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Revista M&T - Ed.259 - Novembro 2021
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Empresa

A marcha dos elétricos na intralogística

Jungheinrich cria ação para substituição de equipamentos a combustão por soluções elétricas no Brasil, que também inclui parceria com iniciativa de reflorestamento
Por Marcelo Januário (Editor)

Comemorando 20 anos de presença direta no Brasil, a Jungheinrich acaba de anunciar uma nova política comercial para estimular a adoção de equipamentos elétricos no país.

A empresa de origem alemã – que fornece soluções de intralogística como transpaleteiras manuais até armazéns autoportantes automatizados, incluindo AGVs (Automated Guided Vehicles) – já conta com mais de 97% de seu portfólio global composto por elétricos, com uma participação crescente de equipamentos com bateria de íon-lítio (tendo vendido o primeiro equipamento com essa tecnologia no país em 2017).

Com sede em Itupeva (SP), a Jungheinrich tem filiais no Brasil, Chile, Colômbia, Equador e Peru, empenhando-se na substituição das frotas também na América do Sul.

“Há muito espaço para trocar a empilhadeira movidas a combustão pela elétrica, assim como por outros


Comemorando 20 anos de presença direta no Brasil, a Jungheinrich acaba de anunciar uma nova política comercial para estimular a adoção de equipamentos elétricos no país.

A empresa de origem alemã – que fornece soluções de intralogística como transpaleteiras manuais até armazéns autoportantes automatizados, incluindo AGVs (Automated Guided Vehicles) – já conta com mais de 97% de seu portfólio global composto por elétricos, com uma participação crescente de equipamentos com bateria de íon-lítio (tendo vendido o primeiro equipamento com essa tecnologia no país em 2017).

Com sede em Itupeva (SP), a Jungheinrich tem filiais no Brasil, Chile, Colômbia, Equador e Peru, empenhando-se na substituição das frotas também na América do Sul.

“Há muito espaço para trocar a empilhadeira movidas a combustão pela elétrica, assim como por outros equipamentos mais adequados, como transpaleteiras, selecionadoras e rebocadores”, diz Vigold Georg, vice-presidente da Jungheinrich para a América Latina. “Existe grande potencial na região, tanto na redução nas emissões quanto no uso de equipamentos mais produtivos.”

Segundo ele, a frota global de empilhadeiras – que no ano passado chegou a 1,6 milhão de unidades – apresenta um percentual de 36% de soluções movidas a GLP (Gás Liquefeito de Petróleo), com 15% de máquinas elétricas. Na Europa, são 18% a combustão, com 13% elétricas.

Em contraste, no Brasil esses índices são de 50% e 6% (em 2007, eram 67% e 4%, respectivamente). “Entre 2015 e 2017, até houve uma redução das máquinas a combustão no país, com aumento da presença de empilhadeiras para armazenagem no mercado, mas desde então os modelos com motor a combustão voltaram a crescer, talvez por conta da pandemia”, comenta Georg.

Mas a estratégia da empresa vai além da venda de máquinas, que ademais cresceu 51% no 1o semestre deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado, chegando a 81 mil unidades vendidas no mundo.

Em faturamento, o desempenho representou um avanço de 34%, chegando a 2,4 bilhões de euros. “Já reduzimos as emissões de CO2 em 20% desde 2010, tendo inclusive adotado há dez anos as baterias de lítio”, destaca o executivo.

“Isso inclui ações no desenvolvimento de novos produtos, desde a matéria-prima até a produção e o pós-venda, com critérios no uso de materiais restritos, maximização da eficiência energética, possibilidade de reforma e segunda vida útil do equipamento.”

ADEQUAÇÃO

Até 2025, o objetivo da empresa é que, dentro de segmento de elétricos, 70% da frota tenha baterias de lítio (hoje, esse índice é de 50%). Para tanto, a empresa disponibiliza ao mercado a plataforma Truck Finder, que auxilia na escolha dos equipamentos mais adequados aos clientes.

A ação se justifica, tendo em vista que o mercado brasileiro ainda é lento na adoção de soluções elétricas. “O Brasil estabeleceu um parque baseado em empilhadeiras contrabalançadas a combustão, mantendo esse tipo de máquina por uma questão cultural”, explica Raphael Souza, gerente corporativo comercial da Jungheinrich. “Na Europa, utiliza-se efetivamente a ferramenta correta para operações específicas.”

De acordo com o executivo, não se converte necessariamente o modelo a gás em elétrico na mesma geometria, pois as operações logísticas são diversas. “Em uma movimentação horizontal, com uma empilhadeira a combustão, por exemplo, passa-se a usar uma transpaleteira ou um rebocador”, ressalta. “Ou na seleção de pedidos, usa-se uma selecionadora. O impacto disso vem em redução dos custos, maior produtividade e, ao final, menos emissões.”

Funcionando por 2 mil h/ano, uma empilhadeira a combustão emite 16,3 toneladas de CO2, enquanto os modelos elétricos não emitem CO2 diretamente (apenas indiretamente, com 0,4 t/ano por conta do uso de energia hídrica na operação).


Em comparação aos modelos a gás, empiilhadeiras elétricas têm menos ruído e não geram calor, vibrações ou emissões

“Esse é o próximo passo da empresa, passar a usar energia verde no abastecimento de seus equipamentos”, diz Souza, destacando que os elétricos têm menos ruído e não geram calor, vibrações ou emissões. “Ainda há um preconceito com equipamento elétrico, que pode sim trabalhar em qualquer área, aberta ou fechada, sob chuva e em áreas cascalhadas”, ele reforça.

Para superar esse desafio, Souza acredita que os usuários precisam fazer uma análise mais criteriosa do TCO (Total Cost of Ownership), mensurando os impactos financeiros na tomada de decisão. Apesar do custo de aquisição maior (+50%), diz ele, um modelo elétrico de 2 t tem um custo operacional mais baixo que um modelo de 2,5 t a combustão – o mais utilizado no mercado atualmente.

“Quando se faz essa análise, percebe-se que o TCO (combustível, manutenção etc.) da empilhadeira a gás representa 29% do valor de aquisição”, aponta. “Com a elétrica, esse custo é de 1,7% do valor do investimento na máquina.”

MANUTENÇÃO

Há ainda outro aspecto a ser levado em conta. Em termos de manutenção, considerando-se 3 mil h/ano de operação, a empilhadeira a combustão exige seis intervenções por ano (36 h no total, considerando-se 6 h por seção), pois possui inúmeras partes móveis, enquanto a elétrica requer apenas três, uma vez que tem só o motor girando.

Além disso, as baterias de lítio também são livres de manutenção, com recarga feita no tempo de parada do operador. “No total, o tempo de indisponibilidade da máquina elétrica é três menor do que a de combustão, permitindo reduzir a frota”, assegura Souza.

Ao final do ciclo de vida, tanto as baterias de lítio quanto as de chumbo ácido contam com um processo de logística reversa. Para dar uma destinação ecologicamente correta para as baterias tracionárias, a Jungheinrich desenvolveu um programa de segunda vida, como baterias estacionárias, servindo como reservatórios (power pack) para energia solar e/ou eólica.

“Quando essa utilização não é possível ou quando termina a vida útil como bateria estacionária, as baterias são enviadas para reciclagem”, finaliza o gerente.

Ação comercial busca sensibilizar o mercado

Em parceria com a Associação Ambientalista Copaíba, a Jungheinrich lançou uma ação de compensação ambiental progressiva na qual promete plantar 20 árvores na Mata Atlântica para cada empilhadeira elétrica EFG comercializada em substituição a um equipamento a combustão. A campanha abrange venda e locação de empilhadeiras elétricas EFG séries 1, 2, 3, 4 e 5, com bateria de lítio ou chumbo ácido.

A iniciativa celebra os 20 anos da empresa no Brasil. “Considerando que uma empilhadeira tem vida útil de dez anos, teríamos de plantar 1.160 árvores para neutralizar a emissão do equipamento a combustão”, conta Lauro Carvalho, head de treinamento e marketing da Jungheinrich para Brasil e América Latina. “Assim, evitamos essa emissão ao retirar essas máquinas do mercado, além de reforçamos o reflorestamento na reserva.”

Parceria promete plantar 20 árvores para cada empilhadeira elétrica comercializada

Saiba mais:
Jungheinrich: www.jungheinrich.com.br

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