Há tempos, a locação vem ganhando espaço em diversos setores da economia nacional.
De olho nesse importante setor da economia brasileira, a 1ª edição do Rent Next Summit – realizada em junho na capital paulista – abriu uma oportunidade de reflexão acerca do momento atual do segmento, destacando as oportunidades e os desafios que permeiam a atividade, especialmente em relação a veículos automotivos, máquinas e equipamentos pesados, que compõem parte expressiva da cultura de uso no país.
Segundo Leandro Lara, diretor da empresa The Experience Company, organizadora do evento, o avanço da tecnologia – além da comunicação e da interação social – também está revolucionando a forma como as pessoas se deslocam, produzem e transportam cargas e passageiros.
“Pela importância que representam em nossas vidas, temas como mobilidade, tecnologia e inovaç&atil
Há tempos, a locação vem ganhando espaço em diversos setores da economia nacional.
De olho nesse importante setor da economia brasileira, a 1ª edição do Rent Next Summit – realizada em junho na capital paulista – abriu uma oportunidade de reflexão acerca do momento atual do segmento, destacando as oportunidades e os desafios que permeiam a atividade, especialmente em relação a veículos automotivos, máquinas e equipamentos pesados, que compõem parte expressiva da cultura de uso no país.
Segundo Leandro Lara, diretor da empresa The Experience Company, organizadora do evento, o avanço da tecnologia – além da comunicação e da interação social – também está revolucionando a forma como as pessoas se deslocam, produzem e transportam cargas e passageiros.
“Pela importância que representam em nossas vidas, temas como mobilidade, tecnologia e inovação precisam ser mais debatidos neste momento”, disse ele.
A própria estrutura do evento mostra a importância crescente do tema.
Organizado pela Federação Nacional das Empresas Locadoras de Veículos Automotores (Fenaloc), o Rent Next Summit 2025 teve apoio institucional da Sobratema (Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração) e de outras entidades setoriais nacionais, como Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), Analoc (Associação Brasileira dos Sindicatos e Associações Representantes dos Locadores de Equipamentos, Máquinas e Ferramentas), Anfir (Associação Nacional Fabricantes de Implementos Rodoviários) e Fenauto (Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores), além de Sindilocs (Sindicatos das Empresas Locadoras de Veículos Automotores) distribuídos pelo país.
De acordo com Paulo Esteves, presidente da Analoc, somente o segmento de máquinas e equipamentos já conta com cerca de 50 mil empresas no Brasil e mais de 350 mil funcionários, com faturamento anual de R$ 70 bilhões.
“Mas se somar o mercado de maquinários aos segmentos de veículos, caminhões e ônibus, esses números são ainda muito maiores e expressivos”, afirmou.
CARGA TRIBUTÁRIA
Para o executivo da Analoc, o setor de rental vem ganhando força no país ao longo do tempo, mas os desafios ainda são consideráveis. “Neste momento, isso se dá especialmente por conta da reforma tributária e todos os impactos previstos que isso representa para o segmento”, posicionou Esteves.
Nesse aspecto, a presidente executiva da Anav (Associação Nacional de Empresas de Aluguel de Veículos e Gestão de Frotas), Roberta Marchesi, relatou que no ano passado o setor de locação acompanhou em peso e com grande expectativa as discussões que envolveram a aprovação da reforma, materializada na Lei Complementar nº 214 (publicada em 16 de janeiro deste ano), que altera a legislação tributária ao instituir tributos como IBS (Imposto sobre Bens e Serviços), CBS (Contribuição Social sobre Bens e Serviços) e IS (Imposto Seletivo), além de criar um Comitê Gestor do IBS, dentre outras mudanças.
“Com isso, altera-se a lógica do sistema tributário nacional, trazendo impactos não só para o setor de locação, como também para toda a sociedade”, observou Marchesi.
De acordo com Luísa Carneiro, diretora jurídica e de relações institucionais da Localiza, a locação nunca foi enquadrada como serviço no país. No entanto, o novo regime de tributação estabelece o conceito de serviço e mercadoria para fins tributários no consumo, instituindo o IVA (Imposto de Valor Agregado) sobre todas as operações com bens, nas quais se enquadra a locação, trazendo uma tributação mais abrangente para o setor.
“Todavia, é preciso observar o lado positivo da reforma tributária, que veio para simplificar as regras, tornando o processo mais transparente”, ponderou a diretora.
Por sua vez, o diretor comercial de frotas da Unidas, Manuel Messias, ressaltou que o período de transição tende a ser mais turbulento – ou seja, os resultados da simplificação serão sentidos apenas no futuro.
“Estamos falando de um período longo, no qual o primeiro impacto será o período de transição”, disse o especialista. “Os primeiros testes serão em 2026, com expectativas positivas no que tange à maior integração de processos, o que resultará em maior segurança jurídica.”
CONTEXTO
Mesmo ganhando relevância ao longo dos anos, o setor de locação de máquinas e equipamentos, especificamente, vem enfrentando desafios como a pulverização do mercado. Mas, infelizmente, não fica só nisso.
Em sentindo horário: Esteves, Lema, Leite, Daniel e Júnior avaliaram o momento do mercado de rental no Brasil
Para quem atua no setor, acrescentou o presidente da Escad Rental, Eurimilson Daniel, os principais desafios incluem ainda a dificuldade para obtenção de crédito, assim como a escassez de mão de obra e a necessidade de manter a frota atualizada para atender às exigências dos clientes, além do risco contábil de realizar novos investimentos.
Além disso, a Linha Amarela exige investimentos elevados, acentuou o empresário. “Quando se investe em um equipamento, os aportes geralmente têm um período de prazo longo, podendo chegar até cinco anos”, disse o executivo, que também é vice-presidente da Sobratema.
“Mas imagine que, no meio do caminho, ocorra uma alta preferência do mercado por uma nova tecnologia, como o elétrico, por exemplo. Nesse caso, fica-se com o endividamento de um equipamento que tem preferência menor dos clientes na locação.”
Mesmo com esses obstáculos, o executivo destacou no Rent Next Summit que o usuário brasileiro “está entendendo a complexidade de gerenciar uma frota própria, que implica correr riscos financeiros, fazendo com que a modalidade de locação se mostre uma alternativa melhor para os negócios”.
Para Eduardo Lema, diretor executivo da unidade de negócios pesados da Mills, essa tendência vem desde a Lava Jato, que fez o segmento de locação crescer exponencialmente no país, uma vez que as grandes frotas deixaram de ser concentradas nas principais construtoras, que foram as principais afetadas no processo.
“Com a pulverização do setor, já não se tinha tanta concentração de maquinários em apenas algumas companhias”, afirmou.
“Dessa forma, surgiu uma grande oportunidade para o mercado de locação.”
No entanto, mais recentemente o pós-pandemia afetou os preços dos equipamentos, que praticamente dobraram de valor desde então.
“Então, se havia o interesse das empresas em alugar máquinas, por outro lado o aumento do custo dos equipamentos dificultou a formação de preços competitivos”, destacou Lema.
“E, agora, temos ainda o desafio do custo de capital, que tem aumentado bastante”, complementou.
O diretor apontou que o novo contexto faz com que as companhias tenham de ser cada vez mais eficientes, de modo a “proporcionar um bom serviço para o cliente, permitindo que consigam extrair o máximo de cada uma das máquinas ou caminhões locados”.
INVESTIMENTOS
Atualmente, o mercado de locação de equipamentos (incluindo pesados) tem uma participação de pouco mais de 3% do mercado nacional, com uma frota total de 3,6 milhões de ativos acima de 3,5 t.
“Temos um mundo de oportunidades para desenvolver”, apontou José Geraldo Santana Franco Júnior, diretor comercial da Vamos.
O mercado de transporte, especificamente, apresenta diversas particularidades, observou o especialista, incluindo cor de placa, onde poder rodar e se o bem tem licença ou não.
“Ou seja, é bem customizado e, por isso, demorou mais para o mercado de pesados entrar no setor de locação, seja com máquina, caminhão ou ônibus”, explicou.
Impactos da reforma tributária e ciclo de rentabilidade dos ativos marcaram o debate
Ainda sobre as particularidades do rental de pesados, Daniel citou como a decisão de investimentos apresenta diversas vertentes nas empresas, podendo ser mais conservadora ou arrojada.
“Os mais conservadores esperam pedido para investir, no chamado investimento sobre a demanda”, delineou o locador.
“Mas também há um cenário que contempla a renovação da frota, que passa a ser vista como uma forma de investimento.”
Por fim, também surgem oportunidades oferecidas por condições comerciais mais favoráveis, dentro de uma conjuntura financeira igualmente adequada.
“Isso permite comparar o valor para adquirir uma máquina com o da locação, fazendo com que faça sentido”, sublinhou Daniel, destacando que é preciso equilibrar os investimentos dentro das necessidades.
Isso implica entender o ciclo de vida do produto, o que vale especialmente para equipamentos pesados, que têm vida útil mais curta comparativamente. “Por isso, é sempre relevante saber o valor de revenda do bem”, destacou Lema, da Mills.
“A aplicação de capital intensivo, como é o caso da locação, exige detalhamento de todas as contas, incluindo quanto se paga pelo ativo, quanto se obtém na locação e por quanto se vende no final da vida.”
Isso é fundamental na hora de se escolher um equipamento, acentuou o executivo, buscando entender o ciclo de rentabilidade antes de tomar qualquer decisão.
Nesse aspecto, as locadoras vêm trabalhando para proporcionar maior transparência sobre a gestão do ativo que está sendo adquirido, agregando credibilidade ao negócio.
“Antes, as locadoras não eram vistas como esse balcão de compra, pois éramos sempre a última opção”, ressaltou Fábio Leite, CEO da Addiante.
“Hoje, ao contrário, as locadoras conseguem oferecer oportunidades para qualquer vendedor de consumidor final”, concluiu.
Saiba mais:
Rent Next Summit: www.rent-next.com
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Telefone (11) 3662-4159
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