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Revista M&T - Ed.270 - Dez/Jan 2023
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PLATAFORMAS

Demanda crescente de elétricos

Utilizando principalmente baterias de íonS de lítio, a eletrificação já alcança os modelos de maior porte de plataformas articuladas e telescópicas, relatam especialistas
Por Antonio Santomauro

Motores elétricos têm presença marcante no mercado de plataformas, cujos modelos de menor porte – utilizados prioritariamente em ambientes internos e aplicações industriais – sempre foram movidos a eletricidade. Além de tradicionais, essas plataformas menores, geralmente construídas no conceito de “tesoura”, também predominam nos portfólios das locadoras brasileiras.

A novidade agora é a oferta de plataformas elétricas de maior porte, tanto articuladas quanto telescópicas, projetadas com características que permitem o uso nos mais diversos tipos de terrenos – all terrain, segundo denominação usual, com tração 4x4, eixo oscilante e maior altura livre do solo, entre outras.

Ao mesmo tempo em que já alcança os modelos maiores, a tecnologia elétrica evolui também pela adoção de novos recursos, como os motores AC – que gradualmente relegam os motores DC a plano secundário – e as baterias de íons de lítio, que anunciam vantagens como maior autonomia e menor tempo de recarga, disputando o mercado de forma cada vez mais incisiva com as baterias de chumbo ácido.

Na bauma 2022, a Zoomlion apresentou quatro plataformas projetadas para operar em qualquer terreno – duas articuladas e duas telescópicas, com alturas de trabalho entre 18 m e 28 m. As máquinas são equipadas com baterias de íons de lítio, como ademais são 95% dos modelos elétricos disponíveis no segmento.

“Baterias de lítio permitem cargas de conveniência – nas baterias de chumbo ácido isso pode acarretar o efeito memória – e carregamento mais rápido, garantindo mais tempo em operação e menos tempo de máquina indisponível”, diz Rafael Teodoro,


Motores elétricos têm presença marcante no mercado de plataformas, cujos modelos de menor porte – utilizados prioritariamente em ambientes internos e aplicações industriais – sempre foram movidos a eletricidade. Além de tradicionais, essas plataformas menores, geralmente construídas no conceito de “tesoura”, também predominam nos portfólios das locadoras brasileiras.

A novidade agora é a oferta de plataformas elétricas de maior porte, tanto articuladas quanto telescópicas, projetadas com características que permitem o uso nos mais diversos tipos de terrenos – all terrain, segundo denominação usual, com tração 4x4, eixo oscilante e maior altura livre do solo, entre outras.

Ao mesmo tempo em que já alcança os modelos maiores, a tecnologia elétrica evolui também pela adoção de novos recursos, como os motores AC – que gradualmente relegam os motores DC a plano secundário – e as baterias de íons de lítio, que anunciam vantagens como maior autonomia e menor tempo de recarga, disputando o mercado de forma cada vez mais incisiva com as baterias de chumbo ácido.

Na bauma 2022, a Zoomlion apresentou quatro plataformas projetadas para operar em qualquer terreno – duas articuladas e duas telescópicas, com alturas de trabalho entre 18 m e 28 m. As máquinas são equipadas com baterias de íons de lítio, como ademais são 95% dos modelos elétricos disponíveis no segmento.

“Baterias de lítio permitem cargas de conveniência – nas baterias de chumbo ácido isso pode acarretar o efeito memória – e carregamento mais rápido, garantindo mais tempo em operação e menos tempo de máquina indisponível”, diz Rafael Teodoro, gerente da unidade de negócios Plataformas Aéreas & Empilhadeiras da Zoomlion. “Enquanto as baterias de chumbo ácido duram em média de 2 a 2,5 anos, as unidades de íon-lítio têm garantia de 5 anos, podendo durar 10 ou mais anos.”

Os clientes da Zoomlion, ele lembra, já podem optar entre modelos de plataformas diesel ou elétricas, cujas alturas de trabalho variam entre 16 m e 28 m. “É cada vez maior o interesse pelos elétricos”, constata Teodoro.


Interesse por modelos elétricos é cada vez maior no segmento de plataformas

VANTAGENS

A Genie também trabalha com baterias de lítio, já opcionais para plataformas do tipo tesoura da linha GS E-Drive – cujas alturas de trabalho variam entre 5 m e 16 m –, que não têm características todo terreno. A empresa também já disponibiliza no país plataformas híbridas – nas quais um motor diesel recarrega as baterias à medida que vão perdendo carga – que podem operar sobre quaisquer terrenos, como os modelos Z45 FE e Z60 FE, com alturas de trabalho de 15,9 e 20,16 m, respectivamente.

As dimensões do conjunto, observa Fabiano Fagá, gerente sênior de vendas da Genie para a América Latina, ainda limitam o desenvolvimento de modelos elétricos para plataformas de maior porte. “Mas a maioria de nossos recentes lançamentos é de modelos elétricos ou híbridos”, ressalta, destacando que a eliminação de gases é apenas uma das vantagens dos modelos elétricos.

Há outras, como redução na geração de ruído – que elimina possíveis limitações de uso no espaço urbano – e uma acentuada diminuição da necessidade de manutenção (comparativamente aos modelos a diesel). “As novas plataformas elétricas também são mais produtivas, pois utilizam motores AC, mais eficazes que os DC, que antes eram padrão e ainda são utilizados em algumas plataformas”, complementa.

Na Haulotte, o diretor geral no Brasil, Marcelo Racca, explica que o portfólio não mais inclui plataformas elétricas com motor DC (a última saiu de linha em setembro último). “Motores AC diminuem o consumo das baterias e o custo de manutenção, além de aumentarem a longevidade do equipamento”, assegura. “Por isso, todos os nossos modelos elétricos atuais têm motor AC.”

De maneira geral, diz ele, os modelos elétricos exigem muito menos manutenção que os equivalentes a diesel. “Além da periódica, após cerca de 5 mil horas de uso um modelo diesel exige uma manutenção pesada”, diz Racca. “Com isso, as plataformas elétricas mantêm maior valor no decorrer do tempo e, possivelmente, alcançarão melhor preço no caso de revenda.”

A Haulotte também conta com um modelo híbrido para operação em qualquer terreno (com altura de trabalho de 20,6 m). Embora mantenha-se atenta à tecnologia, a marca ainda não disponibiliza plataformas movidas a baterias de lítio. “Temos compromisso com o ciclo completo do produto, e ainda há problemas para o descarte dessas baterias”, ele justifica.

A Zoomlion, ressalta Teodoro, assume a responsabilidade pelo descarte das baterias de lítio das plataformas que comercializa. Além disso, ele acrescenta, a destinação das baterias de chumbo ácido também não é simples, pois utilizam substâncias como chumbo e mercúrio. “Já a bateria de lítio é uma caixa hermeticamente fechada, da qual não vaza nada e não há uso de mercúrio, cromo, chumbo e outras substâncias tóxicas”, argumenta.


Segundo especialistas, motores AC diminuem consumo das baterias e o custo de manutenção

CONVERSÃO

No início do ano, a JLG lançou na Europa um kit que permite converter plataformas movidas a diesel em elétricas. No Brasil, a tecnologia já está sendo avaliada pela locadora Mills e outras empresas, revela Luca Riga, gerente sênior de marketing e desenvolvimento de negócios da JLG na América Latina.

O kit, ressalta Riga, ajuda a prolongar a vida útil de modelos já existentes, além de possibilitar sua utilização em diferentes ambientes. “Ao invés de transportar unidades diferentes para essas aplicações internas e externas, as locadoras podem enviar a mesma unidade para qualquer um desses trabalhos”, destaca.

A JLG, ele aponta, há tempos oferece plataformas elétricas para operação em ambientes externos e em terrenos acidentados. “Nossas plataformas de lança EC600SJ e EC600SJP estão no mercado há décadas, juntamente com modelos híbridos equivalentes”, ele cita. “E nossa linha de lança compacta sobre esteiras, com sistema de energia de bateria de íon-lítio opcional, está disponível na América Latina desde 2010”, acrescenta.

Entre outros itens, o portfólio da JLG da inclui ainda a plataforma do tipo tesoura DaVinci AE1932, com altura de 5,7 m e que, além de ser movida a eletricidade, não traz componentes hidráulicos e zera totalmente qualquer tipo de emissão. “Foi desenvolvida para aplicações que devem atender regulamentos ambientais rigorosos”, diz Riga.

Mas o avanço das plataformas elétricas não deve extinguir os modelos a combustão que, na opinião de Teodoro, da Zoomlion, seguirão demandadas em algumas aplicações, como operações mais intensivas da construção civil. “Além de não precisar parar para recarregar, a plataforma a diesel é um bom equipamento, pois tem potência e bom torque”, acentua.


Mercado já conta com kit que permite converter plataformas a diesel em elétricas

MERCADO

Na Genie, diz Fagá, a eletrificação já é o principal foco no desenvolvimento de novos modelos. Foco, inclusive, reforçado com a recente aquisição pelo Grupo Terex (controlador da Genie) da startup Acculon Energy, especializada em soluções de eletrificação de sistemas de elevação e outros equipamentos. “A demanda por plataformas elétricas vem crescendo, e já representa mais de 50% de nossas vendas”, conta Fagá. “Em ambientes internos, o uso de elétricos já é praticamente mandatório, sendo que os equipamentos diesel são associados principalmente a áreas externas de obras.”

As plataformas elétricas dotadas de baterias de chumbo ácido, diz Fagá, tendem a ter preço de aquisição até inferior ao das equivalentes a combustão. Mas essa relação deve tornar-se mais equilibrada com o uso das baterias de lítio, cujo custo é superior ao das similares de chumbo ácido. “Em compensação, a bateria de lítio tem carregamento muito mais rápido, a carga dura mais tempo e requer muito menos manutenção”, ele reforça.

Na JLG, Riga nota um “forte interesse” em toda a América Latina – destacadamente no Brasil – por plataformas elétricas, especialmente equipamentos do tipo tesoura da linha DaVinci e modelos de lança EC. “Realizamos um evento para mostrar o primeiro modelo em abril – e foi vendido imediatamente. Desde então, todas as unidades que trouxemos também foram vendidas”, ele relata.

O especialista associa parte dessa demanda a operações com necessidades ambientais específicas, notoriamente em relação à emissão de gases e ruídos, como ocorre na construção de armazéns, universidades, manutenção de instalações, hospitais e data centers, entre outras. “Os elétricos são mais atraentes nessas aplicações do que os movidos a diesel porque, em geral, são mais silenciosos, emitem menos fumaça e, em muitos casos, são menos volumosos”, observa.

No Brasil, destaca Racca, da Haulotte, os modelos elétricos sempre tiveram participação majoritária nas vendas de plataformas, pois aqui os clientes amplamente majoritários desse mercado – responsáveis por mais de 90% da demanda – são as locadoras, que adquirem principalmente equipamentos destinados a ambientes e aplicações industriais, tradicionalmente movidos a eletricidade. “As máquinas elétricas predominam em nossos lançamentos”, diz ele. “E, nos primeiros dez meses deste ano, 52% das vendas no mercado nacional foram realizadas com modelos elétricos.”


Mercado brasileiro já testa equipamentos elétricos All Terrain para alturas maiores


Elétricos enfrentam desafios em aplicações que não podem ser paralisadas para carregamento

A Mills já avalia a performance de plataformas elétricas capazes de operar em qualquer tipo de terreno, bem com a tecnologia, apresentada pela JLG, que converte plataformas movidas a combustão em elétricas. “Talvez faça mais sentido utilizar essa tecnologia quando o motor chega ao fim da vida útil, ao invés de retificar o motor”, argumenta Daniel Brugioni, diretor executivo de Rental da empresa. “Mas estamos estudando essa possibilidade, talvez já para o próximo ano.”

Atualmente, detalha Brugioni, cerca de 55% das 10 mil plataformas da Mills são elétricas. Mas todos os modelos elétricos, cuja altura de trabalho atinge 20 m, são utilizados basicamente em ambientes internos. “Os fabricantes já estão desenvolvendo equipamentos elétricos All Terrain, para maiores alturas”, ele relata. “E já estamos testando alguns deles, visando compra.”

Alguns fatores, pondera, ainda inibem um avanço mais acelerado das máquinas elétricas de maior porte. Entre outros, Brugioni cita a dificuldade de emprego em aplicações que não podem ser paralisadas para o carregamento. “O problema pode ser minimizado com baterias de lítio, que podem ser carregadas em cerca de 2 h, enquanto a bateria de chumbo diesel pode exigir de 6 a 8 h para carregamento”, afirma.

Grandes empresas de mineração e siderurgia, ele prossegue, estão atentas às questões da sustentabilidade, olhando mais atentamente para a possibilidade de uso de plataformas elétricas. “Aumentaremos nossa quantidade de elétricas, não apenas pela maior demanda, mas também pelos nossos planos de sustentabilidade”, frisa o profissional da Mills, que em seu mais recente relatório de sustentabilidade anuncia a meta de elevar a participação de plataformas elétricas em sua frota de 50% para 60% até 2025.

Saiba mais:
Genie:
www.genielift.com/pt
Haulotte: www.haulotte.com.br
JLG: www.jlg.com/pt-br
Mills: www.mills.com.br
Zoomlion: www.zoomlion.com.br

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