Para acelerar os negócios e obter um aumento anual de 5% nas vendas líquidas, a CNH Industrial anunciou na Bolsa de Nova York uma nova estrutura para o período 2020-2024, promovendo alterações no formato organizacional e aumentando o foco de atuação em áreas emergentes como sistemas digitais, automação e propulsão alternativa, fortalecendo assim a oferta de tecnologias e serviços associados aos produtos.
Batizada de ‘Transform 2 Win’, a nova estratégia divide as áreas de atuação do grupo em On-Highway (veículos comerciais e powertrain) e Off-Highway (segmentos agrícola, de construção e de veículos especiais), prevendo investimentos de US$ 13 bilhões ao longo do plano em todos os segmentos. “Uma boa parte desse processo já havia sido realizada no início deste ano, com a divisão por segmentos”, ressalta Vilmar Fistarol, presidente da CNH Industrial para a Amér
Para acelerar os negócios e obter um aumento anual de 5% nas vendas líquidas, a CNH Industrial anunciou na Bolsa de Nova York uma nova estrutura para o período 2020-2024, promovendo alterações no formato organizacional e aumentando o foco de atuação em áreas emergentes como sistemas digitais, automação e propulsão alternativa, fortalecendo assim a oferta de tecnologias e serviços associados aos produtos.
Batizada de ‘Transform 2 Win’, a nova estratégia divide as áreas de atuação do grupo em On-Highway (veículos comerciais e powertrain) e Off-Highway (segmentos agrícola, de construção e de veículos especiais), prevendo investimentos de US$ 13 bilhões ao longo do plano em todos os segmentos. “Uma boa parte desse processo já havia sido realizada no início deste ano, com a divisão por segmentos”, ressalta Vilmar Fistarol, presidente da CNH Industrial para a América do Sul. “Assim, o fato de dividir agora em duas áreas não deve impactar em nada, pois isso já fez parte do processo que nasceu lá atrás, de modo que cada um dos businesses já está estruturado.”
Segundo o executivo, foram necessários seis meses de trabalho para ajustar todas as organizações do grupo multinacional, segundo a nova filosofia de divisão por segmentos. “Na área agrícola, antes tínhamos dois brands que agiam de forma independente e, agora, temos um segmento com dois presidentes de brands”, explica. “Mas essa reorganização já está funcionando [desde antes do anúncio], e já está assimilada internamente.”
Além de reduzir custos operacionais e aumentar a eficiência da base de ativos, a reorganização também busca obter maior interação entre os segmentos, que – dadas as macrotendências atuais – têm comportamentos comerciais e de mercado bastante distintos, o que representa um desafio para uma organização com estrutura matricial complexa como a CNHi. “As tendências impactam os negócios de maneiras diferentes e em tempos diferentes”, diz Fistarol. “Mas há outro motivo que é o interesse do próprio investidor, que também projeta níveis diferentes de investimentos em cada setor.”
AGRÍCOLAS
Por falar em negócios, o executivo mantém expectativas elevadas para o mercado brasileiro e latino-americano, apesar da apreensão vivida no decorrer do ano. “As projeções do início do ano previam um crescimento do país de 5% a 10%, especialmente na agricultura, mas também em caminhões”, pondera. “Já na área de construção não esperávamos um grande crescimento, mas que efetivamente continuasse a crescer.”
Fistarol: ociosidade industrial é desperdício de investimento
Para ele, o mercado ‘sofreu’ praticamente durante seis meses buscando ‘entender como ia se dar o crescimento’. Até porque as oscilações continuaram. No segmento agrícola, por exemplo, talvez a maior aposta atual para o segmento de máquinas e equipamentos, o ano começou com um ritmo relativamente ‘interessante’ no que se refere a investimentos, mas depois esfriou. “O que acontece é que o efeito Moderfrota, que terminou em abril, acabou gerando impactos bastante complicados no setor”, avalia Fistarol, admitindo que desde o início do ano já se sabia que o programa ia terminar. “Chegamos a entrar em contato com o governo para tentar ampliar o prazo pelo menos até junho, mas como isso não aconteceu e novos fundos não chegaram, o setor sofreu muito, com praticamente um trimestre de ‘sofrência’ para poder fechar o trimestre e começar um novo período.”
A partir do momento em que entra em vigor, ele continua, há uma demora natural de dez a 15 dias para voltar a andar. “Hoje, os investimentos para esse período estão acontecendo, mas não temos mais tempo hábil no ano para recuperar esse atraso”, acentua Fistarol. Seja como for, a expectativa é de um resultado ‘um pouco melhor’ para o mercado de máquinas agrícolas em relação ao ano passado. “Imagino que não vá ser ruim, pois do ponto de vista de área plantada as associações têm previsão de algo até melhor que a anterior”, conjectura.
CAMINHÕES
No segmento de caminhões, que no Brasil o grupo CNHi participa com a marca Iveco, Fistarol avalia que o mercado segue se recuperando, mas a uma velocidade diferente do que se viu no início do ano. “Isso é patente, pois o crescimento eventual projetado era de 40% ou 42%”, ressalta. “À medida que passam os meses, já se vê que a projeção está em 20%.”
Para ele, todavia, o segmento segue pujante, graças em boa parte ao agronegócio e também aos investimentos privados, que estão ajudando a recompor as frotas. “A preocupação é que isso não tenha uma continuidade”, alerta. “Afinal, a velocidade de recuperação entre os segmentos também é diferente. O que dá indício claro de que não existe uma linearidade no crescimento do PIB.”
Isso fica claro, diz ele, pelo comportamento da demanda. Ligados ao agronegócio, os veículos pesados têm crescimento maior, enquanto os médios, mais ligados ao segmento industrial, vivem altos e baixos. E essa oscilação também traz preocupações quanto à ociosidade industrial, ainda um ponto crítico para as fabricantes com base local. “Já não nos assustamos com mais nada, mas dá sim um frio na espinha”, reconhece o executivo, destacando que a capacidade instalada atual é ‘muitíssimo superior’ ao nível da demanda, até de quatro vezes. “Isso é uma loucura, um desperdício de investimento”, indigna-se.
Outro fator que pode agravar o cenário é a iminente chegada do Euro VI, que entra em vigor a partir de 2023. “O resultado é que todo mundo perde dinheiro”, afirma. “Esse mercado tem de voltar a ganhar dinheiro para justificar os investimentos, que vão acontecer em breve em função das novas legislações sobre emissões.”
CONSTRUÇÃO
De acordo com Fistarol, o segmento da construção também continua sofrendo pelo mesmo motivo. “Temos uma fábrica com capacidade instalada de 7 mil máquinas, com uma linha absolutamente completa de produtos para todos os segmentos dessa economia”, diz. “No ano retrasado, o mercado total foi de aproximadamente 7 mil unidades, depois foi para 11 mil unidades e, neste ano, vai passar um pouco de 15 mil unidades. Mas ainda está muito longe daquilo que precisaria ser.”
Na avaliação do executivo, o segmento da construção vai continuar sofrendo até que os grandes projetos de infraestrutura decolem, pois a construção de imóveis até leva a algum nível de investimento em máquinas e equipamentos, mas proporcionalmente é residual quando comparada aos projetos de infraestrutura. “Há muitos projetos sendo regulamentados, a partir do que se espera que os investimentos sejam destravados”, cogita. “A expectativa geral é de que [o setor] vai voltar, mas não com toda a velocidade que a gente imagina e precisa.”
Em relação aos investimentos necessários para tanto, Fistarol avalia que sempre haverá risco para o segmento privado nas parcerias, e não apenas numérico, pois também há o risco da instabilidade política, com a ‘luta contínua entre as instituições’. “Chega uma hora que essa mensagem tem de parar”, critica. “O país inteiro, por meio de suas instituições, tem de passar mensagens integradas e positivas ao mercado investidor. O país tem de conseguir – e está lutando para isso – reverter esse quadro, que se construiu por uma série de motivos.”
Fabricante promove 2ª edição de evento de inovação
Provedora de alta tecnologia, a CNH Industrial investe pesado em pesquisa e desenvolvimento
Com foco no conceito de ‘servitização’, a CNH Industrial realizou em Curitiba (PR) a segunda edição do evento ‘Innovation Day’, que traçou um panorama dos projetos tecnológicos do grupo em seus vários segmentos de atuação. Que não são poucos. Em 2018, os investimentos em pesquisa e desenvolvimento chegaram a cerca de 1,1 bilhão de dólares a nível global, sendo 100 milhões de dólares na América Latina, onde ao conglomerado mantém cinco centros de pesquisa, quatro deles no Brasil. O resultado desses aportes é expresso em cerca de 1.140 patentes ativas no país, incluindo desde sistemas modulares multicombustível até veículos autônomos e elétricos, passando por soluções de conectividade, acessibilidade e digitalização, todos destacados no evento. “Todavia, por mais que a tecnologia avance, quem inova são as pessoas”, ressaltou Telma Cracco, vice-presidente de recursos humanos da CNH Industrial.
Saiba mais:
CNHi: www.cnhindustrial.com
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Telefone (11) 3662-4159
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