A excelência operacional é um caminho sem volta no mercado brasileiro da construção. Afinal, as principais corporações que atuam no segmento de infraestrutura mantêm uma busca incessante por melhores práticas para aumentar a segurança e a produtividade em suas operações. Para alcançar esse objetivo, valores como capacitação, qualificação e treinamento de profissionais passaram a ser vistos como investimento prioritário, levando inclusive as empresas a privilegiar os profissionais com nível mais adequado de certificação.
Segundo Wilson de Mello Jr., diretor de Formação e Certificação da Sobratema, essa tendência está se expandindo rapidamente entre as grandes corporações, sendo que em um futuro bem próximo se tornará uma prática corriqueira do mercado. “Isso ocorre porque elas estão muito atentas a problemas de segurança e riscos operacionais, que evidentemente trazem enormes prejuízos econômicos e de imagem pública para a empresa”, explica. Atualmente, a construção brasileira – incluindo os segmentos predial e pesado – exibe elevados índices de acidentes de tr
A excelência operacional é um caminho sem volta no mercado brasileiro da construção. Afinal, as principais corporações que atuam no segmento de infraestrutura mantêm uma busca incessante por melhores práticas para aumentar a segurança e a produtividade em suas operações. Para alcançar esse objetivo, valores como capacitação, qualificação e treinamento de profissionais passaram a ser vistos como investimento prioritário, levando inclusive as empresas a privilegiar os profissionais com nível mais adequado de certificação.
Segundo Wilson de Mello Jr., diretor de Formação e Certificação da Sobratema, essa tendência está se expandindo rapidamente entre as grandes corporações, sendo que em um futuro bem próximo se tornará uma prática corriqueira do mercado. “Isso ocorre porque elas estão muito atentas a problemas de segurança e riscos operacionais, que evidentemente trazem enormes prejuízos econômicos e de imagem pública para a empresa”, explica. Atualmente, a construção brasileira – incluindo os segmentos predial e pesado – exibe elevados índices de acidentes de trabalho, com a triste média de um óbito por dia. “A certificação não vai eliminar o risco de acidentes, mas temos certeza de que a redução será grande”, avalia o especialista.
ENVOLVIMENTO
Nesse sentido, a certificação acreditada desenvolvida pela aliança estratégica entre a Sobratema e a Abendi (Associação Brasileira de Ensaios Não Destrutivos e Inspeção) vem ganhando um espaço importante no mercado. “Já estamos percebendo um maior envolvimento dos profissionais, em decorrência da exigência crescente dessas grandes corporações e dos benefícios que a certificação traz às empresas e profissionais”, conta Mello Jr.
Até o final de fevereiro, diz ele, cerca de 60 profissionais já estavam certificados ou em processo para as funções de rigger, supervisor de rigging e sinaleiro amarrador.
A partir de março, o projeto disponibilizou a certificação para operadores de grua, guindaste móvel, guindauto e ponte rolante e pórtico. Em breve, outras funções devem ser contempladas, em um processo gradativo de expansão. Com isso, a expectativa das duas entidades é que haja uma procura ainda maior pelo processo de certificação. “Ainda neste semestre, vamos iniciar a certificação para equipamentos da Linha Amarela como escavadeiras, tratores de esteira, motoniveladoras, pás carregadeiras, rolos compactadores e retroescavadeiras”, revela Mello Jr. “Além disso, está em estudo a certificação para os operadores de guindastes offshore, abrangendo profissionais que operam nas plataformas de extração de petróleo.”
PROCESSO
A certificação de terceira parte foi idealizada e desenvolvida para atender às necessidades do mercado da construção, sendo dividida em duas etapas. Aplicada em um período de dois anos, a primeira fase é direcionada à certificação por reconhecimento, ou seja, para profissionais que já possuem experiência comprovada no setor. “Isso foi criado para a adaptação do mercado e do próprio processo de certificação ao perfil do profissional que será certificado na segunda etapa”, ressalta o diretor de Formação e Certificação da Sobratema. Como as certificações para funções de rigger, supervisor de rigging e sinaleiro amarrador tiveram início em dezembro de 2013, a fase inicial para essas funções se estenderá até o final deste ano.
De modo geral, o processo de certificação por reconhecimento prima pela praticidade (leia Box na pág. 50), com requisitos mínimos para os diferentes níveis de certificação, com pontuações em cada item e alguns pré-requisitos. No caso de rigger, por exemplo, o profissional precisa possuir diploma de curso técnico ou ensino superior. “Toda solicitação passa por uma série de análises quanto à qualidade dos documentos enviados”, explica Mello Jr. “Se o profissional afirma ser engenheiro, a equipe da Abendi apura a autenticidade do diploma, fazendo contato com a universidade na qual afirma ter se graduado. Isso garante segurança e credibilidade ao processo.”
Já a segunda fase exige, além da comprovação de qualificação profissional (incluindo escolaridade e atuação no setor), a realização de um exame de conhecimentos, dividido em duas partes: geral e específico. Também são previstas provas práticas, dependendo da função almejada. Para obter a certificação, é necessário que o profissional obtenha uma nota mínima de 70 pontos. “Para cada função, nosso banco de questões tem, no mínimo, 120 perguntas distintas”, detalha o diretor. “Para cada candidato, a prova é diferente e as questões escolhidas de maneira aleatória.”
PESSOAS
A certificação acreditada da Sobratema e da Abendi é baseada na ISO 17024, que normaliza a certificação de profissionais em âmbito internacional. Países como Estados Unidos, Canadá, Noruega e praticamente toda a comunidade europeia adotam a certificação na área de equipamentos para construção, em especial no segmento de içamento de cargas.
A norma detalha todas as metodologias e critérios que precisam ser adotados por organismos que fornecem certificações, incluindo a elaboração das provas, no sentido de evitar que perguntas estejam redigidas de modo ambíguo e com dupla interpretação. “A norma estabelece um padrão para os institutos e organismos que são especializados na formação de pessoas”, diz Mello Jr. “Como base para nossa certificação, essa norma também garante transparência, segurança e credibilidade ao processo, evitando qualquer tipo de condução inadequada nos procedimentos.”
Isso porque um dos pontos abrangidos pela norma refere-se especificamente ao órgão de treinamento, estabelecendo requisitos para a formação de pessoas como dimensão mínima e localização das salas, carga horária e conteúdo programático, entre outros. Em organismos internacionais, por exemplo, a carga horária mínima exigida para um profissional adquirir conhecimentos para operar equipamentos é de 160 horas.
No Brasil, entretanto, ainda não existe padronização. “Imagine que existem empresas que fazem o processo de treinamento em apenas 16 horas!”, alerta Mello Jr, acrescendo que uma certificação criteriosa é o melhor (talvez único) caminho para garantir ao mercado da construção que o profissional tem plenas condições de desempenhar seu papel com segurança e produtividade.
Saiba como se inscrever
Em sua maioria, os procedimentos para obter certificação por reconhecimento podem ser realizados por meio eletrônico. Ao entrar no site do projeto, o candidato deve selecionar o nível de certificação a que deseja se inscrever e ler atentamente os requisitos e exigências mínimas. Depois, deve-se preencher o código de ética e a ficha de solicitação, cujos arquivos estão disponíveis para download no próprio site. Após o preenchimento, os documentos devem ser encaminhados à Abendi junto às comprovações solicitadas para cada nível de certificação, além de foto 3x4 e cópia do documento de identificação (RG, CHN, CREA ou CPF).
Após o recebimento dos documentos, um boleto é enviado para o e-mail fornecido nos dados cadastrais. Uma vez realizado o pagamento, confirma-se automaticamente a inscrição e a documentação fornecida é enviada para análise. Com isso, inicia-se o processo de certificação propriamente dito. Ao ser aprovado, o candidato recebe carteira e certificado, que têm prazo de validade de 24 meses a partir da data de emissão. Antes do término do primeiro período de certificação, o profissional pode realizar a renovação. Os requisitos para esse procedimento – assim como para recertificação – também podem ser encontrados no site.
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