Também conhecidas como pavimentadoras de asfalto, as vibroacabadoras exercem um papel essencial na aplicação, nivelamento e pré-compactação do asfalto em obras de pavimentação. Até aí, sem novidades.
Mas quando o empreiteiro se depara com algumas diferenças técnicas entre esses equipamentos – principalmente em relação ao sistema de rolagem de alguns modelos mais recentes –, é preciso compreender melhor as configurações, de modo a garantir a utilização do equipamento certo e, consequentemente, obter o melhor desempenho na obra. É esse exercício que faremos nesta reportagem.
De saída, é importante estabelecer as diferenças técnicas entre as vibroacabadoras sobre esteiras e suas similares de pneus. Enquanto a segunda utiliza o giro dos pneus dianteiros como principal orientação para o sistema de direção, o modelo sobre esteiras usa a velocida
Também conhecidas como pavimentadoras de asfalto, as vibroacabadoras exercem um papel essencial na aplicação, nivelamento e pré-compactação do asfalto em obras de pavimentação. Até aí, sem novidades.
Mas quando o empreiteiro se depara com algumas diferenças técnicas entre esses equipamentos – principalmente em relação ao sistema de rolagem de alguns modelos mais recentes –, é preciso compreender melhor as configurações, de modo a garantir a utilização do equipamento certo e, consequentemente, obter o melhor desempenho na obra. É esse exercício que faremos nesta reportagem.
De saída, é importante estabelecer as diferenças técnicas entre as vibroacabadoras sobre esteiras e suas similares de pneus. Enquanto a segunda utiliza o giro dos pneus dianteiros como principal orientação para o sistema de direção, o modelo sobre esteiras usa a velocidade de cada motor de tração. “Quando falamos da pavimentadora com esteiras, precisamos considerar que a área de contato com o solo é muito maior do que com pneus, o que faz com que haja maior estabilidade e poder de tração”, explica Adriano da Rosa, especialista de produto e aplicação da Ciber.
Por outro lado, a vibroacabadora de pneus atinge uma velocidade de deslocamento maior que a de esteiras. Isso não significa que os modelos de esteiras não tenham facilidade no deslocamento e outros atrativos. Segundo Edson Bezerra, gerente de vendas da Bomag Marini Latin America, as vibroacabadoras de esteiras – principalmente quando revestidas com sapatas trapezoidais de borracha maciça – possuem alta durabilidade, além de contarem com raio de giro sobre o próprio eixo e transmissão hidrostática de alta eficiência, o que garante maior suavidade na pavimentação.
“Dependendo do projeto, os modelos de pneus podem ter estabilidade até maior durante a aplicação”, aprofunda o especialista. “No caso específico dos equipamentos da Bomag, isso é feito com a distribuição da carga em três eixos 6x2, com o volante no painel de operação agregando precisão às manobras.”
ROLAGEM
Para Paulo Roese, gerente de pavimentação da Caterpillar para Brasil, Paraguai e Uruguai, as pavimentadoras com rodas de fato têm mais mobilidade. Como se movimentam mais rapidamente, é mais fácil fazê-las percorrer curtas distâncias, uma vez que não precisam ser carregadas em um caminhão. “Em contrapartida, as pavimentadoras de esteiras são mais estáveis, têm mais tração e seu peso é distribuído por uma área maior, proporcionando mais flutuação”, compara Roese.
Atenta à questão, a fabricante desenvolveu o sistema Mobil-Trac (que integra o portfólio da linha Mobile Track Solutions – MTS) para modelos de esteiras de borracha, buscando proporcionar melhor manobrabilidade, velocidade de deslocamento e se equiparar à tração das esteiras de aço convencionais.
Vibroacabadoras de rodas são mais ágeis e recomendadas para trabalhos de manutenção
Contudo, observa Roese, para se fazer o dimensionamento correto – e definir o modelo o mais indicado para determinada obra – é necessário ainda levantar inúmeras questões. De acordo com ele, para descobrir qual tipo de material rodante vai atender aos projetos com mais eficiência, é necessário antes indagar: se a máquina vai trabalhar em espaço urbano; se trabalhará sempre com base solta ou em situação de baixa tração; se espalhará muita base de agregados; qual é a frequência de transporte da máquina em curtas distâncias (de 2 a 5 km) e a rotina de tapa-buracos; se fará obras de elevação em curvas sinuosas; se a irregularidade longitudinal (de acordo com o International Roughness Index – IRI) é pouco relevante; e, por fim, se há grandes larguras de pavimentação e camadas de pavimentação espessas.
COMPARATIVO
Devido à mobilidade e maior velocidade de deslocamento, as pavimentadoras de rodas são frequentemente recomendadas para trabalhos de manutenção, nos quais se encarregam de sobreposições ou pavimentação de superfícies fresadas, em que a máquina precisa se deslocar de uma área para outra com rapidez. “As pavimentadoras de rodas possuem excelente velocidade de transporte, são totalmente manobráveis, requerem raio de giro reduzido e têm tração em todas as rodas, para um maior desempenho e força de tração”, comenta Roese. “Já as pavimentadoras de esteiras, equipadas com o sistema Mobil-Trac, por exemplo, são mais duráveis e versáteis, com excelente desempenho em todas as aplicações.”
Como dificilmente deixa marcas no pavimento, a vibroacabadora de pneus é mais indicada para trabalhos em obras urbanas, onde há menos espaço para manobras ou necessidade de deslocamentos sobre um pavimento já existente. Por sua vez, com alto poder de tração e estabilidade, a vibroacabadora sobre esteiras leva vantagem quando a aplicação ocorre em grandes larguras ou bases.
Mais comuns no país, as pavimentadoras de esteiras têm maior flutuação e estabilidade
De acordo com a fabricante, esse equipamento tem boa tração para empurrar caminhões, pavimentar áreas mais largas (como rodovias e aeroportos) e operar em terrenos íngremes e sinuosos. Geralmente, esses modelos são recomendados ainda para pavimentação de novas estradas e recapeamentos.
Outra aplicação comum para pavimentadoras de esteiras é colocar a base de agregados. Nesse caso, como o peso da máquina é mais bem-distribuído, proporciona-se maior flutuação e, com isso, evita-se o risco de danificar a base. “No entanto, uma das desvantagens das esteiras de aço é a velocidade máxima de deslocamento, de apenas 4,5 km/h”, explica Roese. “Já as pavimentadoras equipadas com o sistema Mobil-Trac podem atingir até 14,5 km/h de velocidade máxima de deslocamento, o que se assemelha às pavimentadoras de rodas.”
APLICAÇÃO
Segundo Rosa, da Ciber, antes de optar por um desses dois sistemas de tração é preciso se aprofundar em detalhes nas necessidades já elencadas acima: largura, espessura e tipo de material aplicado. São essas variáveis que definirão a melhor escolha.
No geral, diz ele, quanto maior for a exigência da operação, mais propícia é a utilização da esteira. “No entanto, é preciso saber onde será o local da aplicação e em que tipo de terreno a máquina irá trabalhar, pois quanto mais restrito for o espaço e mais vulnerável for a área onde a pavimentadora terá de se deslocar, mais indicado é o uso da máquina sobre pneus”, ilustra. “Já se a base onde o material for aplicado não tiver uma boa estabilidade, o modelo sobre esteiras é a melhor opção.”
Como se notabilizam pela tração e estabilidade, as vibroacabadoras de esteiras mostram-se adequadas para pavimentação em aclives e aplicação de camadas granulares de base. No Brasil, predomina o uso desse modelo, provavelmente em decorrência da maior versatilidade de aplicação.
Análise da largura, espessura e tipo de material aplicado definem a melhor escolha
Essa preferência provém da década passada, quando houve um incremento acentuado de obras de grande porte, como construção de aeroportos e recuperação de rodovias federais, com a utilização de vibroacabadoras para a pavimentação das bases. Atualmente, devido ao crescente foco dos governos municipais em pavimentação urbana, a tendência é que ocorra um maior equilíbrio na aplicação de ambos os modelos. Até pelas características das soluções, com grande potencial de crescimento dos modelos de pneus. “As pavimentadoras de pneus possuem maior velocidade de transporte e baixo custo de manutenção, deixam menos marcas sobre o solo, têm maior facilidade de manobra em espaços apertados e oferecem maior conforto ao operador durante o deslocamento de transporte, entre outros quesitos”, salienta Rosa.
TENDÊNCIA
Na somatória dos fatores, Bezerra, da Bomag, avalia que a tendência em optar por um modelo de pneus será cada vez maior. “A velocidade de deslocamento e a manobrabilidade são pontos cruciais para a escolha desse equipamento”, diz ele. “Contudo, é necessário realizar uma análise completa do contexto, inclusive com o auxílio de especialistas, para que seja possível entender as demandas de aplicação e então chegar ao modelo mais adequado.”
Além da questão do deslocamento, as pavimentadoras de rodas geralmente são mais acessíveis no preço e, ainda, mais fáceis de se manter. Como já destacado, apresentam ainda vantagens na recuperação de estradas ou áreas urbanas nas quais os operadores precisam movimentar a máquina rapidamente de um local para outro, em uma curta distância.
Com alta durabilidade, modelos de esteiras possuem raio de giro sobre o próprio eixo
As marcas no asfalto, por sua vez, podem ser minimizadas pela técnica, especialmente pela qualidade da aplicação e domínio do operador sobre o equipamento. Mas para garantir uma aplicação adequada, a prerrogativa básica é conhecer o funcionamento do modelo de vibroacabadora e seus princípios de operação, independentemente da quantidade de eixos. “Neste sentido, a ação mais efetiva quando o objetivo for minimizar as marcas no asfalto é, novamente e em primeiro lugar, a escolha adequada do equipamento para a aplicação, de acordo com a recomendação de um especialista”, reforça Bezerra. “Após essa definição, é imprescindível que o time de operação esteja adaptado e detenha os conhecimentos técnicos necessários para explorar o equipamento da melhor forma.”
CUSTO X BENEFÍCIO
Para se atingir um balanço ideal numa relação de custo x benefício vantajosa, é necessário analisar a aplicação específica de cada modelo. No mercado brasileiro, Bezerra relata que é possível observar – e com bastante frequência – vibroacabadoras de pneus aplicando base e modelos de esteiras trabalhando em obras urbanas, em uma inversão do recomendado. “Vale destacar que aplicar o modelo de acordo com suas características atende ao menor custo e otimiza o benefício”, diz ele.
Partindo do princípio de que o custo com manutenção de vibroacabadoras sobre pneus é invariavelmente mais baixo, é possível raciocinar da seguinte forma: se o trabalho previsto no projeto contempla as dimensões de uma pavimentadora de pneus sem restrições e sem mudanças de projeto, os benefícios serão maiores em utilizá-la. “Mas se o trabalho previsto no projeto possui níveis de exigências em larga escala, maior faixa de larguras, espessuras e tipos de material diversificado, a vibroacabadora sobre esteiras terá um menor custo, pois irá atender às exigências sem forçar a máquina a uma utilização severa, trazendo garantia de qualidade e menos desgaste como benefícios”, pontua Rosa, da Ciber.
A consultora de marketing de produtos de pavimentação da Caterpillar, Mariana Mochizuki, concorda que os custos de aquisição e operação de pavimentadoras de rodas são geralmente mais baixos, especialmente em relação aos modelos de esteiras de aço, que requerem mais manutenção, ajustes e peças de desgaste. “As pavimentadoras com sistema Mobil-Trac têm custos de manutenção mais baixos, uma vez que não há necessidade de se tensionar as esteiras de borracha, não há sapatas para serem substituídas e as esteiras têm garantia de 48 meses”, descreve.
No final das contas, tudo depende da utilização. Se o empreiteiro trabalha tanto em novas estradas quanto em projetos de manutenção, pode ser mais indicado contar com uma máquina mais versátil para maximizar a utilização e reduzir os custos por hora.
SOLUÇÕES DISPONÍVEIS NO PAÍS PROMETEM GANHOS DE EFICIÊNCIA
Com tradição em pavimentação, o Brasil conta com soluções de ponta no segmento de vibroacabadoras. O modelo AF 4500, por exemplo, é um dos destaques da Ciber para o mercado nacional. De acordo com a fabricante, a máquina possui dimensões reduzidas, que facilitam o deslocamento para serviços de pavimentação em centros urbanos, prometendo “ganhos de eficiência”.
Mercado latino-americano conta com tecnologias de automação inteligente como o modelo AF 4500
No aspecto técnico, a AF 4500 traz pneus compactos com capacidade de produção de até 300 t/h, eixos duplos com largura de pavimentação máxima de 4,2 m, painel de controle com sistema de diagnóstico inteligente e sistema de pré-compactação por placas vibratórias. “Por meio de sistemas inovadores, as vibroacabadoras incorporam tecnologia e praticidade operacional com automação inteligente”, destaca Adriano da Rosa, especialista de produto e aplicação da Ciber.
A Bomag, por sua vez, fornece ao mercado interno e latino-americano as vibroacabadoras da série VDA Max, fabricadas no Brasil. A linha assegura boa visibilidade de trabalho, contando com assento deslizante, além de transmissão hidrostática acionada por motores e redutores acoplados à roda motriz, o que garante maior suavidade na pavimentação. “Esse equipamento é ideal para pavimentação em subidas e aplicação de camadas granulares de base”, arremata Edson Bezerra, gerente de vendas da Bomag Marini Latin America.
Saiba mais:
Bomag Marini: bomagmarini.com.br
Caterpillar: cat.com/pt_BR
Ciber: www.wirtgen-group.com/pt-ao/empresa/ciber
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