Mineração brasileira: US$ 35 bilhões de investimento nos próximos 20 anos.
Com um público recorde de 27.800 visitantes, mais que o dobro dos 13 mil registrados na edição anterior, foi realizado, de 24 a 27 de abril, o X Congresso Brasileiro de Mineração e a IX Exposição Brasileira de Mineração, com 200 expositores, entre empresas de engenharia, fabricantes e fornecedores de equipamentos, componentes, acessórios e tecnologias para o setor.
Ocupando uma área de 8.500 m2 no novo Pavilhão de Exposições de Belo Horizonte (Expominas), a Exposibram'2001 foi promovida pelo Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), com apoio do Governo do Estado de Minas Gerais, através da Secretaria de Estado de Minas e Energia e da Companhia Mineradora de Minas Gerais - COMIG.
Mineração brasileira: US$ 35 bilhões de investimento nos próximos 20 anos.
Com um público recorde de 27.800 visitantes, mais que o dobro dos 13 mil registrados na edição anterior, foi realizado, de 24 a 27 de abril, o X Congresso Brasileiro de Mineração e a IX Exposição Brasileira de Mineração, com 200 expositores, entre empresas de engenharia, fabricantes e fornecedores de equipamentos, componentes, acessórios e tecnologias para o setor.
Ocupando uma área de 8.500 m2 no novo Pavilhão de Exposições de Belo Horizonte (Expominas), a Exposibram'2001 foi promovida pelo Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), com apoio do Governo do Estado de Minas Gerais, através da Secretaria de Estado de Minas e Energia e da Companhia Mineradora de Minas Gerais - COMIG.
Para José Mendo Mizael Souza, Secretário Executivo do Instituto Brasileiro de Mineração - IBRAM vários fatores contribuíram decisivamente para o sucesso do evento. Entre os quais, o apoio incondicional do governo federal e dos governos estaduais dos principais estados produtores do país, Minas Gerais e Pará, e das principais empresas, associações e publicações especializadas do setor. “Há também um clima favorável e uma percepção, internacional e brasileira, da validade dos fundamentos macroeconômicos do país e da grande potencialidade do segmento mineral".
Realmente a Exposibram’2001 reuniu os principais agentes envolvidos com a atividade mineral no país. De grandes mineradoras, como a CVRD (Companhia Vale do Rio Doce), Anglo American e RTZ (Rio Tinto Zinc Corporation) e companhias e autarquias estatais, como a Comig - Companhia Mineradora de Minas Gerais, a CBPM - Companhia Baiana de Pesquisas Minerais, o DNPM - Departamento Nacional de Produção Mineral e a CPRM (Serviço Geológico do Brasil), a autoridades do Ministério de Minas e Energia, senadores, deputados e executivos dos principais grupos atuantes no setor.
A Sobratema - Sociedade Brasileira de Tecnologia para Equipamentos e Manutenção, também esteve presente na Exposibram’2001, na pessoa de seu presidente, Afonso Legaspe Mamede e do diretor Carlos Fugazzola Pimenta. A entidade também montou na área de exposições um estande para divulgação junto ao público presente da M&T EXPO’2001 e de alguns programas da Sobratema, como o “Opus”, para treinamento de operadores e supervisores de equipamentos.
X CONGRESSO BRASILEIRO DE MINERAÇÃO
O Congresso, com 1080 inscritos, girou em torno do tema “Mineração no Brasil: Oportunidades Reais em País de Dimensões Continentais”, com conferências, painéis e palestras que trataram da competitividade da mineração brasileira diante da globalização, meio ambiente e compromisso da mineração com a qualidade de vida.
O evento foi marcado tanto pela expectativa em relação ao Projeto de Reestruturação do Setor Mineral, que está sendo avaliado pelo Congresso Nacional e foi disponibilizado na Internet, até 18 de abril, pelo Ministério de Minas e Energia (MME), para sugestões das comunidades geológica e mineira nacionais e pela perspectiva de investimentos de cerca de US$ 35 bilhões, ainda nas duas próximas décadas, na descoberta de novas jazidas, empreendimentos de lavras e beneficiamento.
Em sua palestra “O Congresso Nacional e a Mineração: Expectativas e Realidade”, o senador Paulo Ganem Souto, falou da importância da reforma legal porque passa o setor, “criando um único Estatuto, instituindo um único regime de título de direito minerário em substituição aos quatro atuais e introduzindo inovações que transferem a ênfase das ações dos processos burocráticos para os projetos de pesquisa e de produção mineral”.
Já Ricardo Weiss, presidente da Anglo American Brasil, braço da matriz sul-africana Anglo-Gold, acredita que o regime tributário também seja outro grande entrave para investimentos maiores, que acabam sendo aplicados em países que, embora sem o mesmo potencial geológico brasileiro, apresentam condições de tributação mais vantajosas. “Todavia, a elaboração de um modelo ideal de tributação do setor mineral não é tarefa simples, pois além de considerar os aspectos de competitividade global, os elementos de política governamental podem influir consideravelmente no desenho do regime tributário a adotar”, ressaltou.
Ainda sobre investimentos, Renato Ribeiro Ciminelli, diretor de Projetos da Tech & Trade Tecnologia, considerou o segmento de minerais industriais como potencial captador de recursos. Essa categoria, segundo ele, “é composta de diversas espécies minerais que, por sua vez, geram múltiplos produtos destinados a funções industriais diferentes, com características físicas, químicas e de desempenho específicas e serviços complementares adequados a cada cliente/segmento, que permitem ao empresário explorar muitas possibilidades de agregação de valor e diferenciação de seu produto no mercado”.
Mas, além dessa agregação de valor e da criação de diferenciais para o produto, é necessária a adoção de políticas, como a diversificação econômica, que reduzam os impactos da volatilidade dos preços dos minerais. A afirmação foi feita por Eliezer Braz, Ph.D. em Economia Mineral, ao falar de como esse preços são afetados pelas condições macroeconômicas e refletem de forma ampliada as taxas de crescimento da economia Nas últimas décadas, por exemplo, foram marcantes para o comportamento dos preços as crises do petróleo (1973/1974 e 1979),a recessão mundial de 1981/1982, a dissolução da União Soviética (1991) e a crise da Ásia (1997).
Outra grande preocupação do setor, a relação mineração-meio ambiente, foi amplamente discutida no Congresso. Relatando as transformações introduzidas na Mineradora Samarco, que resultaram na obtenção da Certificação ISSO 14001, Vitor Márcio Nunes Feitosa, gerente corporativo de Meio Ambiente, Saúde e Segurança do Trabalho, lembrou que, “antes mesmo de se dar conta de que a qualidade da vida da moderna sociedade repousa sobre os recursos minerais extra dos pela atividade mineira, a sociedade condena a atividade como predatória. “Por isso, afirmou, é preciso mostrar, através de “atuação competente, eficaz e bem comunicada a contribuição das mineradoras na manutenção e fortalecimento de um meio ambiente saudável: “Não raro, áreas inteiras de preservação têm existido como ilhas isoladas em alguns locais, remanescendo apenas por serem mantidas por iniciativas de empresas do setor”, acrescentou.
NOVAS TECNOLOGIAS PARA MINERAÇÃO
Algumas das grandes novidades em equipamentos marcaram presença na Exposibram, como a nova série UP de rompedores Indeco, trazida por sua representante Copex (veja informações na seção “Espaço Aberto") e a carreta Atlas Copco de perfuração ROC L8, projetada especialmente para pedreiras ou minerações de alta produtividade.
O maior equipamento móvel levado ao Pavilhão de Exposições de Belo Horizonte (Expominas) foi a escavadeira Liebherr Litronic 984 C, adquirida recentemente pela U&M - Mineração e Construção, empresa sediada em Juiz de Fora, especializada em lavra e instalações para tratamento ambiental na mineração. A U&M, com mais de 25 anos de tradição no mercado e filiais no Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Belém, renovou recentemente sua frota com cinco escavadeiras Liebherr 984 C e dez máquinas Caterpillar, incluindo cinco tratores de esteiras D6M, três compactadores de solo CP-533D e duas motoniveladoras 160H.
No estande da Atlas Copco, as novidades foram as carregadeiras rebaixadas para mineração subterrânea e a ROC L8, sobre esteiras, carreta de perfuração hidráulica equipada com “martelo de fundo de furo”, que atinge velocidades de perfuração de até 60 m/h, em furos com diâmetros de 45/16”a 6½”.
Outros acessórios diferenciais no mercado são o trocador automático de tubos, o duplo guia de tubos durante o emboque, magazine, medidor de profundidade eletrônico e inclinômetro, além da cabine com ar condicionado. Outros lançamentos da empresa são a linha de linha de tesouras e pulverizadores hidráulicos para montagem em escavadeiras de 2,5 a 50 t.
As carretas de perfuração a céu aberto da Sandvik-Tamrock, também estavam no evento. Os equipamentos são totalmente hidráulicos e podem ser equipados com o sistema TIM, que faz o monitoramento da performance da perfuração, ângulos, alinhamento, direção e profundidade dos furos. As carretas Tamrock, com compressor de ar a bordo, são montadas independentemente com martelo de topo hidráulico. Também os rompedores hidráulicos para rochas e concreto e as tesouras e pulverizadores para demolição da Rammer, equipamentos e ferramentas para fresagem contínua em rochas macias da Voest Alpine e EIMCO, integraram o estande.
Já a Haver & Boecker, líder mundial no fornecimento de soluções para sistemas de armazenagem, ensacagem e despacho de sólidos a granel, apresentou sua linha completa de peneiras e discos de pelotização, com vários tipos de acionamento, entre movimentos livres circular e linear, excêntricos e de alta frequência.
Na Sotreq, revendedora Caterpillar, dois destaques: a escavadeira 320B LME e a carregadeira 980G. A 320B LME, que desde o início do ano passou a ser produzida nas instalações da fabricante em Piracicaba (SP) e é fornecida pela CAT Financial já finamizada, é indicada para obras de terraplenagem de alto rendimento. Seu material rodante é 70 cm mais longo que o modelo padrão dos equipamentos, assim como a bitola, 70% mais larga, para dar maior estabilidade. A lança e o braço são mais curtos e a caçamba tem 1,4 m3, o que a faz ser chamada de máquina de escavação em massa. O consumo médio de óleo diesel de 181/h e o ciclo de trabalho é completado a cada 20 s, com escavação e tomamento de 5,2 m3 por minuto. A carregadeira CAT 980G, tem caçamba de 4,10 m3 e pneus Michelin L5, sem blindagem, no modelo standard, consumo de 25 l/h de diesel e capacidade de carga de 4,3 m3.
A Machbert, representante da Ingersoll-Rand no Brasil, demonstrou a tecnologia “V” dos rompedores Montabert, incorporada aos modelos V32, V45, V55, V65, V1200 e VI600. O sistema ajusta a frequência e energia do rompedor em função da variação do curso do pistão, de forma que, quanto maior este último, mais baixa a primeira e vice-versa. O rompedor sempre inicia os trabalhos com baixa energia e alta frequência de produção para proteger a ferramenta. Os parâmetros são então ajustados, igualando as condições e quando o rompedor sente o material quebrando, reduz instantaneamente a energia do golpe para prevenir batidas em vazio. A variação da energia do golpe é, assim, totalmente automática.
Outros grandes fornecedores de equipamentos também estiveram presentes diretamente ou através de representantes. Entre os quais, a Bucyrus Brasil, a Goodyear, a Krupp Projetos e Serviços, a Metso Minerals, a Svedala, a Voith Turbo e a Alstom. Também participaram empresas de engenharia e serviços, como a Outokumpu, a JP Engenharia e a Geosol.
A próxima edição da Exposibram, juntamente com a Congresso de Mineração, já tem data marcada para acontecer, em Belo Horizonte (MG), de 23 a 26 de setembro de 2003.
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