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Revista M&T - Ed.82 - Abr/Mai 2004
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MOVIMENTAÇÃO

Movimentação do parque nacional de equipamentos

Dados de produção, vendas internas e exportações definem o perfil da frota de máquinas pesadas adquirida no Brasil a partir de 1997.

Trabalho realizado pela Abimaq MM-Associação Brasileira da Indústria de Máquinas, a partir da amostragem de dados obtidos via Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotivos), ou diretamente de fabricantes de equipamentos pesados que possuem linhas de produção ou montagem no Brasil, indicam que, entre 1997 e janeiro de 2004, as máquinas mais adquiridas por usuários brasileiros, somando-se as fabricadas aqui e as importadas, foram as retroescavadeiras (12.134 unidades), seguidas das pás-carregadeiras de rodas (11.787), escavadeiras hidráulicas (5.383), tratores de esteira (4.379) e motoniveladoras (3.634). Juntas, representaram 96,7% do total de 38.587 unidades comercializadas, que inclui também caminhões fora-de-estrada e rolos compactadores.

A produção total do período foi de 57.662 unidades, das quais foram vendidas 57.303. Foram importadas 2.618 máquinas e exportadas 21.334. Ou seja, do que foi fabricado aqui, 67,3% foram comercializados internamente, enquanto 32,7% foram negociados para outros países. São campeãs de exportação as motoniveladoras — 7.491 unidades no período -, enquanto as pás-carregadeiras de rodas lideram o ranking nacional de produção - 14.835 unidades. Alinha mais importada, embora com redução significativa ao longo desses anos, é a de escavadeiras hidráulicas — 1.858 unidades - e a única a não ter importações é a de retroescavadeiras, com uma produção nacional de 14.154 modelos.

Altos e Baixos — Os anos de maior produção de retroescavadeiras foram 1997 e 1998, quando também mais unidades foram vendidas e exportadas até janeiro de 2004, exceção feita apenas ao ano de 2003, que registrou a exportação de 602 modelos, compensando a queda das vendas internas. A an&aac


Dados de produção, vendas internas e exportações definem o perfil da frota de máquinas pesadas adquirida no Brasil a partir de 1997.

Trabalho realizado pela Abimaq MM-Associação Brasileira da Indústria de Máquinas, a partir da amostragem de dados obtidos via Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotivos), ou diretamente de fabricantes de equipamentos pesados que possuem linhas de produção ou montagem no Brasil, indicam que, entre 1997 e janeiro de 2004, as máquinas mais adquiridas por usuários brasileiros, somando-se as fabricadas aqui e as importadas, foram as retroescavadeiras (12.134 unidades), seguidas das pás-carregadeiras de rodas (11.787), escavadeiras hidráulicas (5.383), tratores de esteira (4.379) e motoniveladoras (3.634). Juntas, representaram 96,7% do total de 38.587 unidades comercializadas, que inclui também caminhões fora-de-estrada e rolos compactadores.

A produção total do período foi de 57.662 unidades, das quais foram vendidas 57.303. Foram importadas 2.618 máquinas e exportadas 21.334. Ou seja, do que foi fabricado aqui, 67,3% foram comercializados internamente, enquanto 32,7% foram negociados para outros países. São campeãs de exportação as motoniveladoras — 7.491 unidades no período -, enquanto as pás-carregadeiras de rodas lideram o ranking nacional de produção - 14.835 unidades. Alinha mais importada, embora com redução significativa ao longo desses anos, é a de escavadeiras hidráulicas — 1.858 unidades - e a única a não ter importações é a de retroescavadeiras, com uma produção nacional de 14.154 modelos.

Altos e Baixos — Os anos de maior produção de retroescavadeiras foram 1997 e 1998, quando também mais unidades foram vendidas e exportadas até janeiro de 2004, exceção feita apenas ao ano de 2003, que registrou a exportação de 602 modelos, compensando a queda das vendas internas. A análise do período aponta a consolidação do equipamento no segmento de construção, com sua disseminação principalmente em obras de implantação de redes de saneamento básico, gás natural e telefonia.

O porte menor da retroescavadeira, sua maior mobilidade e a conjugação da função de carga ao implemento retro atendem diretamente, naquelas operações de intervenção urbana, às condições de movimentação em espaços limitados - em vias onde o fluxo de veículos e pedestres é mantido - e de versatilidade de aplicação, já que o equipamento serve tanto às obras realizadas por Método Não Destrutivo (MND) — uso da escavadeira para abertura dos cachimbos de entrada das per- furatrizes direcionais que inserem os dutos quanto no de Vala a Céu Aberto (VCA), onde executam a quase totalidade dos trabalhos - abertura das valas, carregamento do material, posicionamento dos dutos e reaterro.

Nesse contexto, a produção e venda de retroescavadeiras têm seus menores resultados em 1999 e 2000, recuperando os patamares dos dois primeiros anos da pesquisa somente em 2001 e 2002. Esses dois anos foram marcados pelos maiores investimentos dos setores de telefonia e gás, já privatizados, na expansão de suas redes, caso da Comgás (da British Gás) e da espanhola Telefônica, no estado de São Paulo, por exemplo. Só o setor de telecomunicações aplicou em 2002 o maior volume de recursos nos últimos cinco anos - R$ 22 milhões.

Já as vendas de pás-carregadeiras de rodas, tratores de esteiras e motoniveladoras têm no agronegócio sua principal demanda. O ano de maior produção e venda de carregadeiras de rodas e tratores de esteiras foi 1997 e não é coincidência que o mesmo ano tenha sido o de maior crescimento do agronegócio (4%) a contar de 1992, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Em 2001, outro recorde histórico - 7,9% -, alavancou uma expansão da produção de máquinas e equipamentos de uso agrícola em cerca de 17,7%.

Esse resultado, ainda conforme o Instituto, deveu-se também à oferta de crédito a juros baixos através do Programa de Modernização da Frota Agrícola — Moderfrota, do Ministério da Agricultura e BNDES -, ao aumento da renda agrícola e também às exportações que aumentaram 26,4% em relação a 2001, consequência, para a Anfavea, do nível tecnológico e marketing agressivo da indústria brasileira de máquinas agrícolas. Pelo trabalho da Abimaq, em 2002 foram exportados 1117 tratores e 290 carregadeiras de rodas contra 888 tratores e 190 carregadeiras em 2001. E preciso lembrar ainda, um outro fator de incremento às exportações — o auge entre 2000 e 2001 da crise na Argentina, até então a maior exportadora de máquinas agrícolas da América Latina, e que deixou o caminho livre para o Brasil no atendimento a países como os Estados Unidos, México, Chile e Venezuela, entre outros.

Suely Agostinho, vice-presidente da câmara de máquinas rodoviárias da Abimaq e gerente de assuntos corporativos da Caterpillar Brasil, credita o sucesso do Moderfrota principalmente por ter dado ao agricultor a exata perspectiva de sua dívida e das condições de financiamento, através de prestações fixas. “Esperamos resultados semelhantes com a implementação do Modermaq, que deve se basear nos mesmos moldes do Moderfrota para financiar a aquisição de máquinas e equipamentos também pelo setor de construção”, diz a executiva.

Além do agronegócio, os tratores, carregadeiras e motoniveladoras, ao lado das escavadeiras hidráulicas, como equipamentos típicos de operações de grande movimentação de material que são, têm seus picos de produção e vendas também coincidentes aos de concentração de grandes obras de infraestrutura. Em 1997, por exemplo, era iniciada a construção de quatro grandes gasodutos no Brasil, incluído aí o Brasil Bolívia, um dos maiores projetos de infraestrutura do mundo. Em 1998, começavam a ser implantadas a hidrelétrica de Lajeado (SC) e Machadinho (divisa de SC com RS), as barragens de Castanhão (CE) e de Santa Cruz (RN), além do trecho oeste do Rodoanel Mário Covas e a duplicação da rodovia dos Imigrantes, ambos em São Paulo e duas das maiores obras rodoviárias do País.

Pela evolução dos números, a pesquisa mostra também o aumento constante e sustentado das vendas de escavadeiras hidráulicas, cuja versatilidade de aplicações expandiu seu uso junto a mineradoras e, mais recentemente, em razão da mecanização das atividades, ao segmento florestal, em operações de corte, derrubada, traçamento e carga de madeira destinada à indústria de papel e celulose. O crescimento das vendas internas ocorre em paralelo à redução das importações, já que esse mercado potencial acabou incentivando a fabricação nacional de várias marcas na faixa de 20 toneladas e de algumas na faixa de 30 toneladas. Só no ano de 2002, foram vendidos 979 modelos, 804 deles nacionais, o melhor resultado dos últimos sete anos. A partir de 1999, as importações que chegaram a 599 unidades em 1998, se mantêm próximas a 150 unidades/ano, com picos de 177 unidades em 2001 e 175 em 2002, atendendo certamente demanda da mineração por máquinas de capacidade superior a 30 toneladas que, por questões de escala, ainda não são fabricadas no Brasil.

No caso dos caminhões off-Road, a estabilidade da mineração brasileira tem mantido as vendas pouco abaixo ou acima das 40 unidades/ano, com exceção das 84 vendidas em 2001. A produção nacional teve picos nos anos de 1998 (90 unidades) e 2001 (92 unidades), baixando para 77 unidades em 2002 e para 66 em 2003, neste último próximo dos resultados de 1999 (63 unidades) e 2000 (68 unidades). A aquisição de importados foi maior em 1998, totalizando 35 unidades, oscilando entre 6 unidades em 1999 e 7 unidades em 2000 e 2003. Os piores anos para as exportações foram 1997 (4 unidades), 1999 (3 unidades) e 2001 (5 unidades) e os melhores foram os de 1998 (18 unidades), 2000 (17 unidades), 2002 (18 unidades) e 2003 (15 unidades). Apenas um caminhão fora-de-estrada nacional foi vendido no Brasil em janeiro passado, enquanto em janeiro de 2003 foram vendidos cinco.

Já os rolos compactadores, ainda pouco utilizados em aterros sanitários - onde o próprio trator de esteiras realiza o espalhamento do material e também sua compactação -, têm suas vendas centradas na área de pavimentação, o que justifica que superassem a marca de 300 unidades comercializadas ao ano, entre 2000 e 2002, quando ocorreram os maiores investimentos de concessionárias rodoviárias em São Paulo. E nesse período que se realizam também grandes obras como a duplicação e modernização da rodovia Fernão Dias, entre São Paulo e Belo Horizonte, e da rodovia Regis Bittencourt, entre São Paulo e Curitiba e o prolongamento da rodovia dos Bandeirantes, que liga a região metropolitana da capital às principais cidades do interior, em 70 km.

Em 2003, vemos que a ausência de investimentos públicos de vulto em infraestrutura, principalmente construção e recuperação de rodovias, faz com que os melhores resultados sejam os de exportação. Em meio à queda geral das vendas, destaca-se a de motoniveladoras — de 673, em 2002, para 312 - e a de compactadores - de 364 para 186. No total, foram registradas no ano passado vendas de 4.260 equipamentos, entre nacionais e importados, uma redução de 31,7% em relação a 2002 e o pior resultado desde 1999, quando foram vendidas 4.168 unidades.

Em compensação, no último ano, as exportações totalizaram 3.805 unidades, superando o que até então havia sido o maior volume do período^ 1997 com 3.673 unidades. Mesmo assim, lembra Suely Agostinho, “há um limite para que a retração do mercado interno possa ser compensada através de exportações. Todos os fabricantes possuem produção local em vários países, igualmente competitiva dentro das corporações e cujos resultados não podem ser comprometidos pela entrada de linhas idênticas vindas das fábricas brasileiras”.

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