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Revista M&T - Ed.185 - Novembro 2014
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Fabricante

Jogo de cintura

Mesmo em um ano que revelou-se bem abaixo das expectativas, a Manitowoc mantém seus projetos de introdução de novos produtos na América Latina
Por Marcelo Januário (Editor)

Para muitos players globais do setor de equipamentos que iniciaram operações de produção local recentemente, a freada do mercado interno – que parou de crescer no ritmo em que vinha nos últimos anos – chega a ser até surpreendente. A situação, evidentemente, coloca um ponto de interrogação sobre seus desdobramentos futuros, deixando a indústria nacional em um clima de expectativa que só não é maior devido a um inesperado aumento da demanda externa, com exportações que equilibraram as contas das empresas.

Esse é o caso, por exemplo, da Manitowoc, que há dois anos e meio inaugurou uma unidade fabril em Passo Fundo (RS). “A Manitowoc não se arrependeu de fazer a fábrica no Brasil, pois fizemos um estudo extenso de potencial de mercado antes de tomar essa decisão”, pontua Leandro Nilo de Moura, marketing manager Latin America da fabricante de guindastes norte-americana. “O que existe é alguma decepção pelo momento não ter acontecido agora, pelo fato de o país não ter continuado aquilo que – não só a Manitowoc, mas todo mundo – esperava que acontecesse.”

O executivo refere-se aos projetos de infraestrutura anunciados que ainda não deslancharam, criando um clima de incerteza no setor que, há apenas dois anos, ninguém seria capaz de prever. “Está todo mundo esperando um momento melhor, em que não haja tantos solavancos”, avalia. “A mecânica entre anunciado e realizado não está fluída ainda, não conseguimos fazer essa engrenagem girar na velocidade adequada.”

Ao chegar ao país, a empresa tinha previsões de que poderia, por exemplo, comercializar na região até 100 guindastes RT por ano, mas desde então não foi exatamente o que aconteceu. “Neste ano, o número não vai chegar nem à metade, mesmo assim manteremos uma liderança superior a 75% desse mercado”, revela Moura.

Por outro lado, para ele o Brasil continua com grande potencial para tornar-se uma economia forte, puxando inclusive os países vizinhos. Isso faz com que os recém-chegados mantenham suas apostas e até mesmo continuem investindo na produção, acreditando que a retomada seja apenas uma questão de tempo. “É melhor fazer nesse momento do que postergar, pois é preciso investir, de uma maneira ou de outra”, diz Moura. “E erguer uma fábrica n


Para muitos players globais do setor de equipamentos que iniciaram operações de produção local recentemente, a freada do mercado interno – que parou de crescer no ritmo em que vinha nos últimos anos – chega a ser até surpreendente. A situação, evidentemente, coloca um ponto de interrogação sobre seus desdobramentos futuros, deixando a indústria nacional em um clima de expectativa que só não é maior devido a um inesperado aumento da demanda externa, com exportações que equilibraram as contas das empresas.

Esse é o caso, por exemplo, da Manitowoc, que há dois anos e meio inaugurou uma unidade fabril em Passo Fundo (RS). “A Manitowoc não se arrependeu de fazer a fábrica no Brasil, pois fizemos um estudo extenso de potencial de mercado antes de tomar essa decisão”, pontua Leandro Nilo de Moura, marketing manager Latin America da fabricante de guindastes norte-americana. “O que existe é alguma decepção pelo momento não ter acontecido agora, pelo fato de o país não ter continuado aquilo que – não só a Manitowoc, mas todo mundo – esperava que acontecesse.”

O executivo refere-se aos projetos de infraestrutura anunciados que ainda não deslancharam, criando um clima de incerteza no setor que, há apenas dois anos, ninguém seria capaz de prever. “Está todo mundo esperando um momento melhor, em que não haja tantos solavancos”, avalia. “A mecânica entre anunciado e realizado não está fluída ainda, não conseguimos fazer essa engrenagem girar na velocidade adequada.”

Ao chegar ao país, a empresa tinha previsões de que poderia, por exemplo, comercializar na região até 100 guindastes RT por ano, mas desde então não foi exatamente o que aconteceu. “Neste ano, o número não vai chegar nem à metade, mesmo assim manteremos uma liderança superior a 75% desse mercado”, revela Moura.

Por outro lado, para ele o Brasil continua com grande potencial para tornar-se uma economia forte, puxando inclusive os países vizinhos. Isso faz com que os recém-chegados mantenham suas apostas e até mesmo continuem investindo na produção, acreditando que a retomada seja apenas uma questão de tempo. “É melhor fazer nesse momento do que postergar, pois é preciso investir, de uma maneira ou de outra”, diz Moura. “E erguer uma fábrica não é algo que se faça em 35 dias, precisa de um tempo considerável.”

VIABILIZAÇÃO

E este esforço, de fato, não é pouco. No caso da Manitowoc, inclui a viabilização de equipamentos que, antes, eram produzidos apenas em outros quatro países do mundo (EUA, Itália, China e Japão), obrigando a empresa a desenvolver fornecedores locais.

Além disso, a implantação da fábrica exigiu investimentos de 100 milhões de reais, sendo que os aportes continuaram significativos desde então, na faixa de dois dígitos. No período, a empresa também montou uma rede de manufatura que não existia no país e já nacionalizou muitos componentes (como os motores, que são da Cummins), apesar da dificuldade para encontrar alguns componentes, principalmente eletrônicos avançados. Isso sem falar no investimento em tempo para consolidar a marca no mercado, algo que a empresa afirma já ter obtido.

Segundo o gerente, cinco dos dez modelos do portfólio já possuem Finame, com três deles passando dos 60% de nacionalização e dois já acima de 50%. “Não é só volume, mas uma matriz de peso e preço dos itens”, enfatiza. “Começamos com três modelos e já estamos com cinco da linha rough terrain de 30 a 85 t, além de iniciarmos a produção de tower crane com duas torres muito populares na América do Sul.”

Construída com a perspectiva de aumentar em até três vezes de tamanho, a fábrica tem capacidade instalada para até 350 unidades/ano. Neste ano, o número previsto da produção é de aproximadamente 160 máquinas, incluindo guindastes RT (mais de 100 unidades) e gruas de torre Potain de 5 t (cerca de 50 unidades).

Para 2015, como adianta o gerente, um novo modelo deve ser incorporado ao portfólio atual, além de outros dois que devem chegar em 2016 e, até mesmo, de uma terceira linha de produtos. Como possibilidade, Moura aponta para a introdução de mais um modelo entre as Séries 500 e 700. “Como o 765 já está aqui, pode ser o 650 ou o 770, mas estamos olhando de forma cuidadosa e isso ainda não está decidido.”

EXPORTAÇÃO

Em termos de demanda, se o mercado interno acabou decepcionando, outros mercados ficaram além do esperado. Atualmente, 50% da produção da Manitowoc são para exportação, quando as projeções iniciais da empresa indicavam um índice de apenas 30% para o mercado externo. Por estratégia, a América Latina é o principal mercado da fábrica, mas a África também vem demonstrando um grande potencial. “Já enviamos máquinas para lá, assim como para o Oriente Médio”, comenta Moura. “Com isso, à exceção do Brasil, o restante está acontecendo dentro do esperado.”

Aliás, como ressalta o executivo, enviar equipamentos daqui faz todo o sentido, como já acontece nos segmentos de caminhões e chassis em muitos países, que são atendidos pela indústria brasileira. “Certamente, a mesma coisa vai acontecer conosco, pois é um processo natural e que já começou neste ano”, diz ele.

Se isso vale para os guindastes, o mesmo ainda não acontece com as gruas. “Apesar de aquecido, em gruas não diria que conseguiríamos atender a outro mercado no curto prazo, pois antes precisamos aumentar o portfólio e aguardar o que vai acontecer nos próximos anos”, sublinha.

INOVAÇÃO

De todo modo, a Manitowoc garante uma participação expressiva no mercado global graças também às relevantes inovações que introduz na indústria. E isso está sendo gradativamente trazido para a América Latina.

Por praxe, a empresa dedica muito tempo (e dinheiro) ao desenvolvimento de produtos, tendo já registrado mais de 100 patentes, incluindo novos materiais e desenho inovadores de engenharia. “Com o tempo, entendemos que o investimento em novas tecnologias é o caminho para se obter melhores produtos e resultados”, destaca Moura.

Nessa linha, uma das mais recentes novidades apresentadas pela empresa foi o cabo sintético de elevação KZTM100, desenvolvido em conjunto com a Samson e que chegou neste ano ao mercado da região. Segundo a empresa, o produto é 80% mais leve do que os cabos de aço e proporciona construções de torque neutro, que eliminam o giro da carga e cabeamento. “Identificamos essa possibilidade em outros segmentos e fomos atrás de parceiros”, relata Moura, referindo-se às cintas sintéticas utilizadas em operações portuárias. “Em breve, certamente será um item comum na indústria de guindastes.”

Outro avanço significativo veio com a mudança no sistema de variação de contrapeso em máquinas de esteiras, que passou a ser posicionado na parte de trás da máquina. “Com o sucesso desse novo layout, também é uma questão de tempo para todas as máquinas irem nessa linha”, finaliza o gerente.

Venda direta é a estratégia na região

Com exceção das gruas, que são distribuídas pela Locabens Equipamentos, a Manitowoc mantém uma estrutura de vendas diretas para suas operações no Brasil e na América Latina. A estrutura física inclui um escritório-sede em Barueri (SP), além de representações em Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ) e Altamira (PA), que – segundo a empresa – permitem atender com agilidade aos clientes em todas as regiões. “Em cada local, a equipe comercial é enxuta e fixa, pois não é um projeto novo que vai demandar uma equipe em uma região; por outro lado, redimensionamos e mexemos constantemente na posição dos técnicos, pela própria movimentação das máquinas ao redor do país”, sublinha Leandro Nilo de Moura, marketing manager Latin America da Manitowoc.

Equipamento conclui teste de carga

Recentemente, o guindaste de esteira Manitowoc MLC650 passou no teste de carga necessário para a validação de sua capacidade máxima de elevação. O equipamento – que possui lança principal com comprimento máximo de 104 m – içou 650 t, oficializando a capacidade anunciada.

No teste, o guindaste foi equipado com centenas de indicadores de tensão que mediram a tensão e compressão dos componentes de aço durante a elevação. Para o teste de momento de carga máximo, o guindaste foi posicionado de forma a aplicar o esforço máximo através da estrutura, com a lança posicionada diagonalmente, por exemplo. Agora, é questão de tempo até o produto ser disponibilizado para o mercado global. “Fizemos uma série de elevações usando diferentes posições do VPC, todos concluídas sem falhas”, relatou Dustin Soerens, gerente de marketing de guindastes treliçados da fabricante, referindo-se à tecnologia de contrapeso de posição variável.

 

 

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