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Revista M&T - Ed.242 - Abril 2020
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Evento

Alternativas para o planeta

Durante o BW Talks, especialistas apresentaram temas que integram os Núcleos Temáticos da BW Expo 2020, único evento nacional voltado para tecnologias sustentáveis
Por Melina Fogaça

Com o objetivo de antecipar temas que serão apresentados durante a BW Expo 2020 – 3ª Biosphere World – Expo e Summit de Tecnologias para a Sustentabilidade do Meio Ambiente, a Sobratema promoveu no início de março o evento BW Talks.

Durante o encontro, que ocorreu no Instituto de Engenharia, em São Paulo, especialistas apresentaram alguns dos tópicos que integram os Núcleos Temáticos da nova edição feira, que acontece entre os dias 6 e 8 de outubro, na capital paulista.

A diretora técnica da área de biologia na Acqua Expert Engenharia Ambiental, Ana Luiza Fávaro, discorreu sobre a conservação dos recursos hídricos, destacando a importância da água doce para a população mundial e a extrema dependência da sociedade em relação a esse elemento natural indispensável.

De acordo com ela, uma em cada seis pessoas no planeta não tem acesso à água pot&aacut


Com o objetivo de antecipar temas que serão apresentados durante a BW Expo 2020 – 3ª Biosphere World – Expo e Summit de Tecnologias para a Sustentabilidade do Meio Ambiente, a Sobratema promoveu no início de março o evento BW Talks.

Durante o encontro, que ocorreu no Instituto de Engenharia, em São Paulo, especialistas apresentaram alguns dos tópicos que integram os Núcleos Temáticos da nova edição feira, que acontece entre os dias 6 e 8 de outubro, na capital paulista.

A diretora técnica da área de biologia na Acqua Expert Engenharia Ambiental, Ana Luiza Fávaro, discorreu sobre a conservação dos recursos hídricos, destacando a importância da água doce para a população mundial e a extrema dependência da sociedade em relação a esse elemento natural indispensável.

De acordo com ela, uma em cada seis pessoas no planeta não tem acesso à água potável, ou seja, 15% da população mundial. Em decorrência, milhões de pessoas adoecem e chegam a perecer devido à escassez severa de água. Além disso, há um sério problema de recuperação deste componente biológico essencial à manutenção da vida e dos negócios. No Brasil, apontou a especialista, cerca de 100 milhões de pessoas não contam com coleta de esgoto, por exemplo. “Em 2016, a ONU estimou que 2/3 do planeta Terra sofrem com estresse hídrico, o que pode ser ocasionado por consumo excessivo de água e poluição da hidrosfera por lançamento de esgoto, lixo, dejetos industriais, agrotóxicos e fertilizantes”, ressaltou.

Desdobrando o assunto, o palestrante Yuri Tisi, que atua na área de Direito da Energia, mostrou como é possível transformar resíduos em energia e materiais úteis aos processos produtivos. Segundo ele, o setor de resíduos é responsável por aproximadamente 11% do total de gases de efeito estufa emitido na atmosfera. “O metano (CH4) é 25 vezes mais nocivo que o gás carbônico (CO2)”, destacou.

Durante a exposição, Tisi sublinhou ainda que o tratamento térmico de resíduos, conhecido como Waste-To-Energy (WTE), é um fator tecnológico crucial para a gestão sustentável dos Resíduos Sólidos Urbanos (RSU). Nessa linha, o especialista citou o 5º relatório do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas), da ONU, indicando que as usinas WTE reduzem em até oito vezes a emissão de gases do efeito estufa, o que as torna uma das formas mais eficazes para a mitigação do aquecimento global por emissões de RSU. “Como mostra a Climate Bonds Initiative, o Brasil possui um potencial para investir até US$ 145 bilhões nos próximos 12 anos em tratamento térmico de resíduos”, acrescentou. “E isso é necessário, uma vez que o país gasta cerca de R$ 1,5 bilhão por ano no tratamento de doenças causadas pela exposição inadequada do lixo.”

Especialistas de diferentes áreas destacaram a viabilidade de conciliar a sustentabilidade ambiental com os negócios

Em sintonia com o tema, o diretor do Instituto Ecozinha, Ian McKee, falou a respeito da economia circular, um conceito que implica recuperação de produtos e embalagens industriais pós-consumo, que são passíveis de transformação.

A economia circular, disse ele, é uma alternativa sustentável que redefine a noção de crescimento com foco em benefícios para toda a sociedade, ao contrário da economia linear, que consiste em extrair, fabricar e descartar os produtos em definitivo, uma abordagem que está atingindo seus limites físicos na atualidade. “Segundo dados da Ellen MacArthur Foundation, se investíssemos em economia circular seria possível economizar US$ 1 trilhão por ano somente na extração de novos recursos naturais, ao passo que as emissões de gases do efeito estufa cairiam 83% até 2050”, frisou.

Já a recuperação de áreas degradadas (brownfields) foi o tema tratado por Ulysses Mourão, executivo da Geoklock que atua no mercado de obras ambientais e geotecnia. Segundo o engenheiro, a revalorização de espaços urbanos traz diversos benefícios econômicos para a sociedade, como geração de empregos, receitas para os municípios, valorização imobiliária e desenvolvimento da infraestrutura. “No entanto, ainda há dificuldades para a aprovação de empreendimentos em áreas brownfields, além da falta de incentivos para o desenvolvimento de produtos imobiliários”, ele lamentou.

VERTENTES

Na área da construção sustentável, o especialista em arquitetura, Marcelo Nudel, demonstrou como as edificações e projetos de infraestrutura podem estar em sintonia com o meio ambiente e, simultaneamente, manter a sustentabilidade econômica.

Nesse sentido, o urbanista abordou os Sistemas de Certificação Ambiental, conjunto de estratégias prescritivas e metas de desempenho superiores ao padrão de mercado e às normas locais. “Esses selos verdes atestam desempenho superior por meio de verificação de terceira parte”, explicou.

Ainda em relação às atividades produtivas, o gerente de sustentabilidade da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), Lucas Henrique Ribeiro, falou a respeito da necessidade de equilíbrio entre a produção agrícola e o meio ambiente.

Público acompanhou atento à prévia dos Núcleos Temáticos da BW Expo 2020

O especialista ressaltou a importância para a economia nacional do agronegócio, que representou 23,5% do PIB brasileiro e respondeu por 42% das exportações do país em 2018, mas também acentuou a necessidade de buscar medidas mais sustentáveis na atividade. “O consumidor atual não está mais buscando apenas consumir, mas quer saber se os produtos adquiridos são certificados e se respeitam as normas ambientais”, disse. “E essa mudança de postura impacta em toda a cadeia, inclusive no agronegócio, que precisa se adequar a essas necessidades.”

Já Monica Saraiva Panik, especialista em estratégias de desenvolvimento de novos negócios na área de energia, ressaltou como o uso do hidrogênio como fonte energética pode avançar no país, contribuindo para a descarbonização do planeta. Segundo ela, será necessário descarbonizar grande parte do sistema energético mundial para que os objetivos do Acordo de Paris possam ser atingidos, destacando a necessidade de manter o aumento da temperatura média global abaixo de 2oC. “Para tanto, uma quantidade significativa de fontes renováveis de energia precisa ser instalada e integrada, enquanto setores que mais demandam energia, como o transporte e a indústria, precisam ser descarbonizados em grande escala”, indicou.

De acordo com a especialista, a necessidade de descarbonização da economia mundial vem abrindo um leque de oportunidades para o hidrogênio em diversos setores. “Em 2050, o hidrogênio representará 18% de toda a energia consumida mundialmente, reduzindo as emissões anuais de CO2 em 6 Gt (gigatoneladas), além de gerar receitas de mais de U$ 2,5 trilhões por ano e empregar mais de 30 milhões de pessoas mundialmente”, destacou Panik.

Para o Brasil, disse ela, essa transformação abre oportunidades de negócios, em especial na produção e exportação de “hidrogênio verde”, uma vez que países da Europa e Ásia precisarão desse suprimento renovável em grande escala. “São mercados que não possuem fontes renováveis de energia suficientes para atender à demanda local, enquanto o Brasil conta com essas alternativas”, concluiu.

Evento busca conscientizar a sociedade

Mamede: uso da tecnologia para combater a degradação ambiental

Único evento multidisciplinar do mercado brasileiro focado em tecnologias direcionadas à sustentabilidade do meio ambiente, a BW Expo e Summit 2020 conta com um formato inovador, composto por exposições de empresas que desenvolvem e fornecem soluções – na forma de equipamentos, produtos e serviços – voltadas para a redução do impacto ambiental. Segundo Afonso Mamede, presidente da Sobratema, promotora do evento, é preciso adotar ações efetivas em relação ao assunto, pois os indicadores ambientais continuam surpreendendo negativamente e os distúrbios enfrentados nos últimos anos já não deixam dúvidas de que a sociedade precisa agir. “A tecnologia é uma ferramenta poderosa que deve ser utilizada para estancar o processo de degradação ambiental do nosso planeta”, comentou o dirigente durante o BW Talks.

Saiba mais:
BW Expo: www.bwexpo.com.br

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