P U B L I C I D A D E

ABRIR
FECHAR

P U B L I C I D A D E

ABRIR
FECHAR
CENÁRIO
Voltar

Segundo trimestre dará a indicação para o mercado de caminhões

A projeção da Anfavea, inalterada até o momento, é de que sejam emplacados 125,2 mil caminhões em 2025, praticamente estabilidade frente a 2024, com alta de 0,2%

Autodata

20/03/2025 09h20

A indústria de caminhões vem atravessando momento delicado frente ao aumento da taxa básica de juros, 13,25% ao ano, com possibilidade de avançar para 14,25% ainda em março e terminar 2025 em 15%.

Se, por um lado, ainda estão sendo produzidos caminhões que foram negociados durante a Fenatran, em novembro, por outro quando as entregas acabarem – com a ressalva de que alguns pedidos foram cancelados diante do cenário – é possível que o mercado comece a se retrair por causa do encarecimento do crédito.

“Existe a tendência de queda nas vendas por causa do financiamento proibitivo”, assinalou Alexandre Parker, vice-p

...

A indústria de caminhões vem atravessando momento delicado frente ao aumento da taxa básica de juros, 13,25% ao ano, com possibilidade de avançar para 14,25% ainda em março e terminar 2025 em 15%.

Se, por um lado, ainda estão sendo produzidos caminhões que foram negociados durante a Fenatran, em novembro, por outro quando as entregas acabarem – com a ressalva de que alguns pedidos foram cancelados diante do cenário – é possível que o mercado comece a se retrair por causa do encarecimento do crédito.

“Existe a tendência de queda nas vendas por causa do financiamento proibitivo”, assinalou Alexandre Parker, vice-presidente da Anfavea, durante a abertura do Fórum AutoData Perspectivas Caminhões na terça-feira, 18. “Esta é uma realidade. Embora a entidade ainda trabalhe com projeção de mercado estável muitas associadas já estão com expectativa de queda nas vendas.”

Para Parker os próximos três meses serão cruciais para balizar como o segmento se comportará este ano. A favor dele existe a expectativa de aumento de 10% da safra de grãos, para 328 milhões de toneladas, o que configurará uma super safra. Também o índice de confiança do consumidor segue trajetória ascendente e o PIB, ainda que abaixo do crescimento de 2024, deverá encerrar o ano com alta de 2%.

“Este contexto poderá impulsionar a demanda por caminhões semipesados e pesados, mas que comprarão por uma necessidade de entrega de grãos. Tanto que muitos deles têm comprado à vista, de 25% a 30%, mas, sabemos, que só com quem tem dinheiro em caixa e realmente precisa do veículo novo. Ou seja: o reflexo é limitado.”

Dados da Anfavea apresentados por seu vice-presidente apontam que 78% das vendas de caminhões têm sido de semipesados e pesados, e que por causa do valor mais robusto requerem financiamento: “Os bancos de montadoras não têm tanto fôlego como os bancos privados, que fecharam a torneira diante da tendência de alta da Selic e do aumento da inadimplência. O aumento da taxa de juros exerce um efeito perverso no mercado”.

Segundo Parker a inadimplência de janeiro, aos 2,6%, e a taxa média de juros para o financiamento de veículos para pessoa jurídica, 19,7%, apresentaram o pior resultado desde 2017: “Digamos que taxas de 19% a 20% ao ano do Finame e de 21% a 22% do CDC não são muito apetitosas”.

A concessão de crédito no primeiro mês do ano, de R$ 3,5 bilhões, de abril a julho havia encostado em R$ 6 bilhões.

A projeção da Anfavea, inalterada até o momento, é de que sejam emplacados 125,2 mil caminhões em 2025, praticamente estabilidade frente a 2024, com alta de 0,2%. A produção aguardada de 139,9 mil veículos ficará 1% abaixo do ano passado. E as exportações, diante da expectativa de reação do mercado argentino, espera avanço de 2,8%, para 18,4 mil unidades.

P U B L I C I D A D E

P U B L I C I D A D E