Não é de hoje que proprietários e locadores de máquinas agrícolas e da Linha Amarela enfrentam problemas com furtos e roubos de seus maquinários. Além de evidente perda financeira e indesejada paralisação do trabalho, os envolvidos enfrentam dificuldades até mesmo para identificar esse tipo de crime, cada vez mais comum no setor.
Buscando soluções para esse tipo de problema, entidades do setor de máquinas, equipamentos e ferramentas se reuniram no final do ano passado com lideranças do Centro Integrado de Comando e Controle de São Paulo (CICC/SP) para debater maneiras de identificar e – se possível – evitar os sinistros de bens de capital no país.
De acordo com o general de brigada Carlos Sérgio Camara Saú, coordenador do CICC/SP, um dos procedimentos básicos a se tomar nesses casos consiste em registrar e manter em mãos os respectivos boletins da ocorrência, pois as máquinas geral
Não é de hoje que proprietários e locadores de máquinas agrícolas e da Linha Amarela enfrentam problemas com furtos e roubos de seus maquinários. Além de evidente perda financeira e indesejada paralisação do trabalho, os envolvidos enfrentam dificuldades até mesmo para identificar esse tipo de crime, cada vez mais comum no setor.
Buscando soluções para esse tipo de problema, entidades do setor de máquinas, equipamentos e ferramentas se reuniram no final do ano passado com lideranças do Centro Integrado de Comando e Controle de São Paulo (CICC/SP) para debater maneiras de identificar e – se possível – evitar os sinistros de bens de capital no país.
De acordo com o general de brigada Carlos Sérgio Camara Saú, coordenador do CICC/SP, um dos procedimentos básicos a se tomar nesses casos consiste em registrar e manter em mãos os respectivos boletins da ocorrência, pois as máquinas geralmente não contam com uma documentação mais completa, similar à dos automóveis, que possuem placas e números de chassi, por exemplo.
No máximo, apresentam apenas nota fiscal que, em muitos casos, pode até mesmo ser adulterada pelos criminosos. “Assim, realmente existe um desafio para identificar esse tipo de crime, pois ele acaba sendo igual a um roubo de outros objetos”, afirmou o general.
Para o general Saú, solução passa pela articulação entre os diferentes atores
Além disso, Saú destacou que as quadrilhas vêm se tornando especializadas na ação, uma vez que roubar um maquinário de grande porte exige um esquema altamente profissionalizado, que inclui pesquisa e localização dos equipamentos, desativação de alarmes e rastreadores, adulteração e retirada de sinais e plaquetas de identificação e preparação de documentação falsa, além de contar com equipes para transporte e de revenda dos equipamentos. “As quadrilhas possuem divisões de tarefas típicas do crime organizado, sem falar do esquema de revenda desses maquinários, que também é esquematizado, desde a retirada até o transporte e a reaquisição indébita”, explicou o militar.
SUSCETIBILIDADE
Durante o encontro com as entidades, o general apresentou um estudo realizado pela Polícia Militar sobre as ocorrências com tratores e demais máquinas agrícolas nos últimos dois anos. Segundo o estudo, em 2018 foram registradas 231 ocorrências de crimes consumados, enquanto de janeiro a setembro de 2019 foram contabilizadas 207 ocorrências de crimes consumados, além de uma tentativa.
Segundo o vice-presidente da Sobratema, Eurimilson Daniel, o parque nacional de máquinas pesadas atualmente gira em torno de 604 mil unidades, enquanto o setor de rental – um dos mais afetados pelos sinistros – conta com mais de 15 mil empresas, incluindo locadoras de máquinas da Linha Leve, da Linha Amarela e para elevação de cargas e pessoas, como plataformas de trabalho aéreo e guindastes.
Desse modo, um número elevado de equipamentos encontra-se suscetível ao roubo e ao furto, o que faz com que a incidência desse tipo de crime seja provavelmente ainda maior do que o apresentado no estudo. “O locador se torna mais vulnerável à ação do roubo porque seus equipamentos estão presentes em diversos lugares do país”, comentou o dirigente, que também é secretário da Analoc (Associações Representantes dos Locadores de Equipamentos, Máquinas e Ferramentas).
Daniel: perdas significativas para os negócios
Em decorrência dessa suscetibilidade, disse ele, o setor também sofre com a falta de investimentos, pois como não há garantias – e um alto índice de furtos e roubos – o segmento não é bem-visto pelos fundos, por exemplo. “Evidentemente, ninguém quer colocar dinheiro em um lugar em que as máquinas são roubadas e não se pode fazer nada”, complementou Daniel. “Ou seja, estamos falando de perdas muito significativas para o futuro dos nossos negócios.”
O vice-presidente da Sobratema também expôs o que as empresas e as entidades estão fazendo para combater esses crimes de roubo e estelionato, como análises detalhadas de clientes, locais e regiões. Outras ações incluem a identificação visual e personalização das máquinas, assim como seu monitoramento e rastreamento, além de contratação de seguro que, todavia, apresenta uma série de restrições. “Devido à alta incidência de roubos, há locais em que a seguradora não quer mais fazer o seguro dessas máquinas”, revelou.
Segundo Daniel, as seguradoras também apresentam exigências adicionais para assegurar os equipamentos, como existência de canteiros murados e fechados com vigilância 24 hs, além de a oferta incluir cobertura apenas em território nacional, excetuando fronteiras, não cobrir furtos simples e golpes de estelionato e sequer cobrir equipamentos utilizados em atividades agrícolas e de reflorestamento. “Hoje, se você tem um sinistro, a seguradora dificilmente faz a renovação, ou então joga o preço bem alto”, ponderou.
Em relação ao poder público, as entidades clamam por uma atuação mais efetiva no combate à criminalidade no setor, sugerindo para tanto a criação de um departamento ou delegacia especializada no tema, além de maior apoio das polícias civil, militar e rodoviária, incluindo fiscalização mais abrangente, maior controle de fronteiras interestaduais, integração de dados e capacidade de investigação. “Mas a solução para esse tipo de problema não passa apenas pela segurança púbica, pois é preciso trazer outros atores, incluindo representantes de instituições como o Detran (Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo) e, até mesmo, os fabricantes de equipamentos”, finalizou o general Saú.
Entidades juntam forçaspara tratar do assunto
Iniciativa da Sobratema, a ação junto ao Centro Integrado de Comando e Controle de São Paulo (CICC/SP) contou com a participação da Associação Brasileira dos Sindicatos e Associações Representantes dos Locadores de Equipamentos, Máquinas e Ferramentas (Analoc), Associação Paulista dos Empreiteiros e Locadores de Máquinas de Terraplenagem, Ar Comprimido, Hidráulico e Equipamentos de Construção Civil (Apelmat), Associação dos Locadores de Equipamentos para a Construção Civil (Alec) e Associação Brasileira de Fôrmas, Escoramentos e Acesso (Abrasfe).
Saiba mais:
CICC/SP: www.policiamilitar.sp.gov.br
Sobratema: www.sobratema.org.br
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