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Revista M&T - Ed.198 - Fevereiro 2016
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Editorial

Investimentos são vitais para o setor

"Com os investimentos para grandes obras travados, a tendência é que a conclusão dos projetos seja novamente adiada, aumentando os custos e alimentando um ciclo vicioso que castiga a economia"

Nesta altura dos acontecimentos, já não é novidade que o setor de construção – e, consequentemente, de bens de capital – vive um dos momentos mais desafiadores de sua série histórica no país. Como se sabe, o setor viu-se enredado em um cenário de atrasos e abandono de obras, restrições de orçamento, corte na força de trabalho e, o que para muitos fabricantes é ainda mais vital, queda na demanda por produtos.

Para aplacar o desânimo, já nos primeiros dias do ano, o governo acenou com uma nova etapa do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que, no entanto, foi recebida com cautela pelos players. E há bons motivos para isso, pois muito do que recentemente foi anunciado não se concretizou, mostrando um hiato entre o discurso e a prática.

Basta olhar os números. Dados do Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi), por exemplo, mostram que os aportes do PAC no ano passado recuaram 40% em relação a 2014. Mas há mais. De acordo com estudo da Inter.B Consultoria, no primeiro semestre do ano passado apenas 0,33% do PIB foram destinados à realização de grandes obras. Um dos piores percentuais já registrados no país, o montante representa apenas 0,45% do total gasto pelo governo no período.

E a falta de investimentos, é claro, atinge diretamente a construção. Segundo dados apresentados no “Balanço do PAC 2015”, relativo ao primeiro semestre do ano passado, menos de 9% das obras previstas chegaram ao término. Ainda mais desalentadora mostrou-se


Nesta altura dos acontecimentos, já não é novidade que o setor de construção – e, consequentemente, de bens de capital – vive um dos momentos mais desafiadores de sua série histórica no país. Como se sabe, o setor viu-se enredado em um cenário de atrasos e abandono de obras, restrições de orçamento, corte na força de trabalho e, o que para muitos fabricantes é ainda mais vital, queda na demanda por produtos.

Para aplacar o desânimo, já nos primeiros dias do ano, o governo acenou com uma nova etapa do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que, no entanto, foi recebida com cautela pelos players. E há bons motivos para isso, pois muito do que recentemente foi anunciado não se concretizou, mostrando um hiato entre o discurso e a prática.

Basta olhar os números. Dados do Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi), por exemplo, mostram que os aportes do PAC no ano passado recuaram 40% em relação a 2014. Mas há mais. De acordo com estudo da Inter.B Consultoria, no primeiro semestre do ano passado apenas 0,33% do PIB foram destinados à realização de grandes obras. Um dos piores percentuais já registrados no país, o montante representa apenas 0,45% do total gasto pelo governo no período.

E a falta de investimentos, é claro, atinge diretamente a construção. Segundo dados apresentados no “Balanço do PAC 2015”, relativo ao primeiro semestre do ano passado, menos de 9% das obras previstas chegaram ao término. Ainda mais desalentadora mostrou-se a segunda parte do Programa de Investimentos em Logística (PIL), um “programa estratégico para a retomada do crescimento” que previa investimentos de R$ 198,4 bilhões até 2018, mas que sequer saiu do papel. Dos diversos leilões previstos, apenas um se concretizou, no setor de portos.

Com os investimentos para grandes obras travados, a tendência é que a conclusão dos projetos seja novamente adiada, aumentando os custos e alimentando um ciclo vicioso que castiga a economia. É por isso que o “novo PAC” não anima o setor, ao menos enquanto resumir-se apenas a anúncios oficiais.

Afinal, tal situação exige medidas efetivas, a começar pelo cumprimento dos compromissos assumidos. Como mostram reportagens do jornal “O Estado de S.Paulo”, o setor anseia pelo pagamento de quase R$ 7 bilhões em atraso relativos a obras públicas, o que já seria um alento para começar a recuperar o ambiente de negócios. Mas é preciso ir além, avançando ainda na flexibilização da execução orçamentária, na criação de novas práticas de políticas públicas e na rediscussão da política industrial, o que – aí sim – possibilitaria a retomada da confiança de um setor tão crucial como é o da construção, sempre preparado para impulsionar o crescimento, como o leitor confere nas reportagens desta edição.

Permínio Alves Maia de Amorim Neto

Presidente do Conselho Editorial

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