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Revista M&T - Ed.20 - Nov/Dez 1993
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PERFIL

JADER FRAGA DOS SANTOS

O entrevistado desta edição é o engenheiro Jader Fraga dos Santos, presidente da SOBRATEMA. Ele fala sobre sua opção pela engenharia, sobre terceirização, manutenção, o trabalho realizado pela SOBRATEMA e muito mais.

Ele quase virou médico, seguindo a vontade de seus familiares. Mas suas habilidades manuais e a visão de futuro do diretor de sua escola nos tempos do primeiro grau acabaram por colocá-lo no caminho da engenharia mecânica. Hoje, com um currículo de sucesso dentro da engenharia de manutenção nacional, Jader Fraga dos Santos ainda tem dúvidas sobre se não teria sido uma boa escolha a medicina. Quem o conhece sabe que ele seria um profissional de destaque em qualquer ramo que escolhesse”.
Aos 49 anos, natural da cidade de Cachoeiro do Itapemirim, no Espírito Santo, Jader está no mercado desde 1967, com experiência em algumas das principais empresas do País. Na Constran desde 1979, ele assumiu, há quase dois anos, a presidência da SOBRATEMA - Sociedade Brasileira de Tecnologia para Manutenção -, onde, com o auxílio de diretores dinâmicos, conseguiu ampliar o espaço de atuação da entidade junto ao setor.
Pai de dois filhos - uma jornalista e outro estudante de Direito -, e fã de tênis e futebol, Jader Fraga dos Santos conta, para os leitores da Manutenção & Tecnologia, um pouco de sua vida profissional e dos eventos da SOBRATEMA.

M&T - Como nasceu a paixão pela engenharia?
J.F.S
- A primeira opção, na época de escola, influenciada pela família, era a medicina. Mas, em função das minhas habilidades manuais, principalmente com equipamentos, o diretor da minha escola conversou com meus pais e disse que eu tinha mais jeito para a engenharia do que para medicina. Isso me chamou a atenção e acabei, mais tarde, optando pela engenharia.
M&T - Mas você alguma vez sentiu vocação para ser médico? Poderia ser, em algum momento, uma coisa que você quisesse?


O entrevistado desta edição é o engenheiro Jader Fraga dos Santos, presidente da SOBRATEMA. Ele fala sobre sua opção pela engenharia, sobre terceirização, manutenção, o trabalho realizado pela SOBRATEMA e muito mais.

Ele quase virou médico, seguindo a vontade de seus familiares. Mas suas habilidades manuais e a visão de futuro do diretor de sua escola nos tempos do primeiro grau acabaram por colocá-lo no caminho da engenharia mecânica. Hoje, com um currículo de sucesso dentro da engenharia de manutenção nacional, Jader Fraga dos Santos ainda tem dúvidas sobre se não teria sido uma boa escolha a medicina. Quem o conhece sabe que ele seria um profissional de destaque em qualquer ramo que escolhesse”.
Aos 49 anos, natural da cidade de Cachoeiro do Itapemirim, no Espírito Santo, Jader está no mercado desde 1967, com experiência em algumas das principais empresas do País. Na Constran desde 1979, ele assumiu, há quase dois anos, a presidência da SOBRATEMA - Sociedade Brasileira de Tecnologia para Manutenção -, onde, com o auxílio de diretores dinâmicos, conseguiu ampliar o espaço de atuação da entidade junto ao setor.
Pai de dois filhos - uma jornalista e outro estudante de Direito -, e fã de tênis e futebol, Jader Fraga dos Santos conta, para os leitores da Manutenção & Tecnologia, um pouco de sua vida profissional e dos eventos da SOBRATEMA.

M&T - Como nasceu a paixão pela engenharia?
J.F.S
- A primeira opção, na época de escola, influenciada pela família, era a medicina. Mas, em função das minhas habilidades manuais, principalmente com equipamentos, o diretor da minha escola conversou com meus pais e disse que eu tinha mais jeito para a engenharia do que para medicina. Isso me chamou a atenção e acabei, mais tarde, optando pela engenharia.
M&T - Mas você alguma vez sentiu vocação para ser médico? Poderia ser, em algum momento, uma coisa que você quisesse?
J.F.S
- Como Cachoeiro era uma cidade pequena e por ouvir sempre que deveria ser médico, cheguei a pensar em seguir tais conselhos. Estava pronto para fazê-lo. Mas os meus trabalhos na escola, sempre inventando e consertando coisas, acabaram despertando meus professores, que convenceram o diretor a conversar com minha família. Naquele momento foi questionada minha real vocação.
M&T - Há algum arrependimento? Você acha que a medicina perdeu um grande profissional?
J.F.S
- Não sei. Eu sou presunçoso. Acho que seria bom profissional em qualquer coisa que fizesse. Ou melhor, teria um bom desempenho em qualquer atividade que escolhesse.
M&T - Aí você foi fazer engenharia. Como aconteceu isso?
J.F.S
- Eu queria a engenharia mecânica, mas não havia nenhuma faculdade em meu estado. Meus amigos foram para o Rio de Janeiro e eu, que sempre me pautei em não ser igual aos outros, resolvi ir para Belo Horizonte fazer cursinho, sem conhecer nada, nem ninguém. Tive sorte e acabei me formando engenheiro mecânico em 1968.
M&T - E o início profissional? Conte também sobre as experiências no exterior.
J.F.S
- A partir do 3° ano de faculdade comecei a trabalhar em empreiteiras, como estagiário. Antes, porém, fiquei no DAM - Departamento de Administração de Material -, que fazia as contas do governo estadual. Em seguida, fui para a construtora Pioneira. Depois de algum tempo, trabalhei em Mato Grosso e Minas. Em 1971, vim para São Paulo, onde estou até hoje. Trabalhei na CBPO durante nove anos, de onde me transferi para a Constran em 1979. Foi no período em que trabalhei na CBPO que dei início a minha experiência internacional que prossegue, hoje, na Constran. Participei como apoio no Paraguai, pela CBPO, e na Costa Rica, já pela Constran.
M&T- Atualmente muito se tem discutido, para alguns tipos de profissão, a necessidade da formação acadêmica. No que ela lhe foi útil?
J.F.S
- A formação de um engenheiro, principalmente mecânico, como é meu caso, é importante no momento das tomadas de decisão. Com base científica. O engenheiro só vai aprender a administrar trabalhando, quando, em tese, ele deveria conhecer todas as técnicas que envolvem a manutenção. Por exemplo: óleo lubrificante. De onde vem? Para que serve? Quando se desgasta? No caso das máquinas, que mudam a cada ano, o engenheiro não pode conhecer todas em detalhes; mas sabe o princípio básico. Os componentes de que são feitas as máquinas, seu funcionamento, também são de conhecimento do engenheiro. Tudo isso vem da formação acadêmica.
M&T - Quando você passou a se interessar pela área de manutenção?
J.F.S
- Já na época do estágio, na construtora. Meu primeiro trabalho foi com pneus, depois com lubrificantes e material rodante. Foram contratados estagiários para todas estas áreas, que passaram a implantar o processo de manutenção. E eu me adaptei bem a esse trabalho.
M&T - Por falar em manutenção, qual é a sua análise sobre o setor no Brasil, nos dias de hoje? Pode ser feita uma comparação com o Primeiro Mundo?
J.F.S
- Quando se fala em área de serviços não se deve fazer comparação com o Primeiro Mundo. As peculiaridades são diferentes, pois as obras nos países mais ricos estão praticamente dentro das cidades, nos grandes centros urbanos, onde tudo pode ser terceirizado. Você aluga um equipamento e o locatário se responsabiliza por toda a manutenção. As obras acabam ficando diferentes das daqui. O que se percebe, hoje, é que a manutenção não evoluiu tanto como os equipamentos. Se compararmos com o que ocorria há dez anos, vamos ver que a manutenção no Brasil não acompanhou a evolução das máquinas.
M&T - E quais seriam os motivos desta estagnação?
J.F.S
- Há dez anos, o Brasil estava mergulhando em uma crise que perdura até hoje. Em decorrência disso, não só a área de manutenção como todas as outras atividades sofreram muito. No caso da manutenção a coisa foi ainda pior, pois esse é um segmento que depende muito da qualificação da mão-de-obra. A manutenção é exercida, fundamentalmente, através das habilidades manuais e do conhecimento. Um bom mecânico precisa de um período de formação igual ao de um engenheiro. Com a crise, as empresas começaram a dispensar o pessoal treinado e experiente.
M&T - Falando em crise, não sai caro deixar de lado a manutenção e, depois, pagar mais para repor prematuramente o equipamento?
J.F.S
- No Brasil as empresas administram a crise através do fluxo de caixa. Administram o seu desembolso. Não tenho dúvidas de que todas estão operando mais caro. A qualidade da mão-de-obra, como um todo, decaiu. Deixamos acontecer até não haver outra solução. Aí, então, vamos pensar. É difícil fazer um planejamento diante da situação atual do País. Temos planos, mas não sabemos como e quando poderemos colocá-los em prática.
M&T - Qual seria, então, a saída para este problema?
J.F.S
- O custo do equipamento está no seu investimento e no fato de ele não operar ou, o que é pior, operar sem produtividade. No dia em que a competitividade das empresas levar à conclusão de que a produtividade vem primeiro lugar, seguida da disponibilidade e, que a disponibilidade decorre da manutenção, a situação pode melhorar. A manutenção é a base e a chave para o sucesso hoje e no futuro. O ideal será sempre o equilíbrio entre a alta produtividade e a alta disponibilidade. Isso obriga a um casamento perfeito entre produção e manutenção.
M&T - A terceirização entrou em moda, atingindo diversos setores. Como ela está colaborando para a manutenção?
J.F.S
- Já estamos terceirizando há muito tempo. Quase todas as grandes empresas estão adotando os serviços de terceiros para algumas coisas. Eu sempre entendi que não faz sentido a área de equipamentos de qualquer empresa competir com outra empresa especializada que lhe possa fornecer serviços com alto nível de qualidade. Já alguns anos atrás, por exemplo, sabíamos que não valia a pena uma construtora competir com uma retifica de motores. Concluímos que o que deveríamos fazer era ajudar no desenvolvimento e adequação às nossas necessidades. Assim é para outros componentes. Isso é terceirização inteligente. A função da área de equipamentos de uma empresa é administrar uma frota, fazendo o mínimo, mas de forma eficiente.

M&T - Você está completando seu segundo mandato à frente da SOBRATEMA. Qual sua análise sobre as atuações da Sociedade neste período?
J.F.S
- Certamente, quem vier depois de mim vai enfrentar tempos bem mais difíceis. Acho que fizemos muito neste tempo, mas foi pouco perto do que poderia ter sido feito. Iniciamos nossa gestão num momento muito difícil, em que a recessão estava no auge. Aos poucos, fomos melhorando nossa posição junto ao segmento. Realizamos alguns eventos importantes, graças ao trabalho de todos, mas os sócios merecem muito mais. Hoje, estamos levando a nossa filosofia de divulgar os conhecimentos e provocar o intercâmbio cultural a todo o País, com boa resposta.
M&T - E qual será o papel da SOBRATEMA no futuro?
J.F.S
-Acho que a entidade vai entrar forte como prestadora de serviços para nossos associados e, em breve, para os fabricantes. Já estamos discutindo com as empresas a forma de gerir os equipamentos. Seremos um caldeirão de cultura. Como prestadora de serviços, a entidade tem um projeto de certificação de serviços de fornecedores, a partir de 94, que, certamente, será um salto qualitativo para a SOBRATEMA. Não uma certificação baseada somente na ISO 9000, pois ainda precisamos ver no que ela pode rá nos ajudar. Vamos criar um padrão que as em- presas deverão seguir se quiserem atingir nossos associados. Será uma avaliação coerente, pois terá a participação de representantes de todos os setores.
M&T - Terminado o mandato, qual será o seu papel na SOBRATEMA?
J.F.S
- Passo, por estatuto, a conselheiro. Fui convidado para compor a nova diretoria, como Diretor Técnico. Meu desejo é continuar colaborando.

Marcelo Eduardo Braga

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