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Revista M&T - Ed.171 - Agosto 2013
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Fabricante

JCB mira mercados emergentes

Fabricante britânica investe US$ 69 milhões em novo motor de seis cilindros, posicionando-se em tempo recorde entre os maiores desenvolvedores globais de propulsores
Por Marcelo Januário (Editor)

Em 2004, a fabricante inglesa JCB era mundialmente reconhecida por seus equipamentos da Linha Amarela, quando decidiu ingressar na fabricação de motores. Apenas oito anos depois, a marca deixou de ser um mero “entrante” para consolidar-se como produtora global de propulsores para equipamentos, apoiada em quesitos-chave para a indústria como eficiência energética e inovação.

Neste período, a empresa já produziu 250 mil unidades de motores em suas fábricas na Inglaterra e na Índia, onde a linha foi incorporada em 2011. Mesmo para uma empresa com um portfólio de 300 diferentes máquinas e que produz equipamentos de renome mundial há 67 anos – suas 22 operações já fabricaram mais de 1 milhão de máquinas em todo o mundo –, tudo correu muito rápido. “Em um curto espaço de tempo, nos tornamos um grande produtor de motores”, comemora Sir Anthony Bamford, chairman da JCB. “Hoje, mais de 70% das máquinas da JCB já são alimentados pelos motores que fabricamos.”

ALTA POTÊNCIA

Filho do fundador da mais bem-sucedida empresa familiar da Grã-Bretanha, Sir Anthony acre


Em 2004, a fabricante inglesa JCB era mundialmente reconhecida por seus equipamentos da Linha Amarela, quando decidiu ingressar na fabricação de motores. Apenas oito anos depois, a marca deixou de ser um mero “entrante” para consolidar-se como produtora global de propulsores para equipamentos, apoiada em quesitos-chave para a indústria como eficiência energética e inovação.

Neste período, a empresa já produziu 250 mil unidades de motores em suas fábricas na Inglaterra e na Índia, onde a linha foi incorporada em 2011. Mesmo para uma empresa com um portfólio de 300 diferentes máquinas e que produz equipamentos de renome mundial há 67 anos – suas 22 operações já fabricaram mais de 1 milhão de máquinas em todo o mundo –, tudo correu muito rápido. “Em um curto espaço de tempo, nos tornamos um grande produtor de motores”, comemora Sir Anthony Bamford, chairman da JCB. “Hoje, mais de 70% das máquinas da JCB já são alimentados pelos motores que fabricamos.”

ALTA POTÊNCIA

Filho do fundador da mais bem-sucedida empresa familiar da Grã-Bretanha, Sir Anthony acredita que a entrada no segmento de motores seja um passo natural para os negócios globais da JCB, amplamente embasados na inovação tecnológica. “Agora, estamos ansiosos para estabelecer novos padrões de desempenho e eficiência de combustível”, afirma o chairman.

A mais recente prova dessa proposta foi o lançamento de um novo motor de 6 cilindros e alta potência. Com investimento de aproximadamente US$ 69 milhões, o Dieselmax 672 foi apresentado com pompa à imprensa internacional durante evento realizado em Rocester, no quartel-general da empresa na Inglaterra. A JCB informa que a produção do novo propulsor terá início ainda neste ano na fábrica de Derbyshire, no Reino Unido, sendo que a empresa também já anunciou que o primeiro equipamento a receber o motor será a escavadeira JS 360.

Já em relação à estratégia comercial, o posicionamento da empresa é definido geograficamente. Inicialmente, o modelo atenderá às normas de emissões EU Stage II para mercados em desenvolvimento como Brasil, Rússia e China. “Produzimos um motor eficiente no uso de combustível, altamente durável e confiável, que vai impulsionar nosso equipamento em muitos mercados ao redor do mundo”, avalia Allan Tolley, diretor do programa de motores da JCB Power Systems.

CARACTERÍSTICAS

Mais recente aposta da JCB para os mercados emergentes, o motor Dieselmax 672 foi baseado no bem-sucedido modelo de quatro cilindros e 4,8 l, compartilhando diversas peças com essa plataforma. Com a promessa de um significativo aumento de 8% na eficiência energética, o produto de 7,2 l está disponível em versões de 140 kW (188hp), 165kW (221 hp) e 190kW (255 hp), além de possuir um impressionante torque máximo de 1.200 Nm.

Para chegar a tais números, o desenvolvimento do novo modelo exigiu mais de 50 mil horas de testes, sendo que 60% desse tempo foram gastos em operações no campo. Nos testes, o motor tem registrado consumo de combustível de apenas 189 g/kWh, ao mesmo tempo em que oferece excelente desempenho e – segundo a empresa – resposta mais rápida que seus antecessores e concorrentes.

Dentre outras características, o motor apresenta recursos de controle eletrônico, injeção de combustível common rail Delphi e turboalimentação de geometria fixa. Segundo a JCB, a tecnologia Dieselmax permite que os motores da série funcionem mais de 20 mil horas em serviço. Em relação à manutenção, os motores Dieselmax têm intervalos de paradas programadas de 500 horas, sendo também oferecidos como parte da linha de produtos OEM, disponíveis para uso em máquinas de outras marcas.

ECOMAX

Além do novo modelo Dieselmax, a JCB vem reforçando sua linha de motores Ecomax. A empresa aposta especialmente no motor Ecomax Tier 4 Final, que cumpre as exigências normativas europeias com o uso de um sistema compacto de redução catalítica (SCR), altamente eficiente na redução das emissões de CO2. Segundo a empresa, o maior avanço tecnológico está justamente no emprego dessa tecnologia de “combustão eficiente” que reduz ao mínimo as emissões dos gases de escape do motor – no lugar dos sistemas convencionais de pós-tratamento.

A nova versão foi recalibrada, de forma a obter uma economia de 5% no consumo de combustível. Além disso, foi incorporado um aditivo de ureia nos motores com mais de 55 kW (74 hp) e um silenciador do escapamento que, em muitos casos, substituirá o modelo atual. O sistema SCR utilizará apenas uma proporção de 2% a 3% de aditivo de escape por combustível utilizado, já que o motor proporciona gases extremamente limpos. Como ocorre em todos os modelos Tier IV final, o Ecomax requer óleos lubrificantes com baixo teor de cinzas, além de um filtro de aditivos de escape. A empresa garante que o novo modelo dispensa tarefas adicionais e dispendiosas de manutenção, como limpeza ou substituição dos filtros de escape.

Oferecendo uma distância reduzida do fluxo de escape entre o motor e o catalisador, o sistema Ecomax da JCB é específico para aplicações fora de estrada. A empresa informa ainda que todos os seus distribuidores ao redor do mundo já disponibilizam o kit de desclassificação, que permite a retirada dos elementos da classificação Tier 4 Final e a revenda do motor em territórios com normas menos exigentes, como o Brasil. O procedimento inclui  a redução da pressão de injeção do combustível, recalibragem do sistema de controle do motor e, em alguns países, inclusão de um dosificador de lubricidade,  de acordo com a qualidade do combustível utilizado.

Empresa fornece mais mil máquinas ao MDA

No Brasil, a JCB venceu a nova licitação do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) para o fornecimento de mais mil retroescavadeiras no âmbito do PAC-2 (mesmo volume com que a empresa participou do lote anterior). O contrato tem valor de aproximadamente US$ 61,3 milhões e inclui o fornecimento de máquinas do modelo 3C durante o ano de 2013. “A 3C é nosso best seller”, disse Tim Burnhope, diretor e chefe de inovação da JCB.

As máquinas serão produzidas na fábrica de US$ 100 milhões que foi inaugurada em setembro do ano passado em Sorocaba (SP). A compra também beneficiará as unidades na Inglaterra, uma vez que as transmissões e eixos serão fornecidos pela unidade JCB Transmissions Wrexham e mais de 12 mil cilindros hidráulicos serão fornecidos pela Hydraulic Business Unit, em Rocester.

“É uma grande honra ser novamente escolhido como fornecedor de outras mil máquinas, que serão utilizadas para melhorar a infraestrutura e os serviços em pequenas localidades”, afirmou Carlos Hernandez, diretor da JCB Brasil. “Estamos muito satisfeitos em contribuir para o desenvolvimento do Brasil, particularmente auxiliando o setor agrícola.”

Em dezembro, a JCB comemorou a produção de sua milionésima retroescavadeira e neste ano comemora o 60º aniversário da produção da primeira escavadeira da marca. Hoje, a linha de produção da empresa produz uma máquina a cada três minutos.

Modelagem em 3D aprimora processo produtivo

Um dos mais bem guardados segredos de qualquer empresa que atua com desenvolvimento de produtos, a área de inovação da JCB ganhou um reforço de peso há pouco mais de um ano. Incorporada em 2012, a tecnologia Rapid Prototyping permite que os engenheiros e designers da empresa britânica construam modelos em 3D a partir de suas ideias, desde pequenos botões e consoles a réplicas de máquinas inteiras.

Antes de adquirir a tecnologia, a empresa testou por um tempo a máquina que produz protótipos em plástico, que mede 1,83 m de altura por 3 m de comprimento e está instalada no Design Centre, na sede da empresa em Rocester, na região central da Inglaterra.

Desde a aquisição, a tecnologia já produziu 800 peças para 13 diferentes unidades de negócios, conferindo à JCB a vantagem de testar a estrutura e as funções do equipamento, além de realizar as modificações necessárias com muito mais rapidez que antes. “Antes dessa tecnologia, nós tínhamos de gerar as formas mais complexas no XP ou contratar um fornecedor externo, consumindo muito tempo e dinheiro”, explica Paul Smallman, engenheiro chefe da unidade de materiais avançados da JCB. “Agora, usando o CAD, nós produzimos com rapidez um protótipo que reflete exatamente o design originalmente concebido para o equipamento.”

Para Peter Jowett, diretor de engenharia avançada e pesquisa, o processo é preciso e, principalmente, muito mais rápido, fazendo em questão de horas o que os métodos anteriores levavam semanas. “Utilizamos os modelos em tamanho real como molde no processo de produção”, diz ele. “E isso representa uma grande vantagem, uma vez que os modelos em escala permitem ajustes finos de design, forma e função das máquinas.”

 

 

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