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Fabricantes de máquinas e equipamentos esperam manter exportações aos EUA

Os EUA são o principal mercado internacional para máquinas e equipamentos brasileiros, com destaque para a Linha Amarela, que engloba maquinário pesado voltado para construção civil, logística e infraestrutura

Valor Econômico

26/05/2025 10h28 | Atualizada em 02/06/2025 10h08

A expectativa dos fabricantes brasileiros de máquinas e equipamentos é manter o volume de exportações para os Estados Unidos em 2025, apesar da nova política tarifária que impôs uma sobretaxa de 10% sobre as importações americanas.

Os EUA são o principal mercado internacional para máquinas e equipamentos brasileiros, com destaque para a Linha Amarela, que engloba maquinário pesado voltado para construção civil, logística e infraestrutura. Em 2024 o Brasil exportou US$ 13,2 bilhões em máquinas e equipamentos, dos quais 26,9% foram para os EUA.

“Esse patamar de participação dos Estado

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A expectativa dos fabricantes brasileiros de máquinas e equipamentos é manter o volume de exportações para os Estados Unidos em 2025, apesar da nova política tarifária que impôs uma sobretaxa de 10% sobre as importações americanas.

Os EUA são o principal mercado internacional para máquinas e equipamentos brasileiros, com destaque para a Linha Amarela, que engloba maquinário pesado voltado para construção civil, logística e infraestrutura. Em 2024 o Brasil exportou US$ 13,2 bilhões em máquinas e equipamentos, dos quais 26,9% foram para os EUA.

“Esse patamar de participação dos Estados Unidos nas exportações brasileiras é histórico. Se mantém com pequenas variações desde os anos 2000”, diz Cristina Zanella, diretora de competitividade, economia e estatística da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).

A Linha Amarela concentra quase a metade (US$ 1,8 bilhão) do que foi para lá no segmento em 2024. São itens como carregadeiras, motoniveladoras, escavadeiras, pavimentadoras de asfalto, compactadores e caminhões pesados off road voltados para a construção e mineração.

Entretanto, os Estados Unidos são mais importantes para o Brasil do que o Brasil é para os americanos, já que responde por pouco mais de 1% das importações dos EUA no setor. O México é o principal fornecedor, respondendo por cerca de um quinto das compras internacionais dos EUA, seguido de China, com quase 15%, e Alemanha, 12%.

Segundo Zanella, ainda é cedo para avaliar os possíveis impactos da nova política tarifária adotada pelo governo Donald Trump. O maquinário brasileiro, que já pagava uma alíquota média de 10,2% para entrar nos EUA, foi sobretaxado em 10%. “O que é possível dizer é que o México, que não foi sobretaxado, terá uma vantagem competitiva”, diz Zanella.

No entanto, todos os outros países fornecedores serão impactados igualmente.

A economista ressalta, porém, que os EUA têm muito know how na produção de máquinas e que pode ampliar sua produção local no médio prazo. “É uma decisão empresarial avaliar se a produção nos Estados Unidos será mais competitiva que a importação sobretaxada”, diz. “Em muitos produtos eles não serão competitivos. O custo de produzir nos EUA é alto”, Zanella.

A unidade brasileira da Volvo Construction Equipment exporta para lá 80% de sua produção de caminhões articulados, veículos pesados exclusivamente off road utilizados para o transporte de materiais em terrenos acidentados, com emprego principalmente na área de construção pesada, obras de infraestrutura e indústria de mineração. São caminhões com capacidades que variam de 20 a 60 toneladas.

Em 2024, foram 1.100 unidades vendidas ao mercado americano, gerando uma receita de US$ 300 milhões. “Nossa expectativa é manter o mesmo nível de exportações em 2025, mesmo com as novas tarifas”, afirma Luiz Marcelo Daniel, presidente da Volvo CE na América Latina. Os EUA consumiram em 2024 por volta de 4.200 destas máquinas.

De acordo com o executivo, não existem no país fabricantes verticalizados do equipamento, que poderiam se beneficiar da proteção tarifária. Quem produz localmente depende fortemente de peças e componentes importados e também serão impactados pelas tarifas.

A Volvo CE possui uma fábrica na Pensilvânia, onde produz equipamentos como compactadoras e carregadeiras, mas a companhia não tem planos de fabricar caminhões articulados na unidade.

“No Brasil temos toda uma cadeia produtiva montada, muito eficiente e competitiva. Não é fácil reproduzir essa estrutura em outros lugares”, afirma Daniel.

Na estratégia global da companhia, apenas Brasil e Suécia produzem caminhões articulados, em plataformas produtivas similares, que oferecem produtos no mesmo estágio de maturidade tecnológica. “As novas tarifas não mudam a estratégia de produção global da Volvo”, afirma o executivo.

A unidade brasileira da Case Construction Equipment, empresa que pertence ao grupo multinacional CNH, exporta para os Estados Unidos tratores de esteira de seis diferentes modelos, com capacidades que vão de 6 a 22 toneladas.

As máquinas são produzidas em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, fábrica que é o polo mundial da companhia para a produção desses equipamentos.

“A exportação para os EUA representa uma parcela significativa do faturamento desta linha de produto”, diz Henrique Sá, líder da empresa para a América Latina. A Case não abre os números referentes ao negócio.

De acordo com Sá, as novas tarifas, até o momento, não geraram impacto significativo no desempenho das vendas para aquele mercado e a previsão é de manter o volume de exportações em 2025.

“A companhia não prevê alterações em suas operações de exportações a partir do Brasil para os Estados Unidos”, afirma.

A unidade brasileira, ainda segundo o executivo, espera aumentar a participação de seus equipamentos de linha amarela no mercado americano. Em Contagem, a companhia também produz retroescavadeiras, escavadeiras hidráulicas, pás carregadeiras, motoniveladoras.

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