Em um ano marcado por desafios para as montadoras, a Volvo Caminhões licenciou 10.296 unidades Euro 6 (considerando os modelos FH, FM e FMX) em 2023, o que garantiu uma participação de 30,7% no segmento de pesados equipados com a nova tecnologia de emissões. O resultado é considerado “fantástico” pela montadora, que jogou todas as suas fichas na nova motorização. A aposta deu certo, mas não sem sustos.
Incluindo pesados e semipesados, a marca entregou 19.647 caminhões no Brasil, sendo 14.020 unidades de veículos Euro 6. Com isso, o market share da marca retraiu ligeiramente, de 25% para 23,9% em relação a 2022, em um cenário em que 40% dos emplacamentos no país ainda foram de veículos Euro 5 na média.
“Ao contrário dos concorrentes, começamos o ano com estoques muito reduzidos de caminhões Euro 5, tanto que no início do ano perdemos a liderança de mercado, caindo para terceiro”, conta o diretor executivo
Em um ano marcado por desafios para as montadoras, a Volvo Caminhões licenciou 10.296 unidades Euro 6 (considerando os modelos FH, FM e FMX) em 2023, o que garantiu uma participação de 30,7% no segmento de pesados equipados com a nova tecnologia de emissões. O resultado é considerado “fantástico” pela montadora, que jogou todas as suas fichas na nova motorização. A aposta deu certo, mas não sem sustos.
Incluindo pesados e semipesados, a marca entregou 19.647 caminhões no Brasil, sendo 14.020 unidades de veículos Euro 6. Com isso, o market share da marca retraiu ligeiramente, de 25% para 23,9% em relação a 2022, em um cenário em que 40% dos emplacamentos no país ainda foram de veículos Euro 5 na média.
“Ao contrário dos concorrentes, começamos o ano com estoques muito reduzidos de caminhões Euro 5, tanto que no início do ano perdemos a liderança de mercado, caindo para terceiro”, conta o diretor executivo de caminhões, Alcides Cavalcanti.
“Mas já a partir do final do 2º trimestre recuperamos a liderança, na medida em que a aceitação foi evoluindo e os clientes foram conhecendo as vantagens da tecnologia Euro 6. Se considerarmos somente os caminhões Euro 6, nosso share no ano seria de 27%.”
O volume interno representa 83% da demanda total de caminhões vendidos pela empresa na América Latina (que chegou a 23.652 unidades), seguido de longe por Peru (com 2.007 unidades) e Chile (com 1.351 unidades).
O desempenho foi muito comemorado, apesar do cenário de retração geral da demanda. “Sabíamos que haveria desafios com o arrefecimento da economia, o que levou à redução do mercado total”, diz Wilson Lirmann, presidente do Grupo Volvo na América Latina. “De qualquer forma, mantivemos a posição de liderança na região.”
Segundo ele, a operação obteve um faturamento de 19,7 bilhões de reais no ano, o que representa o maior avanço de participação do grupo em todo o mundo (em volume, os EUA seguem como o principal mercado global da marca).
No mundo, as vendas chegaram à marca histórica de 553 bilhões de coroas suecas (+17%). “Esses resultados foram recebidos de forma muito positiva pelo mercado não só pela robustez financeira, mas também pelo que significam em termos de capacidade de investimento”, diz ele, referindo-se ainda ao ciclo trienal de R$ 1,5 bilhão em investimento na operação latino-americana até 2025. “Isso realmente repercutiu de forma muito positiva.”
Resultados do ano trouxeram alívio após queda inicial nas vendas da nova plataforma Euro 6
SEGMENTOS
Em termos de produtos, as entregas na linha VM (que cobre a faixa de 290 cv a 360 cv) chegaram a 6.896 emplacamentos, considerando veículos semipesados e pesados (sendo 3.724 unidades com motorização Euro 6, o que representa 27% de share).
“O marketing share do VM caiu, mas o impacto dos estoques de Euro 5 foi ainda maior no segmento semipesado, com cerca de 60% dos emplacamentos no ano”, frisa Cavalcanti. “Mesmo assim, o modelo VM 290 chegou ao topo do ranking de semipesados mais vendidos em 2023.”
Na linha FH, foram emplacadas 7.200 unidades, sendo que o modelo FH 540 foi o caminhão mais vendido do Brasil pela 5ª vez consecutiva, considerando todas as classes de veículos. Além da liderança geral, o modelo também foi o caminhão Euro 6 mais emplacado no mercado brasileiro no ano, com 5.803 unidades licenciadas.
“Nessa linha, o Euro 6 chegou a quase 31% de participação”, posiciona o diretor, acrescentando que outro destaque da marca no ano foi o modelo FH 460, com 3.783 emplacamentos, sendo 3.167 unidades com motor Euro 6.
No segmento vocacional, que inclui soluções das linhas VMX e FMX, a marca ficou na liderança em modelos para cana-de-açúcar (com 34% de share) e indústria florestal (com 36%), em boa parte graças ao foco no atendimento em campo, reforçado pela rede de 106 pontos de serviços e 70 pontos de apoio, que dão suporte a uma frota da marca de quase 145 mil caminhões “fora de estrada” com até dez anos de uso.
Em construção e mineração, áreas também atendidas por esses modelos, a Volvo segue acompanhando o mercado, que aparentemente ainda não engrenou como o esperado. Segundo Cavalcanti, o eventual impacto de obras do PAC e do MCMV, por exemplo, ainda permanece uma incógnita.
“Não se sabe até que ponto isso vai acontecer, pois a própria construção residencial deu uma parada”, ele observa. “Mas a gente vê movimentos positivos nesse sentido, especialmente com a taxa de juros caindo, o que tende a colaborar para o crescimento desses segmentos.”
Com linha específica, montadora quer avançar no segmento de vocacionais
Não que esses nichos não tenham crescido, diz ele, mas a evolução ainda é menor que nos demais. “No ano passado, tivemos uma situação em que 65% dos emplacamentos nos segmentos vocacionais ainda foram de Euro 5, o que perdurou até dezembro”, comenta o executivo.
“Além disso, os segmentos de construção e de mineração têm uma característica na qual o cliente muitas vezes compra o caminhão e o deixa parado, usando somente quando ganha uma obra, o que às vezes acontece meses depois.”
De acordo com o diretor, a montadora que reforçar o foco nessas áreas, em que ainda luta para chegar ao topo no país. “Queremos focar mais em construção e mineração, pois a gente também quer a liderança nesses segmentos vocacionais e temos uma linha competitiva de produtos para isso”, ressalta Cavalcanti.
Sobre as expectativas para 2024, a percepção é de que já há um ritmo mais forte de consultas e negócios nos segmentos de construção e mineração. “Há um movimento nítido de renovação de frota, principalmente de betoneiras, pois o pessoal já está se preparando para uma retomada mais forte”, conta Cavalcanti. “Sabemos que uma betoneira leva meses na fila, pois os implementadores no país são poucos e, por isso, todos precisam se preparar.”
OUTROS DESTAQUES
Nas demais atividades, o ano transcorreu dentro do previsto para a companhia, até superando as expectativas. Em serviços, a montadora registrou um aumento de 21% no volume de negócios no ano passado, com destaque para o e-commerce.
“O canal de vendas digitais, que inclui peças, veículos novos, seminovos e planos de serviço, chegou a 70 milhões de reais em vendas, ou 60% a mais que no ano anterior”, detalha Cavalcanti.
Além disso, atualmente oito em cada dez caminhões comercializados já estão cobertos com contratos de Planos de Serviços, enquanto o número de contratos na plataforma de conectividade Volvo Connect cresceu 20% no último ano.
Em seminovos, em que a marca reivindica a liderança no país, a Volvo comercializou 1.799 unidades em 2023, totalizando mais de 20 mil veículos entregues em 25 anos de atuação.
Outro resultado bastante festejado pela montadora se deu na exportação de componentes a partir da unidade brasileira, que enviou 2.781 caixas de câmbio eletrônicas I-Shift para unidades nos EUA, Austrália e África do Sul, além de 2.953 cabines para a linha de montagem da marca na Bélgica e de 8.595 blocos de motor para a matriz na Suécia.
Braço mais recente de negócios do grupo, a Locadora Volvo atingiu a marca de 850 ativos contratados em seu 1º ano de operação. Outra novidade foi a introdução do financiamento de peças e serviços, que atingiu 37 milhões de reais em financiamentos também no 1º ano.
Em seguros, a Corretora Volvo chegou a 162 milhões de reais em novas vendas, enquanto o Consórcio Volvo teve um aumento de 24% na comparação com o ano anterior, chegando a 2,1 bilhões de reais em novas cotas.
Com resultado recorde, serviços financeiros supriram a retração de crédito no país
Com isso, a Volvo Financial Services (VFS) registrou o melhor ano de sua história no país em 2023, alcançando uma carteira total de 22 bilhões de reais em ativos, o que representa um crescimento de 20% frente ao exercício anterior. Ao todo, a instituição financeira obteve um aumento de 6,8 bilhões de reais no volume financiado, além de registrar baixa inadimplência, na casa de 1,5%.
No total, o índice de participação da VFS nas entregas da marca ficou em 43%, somando financiamentos, consórcio e locadora. “A forte contração da oferta de crédito no mercado permitiu à VFS ocupar o espaço deixado pelos bancos comerciais e apoiar as atividades do nosso grupo durante um período bastante crítico”, pondera Carlos Ribeiro, presidente da instituição.
PROJEÇÕES
Para 2024, Lirmann vê alguns desafios e pontos de atenção, como – por exemplo – a possibilidade de safra menor, taxas de juros ainda em nível elevado, previsão de queda da economia chinesa e diminuição do ritmo na Europa, além de riscos geopolíticos.
Como contraponto, também aponta aspectos positivos, que devem sustentar a projeção de crescimento. “As commodities seguem em alta, especialmente minerais e produtos agrícolas, mas também temos uma queda no desemprego para celebrar e, com isso, o aumento da renda e do poder de compra, que também têm favorecido o crescimento do consumo”, acentua.
Na visão do executivo, o ano passado terminou com uma tendência positiva e, agora, as previsões econômicas apontam um viés de baixa inflação.
“Isso deve permitir uma queda maior nas taxas de juro, além de vermos um crescimento acelerado na indústria do turismo, indicando uma retomada”, aponta Lirmann, ressaltando que o segmento de ônibus rodoviários da marca avançou 60% no país, com 700 chassis entregues no ano (+6,4%). “Depois da agonia, as pessoas querem viajar”, diz ele.
Tudo somado, ele vê grandes possibilidades de avanço no ano. “Se colocarmos tudo no liquidificador, nossa estimativa para o mercado de caminhões em 2024 é de um ano melhor, com crescimento de 10% a 15% em relação ao ano anterior”, projeta o executivo da montadora, que em dezembro fechou seu primeiro negócio de caminhões pesados elétricos no Brasil com cinco unidades FM Electric vendidas para a Reiter Log.
Saiba mais:
Volvo: www.volvogroup.com/br
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