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Revista M&T - Ed.288 - Outubro 2024
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RETROESCAVADEIRAS

Versatilidade nos canteiros

Famosas pela agilidade, as retroescavadeiras mantêm-se inabaláveis entre os equipamentos indispensáveis em obras de praticamente todos os setores da cadeia produtiva
Por Santelmo Camilo

No Brasil, as retroescavadeiras entraram em cena há pouco mais de 70 anos e, até hoje, mantêm-se entre as máquinas mais utilizadas no país.

Essa reputação foi conquistada porque, tradicionalmente, essa solução é a escolha padrão em muitos tipos de obras, esbanjando versatilidade ao combinar escavação e carregamento em uma única máquina, além de ser implementada com uma ampla gama de ferramentas.

Essa característica multifacetada e polivalente rendeu à categoria o epítome de “canivete suíço”, por atuar em diferentes etapas das obras que requerem agilidade e precisão nas operações.

Embora nos últimos anos tenha perdido espaço para os compactos, a retroescavadeira se mantém como opção interessante especialmente quando se fala em custo-benefício.

Afinal, adquirir equipamentos distintos para escavaç&atild


No Brasil, as retroescavadeiras entraram em cena há pouco mais de 70 anos e, até hoje, mantêm-se entre as máquinas mais utilizadas no país.

Essa reputação foi conquistada porque, tradicionalmente, essa solução é a escolha padrão em muitos tipos de obras, esbanjando versatilidade ao combinar escavação e carregamento em uma única máquina, além de ser implementada com uma ampla gama de ferramentas.

Essa característica multifacetada e polivalente rendeu à categoria o epítome de “canivete suíço”, por atuar em diferentes etapas das obras que requerem agilidade e precisão nas operações.

Embora nos últimos anos tenha perdido espaço para os compactos, a retroescavadeira se mantém como opção interessante especialmente quando se fala em custo-benefício.

Afinal, adquirir equipamentos distintos para escavação e carregamento pode representar um investimento significativamente maior, inclusive quando se leva em consideração a logística de transporte.

Por outro lado, a retroescavadeira representa um investimento único para ambas as atividades, oferecendo versatilidade e eficiência em um pacote mais econômico.

ATRATIVIDADE

Isto torna essa máquina uma escolha atraente, especialmente para quem busca maximizar o retorno sobre o investimento em projetos de menor escala, ou mesmo em situações em que a multifuncionalidade é essencial.

“Com agilidade, podem fazer escavações e, em seguida, realizar a limpeza da aérea com a parte frontal de carregadeira”, explica Marcelo Rohr, especialista de produto da Case CE para a América Latina.


Equipamento é capaz de fazer escavações e realizar a limpeza da aérea com a parte frontal

“No braço de escavação traseiro é possível utilizar uma variedade de implementos como marteletes e tesouras, enquanto a parte frontal permite a instalação de acessórios como vassouras, porta-paletes e caçambas 4x1, operando como lâmina, garra e caçamba.”

Atualmente, a demanda de retroescavadeiras é bastante diversificada, com capilaridade em diferentes setores que buscam a solução por razões específicas.

As construtoras e empreiteiras, por exemplo, seguem como principais compradoras, destinando as máquinas a projetos de construção devido à capacidade de realizar múltiplas tarefas.

Mas a locação também se tornou um nicho forte, atendendo à demanda por períodos mais curtos ou em projetos específicos.

“A flexibilidade torna a retroescavadeira popular entre as locadoras, pois é capaz de atender uma ampla gama de necessidades”, observa Rogério Almeida, especialista de produto da New Holland Construction.


Flexibilidade operacional torna a retroescavadeira popular entre as locadoras no país

No setor público, a categoria é amplamente utilizada nas demandas do dia a dia, seja em obras de infraestrutura, manutenção de estradas ou vias públicas, além de projetos comunitários.

A participação no agronegócio também não fica atrás, em tarefas que exigem escavação e movimentação de terra como manutenção de estradas rurais, construção de açudes, limpeza de áreas, preparação de terrenos e outras.

No ano passado, as vendas de retroescavadeiras representaram 34% da indústria de máquinas no Brasil, o que mostra leve alta sobre a média nos últimos dez anos (de 32%).

A informação é passada por Jefferson Recus, diretor administrativo da Müller Brasil, que atribui o aumento especialmente à quantidade de projetos de saneamento em andamento no país.

“Hoje, temos uma variedade de opções para aplicações de movimentação e escavação, desde variações de tamanhos de concha e braço fixo ou extensível, até implementos específicos como garfos porta-palete e suporte para bags”, conta Recus.

“Já o joystick integrado proporciona uma operação suave e precisa em aplicações que exigem controle fino e responsivo.”

Por falar em opções, Recus aponta que o engate rápido já é o acessório mais comercializado para uso em retroescavadeiras, com destaque ainda para conchas com desenhos diversos, utilizadas em obras de saneamento e limpeza, além de garfos.

INOVAÇÕES

Com o tempo, o mercado desenvolveu novos recursos para tornar as retroescavadeiras ainda mais adaptadas às diferentes necessidades.

“A versão 4x4, por exemplo, deixa a máquina mais eficiente para trabalhos de terraplanagem e nivelamento, remoção de entulhos, carregamento de terra e outros materiais, assim como carregamento de caminhões, demolição de paredes, colunas e construções, assentamento de tubos, escavação de buracos, poços e valas, limpeza de canais e córregos”, enumera Recus.

O especialista de aplicação da Caterpillar, Matheus Kuklik, sugere que caçambas de diferentes tamanhos e rompedores hidráulicos estejam entre os acessórios mais utilizados atualmente no mercado latino-americano.


Controle por joystick aprimora a resposta dos comandos e a precisão dos movimentos

“As retroescavadeiras também podem sair de fábrica configuradas com braços extensíveis, que adicionam mais 1,2 m de alcance, assim como acoplamento rápido para facilitar a troca de ferramentas e polegar hidráulico”, diz ele.

“Além disso, há diversas opções de tamanho para caçambas dianteiras e traseiras e outros recursos.”

Para ele, os clientes que optam pelo controle por joystick, por exemplo, percebem melhoria na resposta dos comandos, principalmente no que diz respeito à precisão dos movimentos. “Outro diferencial no uso de joysticks é o conforto”, acrescenta Kuklik.

“Em máquinas que contam com esse controle, a estrutura traseira possui colunas ajustáveis ao biotipo dos operadores, o que resulta em uma ergonomia aprimorada.”

Os controles por joystick são mais confortáveis e precisos do ponto de vista operacional, reforça Etelson Hauck, diretor de estratégia e soluções de produto da JCB para a América Latina.


Controles por joystick são mais confortáveis e precisos do ponto de vista operacional

No entanto, esse sistema exige maior conhecimento técnico para ajustes e análises.

“Mas essa questão técnica tem sido menos desafiadora, pois os profissionais estão se aprimorando para atender às demandas de equipamentos maiores com sistemas hidráulicos semelhantes com controle por joystick”, observa o diretor.

“Apenas clientes mais tradicionais ainda preferem sistemas hidráulicos com alavanca.”

Sobre o braço extensível, Hauck ressalta que o aumento de alcance possibilita escavações mais profundas.

“Além disso, a caçamba 6 em 1 pode carregar caminhões, espalhar material, escavar tanques, mover toras, nivelar terrenos e empurrar materiais como um trator”, descreve o especialista da JCB, citando itens como mandíbula ajustável, garra e lâmina frontal.

“A parte dianteira também pode ter engate rápido, o que facilita a troca de acessórios.”

CONFIGURAÇÕES

Por sua vez, Bruna Mazzante, gerente de marketing de produto da John Deere Brasil, lembra que a marca lançou a retroescavadeira 310 P no ano passado.

O novo modelo é equipado com motor eletrônico, que promete maior equilíbrio de potência, conforto e tecnologia.

“Alguns itens são importantes para maximizar a produtividade e a rentabilidade em trabalhos complexos de escavação e movimentação de material”, ressalta. “Inicialmente, é necessário atentar ao peso operacional e à potência do motor, para entregar um desempenho adequado.”

Segundo Mazzante, o modelo tem motor com 91 cv de potência líquida, proporcionando “melhor escalada em declives, força de impulso e trabalho com pá dianteira”.

Na configuração, a máquina conta com transmissão PowerShift de quatro velocidades, que possibilita trocas de marchas sem embreagem durante o deslocamento, “minimizando a fadiga e maximizando a produtividade na movimentação”, além de oferecer amplo acesso aos dois lados da cabine e durabilidade estendida, com menor custo de manutenção.

Outro componente relevante é a tração nas quatro rodas com patinagem limitada, que permite maior estabilidade em condições variáveis de solo.

“O recurso opcional de controle da suspensão funciona como um amortecedor, suavizando o deslocamento em terrenos acidentados e reduzindo a fadiga do operador em longas jornadas”, diz Mazzante, destacando que isso evita derramamentos pelo caminho.

“Por fim, a cabine fechada garante que o operador mantenha a atenção durante o trabalho.”

Ainda em configuração, a Case oferece opcionais de função hidráulica extra para retroescavadeiras, tanto para a caçamba de carregamento, onde é possível adaptar implementos 4x1, como na parte da escavação, com caçambas HD de 30’.

“No Brasil, a configuração mais vendida também conta com cabine fechada e ar-condicionado, tração nas quatro rodas, braço traseiro fixo e caçamba frontal”, informa Rohr.

COMPETIÇÃO

No que tange à demanda, Hauck estima que, no 1º semestre, o mercado interno de retroescavadeiras aumentou aproximadamente 10% em relação ao mesmo período do ano passado.

Segundo ele, compactos como minicarregadeiras e miniescavadeiras tiveram aumentos proporcionais mais significativos, de 50% e 40%, respectivamente. “Entretanto, em valores absolutos o crescimento ainda é menor que o das retroescavadeiras”, compara.

Em muitos trabalhos, os modelos compactos concorrem diretamente com as retroescavadeiras, chegando a ser mais indicados em alguns casos.

Essa competição pode ocorrer, por exemplo, em aplicações como fundações, instalação de tubulações e serviços urbanos, nos quais o espaço é limitado e a opção depende das especificidades do trabalho e ambiente.

“Em determinados serviços, o custo operacional da retroescavadeira pode ser mais alto no dia a dia, especialmente em fatores como consumo, manutenção e eficiência do equipamento”, pondera Rohr, da Case.

Devido ao design moderno e à capacidade de utilizar diferentes implementos, a escavadeira compacta também pode ser mais eficiente em tarefas específicas. Isso pode torná-la mais viável que a retroescavadeira, na qual a parte dianteira fica subutilizada em algumas situações.

Por outro lado, Almeida, da New Holland, destaca a capacidade da retroescavadeira em se deslocar rapidamente de uma área para outra ou até entre diferentes projetos – agilidade que as escavadeiras compactas, por exemplo, não podem igualar.

“Normalmente, as escavadeiras precisam ser transportadas por caminhões ou outros veículos especializados, pois não são projetadas para percorrer longas distâncias e apresentam velocidade limitada de deslocamento”, pontua.

“Isso torna a retroescavadeira uma opção atrativa em cenários onde a mobilidade e a multifuncionalidade são cruciais.”

Portanto, a escolha entre um equipamento compacto e uma retroescavadeira deve considerar as necessidades específicas do projeto, levando em conta a análise de custo-benefício no longo prazo.

Se o projeto requer alta mobilidade e versatilidade, a retroescavadeira pode ser a melhor escolha. Entretanto, se a eficiência operacional e o custo reduzido forem prioridades, as escavadeiras compactas podem oferecer vantagens mais interessantes, acentuam os especialistas.

Já o uso de braço de escavação traseiro em trator agrícola não substitui a retroescavadeira, apesar de deixar o equipamento em condições de realizar tarefas similares.

No entanto, Recus acredita que essa adaptação seja recomendada apenas para trabalhos menos exigentes e esporádicos, quando o investimento em uma máquina especializada não seja vantajoso.


Variações de concha e uso de implementos por engate rápido ampliam a aplicabilidade da máquina

“Em relação à retroescavadeira, a eficiência e a qualidade do serviço são incomparáveis, sem contar a durabilidade”, equipara o profissional da Müller.

Mazzante, da John Deere, entende que essa adaptação é uma opção que, como qualquer outra, requer avaliação da aplicação para garantir que o trabalho seja feito com produtividade, qualidade e atenda à expectativa do cliente.

“Contudo, a limitação de potência hidráulica e o desempenho em aplicações mais pesadas são desvantagens, pois o uso intensivo pode aumentar o desgaste do trator, resultando em maiores custos de manutenção, capacidade limitada de carga e profundidade de escavação, além de redução de estabilidade em terrenos irregulares ou inclinados”, avalia.


CONFIGURAÇÃO
Trabalhos complexos exigem força do equipamento

Quando se trata de trabalhos complexos de escavação e movimentação de material, é fundamental que a retroescavadeira conte com motor de alta potência, que permita lidar com cargas pesadas e terrenos desafiadores, como ocorre em aplicações de escavação de valas profundas para instalação de tubulações, construção de fundações para grandes estruturas e movimentação de terra em infraestrutura, entre outras.


Aplicação em trabalhos complexos requer motor mais potente e sistema hidráulico eficiente

De acordo com Rogério Almeida, especialista da New Holland, usar a máquina nessas condições também requer um sistema hidráulico robusto e eficiente, capaz de proporcionar maior força de escavação e capacidade de levantamento. E a capacidade do braço de escavação também é crucial.

“Um braço extensível oferece maior alcance, o que é extremamente útil em trabalhos que exigem escavação profunda ou em áreas de difícil acesso”, conta Almeida. “Já a predisposição hidráulica permite o uso com diversos implementos, o que também é fundamental.”

É importante ainda considerar o conforto e a ergonomia do operador, fatores decisivos para manter a produtividade em longas jornadas de trabalho.

“Na New Holland, as retroescavadeiras são equipadas com cabines climatizadas, assentos ajustáveis, controles intuitivos com joystick e ajuste da coluna de direção, além de lâmpadas de trabalho em LED para maximizar a eficiência de iluminação”, descreve o executivo.


Saiba mais:
Case CE: www.casece.com/pt-br
Caterpillar: www.caterpillar.com/pt
JCB: www.jcb.com/pt-br
John Deere: www.deere.com.br/pt
Müller Brasil: https://mullerbrasil.com
New Holland: https://construction.newholland.com/pt-br/southamerica

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