Expectativa dos expositores é de reaquecimento do mercado de obras a curto e médio prazo, o que torna o momento oportuno para apresentar novas soluções ao mercado.
O primeiro semestre foi muito difícil para o país, diante do processo de acomodação de um novo governo na esfera federal e as doses cavalares de juros para conter a inflação em patamares aceitáveis. O segmento de construção naturalmente foi um dos que mais sentiram, com o adiamento de muitos projetos na área de infraestrutura, a indefinição de regras para investimento e o represamento de obras públicas. Desse modo, com exceção dos setores com linhas de produtos voltados para exportação—caso da agroindústria e da mineração, por exemplo -todos os demais, em sua maioria, permaneceram em compasso de espera. A reversão desse cenário pode ocorrer ainda
Expectativa dos expositores é de reaquecimento do mercado de obras a curto e médio prazo, o que torna o momento oportuno para apresentar novas soluções ao mercado.
O primeiro semestre foi muito difícil para o país, diante do processo de acomodação de um novo governo na esfera federal e as doses cavalares de juros para conter a inflação em patamares aceitáveis. O segmento de construção naturalmente foi um dos que mais sentiram, com o adiamento de muitos projetos na área de infraestrutura, a indefinição de regras para investimento e o represamento de obras públicas. Desse modo, com exceção dos setores com linhas de produtos voltados para exportação—caso da agroindústria e da mineração, por exemplo -todos os demais, em sua maioria, permaneceram em compasso de espera. A reversão desse cenário pode ocorrer ainda neste ano. “A credibilidade conquistada pelo governo brasileiro junto ao mercado internacional, associada a demandas latentes por obras de infraestrutura de setores pujantes da indústria sinalizam para uma retomada”, lembra Gilberto Leal Costa, vice-presidente executivo da Sobratema — Sociedade Brasileira de Tecnologia para Equipamentos e Manutenção. Além disso, diz ele, o novo governo foi eleito com uma plataforma social e deve dar uma resposta ao eleitorado, na forma de obras de saneamento, transporte e habitação, por exemplo, que têm forte impacto social e são altamente demandadoras de mão-de-obra”. Realmente, o segmento de construção, que tem se limitado a projetos localizados, com investimento privado e obras de alcance estadual ou municipal, poderá receber em breve o reforço dos indispensáveis recursos públicos do governo federal.
Já está definida, por exemplo, uma verba de R$ 191 bilhões no orçamento para obras de infraestrutura, de 2.004 a 2.007. A soma representa uma média de desembolso de 3,5% do PIB ao ano. As pastas de transportes e energia receberão, respectivamente, R$2,3 bilhões e R$4,6 bilhões — 35,2% e 23,1%, a mais do que em 2003. É uma cifra que, embora insuficiente, poderá atrair a participação de outras fontes de financiamento públicas e privadas e produzir um grande impacto sobre a economia como um todo. Como diz Renato Baiardi. em entrevista exclusiva nesta edição, “não faltam recursos, quando se tem um bom projeto.
Novo ciclo — Os expositores da M&T Expo’2003 também estão confiantes, confirma Hugo Ribas Branco, gerente geral da feira. “A maioria dos participantes do evento acredita que a economia poderá entrar em um novo ciclo de crescimento, com reflexos positivos em todo o segmento. A M&TEXPO’2003 demonstra a confiança dos expositores no país”.
“A M&T Expo’ 2003”, lembra Yoshio Kawakani, presidente da Volvo Construction Equipment, “ocorre num momento de transições importantes, que provocam expectativas de diversas naturezas, algumas positivas e outras preocupantes em suas tendências. Embora com uma performance tímida das vendas de máquinas de construção no primeiro semestre do ano, a feira acontece num período importante de renovação e avanços tecnológicos”. Ele acredita que essas novidades estabelecerão um novo patamar de tecnologia aplicada, trazendo ao Brasil soluções que atendem necessidades cada vez mais complexas e elevadas dos clientes. “Acreditamos que, se a motivação econômica não estiver no seu nível mais elevado, o interesse por novas soluções e tecnologias inovadoras compensará e manterá a importância deste evento”.
Jürgen Flemming, superintendente da Liebherr Brasil, também está confiante de que nos últimos meses o mercado mudou e para melhor. “Nós estamos hoje com tantos pedidos em carteira que temos até dificuldade em atender aos clientes, principalmente na área de escavadeiras”, garante. O mercado de betoneiras, segundo ele, também está reagindo. “Depois de um início de ano difícil, quando tivemos que dar férias coletivas em abril, estamos com 60% da capacidade e temos certeza que o segundo semestre vai ser muito melhor. Alinha mais recente, de pás- carregadeiras, não retomou ainda, mas também acreditamos em uma reação ainda neste ano”.
Mats Blacker, diretor da Sandvik Mining and Construction, também entende que, depois da retração do mercado e do impasse gerado pela não liberação de verbas públicas pelo governo federal, o país pode entrar em um novo ciclo de crescimento. Da parte dos fabricantes, diz Blacker, o importante é se antecipar a esse novo momento, com novos produtos e serviços para atender as necessidades dos clientes no momento oportuno. “A nossa divisão está mantendo e até aumentando o seu quadro de pessoal, com um investimento muito forte que estamos fazendo na área de serviços”. A Sandvik também dá o exemplo em relação a novas soluções em produtos. Depois de adquirir da Metso e passar a fabricar em tempo recorde no Brasil a linha de britadores Jawmaster e Hydrocone, a Sandvik já anuncia a introdução no mercado de empilhadeiras para pátio, estocagem de minério e de navios.
Força do mercado — A Madal- Palfinger, de Caxias do Sul, pertencente ao grupo austríaco Palfinger AG - um dos players mundiais na área de equipamentos para movimentação de carga — é outra empresa que aposta na força do mercado brasileiro e planeja crescer, em média, 15% ao ano até 2006. Para atingir esta meta, ela projeta investir no período US$ 5 milhões. Os recursos serão aplicados em lançamentos, treinamentos, melhoramento da rede de distribuição, desenvolvimento tecnológico e ampliação da oferta de serviços. Fabricante de guindastes articulados e telescópicos, a MadahPalfinger trabalha com 90% da sua capacidade instalada e acaba de fechar os números do primeiro semestre, registrando um crescimento de 28% nas vendas e 30% no faturamento, em relação a igual período do ano passado. Somente no último trimestre, a empresa negociou mais de R$ 10 milhões em equipamentos e seu objetivo é encerrar o exercício com uma receita da ordem de R$ 52 milhões, contra R$ 43 milhões apurados em 2002. Alguns fatores estão estimulando está forte arrancada da companhia. “O aumento dos investimentos feitos pelos clientes em busca de maior competitividade e eficiência na área logística e a nossa prospecção de novas oportunidades para expansão dos negócios são alguns deles”, aponta Jorge Zir Bothomé, vice-presidente de marketing, vendas e engenharia da empresa.
Antônio Carlos Grisci, diretor da Copex, representante da Indeco, VTN e Fiori, também divide com o setor a mesma expectativa quanto ao retorno às obras e consequente aumento nas vendas de máquinas e equipamentos, aguardando apenas uma definição do que o governo irá destinar a este segmento. “A Copex juntamente com suas representadas está preparada para atender este segmento de mercado a partir de 2004. Para tanto, investimos na abertura da unidade Copex em São Paulo, objetivando melhor atender a região sudeste do país”.
Atuando no mercado brasileiro há três anos, após a joint venture com a Landroni, a Italtractor Landroni, empresa integrante do Pasini Group, vem continuamente aperfeiçoando sua tecnologia e apresentando soluções inovadoras para a sua tradicional linha de material rodante ITM, destinado aos segmentos de construção civil, mineração e agricultura. Cesare Bevini, diretor comercial para América Latina, diz que hoje é o segmento da agroindústria que mantém aquecida as atividades da empresa. O desempenho positivo da Italtractor, que sofre como tantas outras empresas a estagnação do crescimento, diz ele, só virá realmente com a retomada dos investimentos, não só governamentais, em sua grande parte, como também os privados, direcionados às obras de infraestrutura da construção civil e de mineração. “Temos a firme convicção que essa situação deve se reverter nos próximos 3 ou 4 anos. Faz parte dessa crença nossa participação na M&T Expo, que mesmo institucional, acreditamos possa nos trazer um sinal de futuros negócios”. Denis de Bonis, presidente da BercoSul, subsidiaria da Berco S.p.A, empresa italiana do grupo ThyssenKrupp 'Ibchnologies, montadora e distribuidora exclusiva para o Brasil do material rodante BERCO, também está otimista. O mercado brasileiro de maquinas e equipamentos, diz ele, terá com certeza um grande benefício derivado do crescimento econômico. “Nosso setor poderá oferecer a maior contribuição para este crescimento através dos equipamentos necessários para o desenvolvimento da infra-estrutura logística que o País precisa ter para melhorar sua competitividade na economia globalizada”.
André Freire, gerente geral para a América do Sul da Genie Brasil, fabricante de plataformas elevatórias, não acredita em mudanças radicais a curto prazo. “O mercado de máquinas e equipamentos está em clara recessão neste ano devido aos problemas políticos e econômicos brasileiros. Mas esse quadro poderá ser revertido, caso o governo consiga aprovar suas propostas e o cenário mundial esteja positivo”.
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