Segundo especialistas do setor, qualquer projeção sobre o mercado brasileiro de equipamentos para construção rodoviária esbarra em índices pouco confiáveis já que esse setor se caracteriza por apresentar um comportamento volátil, fruto de sua forte dependência em relação aos investimentos públicos e às questões de natureza político-burocrática decorrentes desse fato.
“Quando você observa a evolução desse mercado, percebe que seu comportamento é completamente atípico”, endossa Luiz Lemos, gerente da linha de negócios para equipamentos pesados da Dynapac. “O que aconteceu no ano passado pode não se repetir novamente este ano e, por isso, só ao final de períodos específicos é que podemos fazer projeções mais consistentes.”
Lemos opina com a autoridade de quem trabalha com a venda de máquinas para esse mercado, especialmente os rolos de compactação. Nesse segmento específico, diz ele, o país deve consumir atualmente cerca de 2.000 unidades por ano, cabendo à Dynapac uma participação em torno de 700 unidades (35%). “Pode até ser melhor que isso, mas ainda não sabemos o que vai aco
Segundo especialistas do setor, qualquer projeção sobre o mercado brasileiro de equipamentos para construção rodoviária esbarra em índices pouco confiáveis já que esse setor se caracteriza por apresentar um comportamento volátil, fruto de sua forte dependência em relação aos investimentos públicos e às questões de natureza político-burocrática decorrentes desse fato.
“Quando você observa a evolução desse mercado, percebe que seu comportamento é completamente atípico”, endossa Luiz Lemos, gerente da linha de negócios para equipamentos pesados da Dynapac. “O que aconteceu no ano passado pode não se repetir novamente este ano e, por isso, só ao final de períodos específicos é que podemos fazer projeções mais consistentes.”
Lemos opina com a autoridade de quem trabalha com a venda de máquinas para esse mercado, especialmente os rolos de compactação. Nesse segmento específico, diz ele, o país deve consumir atualmente cerca de 2.000 unidades por ano, cabendo à Dynapac uma participação em torno de 700 unidades (35%). “Pode até ser melhor que isso, mas ainda não sabemos o que vai acontecer”, ele avalia ao se referir à possível liberação dos investimentos públicos para obras de infraestrutura represados até o momento.
Novos compactadores
Para atender as demandas de compactação de solo e asfalto, a Dynapc produz diversos modelos de equipamentos, desde os rolos vibratórios de um cilindro e tandem, até os compactadores estáticos, pneumáticos e de impacto, uma linha modernizada que é exportada para o mundo inteiro. “Nossos produtos têm se aprimorado muito e incorporado soluções como a transmissão hidrostática, sistemas computadorizados de acompanhamento da compactação e outras soluções”, diz Lemos.
O modelo CA6000PD, por exemplo, é o novo conceito de rolos vibratórios da empresa. O equipamento apresenta cabine climatizada, possibilidade de movimentação lateral, controles eletrônicos de vibração e frequência e outros recursos. Sua amplitude nominal de compactação gira entre 0,8 mm e 2,1 mm, enquanto a frequência de vibração fica entre 29 Hz e 30 Hz e a força centrífuga, entre 150 kN e 360 kN. “É a máquina mais completa da empresa, projetada para proporcionar muito conforto ao operador”, diz o gerente. “Ela se caracteriza pelo máximo rendimento e baixo consumo de combustível.”
A Dynapac quer ser vista como uma empresa especializada no segmento e, por isso, dedica-se à ampliação de seu portfólio de produtos. Há seis meses, por exemplo, começou a produzir um rolo de tambor duplo para trabalhar com asfalto, mas que atua com eficiência também na compactação de concreto rolado. O índice de nacionalização do equipamento é bastante alto, em torno de 75%. “Ele é usado normalmente em construção de barragem, conferindo alta resistência ao concreto rolado”, diz Lemos.
Tendência em pavimentação
Um lapso do mercado brasileiro, segundo o executivo, está no segmento de vibroacabadoras. Os modelos de grande porte, com até 16 m de largura de compactação e capacidades de 150 a 1.200 t/h, dificilmente encontram aplicação no país atualmente. A Dynapac trabalha com máquinas desse tipo produzidas na Alemanha, capazes de executar duas camadas asfálticas ao mesmo tempo e imprimir ao pavimento flexível a mesma durabilidade de um pavimento rígido de concreto.
No Brasil, o processo normalmente é mais longo, envolvendo três etapas de trabalho. “Primeiro, é feita a capa do binder, seguida pela imprimação e, finalmente, pela aplicação da capa asfáltica”, ele explica. “Com a técnica Compact Ashford, entretanto, é possível fazer simultaneamente o binder e a caixa de rolagem, o que encurta consideravelmente o tempo da obra e aumenta a qualidade do serviço.”
Apesar dos investimentos em tecnologia de equipamentos, o executivo revela receio quanto à demora na liberação dos investimentos para infraestrutura e as consequências dessa política para os fabricantes. “O mercado responde muito mais rapidamente quando há investimento, mas as fábricas não acompanham com a mesma velocidade. Se a liberação não acontecer rápido, em determinado momento poderá haver falta de equipamentos”, ele alerta.
Canibalização do mercado
Mesma preocupação é demonstrada por Roque Reis, diretor comercial da Case Construction, que avalia deter cerca de 15% do mercado nacional de equipamentos para escavação e movimentação de terra. O executivo ressalta que o atraso na retomada das obras de grande porte já está produzindo uma retração na demanda de máquinas pesadas para construção, que atinge níveis mais sensíveis em segmentos como o de motoniveladoras, por exemplo.
“Em 2013, o mercado brasileiro deverá consumir aproximadamente 25 mil máquinas para esse segmento, mas deveria estar em torno 50 mil unidades, que era o total vendido na América Latina em 2011”, afirma Reis. Ele fundamenta esse raciocínio no comportamento do mercado dos Estados Unidos, que no período de crise econômica consumiu cerca de 70 mil unidades anualmente e já opera com projeções de vendas na faixa de 170 mil unidades por ano.
Em um cenário marcado pela retração, o aumento da competição acentua ainda mais os reflexos sobre a indústria. “O número de concorrentes no nosso setor saltou de 11 empresas, em 2006, para 36 atualmente”, diz o executivo ao ressaltar que esse quadro está apontando para uma canibalização nos preços praticados no mercado de equipamentos para construção. Como exemplo, Reis cita as licitações realizadas pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário para a aquisição de máquinas.
Investimentos em produtos
Apesar dessas preocupações em relação ao mercado, Reis diz que a indústria está fazendo sua parte ao investir na modernização e ampliação da capacidade produtiva. A Case Construction, por exemplo, integra esse rol de empresas em função dos investimentos de R$ 600 milhões anunciados pela sua controladora, a CNH, para a instalação de uma fábrica em Montes Claros (MG), cujo início das operações está previsto para 2012.
Além disso, nos últimos seis anos, a empresa expandiu seu portfólio de produtos em 150%, contando atualmente com 32 modelos de equipamentos para atender às mais variadas aplicações em obras civis e construção pesada. Durante a M&T Expo 2012, por exemplo, a empresa lançou no mercado a sua linha de miniescavadeiras, para oferecer uma alternativa ao segmento de obras urbanas e canteiros com pouco espaço para a movimentação dos equipamentos.
Importadas do Japão, as máquinas se caracterizam pelo raio de giro curto e elevada capacidade de escavação. “Uma das principais aplicações para essas máquinas é a escavação em área urbana e obras de estradas, onde a atividade de construção não pode impactar o trânsito local”, diz Edmar de Paula, gerente de marketing de produto da Case Construction.
Flexibilidade na britagem
Apesar desse momento de apreensão do mercado, um segmento que se mantém em ritmo acelerado é o de britagem móvel, que vem se consolidando cada vez mais como uma tendência nos canteiros de construção, projetos de demolição, mineradoras e na produção de agregados para construção civil. Com a demanda por esse tipo de equipamento em expansão, o mercado brasileiro acaba de registrar o ingresso de um competidor de peso para disputar a preferência dos usuários.
Pouco mais de um ano após a aquisição da empresa alemã Hartl Anlagenbau, a agora denominada Atlas Copco Powercrusher lançou oficialmente na M&T Expo 2012 sua linha de britagem, incluindo britadores de mandíbulas, de cone e peneiras móveis. A nova área de atuação complementa o extenso portfólio da empresa, que já atua em nível global nos segmentos de compressores de ar e gás comprimido, geradores, equipamentos de construção e mineração, ferramentas industriais e sistemas de montagem, além de serviços relacionados a locação.
Carlos Eduardo Quintaes, gerente de produto da área de britagem móvel da Atlas Copco Powercrusher, ressalta a praticidade e rapidez na mobilização dos equipamentos como uma vantagem competitiva para os britadores móveis. “O tempo gasto para colocar esse equipamento em operação é impressionante, pois basta descarregá-lo na frente de operação e, em menos de 24 horas, ele está pronto para produzir.”
De olho na liderança
Segundo o gerente, a estrutura mais compacta dos equipamentos é outra vantagem considerável. “As caixas de britagem têm a mesma produtividade de modelos maiores, pois seu centro de gravidade é mais baixo, conferindo melhor estabilidade ao conjunto, que não precisa de apoios como patolas hidráulicas ou qualquer artifício para equilibrar o equipamento”, diz Quintaes.
Além disso, ele ressalta que os modelos de mandíbulas da empresa são equipados com um sistema exclusivo, chamado Quattro Movement, que amplia sua produtividade ao fazer com que o queixo do britador exerça coerção na rocha desde o início da caixa de britagem. “Isso promove a quebra do material a ser desmontado, agilizando o processo e aumentando o volume de produção em relação aos demais modelos de sua categoria”, explica Quintaes.
Para atender o mercado brasileiro, a divisão Powercrusher montou um estoque de peças de reposição na fábrica da Dynapac (fabricante de equipamentos de compactação e pavimentação adquirida há seis anos pela Atlas Copco Road Construction Equipment), em Sorocaba (SP), e estruturou uma rede de 15 distribuidores nacionais selecionados estrategicamente por região. “Nossa meta é vender 60 máquinas por ano”, diz Rosana Rodrigues, gerente de vendas da divisão de construção da Atlas Copco Powercrusher. “Estamos apenas iniciando as atividades nesse segmento no país, mas contamos com vantagens competitivas que certamente poderão nos levar à liderança nesse mercado”, ela conclui.
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