Foto: CATERPILLAR
A redução do tempo de máquina parada em virtude de algum problema ou necessidade de manutenção é uma providência importante não apenas para quem precisa do ativo para as operações, mas também para fabricantes e distribuidores, que mantêm a clientela satisfeita ao otimizar a disponibilidade da frota – aumentando assim as chances de fidelizá-los à marca.
Não à toa, os dealers elaboram estratégias diversificadas para a redução do tempo de frota parada, integrando tecnologias como sistemas avançados de monitoramento e intervenção remota a programas de manutenção preventiva e preditiva, além de manter proximidade geográfica com técnicos especializados, entre outras iniciativas.
Começando pela gestão remota das informações, o aproveitamento dessas alternativas &eacu
Foto: CATERPILLAR
A redução do tempo de máquina parada em virtude de algum problema ou necessidade de manutenção é uma providência importante não apenas para quem precisa do ativo para as operações, mas também para fabricantes e distribuidores, que mantêm a clientela satisfeita ao otimizar a disponibilidade da frota – aumentando assim as chances de fidelizá-los à marca.
Não à toa, os dealers elaboram estratégias diversificadas para a redução do tempo de frota parada, integrando tecnologias como sistemas avançados de monitoramento e intervenção remota a programas de manutenção preventiva e preditiva, além de manter proximidade geográfica com técnicos especializados, entre outras iniciativas.
Começando pela gestão remota das informações, o aproveitamento dessas alternativas é implementado no Brasil por empresas como a Bauko, especialmente por meio de ferramentas como o sistema Komtrax, que integra o portfólio da Komatsu, uma das marcas que distribui no país, ao lado da Manitou, que também conta com um sistema de gerenciamento remoto denominado Easy Manager.
Segundo Renato Vieira Duarte, diretor comercial da Bauko, o sistema Komtrax é embarcado de fábrica em todas as máquinas produzidas pela Komatsu.
“A partir dos dados desse sistema e das informações dos programas de manutenção preventiva, somados à inteligência de produto – incluindo análise de óleo que, na Komatsu, chama-se KOWA (Komatsu Oil and Wear Analysis) –, podemos apresentar uma projeção ao cliente da necessidade de peças ou de reformas de componentes”, explica.
Além do Komtrax, a Bauko se vale ainda da ferramenta Troubleshooting Assistance, também da Komatsu. “Com o uso de inteligência artificial, essa ferramenta indica as possíveis causas de um eventual problema, agilizando o atendimento”, afirma o diretor.
Junção de tecnologias e programas preventivos permite projetar trocas e reformas de componentes. Foto: KOMATSU
Em uma aposta similar, a estratégia da Sotreq inclui o sistema de gerenciamento VisionLink, da Caterpillar.
“Além de maior controle da frota e aumento da vida útil dos equipamentos, os clientes que passam a utilizar esse sistema conseguem obter até 60% de diminuição no tempo de ociosidade das máquinas”, garante Rodrigo Louzada, analista de produto da empresa.
Segundo ele, o VisionLink gerencia atualmente mais de 44 mil máquinas.
“Esse sistema permite atuar de forma muito mais eficaz na manutenção preventiva”, assegura Louzada.
“Ele também informa sobre os gatilhos de manutenção, comunicando o que é preciso fazer e o que é necessário comprar, em cada momento da vida do equipamento.”
Uso de sistemas de monitoramento reduz significativamente o tempo de ociosidade das máquinas. Foto: SOTREQ
PROXIMIDADE
Assim como a Sotreq, a Pesa também conta com o sistema VisionLink como uma das ferramentas-chave em sua estratégia para redução do tempo de máquina parada.
Com atuação no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, a distribuidora oferece ainda um programa de manutenção preventiva periódica, acionada em média a cada 500 h.
“O sistema informa quando vence esse período e, então, contatamos o cliente para agendar a manutenção”, diz Rodrigo Lesczynski, gerente corporativo de serviços da empresa, explicando que a fabricante avalia de perto esse padrão de atendimento.
Nesse trabalho, a Pesa inclui ainda o programa Service Commitment, recentemente disponibilizado pela Caterpillar, através do qual o cliente passa a ter atendimento garantido em um prazo máximo de 48 h úteis após a solicitação.
Esse prazo, ressalta Lesczynski, pode ser considerado “muito bom” para um mercado como o brasileiro, no qual não são incomuns prazos entre 10 e 15 dias até o atendimento.
“Nesse programa, o cliente recebe a peça que solicitou sempre na data agendada”, avaliza. “Caso contrário, recebe um crédito de até R$ 8 mil para a compra de novas peças.”
Alocação estratégica de técnicos agiliza o atendimento em regiões com maior demanda. Foto: PESA
Além disso, a empresa mantém técnicos próprios alocados nas regiões onde os serviços são mais demandados, agilizando o atendimento. “Atualmente, temos quase 90 mecânicos de campo, além de outros 94 trabalhando nas oficinas”, detalha Lesczynski.
Distribuidora da Volvo CE e de marcas como SDLG e Tigercat, entre outras, a Tracbel mescla sistemas de gestão remota à presença de técnicos em campo, além de ferramentas como inteligência de dados e plataformas avançadas de atendimento.
Todas essas diferentes ferramentas são integradas no Uptime, o centro de apoio aos clientes.
“Entre outras coisas, buscamos maximizar a disponibilidade das máquinas, diminuir o lead time de atendimento de serviços e peças e aumentar a produtividade operacional, garantindo ao cliente a melhor experiência e satisfação”, acentua Rafael Ribeiro, diretor de pós-venda da Tracbel.
Juntamente com postos avançados de atendimento em regiões estratégicas, a companhia também conta com equipes técnicas dedicadas em grandes operações.
E, para reduzir ainda mais o tempo de máquina parada, mantém ainda a rede de lojas autônomas Uptime Store, criada há cerca de três anos por uma startup que também cuida de sua gestão.
Já com oito lojas nas regiões Sudeste e Norte do país, a rede lida com compra, gestão e logística de peças, ferramental, lubrificantes e uma série de outros serviços.
“Isso permite respostas mais ágeis, manutenção preventiva constante e maior disponibilidade das máquinas, resultando em menor tempo de parada e aumento da produtividade dos clientes”, afirma Ribeiro.
CONTRATOS
Diferentes programas de manutenção preventiva também são disponibilizados pela Sotreq, nos quais os clientes têm benefícios como peças originais com preços mais baixos e mão de obra também mais barata.
Além desses programas, os clientes têm ainda a vantagem de sempre poder contar com a peça necessária, que é mantida em um estoque protegido.
“Esses planos também preveem inspeções para identificar problemas em estágios preliminares”, comenta Daniela Nunes, analista de suporte às operações da empresa.
“Assim, além de ter custo inferior ao de uma quebra maior, a solução exige menos tempo de parada.”
Nesse rol, a empresa oferece serviços de análise de fluídos realizada pela Predic, do mesmo grupo que implementa o programa SOS, da Caterpillar.
“As análises detectam um espectro de partículas situado na faixa de 2 a 20 micra, muito abaixo do que pode ser detectado pela visão humana”, destaca Fábio Tonani, gerente de serviços técnicos da Predic.
Atualmente, estima Tonani, cerca de 40% do mercado brasileiro de Linha Amarela já conta com serviços de análise de óleo, que são fundamentais para reduzir o tempo de máquina fora de serviço.
\“A análise de óleo é um dos programas mais preventivos que existe”, diz ele, destacando que a atividade vem crescendo bastante no país.
“Quanto mais caro se torna o ativo, mais onerosa é a parada da máquina e mais importante a realização de análises do óleo”, pondera.
“Até mesmo clientes menores, com três ou quatro equipamentos, já começam a fazer esse gênero de análise.”
Na Bauko, Duarte conta que mais de 500 clientes já contam com contratos de manutenção preventiva.
Entre esses, alguns mantêm contratos do tipo full service, que incluem a substituição de itens de desgaste, além da manutenção preventiva.
Além de preventivas, contratos full service incluem a substituição de itens de desgaste. Foto: BAUKO
“Esse tipo de contrato pode garantir um tempo mínimo de disponibilidade da máquina, geralmente no patamar de 92%”, posiciona.
Seja qual for o cliente, a Bauko sempre mantém um técnico a até 100 km de distância.
Atualmente, acrescenta Duarte, todos esses especialistas já atuam com tecnologias como óculos de realidade aumentada.
“Caso encontre dificuldade para solucionar um problema, o técnico conecta os óculos na rede e aciona o suporte de um especialista interno, que vê tudo o que ele próprio está vendo”, explica.
ESTOQUE
Uma boa gestão do estoque de peças constitui outro fator indispensável para o êxito de qualquer processo de minimização do tempo de máquina parada.
Na Tracbel, segundo Ribeiro, a gestão do estoque adota uma abordagem de “abastecimento inteligente e integrado”, considerando as peças de maior rotatividade e criticidade, além de centros de distribuição bem-localizados e com logística eficiente.
“Possuímos estoques de peças em todas nossas filiais”, cita o executivo, referindo-se às 23 unidades distribuídas de forma estratégica em cada região de atuação.
Contratos de manutenção estendida e planos de preventivas são cruciais para a disponibilidade do ativo. Foto: TRACBEL
Na Pesa, por sua vez, a gestão do estoque utiliza informações e sistemas que permitem, entre outras coisas, calcular os níveis mais adequados para cada uma das peças Caterpillar do portfólio.
“Hoje, temos um índice de disponibilidade da ordem de 97%”, destaca Lesczynski.
Já a Bauko mantém estoques consignados aos clientes e – valendo-se de dados como tempo e condições de operação obtidos via Komtrax – consegue prever quais peças o cliente necessita após cada período de uso das máquinas.
“O sistema permite inclusive segmentar essas informações para cada tipo de atividade no qual a máquina é usada”, completa Rabelo.
Ao acompanhar a duração do tempo de trabalho dos equipamentos, o sistema mostra que o tempo de máquina parada dos clientes vem sendo continuamente reduzido, afirma o especialista da Bauko.
“Em decorrência disso, o nível de satisfação dos clientes também vem subindo, seja com o produto ou com o suporte”, aponta.
“Certamente, isso também tem a ver com a disponibilidade estendida do ativo.”
Embora importantes, medidas como monitoramento remoto, técnicos próximos aos clientes, gestão eficiente da logística de peças e contratos de manutenção preventiva não impedem que, em determinado momento de sua vida útil, uma máquina apresente problemas, demandando ações corretivas.
Para essas ocasiões, a Sotreq oferece um serviço que pode ser acionado durante todo o período de vigência da garantia da máquina, sendo que – em sentido contrário – alguns desses procedimentos podem ser estendidos por todo o tempo de vigência do contrato, ampliando assim a garantia.
Todavia, é importante contar tanto com um contrato de manutenção estendida quanto com um plano de preventivas, pondera Gabriel Capanema, analista de desenvolvimento de soluções e tecnologia da Sotreq.
Afinal, ele justifica, além de ter custo muito superior ao de uma ação preventiva, a solução de uma quebra inesperada também pode exigir maior tempo de parada da máquina.
“A própria proteção estendida significa menos tempo de máquina parada, pois também atende máquinas com problemas de perda de performance, algo que pode prenunciar uma quebra”, argumenta.
SOLUÇÕES OEM
Integração de tecnologias e serviços reduz o downtime
Conceito de uptime promete manter a disponibilidade das máquinas pelo maior tempo possível. Foto: JOHN DEERE
Em parceria com os distribuidores, as fabricantes implementam iniciativas destinadas a reduzir o tempo de parada das máquinas.
É o caso da John Deere, por exemplo, cujo pacote de serviços John Deere Protect oferece revisões programadas com peças originais e monitoramento remoto realizado por equipes especializadas.
“Atualmente, cerca de 50% das máquinas vendidas no Brasil já saem com esse pacote, contribuindo para a redução de paradas inesperadas”, afirma Felipe Milanesi, gerente divisional de suporte ao cliente da marca.
Segundo ele, por meio da plataforma John Deere Operations Center (que integra gestão de frota, monitoramento em tempo real e planejamento de manutenção), mais de 85% dos atendimentos são realizados ou iniciados remotamente pelos Centros de Soluções Conectadas, que atuam sob responsabilidade direta dos distribuidores.
“Seja ao diminuir a necessidade de deslocamentos ou agilizar a resolução de problemas, essa abordagem reduz em aproximadamente 50% o tempo de reparo e em até 60% os custos de atendimento”, ressalta Milanesi.
Além disso, muitos ajustes e calibrações são efetuados à distância, aproveitando a conectividade proporcionada pelo sistema Service Advisor, que permite a realização de análises e mesmo intervenções remotas quando já existe uma falha, o que é feito por meio do sistema de telemetria e monitoramento JDLink.
Além disso, é possível contar ainda com Expert Alerts, recurso que integra tecnologias de machine learning e big data para emitir alertas baseados na análise de dados em tempo real, de forma preditiva, antes que as falhas ocorram.
“Isso permite que operadores e gestores programem intervenções de forma planejada, evitando paradas inesperadas”, observa Milanesi.
Para a reposição de peças, a John Deere adota uma estratégia integrada, combinando estoque central, distribuidores, estoques consignados on-site e postos avançados nas frentes de trabalho, garantindo, quando necessário, a pronta disponibilidade de itens críticos.
Atualmente, o centro de distribuição reúne 170 mil itens em estoque, abastecendo aproximadamente 400 localidades.
Para pedidos de máquina parada, o tempo de processamento interno é de até 2 h, enquanto pedidos programados são processados em até 72 h.
“Priorizamos o conceito de uptime, garantindo que os clientes mantenham as máquinas operacionais pelo maior tempo possível, com interrupções mínimas”, promete o gerente.
Saiba mais:
Bauko: www.bauko.com.br
John Deere: www.deere.com.br
Pesa: https://pesa.com.br
Predic: www.predic.com.br
Sotreq: www.sotreq.com.br
Tracbel: www.tracbel.com.br
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