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Revista M&T - Ed.18 - Jul/Ago 1993
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ADTP - HIDROVIAS COM FUTURO PROMISSOR

O Brasil começa, finalmente, a descobrir a importância de seu sistema hidroviário. A Agência de Desenvolvimento Tietê-Paraná - ADPT- é quem cuida da implementação deste projeto, que conta com apoio dos governos estaduais e da iniciativa privada.

O transporte hidroviário brasileiro parece estar entrando no século XXI. Depois de vários anos de inoperância - exceção feita a poucos pioneiros - o aproveitamento dos grandes rios passa a ter destaque. Felizmente, graças aos investimentos e visão de futuro dos governos estaduais e da iniciativa privada, esta situação está mudando. Desde o ano passado, está em atividade comercial o sistema hidroviário Tietê-Paraná, depois de um início de operação parcial em 1978. Somente neste período, cerca de 11,5 milhões de toneladas de cargas já foram escoadas através de 1040 km, numa prova do sucesso da iniciativa.
O processo de utilização do sistema Tietê-Paraná é coordenado pela Agência de Desenvolvimento Tietê-Paraná - ADTP - uma agência multissetorial, na forma de sociedade civil sem fins lucrativos, formada no âmbito do Fórum Paulista de Desenvolvimento, em 1991. Participam da ADTP empresas privadas e estatais, com forte apoio dos governos de São Paulo, Paraná, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás. Empresas da Bolívia e Paraguai também estão atuando na agência.
O objetivo principal da ADTP é promover o desenvolvimento econômico sustentado na região de influência dos rios Tietê e Paraná. Para isso, está adotando, inicialmente, sistemas de organização já utilizados com sucesso em outros países, visando a articulação e a convergência de interesses dos setores privado e público em áreas como energia, transporte, telemática, agribusiness, integração regional e reabilitação da cultura de desenvolvimento. A ADTP presta assessoria para todos que pretendam investir


O Brasil começa, finalmente, a descobrir a importância de seu sistema hidroviário. A Agência de Desenvolvimento Tietê-Paraná - ADPT- é quem cuida da implementação deste projeto, que conta com apoio dos governos estaduais e da iniciativa privada.

O transporte hidroviário brasileiro parece estar entrando no século XXI. Depois de vários anos de inoperância - exceção feita a poucos pioneiros - o aproveitamento dos grandes rios passa a ter destaque. Felizmente, graças aos investimentos e visão de futuro dos governos estaduais e da iniciativa privada, esta situação está mudando. Desde o ano passado, está em atividade comercial o sistema hidroviário Tietê-Paraná, depois de um início de operação parcial em 1978. Somente neste período, cerca de 11,5 milhões de toneladas de cargas já foram escoadas através de 1040 km, numa prova do sucesso da iniciativa.
O processo de utilização do sistema Tietê-Paraná é coordenado pela Agência de Desenvolvimento Tietê-Paraná - ADTP - uma agência multissetorial, na forma de sociedade civil sem fins lucrativos, formada no âmbito do Fórum Paulista de Desenvolvimento, em 1991. Participam da ADTP empresas privadas e estatais, com forte apoio dos governos de São Paulo, Paraná, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás. Empresas da Bolívia e Paraguai também estão atuando na agência.
O objetivo principal da ADTP é promover o desenvolvimento econômico sustentado na região de influência dos rios Tietê e Paraná. Para isso, está adotando, inicialmente, sistemas de organização já utilizados com sucesso em outros países, visando a articulação e a convergência de interesses dos setores privado e público em áreas como energia, transporte, telemática, agribusiness, integração regional e reabilitação da cultura de desenvolvimento. A ADTP presta assessoria para todos que pretendam investir na região.
A viabilização deste projeto já consumiu cerca de 1,6 bilhão de dólares, por parte do governo paulista - através da CESP - somente em obras de infraestrutura básica. Os especialistas calculam que são necessários mais 300 ou 400 milhões de dólares para a concretização do projeto. Todo investimento, entretanto, parece pequeno quando comparado com as possibilidades do sistema hidroviário.
Em 1995, a hidrovia deverá estar atingindo Itaipu, cobrindo 2400 km e interligando-se ao Mercosul. Serão 20 milhões de toneladas/ano de cargas quando o sistema estiver completo. Isso gerará uma economia de 220 milhões de litros de óleo diesel, reduzindo em até 75% o custo do frete atual.

Outro fator importante para o investimento é a região do Tietê- Paraná. Esse mercado constitui-se num dos mais ricos do País, composto por 50 milhões de pessoas, com renda atual de 4,5 mil dólares. Ele também é responsável pelo consumo de 70% da produção brasileira, sendo, obviamente, um ponto natural de investimentos.
INTERMODALIDADE
O complemento a todo este investimento para tornar viável a navegação no sistema Tietê- Paraná, virá através da conexão da hidrovia a uma rede intermodal, que integraria os 2400 quilômetros navegáveis. Ela seria alimentada por redes ferroviária e rodoviária, possibilitando o transporte das 20 milhões de tonelada/ano pela malha fluvial.
Com a intermodalidade, abrem-se outras portas. Segundo a ADPT, a Dersa está abrindo concessões para exploração de modernas rodovias, em torno da região metropolitana de São Paulo e do porto de Santos, tais como os sistemas Anchieta- Imigrantes, Anhanguera-Ban- deirantes, Castelo Branco, Trabalhadores-Carvalho Pinto- Dutra. Também a FEPASA já estabelece parcerias, possibilitando à iniciativa privada fazer investimentos em locomotivas, vagões e infraestrutura, visando a redução de custos de frete e melhoria da logística de transportes.
Este é o caso da Comercial Quintella, uma das empresas que está colaborando com a ADTP, que possui suas máquinas e trabalha em conjunto com a FEPASA. “Acho que não existe projeto similar, pois nunca vi um cliente colocando material rodante em operação”, destaca Guilherme Quintella, diretor de logística da empresa.
Os principais terminais de hidrovias já estão em fase de implantação em São Simão, Pederneiras, Conchas e Araçatuba. Há projetos para implantação também nas cidades de Piracicaba e Uberlândia.
DIVERSIFICAÇÃO
A utilização do sistema hidroviário do Tietê-Paraná não pretende ficar preso somente aos negócios. Há também uma preocupação de incentivar o lazer e o turismo na região. Afinal, são 17 mil km de litoral, onde não faltam matas nativas, peixes, animais silvestres e praias de água doce, proporcionando oportunidades ilimitadas de exploração. Região de alto poder aquisitivo, é dela que sai, anualmente, de acordo com dados oficiais, o segundo maior contingente de turistas para o exterior.
Com um clima quente e úmido, a região tem águas tépidas, atraindo muitas pessoas. Vários lugares para investimentos em lazer e turismo já foram identificados, possuindo toda a infraestrutura necessária.
PARCERIA
Uma das principais empresas que participam e apostam no sucesso da ADTP é a Comercial Quintella, empresa especializada no transporte de soja e de outros produtos. A empresa já tem duas barcaças atuando no Tietê-Paraná, pretendendo chegar a 14 até janeiro de 1994, para escoar seus produtos até o porto de Santos. “O melhor jeito de se chegar a qualquer porto, para levar o seu produto, é através da hidrovia. E, atualmente, é possível utilizar esse processo”, destaca Guilherme Quintella.

Mas a Comercial Quintella está ligada mais intimamente ao projeto. Foi através de seu diretor presidente, Wilson Quintella, que o sistema hidroviário começou a ser pensado de uma forma mais correta. Conhecedor de hidrovias, ele começou, na década de 50, a estudar, juntamente com outras pessoas interessadas, o potencial dos rios. Aos poucos, com um trabalho de construção de barragens e eclusas, para futuro aproveitamento dos rios, ele colaborou para o aproveitamento total do sistema hidroviário.
“Foi a maior obra silenciosa já feita no sentido de possibilitar fundo duplo, seguindo a tendência internacional, no Tietê-Paraná. Com equipamentos modernos, a empresa acredita que terá algumas dificuldades neste início, em razão da falta de experiência. “A navegação no Brasil é feita muito empiricamente. Com os investimentos e o conhecimento técnico, haverá a profissionalização do sistema. Trabalharemos para atingir um padrão elevado de atendimento”, explica.

Guilherme também destaca a participação dos governos estaduais, em especial o de São Paulo. Para ele, o governo deve se preocupar com as obras de base, possibilitando que não haja problemas. “A CESP tem realmente se mexido para acertar estes detalhes.
Desde o derrocamento à sinalização, ou seja, a manutenção da hidrovia, devem ser de responsabilidade do Estado, e ele tem feito isso através da CESP. Tudo, porém, deve ser feito com calma. O governo deve seguir o ritmo da iniciativa privada”, declara.
Outra preocupação da exportadora tem sido o aproveitamento da mão-de-obra especializada, oriunda das faculdades e escolas técnicas da região. Isto também tem sido feito pela ADTP, o que vem incentivar e atrair jovens de todo o País.

MARCELO EDUARDO BRAGA

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