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Revista M&T - Ed.231 - Fev/Mar 2019
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Editorial

A necessária retomada da infraestrutura

Não há dúvidas de que o nosso descompasso em relação aos países desenvolvidos se deve em grande parte às debilidades da infraestrutura, que afetam toda a cadeia produtiva.

Passada a tempestade, a hora é de retomar a rota do crescimento. Para tanto, a atração de investimentos em infraestrutura é uma necessidade inadiável, tendo em vista a situação de estrangulamento logístico que paira sobre a produção nacional, ademais exposta de maneira crua no ano passado com a deflagração da greve dos caminhoneiros.

Não há dúvidas de que o nosso descompasso em relação aos países desenvolvidos se deve em grande parte às debilidades da infraestrutura. Todavia, em 2019 os investimentos na área deverão representar apenas 1,6% do PIB (Produto Interno Bruto), como apontam cálculos da consultoria Inter.B, enquanto o ideal seria que chegassem ao menos a 4% da economia do país.

Desse modo, superar esse gap é um caminho árduo, mas que precisa ser percorrido. A começar pelas obras paradas. De acordo com o estudo “Grandes obras paradas: como enfrentar o problema”, desenvolvido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o país conta atualmente com 2.796 obras paralisadas, sendo 517 delas referentes ao setor de infraestrutura.

À parte questões técnicas e burocráticas, as empresas interromperam essas obras por dificuldades financeiras. Além disso, dificuldades quanto a financiamentos, problemas de governança e projetos mal-elaborados freiam ainda mais os investimentos na área, afetando toda a cadeia – aí inseridos os players


Passada a tempestade, a hora é de retomar a rota do crescimento. Para tanto, a atração de investimentos em infraestrutura é uma necessidade inadiável, tendo em vista a situação de estrangulamento logístico que paira sobre a produção nacional, ademais exposta de maneira crua no ano passado com a deflagração da greve dos caminhoneiros.

Não há dúvidas de que o nosso descompasso em relação aos países desenvolvidos se deve em grande parte às debilidades da infraestrutura. Todavia, em 2019 os investimentos na área deverão representar apenas 1,6% do PIB (Produto Interno Bruto), como apontam cálculos da consultoria Inter.B, enquanto o ideal seria que chegassem ao menos a 4% da economia do país.

Desse modo, superar esse gap é um caminho árduo, mas que precisa ser percorrido. A começar pelas obras paradas. De acordo com o estudo “Grandes obras paradas: como enfrentar o problema”, desenvolvido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o país conta atualmente com 2.796 obras paralisadas, sendo 517 delas referentes ao setor de infraestrutura.

À parte questões técnicas e burocráticas, as empresas interromperam essas obras por dificuldades financeiras. Além disso, dificuldades quanto a financiamentos, problemas de governança e projetos mal-elaborados freiam ainda mais os investimentos na área, afetando toda a cadeia – aí inseridos os players do segmento de bens de capital. Mas elas precisam ser retomadas, sob a pena de um atraso ainda maior na recuperação.

Também a questão das privatizações e concessões – que envolvem vultosos investimentos e retorno de longo prazo – esbarra no problema do financiamento. A expectativa é que esses investimentos saiam do setor bancário e do mercado de capitais, sem os quais novas obras dificilmente serão tocadas. Mas, até aqui, a participação do setor privado na área tem sido apenas uma fração do seu potencial.

É certo que tais projetos vêm atraindo a atenção de investidores externos, que podem ajudar a destravar os aportes, desde que a lei de licitações – atualmente tramitando no Projeto de Lei 6814/17 – traga avanços reais no que se refere à segurança jurídica, além de aumento da previsibilidade, planejamento técnico e modernização regulatória.

Acenando com investimentos de R$ 180 bilhões, o novo governo já sinalizou que pode incluir as obras inacabadas no pacote de privatizações, além de mudar as regras de concessões. Resta esperar que essas não sejam apenas cifras (e promessas) citadas ao vento, como já vimos em tempos recentes. Boa leitura.

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