Em 2012, o mercado brasileiro consumiu mais de 18 mil empilhadeiras, de acordo com a Brasil Máquinas de Construção (BMC), distribuidora da Hyundai no país. Como comparação, esse número era de 12,5 mil unidades em 2008. Como mostra o quadro na pág. 42, essas máquinas são divididas em cinco categorias, sendo que os modelos com capacidade entre 2,5 e 3,5 toneladas são os mais vendidos atualmente (com 44% do mercado).
Nesta reportagem, fabricantes e distribuidores mostram como está distribuída essa frota, detalham as tecnologias de equipamentos disponíveis no Brasil e avaliam as demandas por empilhadeiras aplicadas em ambientes severos.
CONCEITOS
Marcelo Duarte, gerente comercial da Linde MH, esclarece que as empilhadeiras convencionais operam em situações severas como construção, mineração, agricultura, papel e celulose. “Mas não são literalmente off-road”, ressalta o especialista, explicando que as empilhadeiras têm um conceito de centro de gravidade baixo, para permitir maior altura vertical de içamento e alta capacidade de carga residual. “Torná-la of
Em 2012, o mercado brasileiro consumiu mais de 18 mil empilhadeiras, de acordo com a Brasil Máquinas de Construção (BMC), distribuidora da Hyundai no país. Como comparação, esse número era de 12,5 mil unidades em 2008. Como mostra o quadro na pág. 42, essas máquinas são divididas em cinco categorias, sendo que os modelos com capacidade entre 2,5 e 3,5 toneladas são os mais vendidos atualmente (com 44% do mercado).
Nesta reportagem, fabricantes e distribuidores mostram como está distribuída essa frota, detalham as tecnologias de equipamentos disponíveis no Brasil e avaliam as demandas por empilhadeiras aplicadas em ambientes severos.
CONCEITOS
Marcelo Duarte, gerente comercial da Linde MH, esclarece que as empilhadeiras convencionais operam em situações severas como construção, mineração, agricultura, papel e celulose. “Mas não são literalmente off-road”, ressalta o especialista, explicando que as empilhadeiras têm um conceito de centro de gravidade baixo, para permitir maior altura vertical de içamento e alta capacidade de carga residual. “Torná-la off-road significa acrescentar um sistema de tração 4x4, pneus maiores e outras estruturas que descaracterizam esse conceito”, explica.
Já Pierre Warin, gerente de vendas da Manitou, ressalta que a multinacional francesa oferece empilhadeiras off-road desde 1958, quando segundo ele a empresa inventou esse conceito ao inverter o sentido de marcha de um trator e colocar um mastro na frente. “Para a Manitou, a empilhadeira fora de estrada é fundamental, pois representa a nossa maior atuação no ramo de empilhadeiras mundialmente”, afirma o executivo. “A nossa linha industrial é mais recente, embora tenha apresentado crescimento expressivo.”
Warin, todavia, reconhece que no Brasil o mercado ainda é embrionário para empilhadeiras off-road, uma vez que em 2012 somente 20 unidades foram consumidas no país. “Esse mercado ainda é pequeno no Brasil e não existe uma tendência clara de compras”, diz ele. “De fato, os poucos fabricantes que oferecem esse produto não têm evangelizado o mercado e é nesse aspecto que estamos trabalhando.”
PRODUTOS
Segundo o executivo, as empilhadeiras importadas da Manitou estão atualmente nas faixas de 3, 5 e 7 toneladas, sendo que a última é mais voltada para o setor de mineração. Disponibilizadas em versões 4x2 e 4x4, as empilhadeiras fora de estrada da marca são todas equipadas com motor diesel e eixo traseiro oscilante, além de apresentarem sistema de absorção de choque no mastro e transmissão com conversor de torque.
De acordo com Warin, tais características atendem às necessidades dos clientes de construção e mineração, que precisam movimentar cargas paletizadas em locais abertos, sujeitos a chuva e com terreno lamoso.
Em mineração, inclusive, a Linde também cita um caso de sucesso desenvolvido com uma grande mineradora nacional. Segundo Duarte, trata-se de uma empilhadeira de 4 toneladas e equipada com acessórios específicos para essa operação, como os filtros especiais (que protegem o sistema hidráulico e motor contra o ingresso de poeira) e o basculamento das tampas laterais, que facilita o acesso para intervenções de manutenção. Essa máquina também é movida a diesel, mas mantém o centro de gravidade reduzido e possui sistema hidrostático de transmissão.
O sistema hidrostático, aliás, é um dos diferenciais dos equipamentos da Linde, permitindo obter melhor rendimento em operações severas. Duarte explica que se trata de um sistema fechado, com bomba axial e motores hidráulicos. Por isso, a lubrificação não é susceptível a danos operacionais, como reversão indevida, sendo que o conceito do sistema inibe naturalmente o ingresso de contaminantes no óleo hidráulico. “Essas máquinas mantêm o torque do motor numa faixa ideal, o que resulta em até 40% de economia no consumo de combustível, principalmente em operações repetitivas, como é o caso de cimenteiras, que despacham o material em centros logísticos em uma operação repetitiva durante 24 horas por dia”, diz ele.
PROPULSÃO
Pertencente ao grupo Kion, a Linde fabrica empilhadeiras movidas a diesel, a gás liquefeito de petróleo (GLP) e elétricas. Sua gama de equipamentos envolve empilhadeiras de até 18 toneladas, sempre hidrostáticas. Alguns modelos da marca com propulsão elétrica já são fabricados no Brasil, na fábrica de Indaiatuba (SP).
Segundo Duarte, os três tipos de propulsão disponibilizados têm aplicações distintas. Porém, quando se trata de ambientes off-road, as preferidas são as movidas a diesel, como mostra o case em mineração citado acima. “Nas minas e em grandes obras, a matriz de combustível costuma ser o diesel, o que facilita o abastecimento das empilhadeiras desse tipo”, explica ele. Já as máquinas que operam no carregamento e descarregamento de caminhões em pátios de obra, nos quais há terreno plano, a propulsão por GLP também é bastante utilizada. “Muitas empreiteiras terceirizam esse serviço”, informa Duarte. “E a frota dos locadores é, em sua maioria, movida a GLP.”
Gerente da linha industrial de empilhadeiras da Auxter, Armando Campanini confirma que os equipamentos a diesel são os mais apropriados para ambientes hostis e terrenos irregulares, enquanto os modelos com propulsão elétrica são projetados para locais abrigados e com piso regular. “A exceção está nas empilhadeiras da Classe I, que são elétricas com rodagem pneumática e eventualmente podem operar em pátios abertos, desde que não seja sob chuva forte e que o piso seja pavimentado”, explica o executivo, que comercializa equipamentos da Mitsubishi.
REPRESENTATIVIDADE
Como revelam os especialistas da Manitou, Linde e Auxter, mesmo com a oferta crescente de modelos com características apropriadas às operações off-road, a representatividade desse segmento para o mercado de empilhadeiras ainda é baixa.
Segundo Gilberto Donadio, supervisor técnico de empilhadeiras elétricas da Maxter, distribuidora da AllWork, menos de 10% das vendas da empresa são dirigidas para mineração ou construção. E isso inclui todas as classes de máquinas disponibilizadas pela empresa, que também oferece empilhadeiras convencionais, com centro de gravidade baixo.
A explicação está no fato de que a movimentação de materiais fracionados não é o forte nesse mercado fora de estrada. “A maior necessidade é a movimentação de matéria-prima bruta em grandes quantidades”, frisa Donadio. “E normalmente quem faz isso são as pás carregadeiras, correias transportadoras, escavadeiras e outros equipamentos de grande porte.”
A BMC-Hyundai, por sua vez, aponta que as empilhadeiras entre 7 e 16 toneladas são as mais utilizadas em mineração e construção na atualidade. Geralmente, as máquinas são dotadas de implementos como deslocador lateral de garfos, extensores, rodagens especiais, tarugos e apanhadores de cargas, de acordo com as informações de Marcos Mendes, gerente nacional de vendas da empresa.
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