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Revista M&T - Ed.273 - Maio 2023
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BRITAGEM E PENEIRAMENTO

O avanço das usinas móveis

Impulsionadas pela alta mobilidade, unidades móveis começam a conquistar maior espaço no mercado brasileiro de britagem, no qual a preferência por plantas fixas ainda é majoritária

Aos poucos, as pedreiras e mineradoras brasileiras têm cedido espaço para uma mudança no perfil dos equipamentos de britagem. Em um cenário cada vez mais dinâmico e competitivo, as plantas móveis estão se tornando uma alternativa cada vez mais atraente em relação às usinas fixas de beneficiamento de agregados, algo que há bastante tempo já ocorre nos mercados europeu e norte-americano.

No final da década de 1980, esses mesmos países processavam 80% da britagem em plantas fixas e 20% em móveis; mas atualmente esse percentual se inverteu e as usinas móveis já prevalecem em 80% da produção desses centros econômicos globais.

“No Brasil, a proporção de uso da britagem móvel ainda segue o modelo internacional dos anos 1980, ou seja, ainda é de 20%”, informa Bernardo Gomes, consultor para as linhas Kleemann e Surface Miner do Grupo Wirtgen no Brasil.

Como conjectura, essa preferência pode ser explicada por uma série de questões, incluindo o arraigado apego do setor às unidades fixas – além do tamanho do país. Porém, conforme aumenta a percepção sobre os benefícios das plantas móveis, a expectativa é que esse tipo de solução esteja cada vez mais presente, tanto em pedreiras como na construção pesada.

“Entre as principais razões para essa mudança está a possibilidade de realizar a britagem e o peneiramento na própria obra, diminuindo o custo com o transporte de agregados”, atesta Amauri Araujo, diretor comercial e de marketing da Máquina Solo.

Notoriamente, as plantas móveis agregam mobilidade a diversos projetos de infraestrutura e trabalhos temporários, como pavimentação de vias, construção de barragens e hidrelétricas, execução de estações de metrô, entre outros.

De acordo com Davi Zumpano, engenheiro especialista em plantas de britagem da Metso Outotec, essa solução


Aos poucos, as pedreiras e mineradoras brasileiras têm cedido espaço para uma mudança no perfil dos equipamentos de britagem. Em um cenário cada vez mais dinâmico e competitivo, as plantas móveis estão se tornando uma alternativa cada vez mais atraente em relação às usinas fixas de beneficiamento de agregados, algo que há bastante tempo já ocorre nos mercados europeu e norte-americano.

No final da década de 1980, esses mesmos países processavam 80% da britagem em plantas fixas e 20% em móveis; mas atualmente esse percentual se inverteu e as usinas móveis já prevalecem em 80% da produção desses centros econômicos globais.

“No Brasil, a proporção de uso da britagem móvel ainda segue o modelo internacional dos anos 1980, ou seja, ainda é de 20%”, informa Bernardo Gomes, consultor para as linhas Kleemann e Surface Miner do Grupo Wirtgen no Brasil.

Como conjectura, essa preferência pode ser explicada por uma série de questões, incluindo o arraigado apego do setor às unidades fixas – além do tamanho do país. Porém, conforme aumenta a percepção sobre os benefícios das plantas móveis, a expectativa é que esse tipo de solução esteja cada vez mais presente, tanto em pedreiras como na construção pesada.

“Entre as principais razões para essa mudança está a possibilidade de realizar a britagem e o peneiramento na própria obra, diminuindo o custo com o transporte de agregados”, atesta Amauri Araujo, diretor comercial e de marketing da Máquina Solo.

Notoriamente, as plantas móveis agregam mobilidade a diversos projetos de infraestrutura e trabalhos temporários, como pavimentação de vias, construção de barragens e hidrelétricas, execução de estações de metrô, entre outros.

De acordo com Davi Zumpano, engenheiro especialista em plantas de britagem da Metso Outotec, essa solução já poderia estar mais consolidada, não fossem alguns fatores conjunturais. “A partir de 2015, a área de máquinas móveis teve uma queda drástica com a baixa quantidade de obras de infraestrutura pelo país”, diz ele. “Nos últimos três anos os números voltaram a subir, porém não de modo substancial como aconteceu no período entre 2010 e 2014.”


Mudança para soluções móveis é impulsionada pela possibilidadede operação na própria obra, diminuindo o custo com transporte de agregados

A especialista de aplicação da Astec, Lorena Lopes Lucio, cita outros fatores que emperram uma maior adoção de plantas móveis no país. “Para a britagem, há alguns anos os conjuntos sobre esteiras têm um mesmo fluxo de procura, sem nenhum aumento notório”, aponta a especialista, citando barreiras, como a disponibilidade e a utilização. “Provavelmente, isso se deve mais ao alto preço, muitas vezes atrelado ao dólar, além da alta demanda de manutenção”, ela explica.

ADEQUAÇÃO

No conceito de plantas móveis, as opções sobre pneus têm se tornado tendência, com crescimento considerável na procura, principalmente nos últimos três anos. Nesse período, a indústria de agregados também precisou buscar novas tecnologias para se adequar à realidade de consumo do mercado.

Atualmente, em torno de 40% da demanda são compostos por pedras miúdas, areia de brita, granilha, fertilizantes, rochagem, reciclagem de asfalto, carvão, escórias e minério de ferro. Com isso, as pedreiras precisaram adequar seus processos de peneiramento e, preferencialmente, optar por máquinas capazes de evitar perdas volumosas. “Para se obter um agregado com partículas extrafinas, é indicado o uso de peneiras de alta frequência”, explica Paulo José Alves dos Santos, diretor de engenharia e inovação da Athox Mining Solutions.


Não fossem fatores conjunturais, tendência poderia já estar mais consolidada no país

No caso de produtos de maior granulometria, diz ele, as peneiras mais empregadas atualmente são modelos modulares com multi-inclinações, que – segundo o especialista – possibilitam alta velocidade quando o material entra na peneira, e baixa quando chega ao final. “Essa alternância no movimento garante um processo perfeito, inclusive podendo receber grandes cargas de produção”, garante Santos.

Em novos empreendimentos, a opção por plantas móveis também tem potencial de proporcionar diferentes ganhos. Entre os principais está o tempo de startup dos equipamentos.

Enquanto as unidades fixas demandam longos prazos para obtenção das licenças de operação, busca por energia elétrica, execução da obra civil e montagem, as alternativas móveis precisam, basicamente, apenas de ajustes e conferências. Nas fixas, a conclusão de todas as etapas pode demorar até um ano e meio, enquanto uma planta móvel inicia a operação em cerca de seis meses.

Além disso, as plantas móveis têm sido escolhidas em situações que possuem frente de lavra em locais distintos entre si.

“São situações em que o custo para transporte (via caminhão ou transportadores de correia) da alimentação da usina até uma estação fixa inviabiliza o projeto”, afirma Lorena Lucio, da Astec, referindo-se ao processo ROM (Run-Of-Mine) e lembrando outros pontos a considerar na especificação da planta de britagem, como posicionamento, alimentação, limpeza da pilha e resistência do solo. “Assim como o valor de revenda, a disponibilidade das máquinas e o pós-venda também exigem atenção”, completa Zumpano, da Metso Outotec.

Em geral, as pedreiras consolidadas também podem se beneficiar do uso de plantas móveis, seja para suprir um pico de demanda ou atender a projetos específicos.

Em relação à procura atual por equipamentos móveis, há uma divisão praticamente meio a meio entre os prestadores de serviços – ou seja, empresas que ganharam contratos e precisam de equipamentos robustos – e proprietários de pedreiras e jazidas minerais. Além disso, se observa ainda um forte movimento na área de calcário agrícola.

APLICAÇÃO

De longe, a flexibilidade e a mobilidade são as principais vantagens na aplicação de plantas móveis. Além da possibilidade de utilizar um único equipamento que pode ser configurado para cumprir funções distintas, o conjunto pode ser transportado para trabalhar em diferentes locais.

Essa possibilidade de britar em vários locais de trabalho é apreciada por empresas de construção, prestadores de serviços e pedreiras, que podem economizar na operação ao deslocar o conjunto para onde o material virgem está, enquanto a planta fixa requer uma frota de caminhões para ser alimentada.

Mas para aproveitar esses benefícios, é importante entender as particularidades de projeto para a escolha do equipamento ideal. Segundo Araujo, da Máquina Solo, a planta móvel sempre é bem-vinda.


Preço atrelado ao dólar e alta demanda de manutenção são contrapontos das soluções

Até quando o projeto é mais adequado para uma planta fixa, entre a fase de projeto civil, engenharia, fabricação e montagem, normalmente pode se considerar de 12 a 24 meses”, diz. “Durante esse período, com um conjunto móvel, a pedreira pode gerar um bom caixa com a venda de agregados britados e peneiramento.”

Por outro lado, a opção sobre esteiras não é indicada para projetos com grande produção mensal (por possuírem DF mais baixa), assim como altura de pilha baixa, empresas sem mão de obra especializada e, ainda, quando há despesas maiores de capital e de operação.

“Basicamente, a planta sobre pneus é composta pelos mesmos equipamentos das fixas, porém embarcados e integrados em um chassi”, ressalta Lorena Lucio, da Astec. “Na lista de vantagens estão disponibilidade similar à da planta fixa, Opex e Capex menores, além de maior altura de pilha.”

Contudo, o uso das plantas móveis de britagem não é vantajoso para todos os casos. Normalmente, não são recomendadas para situações em que o proprietário tem certeza de que não mudará a posição de seu empreendimento tão cedo. Outro cenário em que as plantas fixas são uma opção melhor é quando existe a necessidade de beneficiamento a úmido e uso elevado de água no peneiramento.

Independentemente de fixas ou móveis, os clientes buscam soluções que entreguem um alto nível de produtividade. Há, ainda, demanda por equipes capacitadas, disponibilidade de equipamentos, controle de processos (automação) e taxas estáveis de carregamento, do desmonte de rocha até a estação primária de britagem.

Também entra nessa lista a preocupação em contar com pós-venda eficiente. A instalação ágil é outro diferencial no momento da compra. “Recentemente, um cliente ganhou uma obra e precisava de um equipamento urgente, pois a operação tinha que iniciar rapidamente”, conta Gomes, do Grupo Wirtgen. “Foi possível viabilizar o projeto no prazo estipulaestipulado e atender ao contrato, que solicitava um fornecimento inadiável.”

Por se tratar de uma venda técnica, prever a operação de maneira assertiva também faz diferença. “Fazemos simulações no software AggFlow, que recebe diferentes informações prévias, como detalhes da atividade que será realizada e dados sobre o tipo de rocha”, explica.

CRESCIMENTO

Após as vendas de 2022 atenderem às expectativas, a perspectiva para esse ano é de uma evolução ainda maior. “Esperamos um aumento para 2023, tanto do setor de locação quanto de usuários finais (agregados, mineração e processamento de resíduos de construção e demolição)”, afirma Gomes, que vê o mercado de plantas móveis de britagem em fase de crescimento.

“Os principais mercados que devem demandar esse tipo de equipamento são a mineração, que tem um volume interessante de vendas para o exterior, e a construção civil, com obras de ferrovias, rodovias e aeroportos, expansões de metrôs e recapeamento, entre outros.”

Momento é de otimismo com as potencialidades do mercado internacional de agregados

Com intenção de aumentar a oferta para as regiões Norte e Nordeste, além de avançar no estado de São Paulo, a Athox também está otimista. “Temos a exportação em nosso radar, buscando crescimento dos negócios internacionalmente”, diz Lucas D’Andréa Balistiero, diretor administrativo e financeiro da empresa. “Internamente, investimos na evolução do processo, controle e sistema produtivo”, complementa.

De acordo com Balistiero, o mercado internacional de agregados para construção civil tem horizontes promissores no longo prazo. Ele cita um estudo publicado pela Leiden University, da Holanda, mostrando que a demanda global por areia tende a subir em 45% até meados do ano 2060, o que deve provocar escassez desse material e estimular produtos alternativos, já que a maior parte da areia industrial é extraída de rios.

“O incentivo ao uso de alternativas como brita, escória, agregados, resíduos de demolição e concreto triturado é uma das propostas desse estudo aos governos locais”, acentua. “Diante desse quadro, o mercado reserva boas perspectivas.”

No Brasil, as empresas disponibilizam diferentes tipos de implementos para as plantas móveis, como caçambas-britadoras, caçambas-peneiras e caçambas-processadoras. As britadoras são usadas, principalmente, por empresas com demandas menores – sendo indicadas para obras de demolição e britagem de mármore, granito, basalto, seixo e outros minérios.

Já as peneiras são indicadas para pré-peneirar o material antes ser britado. Outra opção são os britadores de impacto horizontal para britagem primária e secundária com apenas uma máquina. Voltados para RCD, perfazem de 200 a 400 t/h, dependendo do material.

Saiba mais:
Astec: www.astecindustries.com
Athox: www.athox-consultoria.com.br
Máquina Solo: https://maquinasolo.com.br
Metso Outotec: www.mogroup.com/pt
Wirtgen Group: www.wirtgen-group.com/pt-br

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