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Revista M&T - Ed.246 - Agosto 2020
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Fabricante

Combinação de portfólios

Resultado da fusão de duas gigantes finlandesas, Metso Outotec reúne seis áreas de negócios, cobrindo desde processamento de agregados até refino e reciclagem de metais
Por Marcelo Januário (Editor)

Resultado da fusão de duas gigantes industriais finlandesas – Metso Minerals e Outotec –, a Metso Outotec iniciou atividades em julho com um portfólio conjugado que reúne seis áreas de negócios, cobrindo desde processamento de agregados até refino e reciclagem de metais, passando por serviços e fornecimento de peças de desgaste e reposição. Com a combinação, a área de tecnologias para controle de fluxo da antiga Metso forma uma nova empresa independente, batizada de Neles.

Reunidas, as áreas de negócios da nova companhia são complementares e não concorrem entre si, incluindo soluções para agregados (britagem e peneiramento), minerais (tecnologias para processamento), metais (refino e processamento químico), reciclagem (equipamentos e serviços para reciclagem de metais e resíduos), serviços (peças de reposição, reformas e atendimento) e consumíveis (peças d


Resultado da fusão de duas gigantes industriais finlandesas – Metso Minerals e Outotec –, a Metso Outotec iniciou atividades em julho com um portfólio conjugado que reúne seis áreas de negócios, cobrindo desde processamento de agregados até refino e reciclagem de metais, passando por serviços e fornecimento de peças de desgaste e reposição. Com a combinação, a área de tecnologias para controle de fluxo da antiga Metso forma uma nova empresa independente, batizada de Neles.

Reunidas, as áreas de negócios da nova companhia são complementares e não concorrem entre si, incluindo soluções para agregados (britagem e peneiramento), minerais (tecnologias para processamento), metais (refino e processamento químico), reciclagem (equipamentos e serviços para reciclagem de metais e resíduos), serviços (peças de reposição, reformas e atendimento) e consumíveis (peças de desgaste para processos de mineração, metais e agregados).

Segundo o CEO da Metso Outotec, Pekka Vauramo, a combinação dos portfólios faz da nova empresa um dos maiores players globais do setor. “Baseando-se nos dados financeiros de 2019, o faturamento conjunto ultrapassa 4,1 bilhões de euros em vendas, sendo que 56% desse montante são correspondentes a serviços”, afirma o executivo.

O faturamento da empresa é puxado pelo setor de mineração (com 61% das vendas), seguido por agregados (26%) e metais e reciclagem (13%). A empresa atua nos cinco continentes, com distribuição de negócios entre as regiões EMEA (Europa, Oriente Médio e África) (com 42% dos contratos), Américas (35%) e APAC (Ásia-Pacífico) (23%).

Adotando nova identidade visual, a Metso Outotec nasce com um quadro de 15 mil funcionários de 80 nacionalidades, marcando presença em 50 países. “Com 8.200 patentes industriais, a empresa vem registrando uma marca de 15 lançamentos de novos produtos por ano”, destacou Vauramo.

COMPROMISSO

Segundo Eeva Sipilä, diretora financeira e executiva da Metso Outotec, ainda durante o plano de integração já era perceptível a similaridade entre as culturas das empresas, o que – como ela ressalta – possibilitará uma transição suave do processo nos próximos meses. “Queremos oferecer um ecossistema que entregue valor aos nossos clientes, fornecedores e investidores, trabalhando juntos com foco em inovação”, diz ela, para quem a tecnologia é um dos elementos centrais da estratégia, reforçando a atuação da empresa com novas ideias para o lançamento de produtos. “Estamos muito entusiasmados com as oportunidades dessa combinação, que nos permitirá seguir inovando nos próximos anos e atender aos nossos clientes de forma ainda melhor”, acresce Sipilä, para quem os investimentos em pesquisa e desenvolvimento diferenciam a Metso Outotec no mercado. “Se olhar para a situação atual, o investimento de duzentos milhões de euros por ano é um número expressivo na indústria”, afirma.

Vauramo: reforço do portfólio de produtos

No rol de megatendências, a sustentabilidade é um valor de primeira hora para a empresa, no sentido de se dedicar à redução do uso de energia, água e materiais, o que somente pode ser obtido por meio do desenvolvimento de tecnologias mais inteligentes e sustentáveis. Inclusive, a nova etapa se inicia sob o slogan “Parceria para uma mudança positiva”, que remete ao compromisso – ademais característico dos escandinavos – de enfrentamento ativo aos desafios ambientais globais. “Trata-se de uma questão cada vez mais importante no mundo e que precisamos abraçar como indústria, uma aspiração na verdade muito entusiasmante para nós, que buscamos um balanço no uso de recursos naturais, uma maneira mais sustentável de atuar”, comenta Sipilä. “Sabemos da importância da gestão de recursos naturais, buscando utilizar a tecnologia para limitar o uso de água, por exemplo. Mas com as mudanças climáticas, também temos de trabalhar muito duro para limitar os impactos das emissões de CO2 na indústria de mineração, encontrando novas maneiras de entregar valor e, ao mesmo tempo, eletrificar as operações, criando assim novas oportunidades para nossos clientes.”

Se o engajamento contra a mudança climática é importante, diz a executiva, o mesmo vale para a economia circular e a reciclagem de materiais, assim como a digitalização de processos. Nesse sentido, a executiva cita a inauguração no início deste ano de um centro de atendimento remoto da Metso Outotec no Chile. “Poder atender remotamente aos nossos clientes tem sido muito importante nesses tempos singulares de pandemia”, diz ela.

ESTRUTURA

Por falar em América do Sul, o Brasil – com seu forte mercado de minério de ferro – é o único país da região que conta com toda a estrutura fabril que a Metso Outotec apresenta globalmente, incluindo fábrica de equipamentos (atualmente com capacidade de quase 700 unidades/ano nas linhas principais de Sorocaba/SP), unidade para produção de peças de desgaste, centro de serviços e instalações de fundição, nesse caso com capacidade de produzir 5 mil t de aço por ano.

Na segmentação regional, o Brasil é um mercado à parte, com o Chile – baseado no cobre e que possui o único centro de monitoramento remoto da empresa da região – concentrando as operações do Cone Sul e o Peru – um mercado polimetálico – as da região norte da América do Sul. Ao todo, são seis centros de serviços e quatro fábricas para atender ao continente, com 3.500 profissionais.

Segundo o presidente da Metso Outotec para o mercado sul-americano, Eduardo Nilo, essa estrutura – aliada ao portfólio fortalecido – permitirá acompanhar o cliente em praticamente todas as etapas da mineração, justamente em um momento no qual o mercado busca extrair a máxima eficiência de suas operações. “Um portfólio completo gera um valor tremendo para nós, pois são companhias muito fortes em suas respectivas áreas, em uma combinação perfeita de tecnologias”, diz ele. “E a otimização do ciclo natural dos processos é algo muito atrativo à indústria atualmente.”

Empresa lança suporte técnico remoto no Brasil

Disponíveis no Brasil, óculos inteligentes permitem conectividade com o suporte remoto

Já disponível no país, o pacote MRA (sigla em inglês para Metso Remote Assistance) inclui um conjunto de soluções de suporte em ambiente colaborativo que auxilia o gestor de manutenção a tomar decisões em tempo e de forma segura. O destaque são os smart glass (óculos inteligentes), que permitem conectividade entre os clientes e o suporte remoto e, agora, passam a ser ofertados comercialmente também no Brasil.

Fabricante entrega sistema para processamento de terras raras na Austrália

Encomenda de 13 milhões de euros atenderá a projeto com terras raras

A Metso Outotec assinou um contrato com a Lynas Kalgoorlie Pty no valor de aproximadamente 13 milhões de euros para o fornecimento de forno rotativo e sistema de combustão destinados ao processamento de elementos de terras raras. As empresas vêm trabalhando em conjunto no desenvolvimento do sistema para a nova fábrica de craqueamento e lixiviação de projetos greenfield da Lynas em Kalgoorlie-Boulder, na Austrália Ocidental. A fábrica processará concentrado da mina Mount Weld e fornecerá alimentação intermédia para produção de Nd e Pr (neodímio e praseodímio), elementos utilizados em eletrônica e tecnologias de energia verde. “Esta encomenda é um marco importante no desenvolvimento da nossa nova fábrica de processamento”, comenta Amanda Lacaze, CEO da Lynas, o segundo maior produtor global de terras raras e o maior fora da China.

Saiba mais:
Lynas: www.lynascorp.com
Metso Outotec: www.metso.com

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