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Revista M&T - Ed.287 - Setembro 2024
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PAVIMENTADORAS

Alta seletividade na frente de trabalho

Saiba como a configuração técnica adequada do equipamento resulta em melhor qualidade do pavimento, evita retrabalhos e ajuda a diminuir os custos nas obras
Por Santelmo Camilo

Escolher a melhor maneira de equipar uma pavimentadora requer um olhar atento para identificar os aspectos técnicos e tecnológicos envolvidos, que permitem reduzir custos operacionais e evitar desperdícios. Em outras palavras, de nada adianta optar por uma máquina de última geração quando se trabalha em obras onde os recursos não são aplicáveis. O resultado pode ser um investimento alto, mas sem ganhos reais de qualidade ou eficiência.

Na prática, é desperdício utilizar uma pavimentadora com controles eletrônicos sofisticados para construir um estacionamento residencial, por exemplo. “Há perda de recursos, além de dificuldades para utilização da máquina”, explica Carlos Eduardo dos Santos, gerente de vendas da Dynapac. “Por outro lado, não se deve especificar um equipamento urbano, sem controle de nivelamento, para obras de pista de aeroporto ou


Escolher a melhor maneira de equipar uma pavimentadora requer um olhar atento para identificar os aspectos técnicos e tecnológicos envolvidos, que permitem reduzir custos operacionais e evitar desperdícios. Em outras palavras, de nada adianta optar por uma máquina de última geração quando se trabalha em obras onde os recursos não são aplicáveis. O resultado pode ser um investimento alto, mas sem ganhos reais de qualidade ou eficiência.

Na prática, é desperdício utilizar uma pavimentadora com controles eletrônicos sofisticados para construir um estacionamento residencial, por exemplo. “Há perda de recursos, além de dificuldades para utilização da máquina”, explica Carlos Eduardo dos Santos, gerente de vendas da Dynapac. “Por outro lado, não se deve especificar um equipamento urbano, sem controle de nivelamento, para obras de pista de aeroporto ou rodovias, onde há maior exigência do IRI, geometria da via e microrrugosidade de pavimento.”

Segundo ele, fazer adaptações para qualquer tipo de serviço – independentemente do tipo de aplicação, acreditando que isso aumenta a produtividade – traz riscos tangíveis. Configurar a máquina como um ‘canivete suíço’ na operação diária pode acarretar perda de produtividade em todas as obras, ele adverte. “O adequado é aplicar a máquina adequada para cada situação, que seja reconhecida pelos resultados em determinado segmento”, diz. “Em obras urbanas, por exemplo, escolher uma sapata de redução traz melhor aplicabilidade.”


Produtividade é garantida pelo uso da máquina adequada para cada situação

Além do cuidado na escolha do equipamento para cada situação, é preciso estar atento a outros pontos. De acordo com Ivan Reginatto, gerente comercial da Ammann, as demandas atuais exigem sistemas de nivelamento automático, que permitem um controle mais uniforme da camada asfáltica e cumprem as especificações de cada projeto. “Outros aspectos estão relacionados à durabilidade, com componentes robustos e de fácil manutenção, elementos-chave para maior disponibilidade e confiança”, diz ele, indicando ainda o sistema elétrico de aquecimento da mesa como essencial para a boa compactação e aderência, principalmente se comparado às soluções a gás ou diesel.

Em relação aos aspectos tecnológicos, é possível ressaltar os sistemas de telemetria – que permitem mapear terrenos e ter o controle da máquina em tempo real. Tudo isso a partir de uma interface intuitiva, que simplifica o uso e reduz os erros operacionais. “Essas características não apenas melhoram a qualidade das obras, mas no longo prazo também elevam a eficiência operacional e reduzem custos na execução”, avalia.

Especialista de produtos da Ciber, Adriano da Rosa acrescenta outros elementos à equação. “O ajuste de altura do caracol é fundamental para que o trem de força da máquina trabalhe dentro do esforço necessário”, aponta. “Assim, há menor consumo de combustível e de componentes, além de se evitar a segregação do material aplicado.”

Outro aspecto relevante é o controle individual do volume de material transportado na frente de mesa – sendo que o monitoramento da temperatura do material é mais indicado atrás da pavimentadora (road scan). “O sistema de compactação da mesa também tem influência na qualidade e no tempo de execução”, completa Adriano da Rosa. “Impacta inclusive no tempo de rolagem, tipo e quantidade de rolos.”

ELEMENTOS

Além da relação de custo vs. benefício, aspectos como produtividade, qualidade e eficiência também estão relacionados a uma série de recursos da pavimentadora. No caso da motorização, o equipamento trabalha simultaneamente com três sistemas: tração (deslocamento), alimentação (distribuição do material) e pré-compactação (camada asfáltica). “Para que atuem sem variações, é imprescindível que a distribuição de potência seja realizada de maneira equilibrada e com controle automático”, orienta Thiago Romanelli, gerente comercial da Romanelli. “Esse controle requer hidráulica proporcional, que gerencie a distribuição sem perda de rotação ou velocidade nos recursos da máquina.”

Da mesma maneira, a direção da pavimentadora determina o alinhamento do asfalto. Portanto, é fundamental que o operador trabalhe em posição ergonômica, com visibilidade da baliza e controles à mão. Além disso, o piloto automático é um diferencial na direção e no alinhamento. Já a mesa – que faz a distribuição da massa com a espessura correta e a pré-compactação desejada – requer recursos de ajuste dimensional, com fácil acesso aos comandos e, de preferência, painel de controle nas duas seções. “Vale lembrar ainda recursos de segurança como chaves de emergência na mesa acabadora e no cockpit”, afirma Romanelli. “A eletrônica tem a vantagem de realizar intervenções com alarmes no display, evitando falhas.”


Soluções como nivelamento automático permitem atender às demandas atuais

A pré-compactação é realizada na mesa, quando a massa ainda está com temperatura elevada. Nesse caso, dois aspectos estão relacionados à tarefa, começando pelo tamper, uma barra de aço especial localizada à frente da mesa. Por meio de movimentos perpendiculares ao plano do pavimento e amplitude de alguns milímetros, esse mecanismo faz a pré-compactação por impacto, facilitando a entrada de material na parte inferior da mesa. A velocidade do tamper precisa ser adequada, a fim de que o trabalho transcorra sem risco de danos à massa.

O outro aspecto é a vibração, gerada com massas excêntricas distribuídas transversalmente em toda a largura da mesa. A função é facilitar o deslizamento sobre a massa asfáltica e, muitas vezes, fazer o trabalho de compactação, especialmente quando a atividade transcorre no modo flutuante, com o peso da mesa combinado à vibração. Pode ainda existir outro tamper, localizado na saída da mesa, que faz uma compactação adicional às etapas anteriores, entregando uma massa acima de 95% nas métricas do método Marshall de compactação por impacto. “A maioria das pavimentadoras trazem o sistema de tamper na entrada, além da vibração e do peso da mesa”, comenta Santos, da Dynapac. “Mas alguns equipamentos, especialmente os fabricados nos EUA, possuem somente a vibração combinada ao peso da mesa como sistema de pré-compactação.”

Isso demanda mais energia dos rolos, ele acentua, acrescentando que outras máquinas não têm tamper, mas apenas vibração e uma mesa tão leve que não há pré-compactação. “Nesse caso, os rolos terão trabalho árduo para fazer a compactação”, frisa.

MESAS

O consultor de pavimentação da Caterpillar, Pedro Carvalho, observa que as mesas complementam a vibração com a energia de compactação. “O movimento das barras compactadoras à frente ajuda o material a fluir sob a mesa, especialmente em misturas rígidas com agregados maiores”, conta. “O efeito da energia da barra compactadora aumenta a densidade da camada deposta pela pavimentadora.”

Dessa maneira, os sistemas de vibração e tamper ajudam a aumentar a densidade da camada de asfalto. A vibração da mesa auxilia, inclusive, a trazer as partículas finas da mistura para a superfície, melhorando a aparência do tapete. Consultor da Astec no Rio Grande do Sul, Elton Antonello observa que os tipos de mesas também são importantes na tomada de decisão. “Devem possuir excelente relação entre a facilidade de regulagem antes de se iniciar os trabalhos e os ajustes feitos durante a execução dos serviços, em operações como ângulo de ataque, coroamento, vibração e aquecimento”, afirma.


Sistemas de vibração e tamper ajudam a aumentar a densidade da camada de asfalto

Uma mesa eficiente, diz ele, apresenta boa capacidade estrutural e ótima relação entre largura e comprimento do módulo (esquerdo ou direito e extensões). “Complementadas com aquecimento, vibração e flutuação – que têm total influência sobre o solo relacionado”, acresce. De acordo com Antonello, a mesa eficiente oferece excelente qualidade superficial de acabamento e elevado grau de compactação e homogeneidade. Essas condições são oferecidas pela relação entre largura da mesa, ângulo de ataque, vibração e homogeneidade do aquecimento da chapa alisadora. “Mesas que têm tamper, com ou sem aquecimento, possibilitam maior eficiência na compactação, principalmente quando se trabalha com asfalto modificado com polímeros”, diz o especialista.


Flutuação adequada da mesa é um itemessencial para a eficiência das pavimentadoras

Para um resultado superior, são determinantes ainda fatores como capacidade de tração da máquina, ajuste da velocidade, eficiência do transportador de massa asfáltica e aletas distribuidoras na frente da mesa, de preferência com sensores para manter o nível de material adequado. Todos contribuem para a qualidade do trabalho, sendo que a capacidade do veículo-trator (com respectivos pesos, direção e ajustes de velocidade) dão capacidade à mesa de exercer pressão sobre o pavimento. “Um sistema de flutuação eficiente na mesa também é essencial, pois não se percebem degraus transversais no pavimento a cada intervalo de parada e troca de caminhão para realimentação da vibroacabadora”, aponta Antonello. “Esse sistema atua para que o peso da mesa não interfira na qualidade do acabamento.”

A eficiência de compactação das mesas ajuda ainda a definir fatores como tempo de rolagem do compactador. Nesse aspecto, prazo reduzido significa melhor aproveitamento da janela de compactação e menor consumo. “Uma boa compactação por parte da mesa ajuda a vencer a resistência e a diminuir o ângulo de ataque para aplicação do material”, afirma Rosa, da Ciber. “Isso reduz o desgaste nos componentes e evita retrabalhos.”

EXTENSÕES

Em pavimentadoras, as extensões podem ser acionadas de duas maneiras: hidráulica ou manualmente. Cada método tem características próprias, que determinam a eficiência operacional, a precisão e a facilidade de uso. “O acionamento hidráulico tem maior facilidade de uso, pois pode ser ajustado ao se apertar um botão ou mover uma alavanca”, explica Douglas Hübner, especialista de produtos da Ammann, destacando que esse modelo reduz a inatividade e aumenta a produtividade. “Isso possibilita ajustes rápidos e precisos, sem a necessidade de esforços físicos significativos.”

Já o acionamento mecânico manual geralmente tem custo inicial menor, em comparação ao hidráulico. Porém, ajustar extensões com esse método requer esforço físico, o que acaba sendo cansativo e demorado, especialmente em atividades frequentes ou extensões maiores. “Isso pode reduzir a produtividade e fadigar o operador, afetando a eficiência”, avisa Hübner. O gerente da Divisão de Mineração e Agregados da Astec para a região Sul, Célio Escuin, reforça que as extensões hidráulicas geralmente integram o produto e trazem mais eficiência. “No caso de curvas, pode-se alterar os sistemas de aquecimento, coroamento, vibração e tamper, que estão conectados ao sistema da mesa e são ajustados automaticamente”, detalha. “Por sua vez, as extensões mecânicas precisam de paradas, ajustes e montagem no local, sendo que nem sempre há espaço.”


Sapatas de redução e extensão permitem ajustes na largura de pavimentação

Por sua vez, as sapatas são elementos que permitem ajuste na largura de pavimentação, usadas em pistas especiais, curvas, acostamentos e ciclovias, entre outras obras. “É importante oferecer esses opcionais aos clientes, seja no ato da compra da máquina ou posteriormente, quando surgir a necessidade”, recomenda Escuin. “As extensões de mesa são essenciais para pavimentar faixas de diversas larguras sem a necessidade de múltiplas passadas, o que economiza tempo e reduz o consumo de material”, completa Hübner.

Já as sapatas de redução, como diz o nome, são usadas para reduzir a largura de aplicação. “São empregadas em menor escala, mas com a mesma importância das extensões”, completa o especialista da Ammann, lembrando que a largura de pavimentação é um fator relevante na seleção da pavimentadora. Inclusive, quando o tamanho padrão da mesa não atinge o exigido em projeto, é possível ainda lançar mão de kits especiais de largura extra.

Nesse caso, os kits de extensões de mesa aparafusados, bem como as extensões de sem-fim (sistemas de suporte de trado e extensões de estrutura principal) são apropriados para facilitar o movimento do material para as bordas externas. “Já as sapatas reduzidas podem ser instaladas para diminuir a largura padrão de pavimentação”, informa Carvalho, da Caterpillar.


OPERACIONAL
Critérios de desempenho na pavimentação

O desempenho das pavimentadoras é estabelecido por uma combinação de diferentes aspectos técnicos e operacionais, em especial a uniformidade da mistura e a precisão no controle da espessura e nivelamento do material.

Modelos mais modernos utilizam sensores para garantir a aplicação homogênea, evitando ondulações e imperfeições na superfície.
O controle preciso da temperatura do material durante a aplicação também é crucial, pois garante a compactação adequada e a durabilidade do pavimento. Outro aspecto essencial é a eficiência do sistema de alimentação e distribuição.

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Coordenação entre pavimentadora e caminhões impacta a qualidade final da obra

Pavimentadoras equipadas com sistemas automatizados para controle do fluxo de material conseguem manter uma aplicação contínua e sem interrupções, o que é fundamental para evitar emendas e falhas estruturais.A coordenação entre a pavimentadora e os ca-minhões de transporte também impacta diretamente a qualidade final da obra.

Além disso, a manutenção regular e o treinamento adequado de operadores são indis-pensáveis para maximizar o desempenho. Pavimentadoras bem-ajustadas e operadas por profissionais qualificados podem melhorar significativamente a eficiência do processo, resultando em estradas de alta qualidade e maior longevidade do pavimento.

Saiba mais:
Ammann:www.ammann.com/pt-br
Astec:www.astecindustries.com
Caterpillar:www.caterpillar.com/pt
Ciber:www.wirtgen-group.com/pt-ao/empresa/ciber
Dynapachttps://dynapac.com/br-pt
Romanelli:www.romanelli.com.br

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