. Agiliza programações, previsões e planejamento e
7. Aponta direções para redução de custos operacionais.

Sérgio Rafael Palopoli

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