Neste artigo, são abordados alguns procedimentos importantes referentes à armazenagem, montagem, inspeção e manutenção de pneus, aros e rodas, que apesar de básicos nem sempre são atendidos adequadamente nas oficinas de serviço.
Antes, algumas considerações. De modo geral, produtos de borracha não devem ser expostos – quando fora de operação – diretamente à luz solar, calor, ozônio e derivados de petróleo, uma vez que esses elementos alteram as características físico-químicas da borracha e, consequentemente, o desempenho dos produtos.
Assim, pneus e aros, montados ou não, devem ser invariavelmente armazenados em locais cobertos e fechados. O armazém, galpão ou depósito deve ser fresco, seco e ventilado, necessariamente.
Idealmente, a temperatura de armazenagem deve estar entre 10ºC e 25ºC, não devendo ultrapassar 35ºC. Temperaturas acima desse valor aceleram o envelhecime
Neste artigo, são abordados alguns procedimentos importantes referentes à armazenagem, montagem, inspeção e manutenção de pneus, aros e rodas, que apesar de básicos nem sempre são atendidos adequadamente nas oficinas de serviço.
Antes, algumas considerações. De modo geral, produtos de borracha não devem ser expostos – quando fora de operação – diretamente à luz solar, calor, ozônio e derivados de petróleo, uma vez que esses elementos alteram as características físico-químicas da borracha e, consequentemente, o desempenho dos produtos.
Assim, pneus e aros, montados ou não, devem ser invariavelmente armazenados em locais cobertos e fechados. O armazém, galpão ou depósito deve ser fresco, seco e ventilado, necessariamente.
Idealmente, a temperatura de armazenagem deve estar entre 10ºC e 25ºC, não devendo ultrapassar 35ºC. Temperaturas acima desse valor aceleram o envelhecimento da borracha e reduzem consideravelmente a vida útil do componente.
Da mesma maneira, lâmpadas fluorescentes ou de vapor de mercúrio, motores elétricos e outros equipamentos que produzem ozônio não devem permanecer próximos aos pneus. Deve ser evitado ainda o contato com solventes, combustíveis, lubrificantes, desinfetantes e outros produtos semelhantes.
Pneus devem ser armazenados na posição vertical, recomendando-se a rotação uma vez por mês para evitar deformações
PNEUS E CÂMARAS
Os pneus devem ser armazenados na posição vertical, recomendando-se a rotação uma vez por mês, para evitar deformações. E não é recomendável empilhar pneus sem câmara. Uma vez guardados, o tempo de armazenagem deve ser o menor possível, recomendando-se usar um sistema PEPS (“primeiro a entrar, primeiro a sair”). Recomenda-se também que o tempo máximo de armazenagem seja de cinco anos após a fabricação, observadas as condições adequadas de conservação.
Até porque os pneus envelhecem, mesmo sem terem sido usados. Trincas na banda de rodagem ou mesmo deformações na carcaça são sinais de envelhecimento. Nesse caso, os pneus devem ser inspecionados por um funcionário qualificado e treinado, que avaliará a possibilidade de utilização.
Em períodos mais prolongados de parada, é importante guardar o equipamento sobre cavaletes e proteger os pneus da luz solar direta. Já as câmaras de ar devem ser ligeiramente infladas, polvilhadas com talco e colocadas no interior dos pneus – ou mantidas em suas embalagens originais. Por sua vez, as válvulas devem ser armazenadas em local seco, de preferência na própria embalagem. Uma vez instaladas, as válvulas devem dispor de tampas de proteção.
Na substituição de pneus com câmara recomenda-se usar uma câmara nova, com inserção de talco antes da instalação no pneu. Na substituição de pneus sem câmara, recomenda-se lubrificar os talões e as regiões de assentamento no aro com o lubrificante recomendado pelo fabricante do pneu, além de substituir a válvula por uma nova. Em pneus cujo acesso à válvula é mais difícil, como os internos de conjuntos duplos, deve-se usar extensão nas válvulas.
Antes de iniciar a inflação, certifique-se de que os talões estejam corretamente assentados no aro. Mais uma vez, a pressão não deve ultrapassar a recomendada pelo fabricante do pneu. Caso não ocorra o assentamento correto, é necessário esvaziar, girar no aro e centralizar o pneu novamente, antes de iniciar a inflação. Após completar essa etapa, deve-se verificar se os talões estão assentados corretamente.
Por questões de segurança, o operador deve ficar distante do pneu durante esse processo. Além disso, recomenda-se o uso de gaiola sempre que possível.
Para adicionar peso às rodas de tração, pode-se utilizar lastro com líquido, substituindo até um máximo de 75% do volume de ar por uma solução de cloreto de cálcio e água. O acréscimo de peso é da ordem de 50% sobre o da água. Nesse caso, é necessário utilizar válvulas especiais, seja em pneus com ou sem câmara.
Na desmontagem, deve-se esvaziar por completo o pneu e tomar cuidado para não danificar ou deformar os talões. Para tanto, não devem ser usadas marretas, picaretas ou ferramentas similares. No caso de rodagem dupla, deve-se esvaziar ambos os pneus antes de se iniciar a desmontagem.
Estado das rodas deve ser verificado regularmente,especialmente deformações nos flanges dos aros e discos das rodas
AROS E RODAS
O conjunto de aro e disco constitui a roda. O pneu é montado no aro e o disco serve para fixação da roda na máquina. As rodas podem ser fabricadas em uma única peça ou, nas medidas maiores, em três ou cinco peças.
A inspeção desse conjunto deve estar voltada para a verificação de eventuais defeitos ou deficiências, tomando-se as medidas cabíveis em cada caso. Nessa linha, o estado das rodas deve ser verificado regularmente, especialmente com respeito à deformação dos flanges dos aros ou dos discos das rodas.
Recomenda-se também esvaziar o pneu antes de se remover o aro do veículo, para evitar risco de acidentes devido à baixa resistência dos componentes. Ressalte-se que a maioria dos problemas referentes aos aros e rodas está relacionada à má utilização (sobrecarga ou manutenção inadequada).
Antes de substituir os componentes avariados, deve-se identificar a causa, para evitar repetição do problema. E as operações de montagem e desmontagem devem ser feitas por um profissional experiente, que disponha de ferramentas adequadas e siga as instruções dos fabricantes. Deve-se trabalhar sempre com segurança, em ambiente limpo e piso firme.
Rodas danificadas não devem ser recuperadas, soldadas ou reparadas
Na inspeção, deve-se verificar se há danos no pneu e na câmara de ar, além da presença de corpos estranhos entre esses elementos ou entre o talão e o aro. Rachaduras, deformações, ovalizações, empenamentos ou corrosão acentuada na roda ou nos demais componentes, bem como nos furos de fixação ou em qualquer outro local, implicam a substituição imediata do componente, uma vez que a utilização nessas condições compromete a segurança do equipamento.
As rodas danificadas não devem ser recuperadas, soldadas ou reparadas em nenhuma hipótese, pois podem ocasionar acidentes graves ou fatais. Da mesma forma, elementos como porcas, parafusos e prisioneiros devem ser objeto de inspeção cuidadosa. Caso ocorra quebra de um único parafuso, também devem ser trocados os adjacentes de cada lado. Se mais de dois quebrarem, deve-se substituir todos os parafusos.
Outro ponto de destaque é não utilizar óleo na montagem, pois isso pode afrouxar o parafuso e causar acidentes graves. Para garantir a segurança, recomenda-se a sobra de quatro filetes de rosca após o aperto.
Por fim, a montagem deve ser feita conforme o torque especificado pelo fabricante. Isso é particularmente importante quando se usam ferramentas pneumáticas (chaves de impacto), que deverão ser devidamente calibradas. Recomenda-se conferir o aperto dos parafusos das rodas a cada 2.000 horas.
PROCEDIMENTOS
De olho nos pneus
Parte relevante das avarias em pneus decorre de pressões inadequadas de enchimento. Por isso, as pressões devem estar de acordo com a carga prevista, conforme indicado no Manual de Normas Técnicas de Pneus, Aros e Válvulas da Alapa (Associação Latino-Americana de Pneus e Aros) e nas informações fornecidas pelos fabricantes.
Como procedimento padrão, as pressões devem ser medidas diariamente, antes do início de cada turno de trabalho, prevendo-se a possibilidade de aumento em torno de 20% durante a operação. Outros danos e suas causas estão detalhados no quadro abaixo.
Pressões inadequadas de enchimento são responsáveis por grande parte das avarias
Av. Francisco Matarazzo, 404 Cj. 701/703 Água Branca - CEP 05001-000 São Paulo/SP
Telefone (11) 3662-4159
© Sobratema. A reprodução do conteúdo total ou parcial é autorizada, desde que citada a fonte. Política de privacidade