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Revista M&T - Ed.208 - Dez/Jan 2017
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Fabricante

Refinamento integrado

Caterpillar atualiza família de pás carregadeiras de porte médio com a localização das Séries L e M na fábrica de Piracicaba (SP); Equipamentos prometem ciclos menores de produção
Por Marcelo Januário (Editor)

Apostando no suporte à mineração e na eventual retomada do setor de construção pesada, a Caterpillar passa a fabricar no Brasil oito novos modelos (quatro de cada série) de pás carregadeiras de porte médio, que chegam com a missão de liderar o mercado. Lançadas há cerca de dois anos nos EUA, as novas séries atualizam o conceito da marca para movimentação de materiais e terra, em uma mescla de tecnologia embarcada e novos padrões de design, estrutura e recursos que resultam em máquinas com muitos pontos em comum com a série anterior, mas também com propostas de aperfeiçoamento em diversos aspectos essenciais de produtividade. “A expectativa é que nossa participação de mercado aumente com essas novas linhas, que reúnem produtos diferenciados com boa recepção dos clientes”, afirma José Fonseca, gerente comercial da Caterpillar Brasil.

A fábrica de Piracicaba (SP) recebeu investimento de US$ 3 milhões na atualização da linha de montagem, que passa a produzir os modelos 950, 962, 966 e 972, com pesos operacionais de 19 a 25 toneladas, todos com duas versões, com vo


Apostando no suporte à mineração e na eventual retomada do setor de construção pesada, a Caterpillar passa a fabricar no Brasil oito novos modelos (quatro de cada série) de pás carregadeiras de porte médio, que chegam com a missão de liderar o mercado. Lançadas há cerca de dois anos nos EUA, as novas séries atualizam o conceito da marca para movimentação de materiais e terra, em uma mescla de tecnologia embarcada e novos padrões de design, estrutura e recursos que resultam em máquinas com muitos pontos em comum com a série anterior, mas também com propostas de aperfeiçoamento em diversos aspectos essenciais de produtividade. “A expectativa é que nossa participação de mercado aumente com essas novas linhas, que reúnem produtos diferenciados com boa recepção dos clientes”, afirma José Fonseca, gerente comercial da Caterpillar Brasil.

A fábrica de Piracicaba (SP) recebeu investimento de US$ 3 milhões na atualização da linha de montagem, que passa a produzir os modelos 950, 962, 966 e 972, com pesos operacionais de 19 a 25 toneladas, todos com duas versões, com volante (Série L) ou com joystick (Série M). Da linha original americana, que se difere basicamente por usar motorização Tier IV, só ficou de fora o modelo 980, que continua a ser importado.

Substituindo a Série H, as máquinas prometem ganhos significativos em relação à geração anterior, principalmente no que tange à potência (ganho de 10%), consumo de combustível (redução de até 15%) e eficiência energética (+20% por litro de combustível). Segundo a empresa, isso foi possível com o rearranjo do trem de força, por meio de alterações na distância entre-eixos, por exemplo, que ficou 100 mm maior, mas também na largura da máquina, agora também ligeiramente maior. “O projeto tem o mesmo peso operacional, mas ao mexer na potência há mudança no desempenho e, por isso, fizemos uma redistribuição da carga e no centro de gravidade para estabilizar a máquina”, explica Marcio Vieira, gerente de produto da Caterpillar Brasil. “Com isso, ela ficou um pouquinho maior na aparência, deu uma encorpada.”

ATRIBUTOS

A nova linha também ganhou motores Acert (de 185 a 222 kW, agora mais compactos) com 10% a mais de potência em média. O sistema hidráulico, por sua vez, recebeu sensores eletrônicos de detecção de carga, permitindo – segundo a empresa – uma precisão de 98% na pesagem da caçamba. O sistema é controlado da cabine, por meio de um monitor touch screen, que também é integrado à câmera de ré. Contudo, a grande novidade é mesmo a transmissão “lock up clutch”, que transfere automaticamente a potência do motor, de modo a evitar interrupção com o conversor de torque hidráulico. “Introduzimos duas peças que travam o conversor de torque e permitem ganhos na tração”, diz Vieira. “Na prática, obtém-se mais força de entrada e desagregação da pilha, diminuindo o ciclo de operação quase pela metade, além de reduzir o consumo de combustível.”

A cabine foi remodelada, com uma modificação importante já na abertura da porta, que agora está invertida em relação à série anterior, além de trazer acesso mais facilitado do operador, com melhoria nos degraus, nos corrimãos e no ângulo de entrada. “Além disso, se na Série H havia 260 graus de visibilidade, com o vidro curvo temos agora 315 graus de visão periférica”, descreve Miguel Campeão, consultor de aplicação de campo da Caterpillar Brasil.

Outras modificações foram feitas no sistema de admissão de ar, aumentando a vida útil dos filtros, além da introdução de ventiladores de hélice anguláveis, luzes traseiras de trabalho e pontos de manutenção mais acessíveis do solo. “Fizemos um rearranjo e ficou mais fácil ter acesso às mangueiras, válvulas, filtros, disjuntores, componentes elétricos e pacotes de transmissão”, resume Campeão.

RETORNO

Com tantas atualizações, as novas linhas chegam ao mercado com reajuste de 5 a 10% na tabela de preços, dependendo da configuração e dos opcionais embarcados. No entanto, segundo a fabricante, isso deve ser amortizado com a maior produtividade dos equipamentos, dimensionada em metros cúbicos por toneladas produzidas. “Temos convicção de que se o cliente fizer as contas, mesmo com um custo de aquisição maior, verá que a linha atualizada dá um retorno maior”, avalia Odair Renosto, presidente da Caterpillar Brasil, que também destaca a vantagem de as máquinas contarem com Finame. “E os clientes que fazem contas sabem disso.”

Ano será de estabilização, diz executivo

Os projetos de infraestrutura estão represados no Brasil, mas uma hora vão ter de sair do papel. Essa é a visão do presidente da Caterpillar Brasil, Odair Renosto, que prevê um ano estável em 2017, com avanço de 1,5% no mercado global de equipamentos. “A certeza de uma melhoria nós ainda não temos, mas de estabilização, sim”, diz ele. “De todo modo, nos preparamos para os ciclos de baixa, o que nos dá confiança para fazer lançamentos. E isso nos deixa bem-posicionados para a retomada, que deve ocorrer com mais força a partir de 2018.”

A empresa não revela números de operações específicas, porém no terceiro quarto de 2016 o grupo obteve vendas e receitas globais de US$ 9,1 bilhões, ante US$ 10,9 bilhões no mesmo período do ano anterior, em uma redução de 16%. A previsão do consolidado no ano aponta para resultados globais de US$ 39 bilhões, com 59% das vendas da marca fora dos EUA.

 

 

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