P U B L I C I D A D E

ABRIR
FECHAR
Revista M&T - Ed.12 - Jul/Ago 1992
Voltar
PERFIL

Gino Cucchiari

Diretor Comercial da Fiatallis, o engenheiro Gino Cucchiari está no Brasil desde 1969: Ele é nosso entrevistado da seção Perfil, contando um pouco sobre sua empresa, mercado e esperanças.

O entrevistado desta edição de Manutenção & Tecnologia é o italiano Gino Cucchiari. Nascido na cidade de Viterbo — localizada entre Roma e Firenze —, em 1948, chegou ao Brasil em 69 como assistente de diretoria da Fiatallis, em Belo Horizonte, Minas Gerais. Hoje, Gino é o diretor comercial da empresa. Sem desmerecer o cargo que ocupa, ele confessa que sente saudade do tempo em que trabalhava em pós-venda, um setor desprezado por alguns mas que em sua opinião favorece a mais completa visão do mercado.

Formado em mecânica (engenharia de produção) pelo Instituto Galileu Galilei, também na cidade de Viterbo, Gino Cucchiari é casado e tem dois filhos. Nesta entrevista ele fala um pouco de sua experiência, dos novos projetos da Fiatallis e de suas perspectivas para os próximos anos.


Diretor Comercial da Fiatallis, o engenheiro Gino Cucchiari está no Brasil desde 1969: Ele é nosso entrevistado da seção Perfil, contando um pouco sobre sua empresa, mercado e esperanças.

O entrevistado desta edição de Manutenção & Tecnologia é o italiano Gino Cucchiari. Nascido na cidade de Viterbo — localizada entre Roma e Firenze —, em 1948, chegou ao Brasil em 69 como assistente de diretoria da Fiatallis, em Belo Horizonte, Minas Gerais. Hoje, Gino é o diretor comercial da empresa. Sem desmerecer o cargo que ocupa, ele confessa que sente saudade do tempo em que trabalhava em pós-venda, um setor desprezado por alguns mas que em sua opinião favorece a mais completa visão do mercado.

Formado em mecânica (engenharia de produção) pelo Instituto Galileu Galilei, também na cidade de Viterbo, Gino Cucchiari é casado e tem dois filhos. Nesta entrevista ele fala um pouco de sua experiência, dos novos projetos da Fiatallis e de suas perspectivas para os próximos anos.

M&T - Qual a posição da Fiatallis sobre cada linha de equipamentos no mercado brasileiro?

Gino - A Fiatallis saiu no mercado brasileiro para ser "full line". Nos últimos anos tem lançado vários produtos que complementaram a linha. Nós temos hoje a mais completa linha de equipamentos, que inclui tratores de esteira, pá carregadeira, escavadeira hidráulica, motoniveladoras e retroescavadeiras.

M&T - Como anda o acordo John Deere/HitachifFiatallis?

Gino - Bem, o acordo H:. Fiatallis foi concluído mundialmente o da John Deere não está suspen e, provavelmente, não vai ser fel. Para este acordo é necessárioinvestimentos e a John Deere es disposta a investir no ramo de quipamentos rodoviários. Por isso está suspenso. Mas, de qualquer forma, adquirimos a tecnologia da John Deere e temos direito de utilização. O fato não ter saído o acordo não impede intercâmbio de tecnologia.

M&T - Como é a decisão de modificar projetos ou lançar um novo mercado?

Gino - Normalmente não se somente no mercado doméstico, no mundial também, porque a produtos acabam sendo fabri,- somente no Brasil. Para isso, p é primordial que tenhamos um rn do doméstico forte. Mas que ta seja acompanhado de uma a• mundial, que possa absorver minada quantidade quando o me, doméstico está em baixa, como agora.

M&T - Com relação a esses tos de máquinas, quais são as dades e os benefícios do lançamento

Gino - Os benefícios são os dt ter uma competição doméstica! exemplo, se uma motonivel Fiatallis é produzida somente aq Brasil, nós nunca vamos enc uma máquina igual da Fiatallis cada na Itália competindo para el no Paquistão. Este é o maior bei., cio. Quanto às dificuldades, o rr;i do já foi muito mais difícil qum estava fechado para a imPortsj Hoje, com a abertura, fica mais Quando falta componentes nacio) pode-se recorrer ao mercado exterior.

M&T - Existem planos de grandeinvestimentos no Brasil?

Gino - No Brasil nós sempre investimos e continuamos a investir. O que estamos cuidando muito atualmente, porém, são as despesas. Os investimentos que estavam programados há alguns anos estão sendo cumpridos. Não só a Fiatallis, mas todo o grupo Fiat, está envolvido em investimentos no Brasil, que já superam os US$ 2 milhões.

M&T - O senhor acredita que o mercado nacional está disposto a pagar por maior qualidade dos produtos ou já existe uma preferência pelo mais barato, independente da qualidade?

Gino - Hoje no Brasil todas as empresas olham muito a parte do custo. Acho que a recessão é benéfica no momento em que faz com que cada empresa equilibre seus custos a níveis suportáveis. Nossos clientes hoje cuidam mais do custo do que do fato de se ter um produto de marca. Nesta crise nós vemos que o cliente olha muito a parte financeira e o pós-venda, não se atendo muito à marca. Há alguns anos, a marca era determinante.

M&T - E a qualidade, então, está perdendo espaço para este custo?

Gino - Não diria a qualidade. Acho que este ponto está, atualmente, num nível muito bom. Todas as marcas estão bem. Cuida-se hoje muito deste aspecto, do pós-venda e do custo. Nesse trinômio a balança pesa mais para o custo.

M&T - Os clientes brasileiros da Fiatallis estão conseguindo a vida útil do equipamento idealizada pela empresa?

Gino - Sim. E no Brasil é bastante superior as que acontecem nos demais países. Em vários lugares, por exemplo, um equipamento é utilizado somente em uma obra. Ele é amortizado naquela obra específica. Aqui isso não acontece, pois são utilizados por muito mais tempo.

M&T - E como está a manutenção dos equipamentos da Fiatallis no mercado nacional?

Gino - Estamos vivendo um momento que reflete a grande recessão que diminuiu consideravelmente a venda de peças, seja da rede de concessionária, seja do mercado paralelo. A maioria dos equipamentos está parada. É um período difícil de se falar sobre isso. Nós temos nossa rede preparada para atender aos construtores, que também para reduzir seus custos optaram pela eliminação da auto-assistência técnica.

M&T - Qual é hoje o carro-chefe da linha de fabricação de sua empresa?

Gino - Mesmo contando que o mercado doméstico nunca esteve tão fraco em motoniveladoras, ainda este é o equipamento mais vendido pela Fiatallis. Isto devido ao fato de exportar a maioria delas. A motoniveladora é a grande participante da empresa no mercado brasileiro juntamente com a escavadeira hidráulica.

M&T - E no mercado externo, o que vende mais?

Gino - Depende muito da parte geográfica. Mas, por exemplo, a escavadeira hidráulica vende muito na Europa. Há ainda o trator de esteira, pá carregadeira e outros produtos, com a melhor aceitação em outros continentes.

M&T - Esses produtos são a última palavra em tecnologia Fiatallis?

Gino - Seguramente. Na parte de escavadeira hidráulica, com certeza. No que diz respeito à pá carregadeira, a nova linha foi lançada na feira internacional de Bauma, na Alemanha, no início do ano.

M&T - Dentro da fábrica existe um programa de polivalência ou o profissional somente trabalha em linha de montagem em série?

Gino - Estamos trabalhando na linha, o que está mais em moda atualmente. Nós temos a linha de montagem de máquinas operatrizes com controle numérico — somos uma das empresas que mais investiu nisso. O resto da linha está dividido em canbam, que vai permitir uma redução sensível dos estoques e do ciclo de trabalho. Isto já está sendo implantado. É o sistema que se usa no Japão. Aqui esse tipo deverá se manter pelo menos até que a inflação caia e as taxas de juros sejam menores. No Japão funciona assim porque eles não tem espaço físico para colocar estoques excedentes.

M&T - A Fiatallis está preparada para a ISO-9000?

Gino - Seguramente. Estamos acompanhando tudo, porque além de servir ao mercado em desenvolvimento, facilitará também a expansão. Queremos entrar no Japão, assim como estamos nos Estados Unidos e Europa. Para isso, temos de ter produtos seguindo as novas normas mundiais.

M&T - Em sua vida profissional na empresa qual a experiência mais marcante?

Gino - A área de pós-venda. É um trabalho que desafia o profissional de uma forma muito intensa todos os dias, com coisas novas. Todos acham que é um mal necessário, quando, na verdade, o profissional na área de serviços, manutenção ou peças de reposição é o que acumula mais experiências, abrindo os olhos para novos desafios.

M&T - Como você vê o Brasil nos próximos dez anos?

Gino - O Brasil, por ter crescido rapidamente nas décadas de 60 e 70, criou grandes empresas em nível mundial. Mas acho que este país não deverá realizar grandes obras, principalmente nos moldes que elas estão organizadas hoje. Mas, da forma que adquiriram experiência e obtiveram tecnologia própria, a acredito que elas deverão se direcionar para o mercado exterior. Não teremos o mesmo mercado do passado, porém teremos um mercado mundial aberto, onde, seguramente, a construção civil brasileira pode ganhar espaço.

M&T - E como fica a utilização dos equipamentos de construção neste contexto?

Gino - Nós estamos vendo que há mudanças na utilização de macisei Existe uma preparação na Fia* para cuidar de alguns equiparneei específicos, como a escavadeiffili dráulica e retro-escavadeiras, levantam com o reaparecimenlet doenças endêmicas. Isso, certas te, deverá forçar os países a ire tir no setor de saneamento onde estas máquinas sempre ta espaço.

M&T - Junto com representa, da Cake,rspitlar e Kom você participou de um encontra. movido pela SOBRATEMA, para cutir a manutenção sem repos0 que foi possível tirar desse ence3

Gino - Mostrou que temos de continuar no caminho do controle e te de preços das peças. A SOBRATEMA abriu os olhos dos fabrie.,i para que se veja se o preço que' sendo cobrado é realmente jus adequação completa vai mas foi muito importante este tro, onde muita coisa pôde ser mensionada.

P U B L I C I D A D E

ABRIR
FECHAR

P U B L I C I D A D E

P U B L I C I D A D E