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MINERAÇÃO
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O potencial brasileiro em terras raras e minerais estratégicos

Segundo levantamento do Serviço Geológico do Brasil, o país detém a segunda maior reserva de terras raras do mundo, com cerca de 21 milhões de toneladas estimadas

Assessoria de Imprensa

08/08/2025 09h06 | Atualizada em 08/08/2025 09h49

Com recursos minerais expressivos, projetos em expansão e pesquisas coordenadas pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB), o país busca fortalecer sua posição na cadeia global minerais estratégicos, que estão no centro das discussões geopolíticas e industriais globais devido à aplicação na indústria de alta tecnologia.

Segundo levantamento do órgão federal, responsável pelo mapeamento geológico do território nacional, o Brasil é o maior detentor global de reservas de nióbio (94%) – com 16 milhões de toneladas.

No ranking global, é o segundo maior em reserva

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Com recursos minerais expressivos, projetos em expansão e pesquisas coordenadas pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB), o país busca fortalecer sua posição na cadeia global minerais estratégicos, que estão no centro das discussões geopolíticas e industriais globais devido à aplicação na indústria de alta tecnologia.

Segundo levantamento do órgão federal, responsável pelo mapeamento geológico do território nacional, o Brasil é o maior detentor global de reservas de nióbio (94%) – com 16 milhões de toneladas.

No ranking global, é o segundo maior em reservas de grafita, com 74 milhões de toneladas (26%), e de terras raras, com 21 milhões de toneladas (23%).

No caso do níquel, o Brasil possui a terceira maior reserva global, com 16 milhões de toneladas (12%) das reservas mundiais. Os dados são apresentados na publicação “Uma Visão Geral do Potencial de Minerais Críticos e Estratégicos do Brasil”, do SGB.

“O trabalho que realizamos subsidia políticas públicas, orienta investimentos privados e fortalece a presença do Brasil em cadeias produtivas globais essenciais para a transição energética, segurança alimentar e o desenvolvimento tecnológico”, destaca o diretor-presidente do SGB, Inácio Melo, afirmando que o protagonismo do Brasil na produção de ETRs (Elementos Terras Raras) é inevitável.

“O Brasil se tornará o maior produtor global de ETRs”, projeta o especialista.

Os desafios do país na área

Para Melo, os desafios do país na área para as próximas décadas incluem ampliar o conhecimento geológico e transformar o enorme potencial geológico dos recursos minerais estratégicos em reservas minerais explotáveis e bem-conhecidas.

“Precisamos descobrir novas ocorrências e superar as limitações tecnológicas e logísticas”, afirma.

Apesar do potencial mineral, no ano passado o país produziu apenas 20 toneladas de terras raras, menos de 1% da produção mundial, que foi de 390 mil toneladas.

Atualmente, a China detém uma posição dominante não apenas nos volumes de suas reservas e produção de elementos terras raras, mas sobretudo na cadeia tecnológica de separação e refino para obtenção de óxidos de alta pureza (em inglês, REO).

“Parcerias entre o SGB, outras ICTs (Instituições Científicas, Tecnológicas e de Inovação) e o setor privado serão o caminho seguro para o desenvolvimento de novas tecnologias, que se tornarão a chave para o Brasil transformar recursos estimados em depósitos minerais medidos e viáveis economicamente”, destaca o diretor-presidente.

O termo técnico “reserva mineral” refere-se à porção economicamente explotável de um recurso mineral medido ou indicado, demonstrada por estudos técnicos (pré-viabilidade ou viabilidade).

No caso da maior parte dos ETRs do Brasil, o mais adequado é aplicar a terminologia “recurso mineral”, que – segundo o SGB – “é uma concentração ou ocorrência com interesse econômico na crosta terrestre, cuja quantidade, qualidade, continuidade e distribuição são conhecidas ou estimadas com base em evidências geológicas, mas que ainda não é viável economicamente ou apresenta estudos em andamento”.


Conheça os Elementos Terras Raras

As terras raras são compostas por um grupo de 17 elementos químicos com propriedades similares encontradas em alguns minerais.

São definidos como terras raras os 15 lantanídeos, além do escândio (Sc) e do ítrio (Y).

Os principais elementos são os utilizados para fabricação dos ímãs magnéticos, incluindo neodímio (Nd), praseodímio (Pr), térbio (Tb) e disprósio (Dy).

Os elementos terras raras são encontrados como produtos secundários em depósitos de outros bens minerais, principalmente em depósitos de nióbio (Nb) e fosfato (PO4).

Dos mais de 200 minerais que contêm ETR, apenas alguns têm potencial para formar depósitos econômicos desses elementos e são explorados atualmente: bastnaesita, monazita, xenotímio e loparita.

Apesar de não serem escassos na natureza, os elementos terras raras (ETR) são considerados críticos devido à complexidade dos processos envolvidos em sua extração e beneficiamento.

Os elementos terras raras são usados para melhorar a eficiência de diversos produtos de alta tecnologia e de energia limpa, com destaque para a aplicação em turbinas eólicas e motores elétricos, além da aplicação em equipamentos aeroespaciais, como satélites, foguetes e mísseis.

Os elementos têm altas propriedades magnéticas, elétricas, catalíticas e luminescentes.


Aspecto metálico de elementos de terras raras beneficiados. Fonte: La Hoz (2012)


Os principais depósitos de terras raras no país

A maior parte dos recursos medidos de ETRs no Brasil está concentrada, principalmente, nos estados de Minas Gerais, Goiás, Amazonas e Bahia, além de Sergipe.

Esses estados abrigam os principais tipos de depósitos com potencial econômico de ETRs, conforme levantamentos do SGB, da Agência Nacional de Mineração (ANM) e de estudos técnicos consolidados.

  • Minas Gerais: Em Araxá (MG) encontra-se a única reserva oficialmente reconhecida de terras raras do Brasil. Os minerais com terras raras nas rochas alcalinas são apatita e calcita. Na região de Poços de Caldas (MG) há diversas empresas de mineração pesquisando terras raras, identificando recursos de 950 milhões de toneladas com teor de 0,25% de TREO. As pesquisas também indicam ocorrências de terras raras no município de Tapira (MG).
  • Goiás: Destaque nacional por uma mina ativa na cidade de Minaçu (GO). Os recursos estimados são de 910 milhões de toneladas. Trata-se da primeira mina fora da Ásia a operar um depósito de argila iônica – principal fonte de terras raras pesadas do mundo e que possui o processo de extração de ETR com maior rentabilidade. A mina de Serra Verde possui recursos de cerca de 22 milhões de toneladas. Em Nova Roma (GO), há um projeto com recursos de terras raras estimados em 168,1 milhões de toneladas. Além disso, há ocorrências nas regiões de Catalão (GO) e em outros corpos graníticos da Província Estanífera de Goiás (GO).
  • Amazonas: Há ocorrências identificadas no depósito de nióbio de Seis Lagos, próximo ao município de São Gabriel da Cachoeira, com altas concentrações de terras raras. O recurso estimado é de 43,5 milhões de toneladas de ETR. O depósito de Pitinga, em Presidente Figueiredo, também é conhecido pela presença de vários bens minerais, dos quais a cassiterita é o principal. Os elementos terras raras são encontrados nos minerais xenotima, gagarinita, niobidatos e fluocerita. O depósito é um dos poucos com potencial expressivo de ETRs pesados, mas ainda sem exploração dedicada.
  • Bahia: O Complexo de Jequié conta com depósito de bauxita conhecido, destacando-se como uma província mineral com mineralizações de alto teor de terras raras (11,2% de TREO), associadas a bens minerais como nióbio, urânio, tântalo, escândio, bauxita e gálio no Projeto Pelé. O depósito, pesquisado pela Brazilian Rare Earth, tem mineralização associada a rochas com teor de até 40,5% de TREO no Projeto Velhinhas e em rocha alterada, denominada areais de monazita, que chegam a teor de 7, 9% no projeto Pelé. Além desse, na região de Prado há um depósito de monazita em minerais pesados da planície costeira.
  • Sergipe: Na porção norte do estado, há um depósito de monazita em minerais pesados em antigos cordões litorâneos e dunas do delta do Rio São Francisco. Há recursos JORC totais de 196 milhões de toneladas com 0,4% de concentrado de monazita, que são foco de um novo projeto na região.

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