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Revista M&T - Ed.12 - Jul/Ago 1992
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CONTE OUTRA

O Verão de 44

Nesta página você relata fatos interessantes da sua vida.
Circunstâncias inesquecíveis, curiosas e engraçadas. Situações que a sua profissão cria e das quais você se recorda como algo bom ou positivo. Envie-nos sua história

Era uma daquelas viagens de campo. Destino: a famosa Barragem de Sobradinho (projeto de Sá & Guarabira). Saímos cedinho de Canavieiras para que, segundo meu cicerone, o grande Nagib Fadul, "eu tivesse uma visão global da Bahia". Mortos de cansaço, chegamos a Eunápolis que, em 1973; tinha somente uma rua.

Por instinto ou falta de opção, hospedamo-nos no "Grande Hotel Eunápolis", num apê de frente para a rua, no primeiro andar do sobrado. Atravessei a sala de jantar e um longo corredor com quartos dos dois lados e, tamancos nos pés e toalha na cintura, me dirigi ao chuveiro único do estabelecimento.

De volta ao meu quarto, presenciei uma breve altercação do meu acompanhante ao conversar com urna jovem, que logo percebi ser funcionária do hotel. Ela dizia:

— Acho melhor o senhor dormir com a janela fechada, apesar do calor. Aqui dá muito ladrão e alguém pode subir na laje e vasculhar seu quarto —, advertia. Disse e saiu, de volta aos seus afazeres.

Enquanto eu entrava no quarto, Nagib abriu sua maleta de mão, pegou um revólver 44 e colocou sobre o parapeito da janela, que deixou escancarada. Percebendo meu olhar de interrogação, ele explicou:

— Com este calor da gota, é melhor deixar o ar condicionado ligado.

Despreocupado, ele dormiu o "sono dos justos", enquanto eu passei a noite em claro, apreciando o movimento do lado de fora.


Roberto Ferreira
CBPO


Nesta página você relata fatos interessantes da sua vida.
Circunstâncias inesquecíveis, curiosas e engraçadas. Situações que a sua profissão cria e das quais você se recorda como algo bom ou positivo. Envie-nos sua história

Era uma daquelas viagens de campo. Destino: a famosa Barragem de Sobradinho (projeto de Sá & Guarabira). Saímos cedinho de Canavieiras para que, segundo meu cicerone, o grande Nagib Fadul, "eu tivesse uma visão global da Bahia". Mortos de cansaço, chegamos a Eunápolis que, em 1973; tinha somente uma rua.

Por instinto ou falta de opção, hospedamo-nos no "Grande Hotel Eunápolis", num apê de frente para a rua, no primeiro andar do sobrado. Atravessei a sala de jantar e um longo corredor com quartos dos dois lados e, tamancos nos pés e toalha na cintura, me dirigi ao chuveiro único do estabelecimento.

De volta ao meu quarto, presenciei uma breve altercação do meu acompanhante ao conversar com urna jovem, que logo percebi ser funcionária do hotel. Ela dizia:

— Acho melhor o senhor dormir com a janela fechada, apesar do calor. Aqui dá muito ladrão e alguém pode subir na laje e vasculhar seu quarto —, advertia. Disse e saiu, de volta aos seus afazeres.

Enquanto eu entrava no quarto, Nagib abriu sua maleta de mão, pegou um revólver 44 e colocou sobre o parapeito da janela, que deixou escancarada. Percebendo meu olhar de interrogação, ele explicou:

— Com este calor da gota, é melhor deixar o ar condicionado ligado.

Despreocupado, ele dormiu o "sono dos justos", enquanto eu passei a noite em claro, apreciando o movimento do lado de fora.


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