Considerando o cenário no ano passado, as tendências são positivas. Essa é a percepção de Luiz Marcelo Daniel, presidente da Volvo CE Latin America, sobre as perspectivas para o mercado de máquinas para construção e mineração.
Segundo ele, os resultados globais obtidos no 4º trimestre – que apontaram crescimento de 6% nas vendas da marca – confirmam a perspectiva de recuperação. Em 2020, houve aumento médio de +31% nos pedidos e de +21% nas entregas. “A liberação das vacinas teve um impacto grande na carteira global de pedidos”, aponta. “Isso mostra uma tendência distinta do que vimos ao longo do ano.”
Por região, as entregas da companhia cresceram na África e Oceania (+12%), na Ásia (+37%) – sozinho, o mercado chinês representou 27% – e, especialmente, na América do Sul (+84%), que ademais registrou aumento de +182% no volume de pedidos, em uma dife
Considerando o cenário no ano passado, as tendências são positivas. Essa é a percepção de Luiz Marcelo Daniel, presidente da Volvo CE Latin America, sobre as perspectivas para o mercado de máquinas para construção e mineração.
Segundo ele, os resultados globais obtidos no 4º trimestre – que apontaram crescimento de 6% nas vendas da marca – confirmam a perspectiva de recuperação. Em 2020, houve aumento médio de +31% nos pedidos e de +21% nas entregas. “A liberação das vacinas teve um impacto grande na carteira global de pedidos”, aponta. “Isso mostra uma tendência distinta do que vimos ao longo do ano.”
Por região, as entregas da companhia cresceram na África e Oceania (+12%), na Ásia (+37%) – sozinho, o mercado chinês representou 27% – e, especialmente, na América do Sul (+84%), que ademais registrou aumento de +182% no volume de pedidos, em uma diferença explicada pela baixa elasticidade do poder de entrega, decorrente da pandemia. Em sentido contrário, houve queda de demanda na América do Norte (-15%) e Europa (-18%), dois dos principais mercados do mundo.
SURPRESAS
Bastante expressivo, o resultado na América Latina surpreendeu positivamente. Em 2020, o mercado total na região alcançou 31.932 unidades, volume 9,3% maior que no ano anterior. Considerando todas as marcas, o Brasil representou cerca de dois terços das vendas continentais, com 21.940 unidades, em expansão de 32,2% na comparação com 2019. Em consonância, a Volvo CE viu as vendas de seus equipamentos da Linha Amarela subirem 48% no Brasil, enquanto na América Latina o avanço foi de 18,6%. “Vemos claramente uma tendência se formar no mercado”, analisa Daniel.
Para ele, o próximo quinquênio pode estabelecer uma nova média anual de vendas para o segmento no Brasil, voltando ao patamar de 24 mil unidades obtido entre 2011 e 2014, no auge histórico da demanda. Nos países hispânicos, o mercado deve se estabilizar em torno de 14 mil unidades no mesmo período. “Esse movimento está ligado a necessidades efetivas, na produção e na renovação de frota”, acresce.
Essas necessidades, acentua o executivo, estão atreladas à movimentação de commodities agrícolas e metálicas, além da logística de distribuição ligada a esses setores, assim como movimentação de materiais, construção, pedreiras e agregados. “Projetamos uma grande renovação das frotas, com máquinas de todos os portes”, diz o gestor.
De acordo ele, existe potencial tanto no mercado doméstico quanto para exportação. “Há possibilidade de expansão na maior parte dos mercados, graças às vacinas e aos pacotes de estímulo que estão sendo implementados pelo mundo”, sublinha Daniel, visualizando um crescimento de 20% na América do Sul em 2021. “Decisivamente, esses fatores dão condições de desfibrilar a economia e colocá-la em movimento muito rapidamente.”
Considerando todas as marcas, panorama continental mostra avanço nas vendas
Mas as boas perspectivas não eliminam os desafios operacionais, que também surpreenderam em 2020. Segundo Daniel, a fila de espera na entrega dos produtos é um deles. “Isso está ligado à ruptura que ocorreu em toda a cadeia de suprimentos e manufatura, devido às questões de saúde e segurança”, afirma.
Com os mercados adotando medidas de restrição, houve uma ruptura no processo industrial, que – segundo Daniel – vinha se desenvolvendo em razoável harmonia desde a última crise financeira, em 2009. “Com essa ruptura acontecendo em países distintos e por diferentes razões, ocorreu uma crise no fornecimento de alguns componentes”, conta. “Assim, todas as cadeias foram afetadas, incluindo a indústria de equipamentos de construção.”
Tanto que os pedidos que chegam neste momento já estão sendo posicionados para entrega no 2º semestre. “O atraso na produção de algumas unidades gera um problema que, infelizmente, acaba afetando o cliente final”, lamenta-se Daniel.
COMPACTADOR
Preparando-se para a iminente recuperação, a empresa lançou no país seu novo compactador de solo SD110B nacionalizado, que substitui o SD105, também fabricado em Pederneiras (SP).
Com opção de credenciamento Finame, o modelo de 11 t enquadra-se em uma categoria que domina 80% do mercado, atendendo a segmentos como construção, agricultura, florestal e mineração. Segundo a empresa, o modelo pode ser configurado com cilindro liso, pé-de-carneiro ou kit ‘casquinha’, usado em qualquer tipo de solo. “Como há muita presença de solo coesivo no Brasil, a preferência local é pelo cilindro pé-de-carneiro”, explica Boris Sánchez, gerente de suporte a vendas da Volvo CE na América Latina. “Mas quando o solo é granular, o que é mais comum em países hispânicos, o mais adequado é o cilindro liso.”
Como novidade, o cilindro pé-de-carneiro traz uma fileira adicional de 15 patas, elevando a área de contato com o solo. Além disso, o kit de conversão ganhou 21 patas, chegando a 135.
A cabine ROPS/FOPS Care Cab reúne os comandos em uma única alavanca, que ativa o deslocamento e a vibração. Com abertura de 95 graus, a porta inclui amortecedor a gás, para facilitar a abertura. Por sua vez, o sistema de climatização HVAC (Heating, Ventilation and Air Conditioning) é pressurizado e fornece calefação e filtragem dupla. Já o para-brisa dianteiro e a porta lateral de acesso são de vidro, do teto até o assoalho.
De cima para baixo: o rolo SD110B e as carregadeiras L150H e L180H, agora todos nacionalizados
Na manutenção, o acesso ao motor Volvo D5D Tier 3 é feito pelo capô, que tem acionamento elétrico. Filtros de ar, combustível e óleo se agrupam no lado esquerdo, com inspeções e abastecimentos feitos no nível do solo. “Notamos uma demanda grande desse produto”, justifica Daniel. “Há um número de obras de infraestrutura, não exatamente com grande exposição na mídia, mas que são cruciais em questões de logística, tanto para escoamento de commodities como no ambiente de mineração e de instalação e manutenção de novos sites.”
CARREGADEIRAS
Além do compactador, já em produção, a fabricante anunciou o início do processo de nacionalização das carregadeiras L150H e L180H, até então importadas da Suécia. Segundo Daniel, a nacionalização – ainda na primeira etapa de engenharia de produção – é parte do ciclo de investimento de R$ 1 bilhão para o período 2020-2023. “O lançamento deve ser realizado no final deste ano”, afirma o executivo.
Com 25 e 29 t, respectivamente, são as carregadeiras de maior peso operacional já fabricadas pela marca no país. Pelo talhe, são soluções destinadas a operações mais severas em pedreiras e mineração de médio porte (carregamento primário), além de manuseio de materiais em pátios de agregados, obras de infraestrutura e outras. “A produção local permitirá maior flexibilidade na configuração dos equipamentos, com mais agilidade para oferecer versões customizadas”, afirma a empresa.
Equipadas com trens de força da Volvo CE, ambas trazem recursos de série como ‘Load Assist’ (com funcionalidades como sistema de pesagem a bordo, câmera traseira integrada e ‘Operator Coach’ básico) e ‘OptiShift’ (que permite aumentar eficiência no trem de força e reduzir o consumo de combustível). As carregadeiras contam ainda com cinematismo de Torque Paralelo (TP), que promete alta força de desagregação e movimento paralelo em toda a faixa de levantamento, assim como sistema hidráulico sensível à carga de segunda geração (LS2), além das tecnologias ‘Reverse By Braking’ (RBB), para redução dos tempos de ciclo em aplicações de carregamento, e ‘Boom Suspension System’ (BSS), para absorção de trepidações.
Com as novas máquinas nacionalizadas, a unidade fabril de Pederneiras (SP) passa a produzir no país cerca de 70% da oferta de produtos da marca no mercado brasileiro. A previsão é que neste ano sejam introduzidos mais oito produtos no Brasil, incluindo ampliações de linhas e atualizações. “Isso varia com o ciclo natural da indústria, assim como as políticas do plano global de longo prazo da marca para o desenvolvimento de produtos”, delineia Sánchez.
APLICATIVOS
Lançado no ano passado no exterior, o novo pacote de aplicativos utilitários da Volvo CE chega ao país com calculadora com conversor de unidades, ferramenta para previsão do tempo e bloco de notas, todos integrados ao sistema de carregamento ‘Load Assist’ e operados via ‘Co-Pilot’, disponível para carregadeiras de grande porte e caminhões articulados.
Novidade em aplicativos utilitários, o sistema ‘Map’ monitora o tráfego na operação em tempo real
Além desses, o ‘Load Assist’ recebeu outros dois aplicativos: uma solução para medição de temperatura e pressão de pneus (‘Tire Pressure Monitoring System – TPMS’) e outra que permite controlar a carga de diferentes materiais ao mesmo tempo (‘Task Mode’). A solução para pesagem a bordo (‘On Board Weighing – OBW’) agora também tem a companhia de novas soluções como o ‘Map’, que utiliza sinal de GPS para monitorar em tempo real o tráfego no local de operação. “O operador e o gestor podem observar o canteiro e a posição de cada uma das unidades da frota, ou seja, ter uma visão do todo”, explica Sánchez. “Também é possível definir no mapa os trechos de mão única, limites de velocidade, pontos de carregamento e descarregamento e outros.”
Tendências tecnológicas se aceleram, diz executivo
Dentre as tendências que se fortaleceram no ano passado, o presidente da Volvo CE Latin America, Luiz Marcelo Daniel, cita a aceleração da comercialização de veículos elétricos, notoriamente os compactos lançados na bauma 2019, agora disponíveis também na América do Norte. Além disso, a empresa estabeleceu novas áreas de negócios com foco em soluções autônomas (Volvo Autonomous Solutions) e novas tecnologias de energia (Volvo Energy). “Outra ação importante foi a criação da joint venture cellcentric, estabelecida com a Daimler para desenvolvimento e produção de células de combustível, além da parceria com a Norrhydro para criação de novos sistemas digitais”, repassa.
Primeira arena do mundo para demonstração de soluções de transporte autônomo elétrico está sendo construída na Suécia
O executivo destaca ainda o anúncio da construção da primeira área de testes do mundo para demonstração de soluções de transporte autônomo elétrico. Com investimento de SEK 16 milhões, a instalação – que já está sendo construída em Eskilstuna, na Suécia – replica o ‘electric site’, projeto experimental apresentado pela empresa há dois anos. “A área inclui modelos repaginados, com soluções para recarga e, principalmente, rede 5G de conectividade”, ressalta Daniel.
Saiba mais:
Volvo CE: www.volvoce.com/brasil/pt-br
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