Referência global em soluções de pavimentação, a Bomag celebrou 60 anos com uma nova edição de seu evento bienal “Innovation Days”, que reuniu cerca de 1.200 clientes de mais de 60 países em sua sede em Boppard, no estado alemão da Renânia-Palatinado. Do Brasil, 25 empresários, de onze empresas de Norte a Sul do país, marcaram presença.
Na ocasião – que M&T acompanhou in loco –, a empresa promoveu oficinas e apresentações, exibiu seu extenso portfólio para construção rodoviária e abriu as portas de todas as áreas industriais de sua fábrica-mãe (leia box na pág. 36), sem deixar de lançar um olhar para o futuro em termos de tecnologia, serviços e fortalecimento da marca.
O destaque foi a inauguração de um inédito Centro de Demonstração e Treinamento, com estrutura equipada com cinco salas de treinamento e três oficinas de serviço, além de uma área externa coberta com 400 assentos para exibições de máquinas. Instalado no terreno da fábrica de 252 mil m2 – sendo aproximadamente 65 mil m2 de área coberta –, o novo espaço integra a prime
Referência global em soluções de pavimentação, a Bomag celebrou 60 anos com uma nova edição de seu evento bienal “Innovation Days”, que reuniu cerca de 1.200 clientes de mais de 60 países em sua sede em Boppard, no estado alemão da Renânia-Palatinado. Do Brasil, 25 empresários, de onze empresas de Norte a Sul do país, marcaram presença.
Na ocasião – que M&T acompanhou in loco –, a empresa promoveu oficinas e apresentações, exibiu seu extenso portfólio para construção rodoviária e abriu as portas de todas as áreas industriais de sua fábrica-mãe (leia box na pág. 36), sem deixar de lançar um olhar para o futuro em termos de tecnologia, serviços e fortalecimento da marca.
O destaque foi a inauguração de um inédito Centro de Demonstração e Treinamento, com estrutura equipada com cinco salas de treinamento e três oficinas de serviço, além de uma área externa coberta com 400 assentos para exibições de máquinas. Instalado no terreno da fábrica de 252 mil m2 – sendo aproximadamente 65 mil m2 de área coberta –, o novo espaço integra a primeira fase de um plano de investimentos no complexo que, segundo a empresa, chega a 25 milhões de euros.
No novo espaço, a fabricante repassou em revista grande parte de seu leque atual de produtos para o segmento, desde soluções de percussão da linha leve até equipamentos de grande porte, incluindo lançamentos como os compactadores BW 154 APO e 174 APO, com opção de tambores divididos e tecnologia de oscilação tangencial, além do modelo BW 138, que a partir de janeiro passa a ser equipado com amplitudes duplas, de 0,5 mm (padrão) e, agora, 0,2 mm. Também foram exibidas soluções digitais como TanGo 4.0, Economizer, Asphalt Manager e o aplicativo Bomag Service, pilares da nova geração de produtos inteligentes da marca.
Como estratégia, a nova estrutura evidencia a importância que a fabricante imputa ao contato direto com os clientes. “Estamos convencidos de que uma estreita parceria com nossos clientes é um elemento-chave para satisfazer às demandas de mercado com sucesso”, disse o presidente global da Bomag, Ralf Junker, que assumiu o cargo neste ano. “Além disso, é importante que nossos clientes possam ver de perto como nossas máquinas trabalham em um ambiente real de operação, conferindo o que estão aptas a realizar por eles.”
O presidente honorário do Grupo Fayat, Clément Fayat, também se referiu ao assunto. “Inovação não é algo que se refira apenas a tecnologias e máquinas, mas essencialmente a experiência, trabalho conjunto e confiança entre as pessoas”, comentou o fundador do Grupo, que desde 2005 controla a Bomag – ponta de lança da divisão que responde por 29% do volume de negócios de 3,5 bilhões de euros do grupo.
PERSPECTIVAS
Em meio à tecnologia, também houve espaço para se falar de mercado. Responsável pela área de comunicação empresarial, Jonathan Stringham destacou o momento vivido pela empresa. “Para a Bomag, este tem sido um ano muito bom, em que esperamos um crescimento de dois dígitos, algo em torno de 10% de aumento nas vendas, assim como nas encomendas, que também estão crescendo”, disse a jornalistas, comentando ainda os desempenhos regionais. “Há perspectivas de bons resultados na Rússia, mas atualmente o maior crescimento para nós está no sudeste asiático e na China, que são economias em recuperação.”
O executivo também destacou as possibilidades de crescimento em algumas regiões da América do Sul, que se recuperam de um contexto de crise econômica. “Contudo, a surpresa tem sido a América do Norte, que mantém um nível estável de vendas”, afirmou. “Se bem que, até o momento, não vimos qualquer efeito dos prometidos investimentos públicos em programas de infraestrutura.”
Por falar em investimentos, Stringham afirmou que a construção do Centro de Demonstração e Treinamento atende a uma necessidade crescente do mercado. “A maior complexidade das funções das máquinas implica aumento dos requisitos de operação e demanda de conhecimento”, avaliou. “Ao mesmo tempo, há mudanças de fundo, demográficas e outras, que justificam o investimento em um centro de treinamento que possa garantir que as equipes estejam preparadas no nível máximo para o uso dos nossos equipamentos.”
Em relação aos projetos em P&D, Stringham pontuou que a Bomag vem apostando no uso de gás natural para máquinas de pequeno porte. “Escolhemos esta tecnologia por sentirmos que é a mais prática e de melhor desempenho para nossos clientes, que precisam trabalhar com as máquinas por longos períodos de tempo”, comentou. “Quanto aos motores elétricos e híbridos, não sentimos que possam oferecer isso neste momento.”
Já sobre equipamentos autônomos, um dos drivers da indústria na atualidade, o executivo foi mais ponderado. “Evidentemente, a Bomag também está se debruçando sobre isso, mas entende que ainda vai levar alguns anos para que esta tecnologia se mostre pronta para o mercado, menos pelas limitações de fabricação que por questões legais”, ponderou Stringham. “Afinal, sistemas autônomos criam desafios para a indústria, que ainda tem de trabalhar aspectos como tipificação de responsabilidade legal, incluindo riscos para o operador e a própria máquina. Ou seja, há vários pontos a avançar nesse sentido.”
PROTAGONISMO
Tudo somado, a celebração faz jus a uma das trajetórias empresariais de maior destaque na indústria mundial de equipamentos para construção. As estatísticas mostram a robustez atingida nessas seis décadas pela Bomag, que atualmente produz 22 grupos de produtos e possui cerca de 500 dealers em mais de 120 países, além de 12 filiais autônomas internacionais.
Fundada em 1957 por Karl Heinz Schwamborn – que batizou a empresa criada em sua garagem como Bopparder Maschinenbau Gesellschaft –, atualmente a Bomag também possui fábricas nos EUA, China e Itália, além de operações com a Marini, fabricante europeia de usinas de asfalto com fábricas na Itália, Turquia, China, Índia e Brasil.
Mas, atenta às oportunidades, a empresa quer ir além. A digitalização da construção rodoviária, por exemplo, é um dos pontos que vêm ganhando força nos investimentos atuais, incluindo projetos baseados em modelos digitais para integrar soluções ainda isoladas, até mesmo de diferentes marcas. “A Bomag quer ocupar papel central nessa transição digital da construção rodoviária, possibilitando a criação de uma ‘linguagem’ unificada de sistemas”, diz a empresa.
É nítido como a empresa vem se reforçando para isso. Há quatro anos, adquiriu várias linhas de produção da Terex na América do Norte, incluindo produtos como vibroacabadoras e recicladoras/estabilizadoras da CMI e Cedarapids. Mais recentemente, foi a vez da Dynapac, outra marca de renome do setor. Ainda em fase de aprovações regulatórias, o acordo com a marca sueca inclui operações em 37 países e unidades de produção em cinco (Suécia, Alemanha, Brasil, Índia e China), gerando receitas de aproximadamente 2,9 bilhões de coroas suecas em 2016.
Em comunicado, a empresa ressaltou que a compra da Dynapac, concluída oficialmente em 8 de outubro, reforça sua posição estratégica no mercado de construção rodoviária. “Vamos nos beneficiar de sua expertise e tecnologias, complementando nossa gama atual de produtos”, disse Jean-Claude Fayat, presidente do Grupo Fayat.
Nas poucas palavras sobre o assunto pronunciadas pelo presidente da Bomag, a Dynapac conservará sua autonomia de fabricante, pois “continuará independente e não haverá fusão das marcas”. “De modo que teremos o mesmo tipo de competição que havia antes, com diferentes marcas, máquinas e aplicações”, garantiu Junker. / MJ
CENTRO LOGÍSTICO É UM DOS MAIS MODERNOS DA EUROPA
Além de abrir as portas da fábrica em Boppard, a Bomag aproveitou as comemorações de aniversário para mostrar seu moderno centro de logística aos clientes e jornalistas. Inaugurada em 2012, a estrutura operada pela EBL (Ehrhardt + Bomag Logistics) é resultado de uma joint venture da Bomag com a especialista em logística Ehrhardt + Partner (E+P). Com 5.400 m² de área, o espaço conta com mais de 30 mil dispositivos contenedores e armazena mais de 47 mil itens, que são processados por um sistema automatizado de pesagem, classificação e estocagem, desde pequenas peças a conjuntos, pacotes e paletes. Ao todo, o centro atende entre 500 e 600 pedidos diários e, segundo a empresa, mantém um lead time de apenas 45 min entre o recebimento e a entrega. Confira mais dados no infográfico.
MÉTODO REDUZ TESTES CONVENCIONAIS EM OBRA DO MAIOR AEROPORTO DO MUNDO
Durante o “Innovation Days 2017”, o gerente de projetos geotécnicos da Arcadis Germany, Christian Hotz, apresentou a experiência de aplicação de um método integrado de QA/QC (Quality Assurance/Quality Control) – ou garantia e controle da qualidade, em tradução livre do inglês – para rolos compactadores utilizados na construção do novo aeroporto de Istambul, que será o maior do mundo com seus 78 milhões de m² de área, terminal de 1,37 milhões de m2 e capacidade anual de 150 milhões de passageiros por ano.
Na primeira fase da obra, uma frota de 158 rolos (sendo 136 da Bomag) foi destacada para compactar entre 500 e 750 mil m3 diários de solo. Para implementar o método CCC (Continuous Compaction Control, ou Controle de Compactação Contínua), 40 máquinas de tambor liso – modelo BW 226 DH-4, de 26 ton – foram equipadas com um sistema integrado de compactação, combinando tecnologias digitais como BCM, BTM e GPS. Diariamente, cada máquina testou a distensão dinâmica e o grau de compactação de uma extensão de 95 a 110 mil m2 do terreno. Os resultados mostraram que, além de permitir a construção simultaneamente aos testes de qualidade, a integração desse sistema aos círculos de compactação com seis rolos, sendo quatro unidades de tambor pata-de-carneiro (ou poligonais) e duas de tambor liso, a última delas equipada com os sensores ajudou a reduzir em 80% os testes convencionais, em uma aplicação de apenas seis passadas. “Trata-se de um resultado muito interessante, mas no futuro será possível descartar completamente os testes convencionais”, avisou Hotz.
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