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Revista M&T - Ed.288 - Outubro 2024
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COMPACTOS

A eficiência da mecanização

Impulsionando a mecanização dos canteiros, as máquinas compactas diversificam a frota brasileira de equipamentos com opções para uso em aplicações específicas e com restrição de espaço
Por Antonio Santomauro


O uso de equipamentos compactos vem crescendo exponencialmente na América do Norte e, com certa similaridade, também no Brasil. Dados divulgados pela Abimaq sobre as vendas de miniescavadeiras estimam uma demanda em torno de 25% maior em 2024, comparada ao ano anterior.

Vários fatores explicam esse comportamento, a começar pela urbanização crescente, falta de espaços em áreas metropolitanas, aumento de obras civis e de saneamento, entre outras.

Para quem acompanha as mudanças no uso desses modelos, é nítido que o aumento ocorre, ainda, porque as empresas começaram a fazer o dimensionamento correto, aplicando as máquinas de forma adequada para o trabalho.

Há alguns anos, era comum uma escavadeira de 20 t ser usada com caçamba pequena em serviços onde uma compacta de 12 t trabalharia tranquilamente, com menor custo e mais eficiência.

“A mecanização eficiente das tarefas é, sem dú



O uso de equipamentos compactos vem crescendo exponencialmente na América do Norte e, com certa similaridade, também no Brasil. Dados divulgados pela Abimaq sobre as vendas de miniescavadeiras estimam uma demanda em torno de 25% maior em 2024, comparada ao ano anterior.

Vários fatores explicam esse comportamento, a começar pela urbanização crescente, falta de espaços em áreas metropolitanas, aumento de obras civis e de saneamento, entre outras.

Para quem acompanha as mudanças no uso desses modelos, é nítido que o aumento ocorre, ainda, porque as empresas começaram a fazer o dimensionamento correto, aplicando as máquinas de forma adequada para o trabalho.

Há alguns anos, era comum uma escavadeira de 20 t ser usada com caçamba pequena em serviços onde uma compacta de 12 t trabalharia tranquilamente, com menor custo e mais eficiência.

“A mecanização eficiente das tarefas é, sem dúvida, o fator preponderante para o aumento no uso dos compactos”, avalia João Luis Oliveira, gerente de negócios da Kobelco para a América Latina.

Segundo o diretor de estratégia e soluções de produto da JCB na América Latina, Etelson Hauck, na América do Norte as miniescavadeiras e minicarregadeiras representam cerca de 62% das vendas de máquinas, com aproximadamente 200 mil unidades/ano.

“No Brasil, o modelo de negócios é fortemente influenciado pelos EUA, mas as máquinas compactas têm um custo de aquisição relativamente alto”, avalia. “Apesar disso, o mercado brasileiro está se tornando cada vez mais profissional.”


Inovação na categoria passa por recursos como giro zero e controle por joysticks

Com a oferta de um portfólio mais completo, ficou mais fácil encontrar soluções específicas para cada tipo de trabalho.

Para Anderson Oliveira, gerente comercial de construção civil e produtos de força da Yanmar South America, os compactos já entram em diversos segmentos, até em razão da escassez de mão de obra.

“Uma das áreas com demanda elevada é a agrícola, uma vez que a máquina compacta é mais versátil e pode apoiar diversas tarefas no dia a dia do produtor”, descreve.

O gerente de marketing e vendas da Doosan Bobcat para a América Latina, Charles Kim, entende que o Brasil está alinhado à tendência mundial quanto ao crescimento da utilização de compactos.

“A preferência tem sido por carregadeiras compactas de rodas e de esteiras, além de escavadeiras compactas entre 1 e 8 t de peso operacional”, posiciona.

“Os fatores para isso incluem versatilidade e facilidade de transporte e operação, além de menor consumo e custo de manutenção, possibilitando a mecanização do trabalho.”

TECNOLOGIAS

Tradicionalmente, os compactos possuem tecnologia simplificada e de fácil manutenção, com menos presença de telemetria e automação.

De acordo com Rafael Nieweglowski, líder de vendas de elétricos e compactos da Volvo CE na América Latina, em parte essa característica se relaciona à comparação com pessoas trabalhando.

“Além disso, a tecnologia encarece o produto se for muito sofisticada, assustando e inviabilizando o investimento”, diz.

“Os modelos mais simples têm custos mais competitivos e maior participação na América Latina, em especial no Brasil, que ainda não tem uma cultura de uso na maioria das aplicações.”

Contudo, versões com tecnologia mais avançada – que já estão presentes no mercado europeu, com motores que atendem às leis mais rígidas de emissões, além de sistemas telemáticos embarcados – começam a desembarcar no Brasil.

A própria Volvo, durante a M&T Expo 2024, lançou dois modelos elétricos (L25 Electric e ECR25 Electric), reforçando o compromisso de zerar as emissões de CO2 em suas máquinas até 2040.

“Os novos modelos possuem telemática, pacote de baterias e motor elétrico diferenciado”, explica Nieweglowski. “As apostas tecnológicas em equipamentos desse porte caminham para modelos elétricos.”

Em comparação aos modelos a diesel, ele prossegue, a eletrificação permite reduzir em até 40% a manutenção preventiva e em 90% os gastos com combustível.

“Os primeiros testes no Brasil comprovaram que os compactos elétricos têm operação mais rápida que os equivalentes a diesel, além de reduzirem os ruídos em até 9 db e as emissões de CO2 em 10 t/ano”, acentua o especialista.


Avanços de projeto como acionamento elétrico e engate rápido impulsionam soluções

Na Yanmar, as miniescavadeiras da linha ViO possuem o recurso Giro Zero, que aumenta o desempenho em áreas confinadas ao permitir a escavação lateral de valas, rente às paredes e sem sair do alinhamento, pois o equipamento também conta com articulação da lança.

“Nessa manobra, a cabine é capaz de fazer um giro em 360o, no qual nem o contrapeso, nem a parte frontal da estrutura superior excedem a largura das esteiras”, explica Oliveira.

Os equipamentos também trazem a tecnologia SmartAssist Remote (SA-R), um dispositivo inteligente disponível nas versões a partir de 2 t.

“Por meio dessa tecnologia, é possível acompanhar o trabalho pelo celular ou computador e obter informações em tempo real”, conta o gerente.

“As funções incluem dados como horas trabalhadas, início e término de cada atividade, gerenciamento de manutenção e notificação de erros.”

Na JCB, as minicarregadeiras são consideradas as máquinas tecnologicamente mais avançadas do portfólio, principalmente por conta de sistemas eletrônicos sofisticados.

No entanto, o destaque da linha é o braço Powerboom, que fica do lado direito da máquina.

“Com pinos trapezoidais, o braço único tem 20% mais aço que os modelos tradicionais de braço duplo, garantindo maior rigidez, durabilidade e retenção de material na caçamba, com menos desgaste”, afirma Hauck.

“Além disso, oferece visibilidade 60% maior ao redor da máquina em comparação às convencionais.”


Segmento de compactos já conta com telemetria e sistema de redução de poeira e ruído

INOVAÇÃO

Os compactos da New Holland Construction possuem uma série de recursos tecnológicos para aumentar a eficiência e a segurança nas operações. O sistema de telemetria FleetConnect, por exemplo, permite o monitoramento remoto em tempo real devido à baixa latência de atualização.

“Isso inclui localização geográfica, status de manutenção, consumo de combustível e outros parâmetros operacionais”, explica Rafael Barbosa, gerente de marketing de produto e treinamento comercial da marca para a América Latina.

Barbosa informa que vários modelos possuem motores Tier 4 Final, que reduzem as emissões e o consumo, alinhando-se às práticas de sustentabilidade. “Além disso, são compatíveis com uma ampla gama de implementos”, complementa.

“O objetivo é oferecer máquinas que possam executar várias funções, aumentando a versatilidade e o retorno sobre o investimento.”

Na oferta da Bobcat, as minicarregadeiras contam com o sistema de controle por joysticks (SJC), que além de proporcionar menor fadiga, leveza e precisão, também permite operar o equipamento por controle remoto em aplicações mais arriscadas.

“Além da segurança e conforto, a tecnologia está aliada à facilidade de operação e manutenção propiciada pelos equipamentos”, diz Kim.

A Kobelco, por sua vez, desenvolveu um sistema único de refrigeração para os compactos, com redução de ruído e poeira.

No sistema iNDr (Integrated Noise & Dust Reduction), o compartimento estanque dmotor e o desalinhamento do duto de ar contribuem para a redução de ruído, assim como o filtro montado em frente ao sistema de refrigeração garante uma limpeza mais fácil.

“O sistema iNDr das miniescavadeiras da série SR tem entrada de ar na parte da frente da máquina e saída na parte de baixo”, explica Oliveira.

Na Case CE, a linha de miniescavadeiras inclui dois auxiliares hidráulicos e engate rápido de fábrica, que facilitam a troca de implementos e reduzem o custo de operação.

Segundo Laura Stumpf, especialista de produtos da marca, o portfólio oferece recursos de conectividade, possibilitando uma gestão otimizada de frota.

“As minimáquinas estão ganhando espaço no mercado, com perspectiva de crescimento”, avalia. “Com o aumento da construção de infraestrutura, torna-se notória a limitação de espaços abertos nas cidades.”

Para Stumpf, isso gera um cenário desafiador para máquinas de grande porte, devido à limitação de espaço em áreas construídas.

“Por isso, a solução é trabalhar com máquinas de pequeno porte, que não deixam de ser produtivas, robustas e ágeis”, ela avalia.


Auxiliares hidráulicos e articulação emX estão entre os diferenciais da oferta atual

CONFIGURAÇÃO

Além dessas tecnologias, o mercado de compactos também já conta com opções mais específicas de máquinas.

O gerente de vendas da Avant Tecno para a América Latina, Mário Neves, ressalta que os produtos da marca possuem configuração única.

“Uma pá carregadeira compacta não é a miniatura de uma de grande porte, pois ambas possuem necessidades diferentes”, observa.

“A configuração de uma pá compacta não tem articulação exatamente central, pois o chassi dianteiro sobrepõe-se ao traseiro, que por sua vez entra por baixo do chassi dianteiro.”

Isso faz com que a máquina articule em X, resultando em um equilíbrio diferenciado, que – segundo Neves – proporciona maior estabilidade. Além disso, a distância entre eixos é maior, o que torna as minicarregadeiras capazes de subir ladeiras com a caçamba vazia e descer carregadas, sem tombamentos.

Outro diferencial é que o operador trabalha sentado no chassi dianteiro.

“Essa posição foi pensada para permitir melhor visibilidade dos implementos durante o trabalho”, ressalta o gerente.

Atualmente, a Avant Tecno comercializa cerca de 8 mil máquinas por ano em todo o mundo, mas a meta é dobrar esse volume até 2026. A meta é factível, considerando que nos últimos cinco anos a empresa de origem finlandesa vem crescendo a um ritmo de 20% ao ano.

“Hoje, distribuímos no país toda a linha de produtos, com mais de 100 máquinas e 135 implementos diferentes em estoque”, detalha Neves.


COMPARATIVO
Compactos versus trabalho braçal

Fazer um comparativo entre o uso de compactos e a força braçal não é uma das tarefas mais simples.

Porém, em serviços de escavação para obras menores de saneamento, intervenções viárias ou condominiais, a máquina compacta claramente agrega eficiência ao trabalho graças à força e velocidade do sistema hidráulico.

Quando a manutenção é realizada de acordo com as recomendações do fabricante e a operação é bem-executada, é possível reduzir a necessidade de mão de obra para apenas um ou dois trabalhadores, o que aumenta consideravelmente a chance de concluir a obra com sucesso.

Uma miniescavadeira, por exemplo, é capaz de concluir uma escavação em questão de horas ou minutos, enquanto o trabalho manual pode levar dias.

“Ao escavar uma vala para tubulação de esgoto, a máquina faz o trabalho muito mais rápido, permitindo que a obra avance com segurança”, observa Rafael Barbosa, da New Holland Construction, destacando que, em uma obra com vários trabalhadores, sempre há a possibilidade de acidentes por descuido, uso equivocado de ferramentas e outros riscos.

“Mas quando se mecaniza o trabalho, a quantidade de trabalhadores é reduzida”, finaliza o especialista.


Quando se mecaniza o trabalho, a quantidade de trabalhadores é reduzida


Saiba mais:
Avant Tecno: www.avanttecno.com/br
Case CE: www.casece.com/pt-br
Doosan Bobcat: www.bobcat.com/br/pt
JCB: www.jcb.com/pt-br
Kobelco: www.kobelcocm-global.com
New Holland Construction: https://construction.newholland.com/pt-br/southamerica
Volvo CE: www.volvoce.com/brasil/pt-br
Yanmar: www.yanmar.com/br

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