Fazendo parte do grupo das 100 maiores locadoras do mundo (já é a 79ª e seria a 40ª se fossem consideradas suas operações na Argentina), a Solaris Brasil vai investir US$ 120 milhões nos próximos três anos. Os valores refletem o aquecimento do setor, que tem crescido a uma média de 30% ao ano, segundo Paulo Esteves, diretor da companhia. Com 30 filiais no Brasil e na Argentina, a empresa avalia que subiu no ranking exatamente por investir no crescimento sustentável e no desenvolvimento de seu negócio (equipamentos, formação de pessoal e melhorias de processos). O foco mais concentrado no mercado e a abertura de filiais também contribuíram para o destaque. “O resultado dessas ações foi o terceiro maior crescimento global do segmento em 2009, com um faturamento 15% maior em relação ao ano anterior”, argumenta Esteves, entrevistado dessa edição da M&T. Para o executivo, as mudanças devem acompanhar as exigências dos clientes por mais tecnologia de ponta e menor preço. Acompanhe os principais trechos da entrevista.
M&T: Como a Solaris vai distribuir os investimentos de US$ 120 milhões nos próximos três anos?
Fazendo parte do grupo das 100 maiores locadoras do mundo (já é a 79ª e seria a 40ª se fossem consideradas suas operações na Argentina), a Solaris Brasil vai investir US$ 120 milhões nos próximos três anos. Os valores refletem o aquecimento do setor, que tem crescido a uma média de 30% ao ano, segundo Paulo Esteves, diretor da companhia. Com 30 filiais no Brasil e na Argentina, a empresa avalia que subiu no ranking exatamente por investir no crescimento sustentável e no desenvolvimento de seu negócio (equipamentos, formação de pessoal e melhorias de processos). O foco mais concentrado no mercado e a abertura de filiais também contribuíram para o destaque. “O resultado dessas ações foi o terceiro maior crescimento global do segmento em 2009, com um faturamento 15% maior em relação ao ano anterior”, argumenta Esteves, entrevistado dessa edição da M&T. Para o executivo, as mudanças devem acompanhar as exigências dos clientes por mais tecnologia de ponta e menor preço. Acompanhe os principais trechos da entrevista.
M&T: Como a Solaris vai distribuir os investimentos de US$ 120 milhões nos próximos três anos?
Paulo Esteves: Eles serão investidos em novos equipamentos, que serão distribuídos por todas as filiais atuais e as que pretendemos abrir nos próximos anos. É preciso lembrar que somos uma empresa multiprodutos e com portfólio variado, incluindo plataformas aéreas, manipuladores de carga, grupos geradores, máquinas de movimento de terra, compressores de ar e torres de iluminação, assim como grandes projetos de geração de energia.
M&T: E quais são as medidas de segurança, em caso de algum “acidente de percurso” no crescimento dos próximos anos?
Esteves: A Solaris é uma empresa que tem como princípio o crescimento sustentável, ou seja, crescimento com margens. Além disso, fazemos projeções de longo prazo e dispomos de consultoria econômica e política. Adicionalmente, temos um portfólio de produtos muito variado, atuando em diversos segmentos do mercado, o que assegura um soft landing, em caso de alguma crise. Nosso grupo é sólido e possui experiência de 35 anos neste setor.
M&T: O que puxará o crescimento do setor de locação nos próximos anos?
Esteves: Nossa visão é de que as empresas que usam equipamentos estarão mais focadas em investimentos em seu próprio negócio, usando todo seu capital disponível para este fim, abrindo assim perspectivas maiores para o setor de locação de equipamentos. Este movimento já ocorreu em países mais avançados e deverá ocorrer também no Brasil. As empresas preferem locar equipamentos a investir seu capital na compra deles, que não são seu foco principal. O setor tem crescido, em média, acima de 30% ao ano através da aquisição de equipamentos para o seu crescimento orgânico. Além disso, esperamos a chegada ao País de novos players internacionais. As empresas locais também enxergam oportunidades no segmento.
M&T: Como as locadoras têm expandido seus serviços?
Esteves: O setor em geral tem apresentado evolução neste sentido. A Solaris tem buscado inovar de forma a se antecipar às exigências dos clientes. Temos contratos feitos sob medida para atender às diversas demandas dos clientes, nos quais a locação pode ser feita por dia, semana ou mês. A ampliação do portfólio, com maior diversidade de produtos, também permite contratos maiores e ganhos em escala para as contratantes.
M&T: Há muita comparação entre o crescimento atual do Brasil e o verificado nos anos de 1970. Quais as diferenças?
Esteves: O mercado de hoje é globalizado, os investimentos em sua maioria são privados, as margens de lucratividade são menores e o nível de competição é extremamente alto. A velocidade das mudanças de tecnologia também é muito alta.
M&T: Como se comporta o mercado de óleo e gás a respeito de locação?
Esteves: Este é um mercado que demanda muita confiabilidade dos equipamentos e que envolve engenharia de aplicação, alta qualidade dos serviços e do pessoal envolvido, além de tecnologia de ponta. A demanda por locação é grande em diversos processos dessa cadeia produtiva: na extração e produção on e off shore, no transporte de matéria bruta, refino e beneficiamento, transporte do produto acabado, além da distribuição pesada, armazenamento e distribuição para consumo final. Nessas operações, as plataformas aéreas, grupos geradores, compressores de ar e máquinas de movimento de terra são amplamente utilizadas.
M&T: Como contextualizar a tendência de crescimento do setor de locação?
Esteves: A tendência de crescimento é clara, já que estudos internos da Solaris apontam que cerca de 15% de todos os equipamentos introduzidos (importados) no Brasil são destinados a empresas de locação. Este grau de penetração pode ser muito maior, dependendo dos equipamentos. Acreditamos, por exemplo, que cerca de 90% das plataformas aéreas e manipuladores de carga no mercado são para locação. Em países mais desenvolvidos como a Inglaterra, 80% dos equipamentos são para locação, enquanto no Japão são 60% e, nos Estados Unidos, 40%. Acreditamos que no Brasil a proporção de equipamentos para locação pode chegar a 40% nos próximos 10 anos.
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