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Revista M&T - Ed.251 - Fev/Mar 2021
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Fabricante

As dores da retomada

Enfrentando gargalos na cadeia de produção e aumento de custos, a Volvo aposta na renovação das frotas para recuperar o tempo perdido por conta da pandemia
Por Marcelo Januário (Editor)

Após uma queda de 13% nas entregas para a América Latina em 2020, o Grupo Volvo avalia que esse resultado foi “relativamente bom”, levando-se em conta que, no 2º trimestre do ano passado, as perspectivas eram de uma diminuição ainda mais acentuada nos negócios. Com -11%, o Brasil foi o país que menos sofreu na região.

Como comparação, no mercado peruano – um dos principais da marca no continente – a retração foi de -29%. Com isso, a participação do mercado brasileiro nos negócios na América Latina chegou a 80% do total em 2020. “Mas os mercados fora do Brasil continuam sendo fundamentais para a nossa escala de produção e desenvolvimento da cadeia local”, pondera Wilson Lirmann, presidente do Grupo Volvo América Latina.

Já no final de 2020, diz o executivo, o setor de transportes passou a ser mais demandado, melhorando o desempenho dos fabricantes. “Com recuperação acelerada no 3º e 4º trimestres, o resultado superou as expectativas do mercado e repercutiu de forma positiva, pois mostrou a capacidade do grupo de entregar resultados em períodos de desafios, confirmando as expectativas de investimento”, comenta Lirmann. “Mas continuamos enfrentando os desdobramentos da pandemia, o que cria um ambiente de alguma volatilidade e incerteza.”

Exemplos disso são as perturbações na produção e os aumentos de custos, que persistem na cadeia de abastecimento. “Isso já se refletiu no Brasil, mas ainda temos desafios pela frente”, reconhece o executivo, destacando que há previsão de novos aumentos. “Em uma analogia, temos um avião supermoderno, com manutenção em dia, com tripulação competente e atenta, mas o céu não é de brigadeiro.”

Neste céu de turbulências, os impasses já exigiram inclusive troca de fornecedor, além de apertos com matéria-prima. É o caso, explica Lirmann, de alguns componentes, a


Após uma queda de 13% nas entregas para a América Latina em 2020, o Grupo Volvo avalia que esse resultado foi “relativamente bom”, levando-se em conta que, no 2º trimestre do ano passado, as perspectivas eram de uma diminuição ainda mais acentuada nos negócios. Com -11%, o Brasil foi o país que menos sofreu na região.

Como comparação, no mercado peruano – um dos principais da marca no continente – a retração foi de -29%. Com isso, a participação do mercado brasileiro nos negócios na América Latina chegou a 80% do total em 2020. “Mas os mercados fora do Brasil continuam sendo fundamentais para a nossa escala de produção e desenvolvimento da cadeia local”, pondera Wilson Lirmann, presidente do Grupo Volvo América Latina.

Já no final de 2020, diz o executivo, o setor de transportes passou a ser mais demandado, melhorando o desempenho dos fabricantes. “Com recuperação acelerada no 3º e 4º trimestres, o resultado superou as expectativas do mercado e repercutiu de forma positiva, pois mostrou a capacidade do grupo de entregar resultados em períodos de desafios, confirmando as expectativas de investimento”, comenta Lirmann. “Mas continuamos enfrentando os desdobramentos da pandemia, o que cria um ambiente de alguma volatilidade e incerteza.”

Exemplos disso são as perturbações na produção e os aumentos de custos, que persistem na cadeia de abastecimento. “Isso já se refletiu no Brasil, mas ainda temos desafios pela frente”, reconhece o executivo, destacando que há previsão de novos aumentos. “Em uma analogia, temos um avião supermoderno, com manutenção em dia, com tripulação competente e atenta, mas o céu não é de brigadeiro.”

Neste céu de turbulências, os impasses já exigiram inclusive troca de fornecedor, além de apertos com matéria-prima. É o caso, explica Lirmann, de alguns componentes, além de aço, pneus e semicondutores, todos ligados a uma cadeia global bastante complexa. “Isso tem sido um alvo móvel também, pois esse gargalo tem se movido ao longo do período. Enquanto algumas dessas situações estão estabilizadas, surgem novos pontos à medida que aumentamos a produção”, ressalta Lirmann, destacando que há ainda desafios em logística, principalmente no transporte aéreo e marítimo, bastante afetados pela pandemia. “Fomos obrigados a repassar uma parte desses custos adicionais ao consumidor”, complementa. “São as dores da retomada, um ambiente de certa volatilidade, que vai exigir atenção.”

CAMINHÕES

Com 17.812 unidades no continente, a demanda no segmento de caminhões ficou 13% abaixo do ano anterior. No Brasil, a Volvo emplacou 14.976 pesados (-11,1%), o que representa 29% de share no país. Com isso, a marca perdeu a liderança no segmento, que havia retomado em 2019.

“Tivemos dificuldade na produção para atender à demanda que os clientes estavam solicitando”, sublinha Alcides Cavalcanti, diretor executivo de caminhões da Volvo no Brasil. “Em vários negócios tivemos de postergar as entregas para o início de 2021.”

Com 5.870 emplacamentos, o pesado FH 540 foi o caminhão mais vendido em 2020

O grande destaque foi o pesado FH 540, com 5.870 emplacamentos. “Foi o caminhão mais vendido em toda a indústria em 2020”, observa Cavalcanti. “Já o FH 460, com 3.936 emplacamentos, foi o vice-líder em pesados e 3º no ranking com todas as categorias.”

Com 3.530 unidades nos segmentos semipesado e pesado, as vendas da Linha VM cresceram 24% em relação ao ano anterior. Segundo Cavalcanti, o resultado está atrelado ao lançamento de dois novos modelos em 2020: o VM City (em junho) e o VM Light Mixer (em outubro).

Na categoria vocacional (fora de estrada), foram entregues 1.825 unidades (+34%). “O destaque foi o segmento de construção, com 40% das vendas, no qual o VM 6x4 e o VM 32 toneladas têm sido bastante procurados”, afirma Cavalcanti. “Outros destaques foram a cana (com o FMX cavalo mecânico) e os veículos para mineração (com o FMX 6x4 e o FMX 8x4), com 90% de aumento nas vendas em relação a 2019.”

Em seminovos, a Volvo obteve recorde, com 1.592 caminhões comercializados. Por meio de feirões on-line, a companhia chegou a entregar 250 unidades em apenas um mês (maio). O modelo FH obteve o maior valor de revenda, tornando-se o seminovo pesado mais vendido do Brasil. “Vimos distorções no mercado de seminovos, até mesmo situações em que o preço estava mais alto que um novo, tal era a procura de caminhões para pronta-entrega”, relata o diretor.

Na área de pós-venda e peças, o crescimento foi de 9% (a indústria de peças para pesados caiu cerca de -4%), enquanto a rede de concessionárias ganhou mais três unidades, chegando a 100 lojas no país. “Isso foi fruto do trabalho da nossa rede, que continuou atendendo durante a pandemia”, diz Cavalcanti, destacando a abertura da loja Lapônia, em Itu (SP), a maior da rede no Brasil, com 63 mil m2 de área e 62 boxes de atendimento. “Já o e-commerce de peças teve aumento de 15% nos pedidos, enquanto o pit-stop (troca de óleo e filtros) chegou a mais de 50% da rede.”

Para 2021, o diretor tem boas perspectivas, resultado de uma carteira robusta aliada a fatores conjunturais. “Temos a necessidade de renovação das frotas, somada às taxas de mercado em níveis historicamente baixos, preços do minério em alta, demanda forte de exportação e descomissionamento de barragens”, lista Cavalcanti.

Por sua vez, Lirmann também vê potencialidade nas commodities, incluindo grãos, cana, mineração, proteínas animais e exportações, enquanto indústria e construção ainda vivem uma recuperação gradual. “A taxa de juros favorece investimentos, mas a estabilidade ainda depende de ajustes na questão fiscal e sustentação monetária de longo prazo”, avalia o executivo, pontuando que, desde outubro, a empresa já contratou 400 funcionários nas operações de Curitiba (PR). “Tivemos queda do mercado no ano passado, mas estamos otimistas, prevendo crescimento de até 40% em semipesados e pesados em 2021.”

Afetado pela pandemia, mercado de ônibus rodoviários e urbanos sofreu queda de 40% na América Latina

ÔNIBUS

Atuando com carga viva, o transporte urbano e rodoviário foi o segmento mais afetado pela pandemia. No Brasil, um dos principais mercados da região (ao lado de Chile e Colômbia), foram 444 emplacamentos em 2020, com 157 chassis rodoviários pesados e 71 chassis no segmento urbano, em uma queda de 40% no volume.

Em toda a América Latina, foram vendidos 1.155 veículos. “É uma queda significativa, como outras marcas também tiveram por uma questão de mercado”, pontua Fabiano Todeschini, presidente da Volvo Buses Latin America. “O destaque ficou para o semipesado B270F com motor frontal, que registrou +34% na demanda (216 unidades), puxada pelo fretamento.”

Para 2021, Todeschini projeta crescimento de 13%. “No rodoviário, o turismo está voltando e o dólar estimula a retomada”, frisa. “De modo que o 2º semestre deve ser melhor, até pelo processo de vacinação.”

Volvo Energy é a nova área de negócios do grupo

A nova área de negócios chega para reforçar o fluxo comercial de baterias da Volvo ao longo de seu ciclo de vida, prometendo reduzir o impacto ambiental de equipamentos elétricos e híbridos.

Nova área reforça o fluxo comercial de baterias elétricas do grupo

Liderada por Joachim Rosenberg, membro do conselho executivo do Grupo Volvo e atual presidente da UD Trucks (marca que irá para a Isuzu Motors), a área também responderá por soluções de infraestrutura de hidrogênio para veículos elétricos a células de combustível.

“Com a Volvo Energy, estamos dando uma segunda vida útil às baterias, o que é simultaneamente uma oportunidade de negócio e uma forma de contribuir para uma economia circular e uma sociedade livre de combustíveis fósseis”, diz Martin Lundstedt, CEO do Volvo Group, que reportou vendas líquidas de SEK 338,4 bilhões em 2020, com rendimento operacional ajustado de SEK 28,6 bilhões e margem operacional de 8,4%.

Braço financeiro obtém recordes em 2020

Com R$ 2,9 bilhões de negócios gerados, a Volvo Financial Services (VFS) obteve recorde no volume de financiamento em 2020, participando de 40% das vendas realizadas pela marca no país, além de 25,7% de crescimento na carteira. “É um resultado fabuloso, considerando as dificuldades que enfrentamos no ano”, diz Carlos Ribeiro, presidente da VFS para a América do Sul, revelando que a VFS deve iniciar em breve o financiamento de peças e serviços.

Já em consórcio, o volume de cotas de R$ 1,2 bilhão representa o maior da história de 27 anos do banco no Brasil. “Tivemos uma expansão de 17% na carteira, com 600 caminhões entregues por meio da modalidade”, detalha Ribeiro.

Saiba mais:
Volvo: www.volvogroup.com.br

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