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Revista M&T - Ed.180 - Junho 2014
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Retroescavadeiras

Fenômeno pontual

Estimulado pelo MDA, mercado brasileiro consumiu um volume de quase 11 mil retroescavadeiras em 2013, mas recorde de vendas não deve se repetir neste ano

De acordo com levantamento do Estudo Sobratema do Mercado Brasileiro de Equipamentos, em 2013 o país bateu todos os recordes históricos ao movimentar quase 11 mil novas retroescavadeiras. De fato, foi um desempenho acima de todas as expectativas, mas antes de imaginar que o Brasil tornou-se um hot spot mundial para esse tipo de máquina pesada, é preciso colocar o resultado em perspectiva.

Isso porque – a exemplo das patrols – mais de cinco mil unidades foram adquiridas pelo governo federal, por meio do programa de aquisições do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). Como se sabe, a intenção foi abastecer as prefeituras de municípios de pequeno porte com maquinários para trabalhar no atendimento à população, principalmente na recuperação de estradas vicinais e no estímulo à agricultura familiar.

E, obviamente, esse “fenômeno” comercial não se repetirá na mesma intensidade, fazendo com que os fabricantes do setor apostem em um mercado mais acanhado neste ano. As projeções, aliás, giram na casa das sete mil unidades (uma significativa redução de -36,3%), o que significa um retorno ao mesmo patamar de 2008 e 2009. Esse volume menor, diga-se, deve representar o potencial real desse nicho na atualidade.

Justamente para dimensionar esse mercado em 2014, M&T ouviu os quatro fabricantes que venceram as licitações de fornecimento de retroescavadeiras ao MDA: Caterpillar, JCB, Randon e Case. Foram esses players, em ordem decrescente de volume, que abasteceram o MDA com exatas 5.071 máquinas, sendo que – de acordo com as exigências previstas em edital – a maior parte dos equipamentos já foi entregue.

ENCOMENDAS

No caso da Caterpillar, como explica João Raphael Lorenzetti, gerente comercial da empresa no Brasil, o edital arrebatado previa fornecimento de um lote de 1.274 equipamentos, que foram entregues entre abril e novembro do ano passado. “Para este ano, nossa expectativa é que o mercado cresça moderadamente”, diz ele. “Isso, obviamente, excluindo o volume do MDA.”

Também contemplada, a JCB forneceu 2.313 unidades ao MDA. Segundo o diretor comercial Nei Hamilton, neste ano deve mesmo ocorrer uma retração do mercado, novamente devido à exclusão do volume d


De acordo com levantamento do Estudo Sobratema do Mercado Brasileiro de Equipamentos, em 2013 o país bateu todos os recordes históricos ao movimentar quase 11 mil novas retroescavadeiras. De fato, foi um desempenho acima de todas as expectativas, mas antes de imaginar que o Brasil tornou-se um hot spot mundial para esse tipo de máquina pesada, é preciso colocar o resultado em perspectiva.

Isso porque – a exemplo das patrols – mais de cinco mil unidades foram adquiridas pelo governo federal, por meio do programa de aquisições do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). Como se sabe, a intenção foi abastecer as prefeituras de municípios de pequeno porte com maquinários para trabalhar no atendimento à população, principalmente na recuperação de estradas vicinais e no estímulo à agricultura familiar.

E, obviamente, esse “fenômeno” comercial não se repetirá na mesma intensidade, fazendo com que os fabricantes do setor apostem em um mercado mais acanhado neste ano. As projeções, aliás, giram na casa das sete mil unidades (uma significativa redução de -36,3%), o que significa um retorno ao mesmo patamar de 2008 e 2009. Esse volume menor, diga-se, deve representar o potencial real desse nicho na atualidade.

Justamente para dimensionar esse mercado em 2014, M&T ouviu os quatro fabricantes que venceram as licitações de fornecimento de retroescavadeiras ao MDA: Caterpillar, JCB, Randon e Case. Foram esses players, em ordem decrescente de volume, que abasteceram o MDA com exatas 5.071 máquinas, sendo que – de acordo com as exigências previstas em edital – a maior parte dos equipamentos já foi entregue.

ENCOMENDAS

No caso da Caterpillar, como explica João Raphael Lorenzetti, gerente comercial da empresa no Brasil, o edital arrebatado previa fornecimento de um lote de 1.274 equipamentos, que foram entregues entre abril e novembro do ano passado. “Para este ano, nossa expectativa é que o mercado cresça moderadamente”, diz ele. “Isso, obviamente, excluindo o volume do MDA.”

Também contemplada, a JCB forneceu 2.313 unidades ao MDA. Segundo o diretor comercial Nei Hamilton, neste ano deve mesmo ocorrer uma retração do mercado, novamente devido à exclusão do volume do MDA. A empresa, que também já entregou todas as máquinas no decorrer do ano passado, destaca que o governo federal tem sido um comprador assíduo de suas “retros”, uma vez que nos últimos dois anos forneceu o maior volume entre os quatro fabricantes citados nesta reportagem.

A Randon Veículos não confirma o número exato de retroescavadeiras que forneceu ao MDA, mas – de acordo com dados do ministério – venceu edital para entrega de 1.180 equipamentos. “Entre 2012 e 2013, no entanto, nossos distribuidores entregaram mais de 1,2 mil retroescavadeiras para programas ligados aos PAC 1 e 2”, revela Celso Santa Catarina, diretor da fabricante, confirmando que neste ano o mercado deve voltar aos patamares de vendas totais de 2008 e 2009.

Por sua vez, a Case Construction Equipment forneceu 304 retroescavadeiras ao MDA somente durante o ano de 2013. Para o gerente de marketing Carlos França, isso mostra que o MDA não representou um volume de grande impacto comercial para a empresa, o que permite deduzir que, inversamente, a redução também não será significativa em 2014. “Mas, no geral, com o fim das entregas ao MDA, o mercado de retroescavadeiras no Brasil deve sim retornar ao patamar normal, com algo próximo a 7,3 mil unidades, sendo que a Case deve registrar um crescimento modesto nas suas vendas”, diz ele.

Segundo os entrevistados, todas as máquinas produzidas para o MDA foram entregues com um programa de treinamentos de 16 horas, como rege o edital. No caso da Caterpillar, como explica Lorenzetti, os treinamentos foram realizados na própria ocasião de entrega das máquinas nas cidades-polo, determinadas pelo ministério. “Já a manutenção preventiva dos equipamentos tem garantia dos distribuidores da marca durante as primeiras 2,5 mil horas de operação”, acresce o executivo. “Essa também foi uma exigência importante de edital.”

A exigência de treinamento, aliás, também foi citada pelos demais entrevistados, que garantiram a eficácia dessa ação por meio de seus distribuidores. No geral, os treinamentos foram divididos em duas etapas, incluindo oito horas para aulas teóricas e o mesmo período de aulas práticas para operadores. Segundo Hamilton, da JCB, foram treinados dois operadores para cada equipamento, uma relação que também ocorreu em cumprimento às prerrogativas do edital.

TECNOLOGIAS

Para manter suas posições de mercado, as fabricantes não contam apenas com a popularização da marca – algo que o fornecimento ao MDA ajudou –, mas também investem pesado em novas tecnologias, resultando em lançamentos de versões cada vez mais versáteis e, evidentemente, competitivas.

É o caso da JCB, que acabou de apresentar ao mercado a versão agrícola de sua popular retroescavadeira 3C. Denominada 3C Agrimaster, o equipamento foi lançado durante a Agrishow 2014, realizada recentemente em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo (leia reportagem na pág. 60). Segundo Hamilton, trata-se de um equipamento com o mesmo chassi e demais características estruturais da retroescavadeira convencional da marca. A diferença, diz ele, é a incorporação de um novo sistema de engate rápido frontal. Com isso, os implementos para utilização em fazendas podem ser trocados com facilidade, sem a necessidade de retirada de pinos.

Estrategicamente, a JCB apresentou uma série de implementos para o mercado agrícola, incluindo lanças para carregamento de big bags. “Como sua lança pode alcançar 3 m de altura, a capacidade de deslocamento e empilhamento de materiais é ampliada”, explica o diretor. “Mas, além da operação com os acessórios, a caçamba traseira pode ainda ser utilizada em atividades de manutenção nas fazendas, como abertura de adutoras e limpeza de vias de acesso para circulação da produção.”

Promissora, a tecnologia de engate rápido também foi recentemente incorporada pela retroescavadeira 416E da Caterpillar. “Denominado Quick Coupler, esse sistema permite a troca rápida de caçambas e de outras ferramentas para uso no campo, sem a necessidade de fazer remoção de pinos”, reitera Lorenzetti. Segundo ele, outra modificação no equipamento da marca é a introdução do thumb (polegar, em inglês), permitindo a manipulação de pedras, raízes e outros materiais.

Do mesmo modo, a Randon está lançando uma versão 2014 com algumas novidades. Uma delas é a ampliação da garantia de motor, transmissão e eixos para dois anos, além da redução do número de revisões necessárias para manutenção. “Outras novidades incluem a incorporação de luz de ré e faixas retrorrefletoras, uma nova posição de iluminação para operação noturna e novos implementos opcionais, como rompedor hidráulico, caçamba 6x1 e roda dianteira de 18 polegadas”, diz Celso Santa Catarina, diretor industrial da fabricante.

Já na Case CE, a 580N – série lançada em 2012 – terá duas novidades de relevo a partir de julho deste ano. “Uma delas é um conjunto de opcionais para aumento de produtividade, segurança e ergonomia do operador”, adianta França. “A segunda é a introdução da transmissão automatizada (PowerShift), equipada com módulo eletrônico e comando pilotado da retroescavadeira.”

Além de novo pacote de iluminação com dez faróis de trabalho – que garantem iluminação em 360 graus –, a série 580N conta ainda com maior pressão do sistema hidráulico para elevar a capacidade de levantamento e força de escavação. “O braço da carregadeira ficou mais robusto e mais comprido nessa versão, permitindo o carregamento de caminhões com maior segurança e melhor distribuição de carga”, diz ele, acrescentando que a máquina agora já vem equipada de série com o sistema Pro-Control, que faz amortecimento do giro do braço da retro e, com isso, reduz o tempo de ciclo, garantindo maior vida útil a componentes como cilindros, pinos e buchas.

 

 

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