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Revista M&T - Ed.223 - Maio 2018
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Fabricante

Expandindo fronteiras

Focada em semirreboques e vagões ferroviários, nova unidade fabril da Randon em Araraquara tem capacidade inicial de produção de até duas mil unidades por ano
Por Melina Fogaça

Após alguns anos de adiamentos, a Randon Implementos e Participações inaugurou no final de março sua nova unidade fabril em Araraquara (SP). Voltada inicialmente para a fabricação de semirreboques canavieiros, a fábrica também está apta a produzir vagões ferroviários, o que deve ocorrer em uma nova etapa, a ser implementada ainda neste ano, como garante a empresa.

Em termos estratégicos, o local onde a fábrica está instalada foi escolhido a dedo. Contando com uma malha rodoferroviária de bom nível, a região também é um dos principais centros canavieiros do país.

O que explica o foco do portfólio a ser produzido na instalação. “A nossa estratégia é abrir unidades onde isso faz mais sentido em termo


Após alguns anos de adiamentos, a Randon Implementos e Participações inaugurou no final de março sua nova unidade fabril em Araraquara (SP). Voltada inicialmente para a fabricação de semirreboques canavieiros, a fábrica também está apta a produzir vagões ferroviários, o que deve ocorrer em uma nova etapa, a ser implementada ainda neste ano, como garante a empresa.

Ao lado de executivos da Randon, o então governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (4o a partir da esq.), e o prefeito de Araraquara, Edinho Silva (de camisa branca), descerram a faixa de inauguração da fábrica

Em termos estratégicos, o local onde a fábrica está instalada foi escolhido a dedo. Contando com uma malha rodoferroviária de bom nível, a região também é um dos principais centros canavieiros do país.

O que explica o foco do portfólio a ser produzido na instalação. “A nossa estratégia é abrir unidades onde isso faz mais sentido em termos de recursos, matérias-primas, mercado e logística”, afirma David Abramo Randon, diretor-presidente da fabricante.

O investimento inicial aportado na fábrica chega a 100 milhões de reais, sendo 60% desse montante mobilizados via Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Nesta primeira etapa, a empresa optou por atender à demanda de produtos característicos da região Sudeste do país, utilizados principalmente no cultivo da cana-de-açúcar, mas também no transporte de cargas industrializadas, tendo em vista que a região central do estado – que já conta com um parque industrial de relevo – vem se tornando um dos principais polos de atração para novas manufaturas. “A Randon Araraquara está [localizada] em um polo de grande demanda por produtos voltados para o agronegócio, bem mais próxima de fornecedores e clientes, o que facilita entregas mais rápidas dos nossos produtos”, pontua o diretor de operações da Randon, Alexandre Gazzi.

A próxima etapa do projeto, diz ele, “inclui a fabricação de diversos modelos de vagões ferroviários, como hopper, gôndola, tanque, carga e sider, dentre outros”.

PROJETO

A inauguração encerra uma expectativa que se estendeu por mais de meia década. Afinal, o projeto da nova fábrica da Randon nasceu no já distante ano de 2012, com a assinatura do Protocolo de Intenções, com a Prefeitura Municipal de Araraquara, e do Memorando de Entendimentos, com o Governo do Estado de São Paulo, em um processo intermediado pela Agência Paulista de Promoção de Investimentos e Competitividade – Investe São Paulo.

Com área de 25 mil m², a linha de produção recebeu investimento inicial de 100 milhões de reais

Todavia, com o posterior acirramento da crise político-econômica no país, a empresa viu-se forçada a paralisar o processo. “Somente em 2017 resolvemos retomar o projeto, apostando em um mercado que agora está crescendo”, afirma Gazzi, destacando ainda como a nova unidade irá auxiliar a empresa a desafogar a produção em sua matriz. “Com a unidade em Araraquara será possível expandirmos nossa atuação no segmento ferroviário, pois já era praticamente impossível ampliar essa atividade a partir da unidade de Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, que estava saturada.”

A unidade em Araraquara, diz Gazzi, contribuirá assim para uma readequação da produção em todas as plantas da Randon, estabelecendo um sistema de linhas complementares de produção. Além da sede em Caxias do Sul e da nova planta em Araraquara, a Randon também possui unidades industriais em Chapecó (SC), Rosário e Província de Santa Fé (ambas na Argentina) e a nova unidade de Callao (na região metropolitana de Lima, no Peru). “Isso significa que será possível uma total sinergia entre as unidades, de modo a atender a todos esses mercados”, afirma.

E essa sinergia já começou. Com 122 hectares de área total, dos quais 25 mil m² são ocupados pela fábrica, além de área administrativa e de apoio, a fábrica nasce com uma capacidade de produção para até 2.000 unidades por ano, já incluindo nesta conta os semirreboques e vagões ferroviários. “No momento, já estamos produzindo seis unidades por dia, sendo que em março saíram as primeiras 100 unidades de semirreboques”, conta Sandro Trentin, diretor de inovação e tecnologia e responsável pela unidade de Araraquara.

Mas a produção não deve ficar só nesses produtos, pois a planta de Araraquara também foi planejada para receber projetos futuros. “As próximas fases dependerão muito da [evolução da] economia do país”, diz David Abramo Randon. “Acreditamos que o Brasil tem um potencial grande e, por isso, pensamos em projetos para os próximos 30 anos nesta unidade.”

PRODUÇÃO

Segundo Trentin, a nova unidade fabril já pode ser considerada como uma das mais modernas do grupo, especialmente no que se refere ao processo de fabricação de vagões.

Seguindo as tendências tecnológicas atuais, a infraestrutura da fábrica está preparada para receber sistemas e processos que integram os conceitos da Indústria 4.0, principalmente no acompanhamento de produção. “Os equipamentos estão sendo instalados todos com as mesmas condições favoráveis à indústria 4.0, que é baseada na comunicação entre as máquinas”, destaca o executivo.

No processo produtivo, a planta conta com características avançadas como jateamento robotizado para preparação da superfície de pintura dos produtos. Para isso, o sistema inclui dois robôs telescópicos, com oito eixos de atuação e sistema automatizado de recolhimento e reutilização de granalha. “O coração da fábrica já está preparado para a indústria 4.0”, comenta Trentin. “Nosso objetivo agora é expandir [o avanço] para o controle de sistema de solda e montagem.”

Foco de nova fábrica da marca, o Peru é atualmente o terceiro maior mercado de implementos da América Latina

GRUPO INAUGURA FÁBRICA NO PERU

Como parte de seu processo de expansão, ainda em março a Randon inaugurou a nova fábrica da subsidiária Randon Peru, que é resultado de uma joint venture com o Grupo Epysa, que representa a empresa brasileira no mercado chileno há 35 anos. Resultado de uma parceria anunciada no ano passado, a fábrica de Callao se dedicará à produção, montagem e comercialização de semirreboques da marca no país andino. Segundo o diretor-presidente da Randon, David Abramo Randon, a unidade tem capacidade de produção de até mil unidades por ano, com início da operação previsto para o segundo trimestre de 2018. “Depois de Brasil e Argentina, o mercado peruano é o terceiro maior consumidor de reboques e semirreboques da América Latina, movimentando em torno de 6 mil unidades anuais de implementos”, destaca o executivo.

Saiba mais:

Randon: www.randon.com.br

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