Revista M&T - Ed.200 - Abril 2016
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Mercado

Desafio global

Afetado em cheio pela baixa cotação do petróleo e das commodities, mercado mundial de equipamentos para construção recua 11% em 2015; Alemanha é exceção

No ano passado, o mercado global de equipamentos assistiu a uma queda de dois dígitos nas vendas, retraindo 11% em relação ao ano anterior, segundo o mais recente relatório do CECE (Committee for European Construction Equipment), divulgado em março.

Para explicar o resultado, os motivos apontados por especialistas incluem as incertezas criadas por conflitos políticos violentos e os preços muito baixos do petróleo e das commodities, aprofundadas por numerosas crises econômicas ao redor do mundo, ainda sem solução à vista. “Estes riscos não impactam o mercado da mesma maneira, sendo que as empresas podem ser afetadas em maior ou menor grau, dependendo de onde desenvolvam suas atividades principais de negócios”, avalia Johann Sailer, chairman da Associação de Materiais, Maquinários e Equipamentos para Construção, entidade ligada à federação de engenharia alemã VDMA (Verband Deutscher Maschinen und Anlagenbau), a maior associação industrial da Europa.

Acompanhando a queda global, a indústria europeia – que responde por 20% da produção mundial de equipament


No ano passado, o mercado global de equipamentos assistiu a uma queda de dois dígitos nas vendas, retraindo 11% em relação ao ano anterior, segundo o mais recente relatório do CECE (Committee for European Construction Equipment), divulgado em março.

Para explicar o resultado, os motivos apontados por especialistas incluem as incertezas criadas por conflitos políticos violentos e os preços muito baixos do petróleo e das commodities, aprofundadas por numerosas crises econômicas ao redor do mundo, ainda sem solução à vista. “Estes riscos não impactam o mercado da mesma maneira, sendo que as empresas podem ser afetadas em maior ou menor grau, dependendo de onde desenvolvam suas atividades principais de negócios”, avalia Johann Sailer, chairman da Associação de Materiais, Maquinários e Equipamentos para Construção, entidade ligada à federação de engenharia alemã VDMA (Verband Deutscher Maschinen und Anlagenbau), a maior associação industrial da Europa.

Acompanhando a queda global, a indústria europeia – que responde por 20% da produção mundial de equipamentos para construção – registrou retração mais moderada de 2,5% em 2015, em grande parte devido ao péssimo desempenho da Rússia, que empurrou as estatísticas para baixo. “Mas as más notícias precisam ser interpretadas cuidadosamente”, pontua Sebastian Popp, analista econômico do CECE. “Tivemos um declínio de 25% na França, mas também um crescimento de quase 40% na Itália.”

ÂNCORAS

De fato, como mostra o barômetro do CECE, excluindo a Rússia – que permanece em queda livre – o resultado da Europa no ano foi de +3,5%, colocando a região como o terceiro principal mercado do setor, atrás apenas do Oriente Médio e da Índia. “Os países da Europa Central, do Leste e do Sul foram os pilares do crescimento, embora de maneiras muito diferentes”, afirma Popp. “Já Alemanha, Reino Unido e Escandinávia permanecem como âncoras de estabilidade.”

O país teutônico, inclusive, registrou um avanço significativo do ano passado. Segundo a VDMA, as vendas na indústria alemã de equipamentos para construção subiram 7% em 2015, atingindo 9 bilhões de euros. Para este ano, porém, a entidade destaca que o cenário é “altamente propenso a riscos”, apesar de haver a possibilidade de um crescimento “leve”. “As fabricantes alemãs não foram muito afetadas por quedas acentuadas, como ocorreu na China, na América Latina e na Rússia”, avalia Sailer. “Inversamente, vimos um avanço acima da média em alguns mercados da Europa, Oriente Médio e norte da África.”

Para este ano, sem a Rússia, a indústria europeia espera um avanço de 3%, o que representaria o terceiro ano consecutivo de crescimento na região. Em termos geográficos, os fabricantes miram bons resultados na Europa Central e do Sul, principalmente Itália e Espanha, apostando em um alto volume de vendas também na Alemanha, Reino Unido, Escandinávia e Benelux. Fora desta região, a maior expectativa é com a Índia. Já para a América Latina, a VDMA conclui que “muito pouco pode ser esperado” em 2016.

 

 

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