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Revista M&T - Ed.60 - Ago/Set 2000
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Perfuratrizes

Escala de produção é determinante

A visão de um usuário, responsável pela introdução da primeira perfuratriz hidráulica no país, e que hoje presta serviços a grandes grupos de mineração.
Pneumáticas: ainda insuperáveis com baixa escala de produção

Paulo Dias, diretor da Metal Ar, empresa prestadora de serviço na área de perfuração, eleita pela Atlas Copco como uma “key customer (cliente ou usuário “chave”) no Brasil, diz que cada tipo de perfuratriz tem aplicações em que são mais ou menos vantajosas e que não há, a princípio, nenhuma superior a outra. “Até mesmo as perfuratrizes pneumáticas, em determinadas situações, são insuperáveis”.
O que determina o equipamento adequado, diz ele, é antes de tudo a escala de produção requerida, medida em metros
de furo por hora. “A produção indicada pelos fabricantes deve ser relativizada, pois são diferentes condições operacionais”.
Como regra geral, Paulo Dias acredita que uma perfuratriz hidrául


Pneumáticas: ainda insuperáveis com baixa escala de produção

Paulo Dias, diretor da Metal Ar, empresa prestadora de serviço na área de perfuração, eleita pela Atlas Copco como uma “key customer (cliente ou usuário “chave”) no Brasil, diz que cada tipo de perfuratriz tem aplicações em que são mais ou menos vantajosas e que não há, a princípio, nenhuma superior a outra. “Até mesmo as perfuratrizes pneumáticas, em determinadas situações, são insuperáveis”.
O que determina o equipamento adequado, diz ele, é antes de tudo a escala de produção requerida, medida em metros
de furo por hora. “A produção indicada pelos fabricantes deve ser relativizada, pois são diferentes condições operacionais”.
Como regra geral, Paulo Dias acredita que uma perfuratriz hidráulica se torna economicamente viável quando a operação
requerer uma média superior a 6.500 m lineares de perfuração por mês. "Abaixo disso, talvez seja mais recomendável uma perfuratriz pneumática convencional”.
Ele garante, pela sua experiência na área, de que utilizar uma perfuratriz hidráulica com capacidade de produção real de
7.000 m/mês, em umapedreira com uma produção de 3.500 m/mês, simplesmente não compensa. ”Émuito difícil fechar essa conta, o equipamento está realmente superdimensionado”.

Paulo Dias, cuja empresa foi responsável pela introdução da primeira perfuratriz hidráulica no mercado brasileiro (uma DH600 S Tamrock, usada nas obras deSalto Segredo em 1990) e tem em sua frota quatro perfuratrizes hidráulicas Atlas Copco (incluindo o novo modelo ROC D7), com as quais presta serviços para os grupos Serrana, Holdercim e
Camargo Corrêa, também fica à vontade para dizer que nem mesmo o grande argumento em favor das hidráulicas - a maior mobilidade - não é decisivo.
“Você paga caro pela maior mobilidade da hidráulica, pelo desgaste e alto custo do material rodante. Além disso, gasta-
se muito mais tempo deslocando um equipamento de 14 t, em média. Um pneumática, eu transporto em uma prancha
com dois eixos, tracionada por caminhão ou pelo comboio de lubrificação, sem nenhum desgaste do material rodante”.
Em resumo, diz Paulo Dias, deve-se considerar na definição do equipamento a ser utilizado sobretudo as condições
operacionais: basicamente o volume de furação; se esse volume é mais ou menos concentrado (projetando-se assim a
necessidade de deslocamento); o tipo de material; e as condições locais. "Temos que considerar também que toda operação deve ser feita em dois turnos, porque sabemos que no terceiro a produtividade baixa muito, não somente pelo operador, mas também porque à noite a estrutura e a logística simplesmente não funcionam como deveriam”.
Segundo Dias, se ao final, pesadas todas as variáveis, o responsável pela operação optar pelo uso de uma perfuratriz hidráulica, para obter o melhor resultados, ele deverá atentar para as vantagens e desvantagens embutidas nas diferentes configurações.
Pode-se dividir a nova geração de perfuratrizes hidráulicas para operação a céu aberto (em minas, pedreiras e na construção pesada) em três grupos distintos, segundo a configuração básica do equipamento. Assim, há o grupo das “Top Hammer” (com martelo no topo da torre, transferindo o impacto para as hastes), o grupo com tecnologia ‘Down the hole'(quando é o martelo que desce pelo furo quando pressionado pelas hastes) e um grupo de equipamentos denominado “Cop rod”, caracterizado pela forma como as hastes são conectadas entre si. No “cop rod”, elas não são rosqueadas, mas enfiadas umas nas outras, reduzindo-se a perda de energia de impacto.
Usuário experiente, o diretor da Metal Ar considera, particularmente, a configuração “Top Hammer” melhor e mais barata, embora tenha limitações de diâmetro e está mais sujeita a desvios de furo. Já o tipo “Down the role” trabalha com diâmetros maiores, desvia menos (mesmo porque é o próprio martelo que entra no furo), embora tenha maior custo e corre-se o risco de perder o martelo, em caso de algum problema. O tipo “Cop rod”, segundo ele, é ainda desconhecido Brasil e só se justifica em aplicações especiais, em que se exija o máximo de força de impacto. Éuma configuração de alto custo, embora extremamente compacta.
Para Paulo Dias, a tendência é que o desenvolvimento dos novos equipamentos se encaminhe cada vez mais para garantir a qualidade da furação, ou seja furos sem qualquer desvio - um dos pré-requisitos para um desmonte ideal. Ele acredita também que equipamentos hidráulicos menores e mais compactos devam surgir para ocupar o espaço dos pneumáticos. ”Como vem ocorrendo com os rompedores, a tendência com o tempo é que deixemos de trabalhar no meio do pó”.

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