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Visão integrada será fundamental para universalização do saneamento

Saneamento precisa ser visto de forma holística, integrando os segmentos da água, esgoto, drenagem e resíduos, ressaltam especialistas durante o Fórum de Infraestrutura Grandes Construções

Assessoria de Imprensa

24/08/2021 11h00 | Atualizada em 24/08/2021 11h52

O saneamento precisa ser visto de forma holística, integrando os segmentos da água, esgoto, drenagem e resíduos, sob a coordenação conjunta da União, dos estados e dos municípios, que devem observar as diferenças regionais.

Essa foi uma das conclusões do Fórum de Infraestrutura Grandes Construções, que reuniu virtualmente no dia 19 de agosto mais de 700 inscritos e trouxe ao debate o tema “Saneamento – Desafios da Universalização”.

Para essa integração, Álvaro José Menezes da Costa, diretor nacional da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambien

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O saneamento precisa ser visto de forma holística, integrando os segmentos da água, esgoto, drenagem e resíduos, sob a coordenação conjunta da União, dos estados e dos municípios, que devem observar as diferenças regionais.

Essa foi uma das conclusões do Fórum de Infraestrutura Grandes Construções, que reuniu virtualmente no dia 19 de agosto mais de 700 inscritos e trouxe ao debate o tema “Saneamento – Desafios da Universalização”.

Para essa integração, Álvaro José Menezes da Costa, diretor nacional da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES), afirmou que é necessário aprimorar a gestão pública e a realizar uma readequação do mercado, com a ampliação dos operadores privados e uma nova forma de atuar dos operadores públicos – estaduais e municipais.

O engenheiro sanitarista Eduardo Pacheco, diretor técnico do portal Tratamento de Água, acrescentou que o setor não terá uma solução definitiva sem integrar esses quatro elementos, especialmente nos grandes centros e regiões metropolitanas.

“É uma discussão ampla, maior do que apenas os aspectos regulatórios e legislativos”, pontuou.

A seu ver, o país é muito diferente e os problemas em cada local são distintos, o que requer uma maior compreensão dessas especificidades, a fim de encontrar as soluções mais assertivas para cada região. Para corroborar com as ponderações de Costa e Pacheco, o engenheiro sanitarista João Rosa, sócio-fundador da Acqua Expert e consultor do Movimento BW, reforçou que o resíduo e a drenagem não podem ser esquecidos ou percebidos apenas em determinados períodos do ano, como no verão, devido as intensas chuvas.

“O chorume, por exemplo, é um líquido extremamente poluente que, se não tratado, será lançado nos corpos hídricos causando severos problemas ambientais”.

Avanço com o Marco Legal do Saneamento
Uma iniciativa da Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração (Sobratema) e realização da Revista Grandes Construções, o Fórum de Infraestrutura contou com a apresentação do economista Gesner Oliveira, sócio-diretor da GO Associados e coordenador do Grupo de Economia da Infraestrutura & Soluções Ambientais da Fundação Getulio Vargas.

Ele salientou que o Marco Legal do Saneamento demonstra um avanço em três pontos: regulação, competição e contratos bem desenhados. Com isso, é possível alcançar melhor governança e planejamento por parte dos municípios e estados; atrair investimentos privados com potencial de dobrar o atual nível de recursos e garantir segurança jurídica às empresas e a prestação de bons serviços.

Em sua avaliação, existe no mercado um apetite por parte de investidores e operadores para realmente transformar o quadro do saneamento no Brasil. Por isso, os leilões no setor têm sido bem sucedidos. “Um país que quer se desenvolver precisa de infraestrutura social porque tem impacto enorme sobre a saúde, educação e meio ambiente”.

O diretor nacional da Abes analisou que a Lei promove uma real oportunidade de gestores municipais compreenderem a gestão de água e do esgotamento sanitário, para implantação dos modelos mais adequados a sua região.

“A gestão é um ponto chave e temos a chance de trazer um novo modelo de gerenciamento, acelerando a melhoria no atendimento à população, com mais eficiência operacional, financeira, de planejamento, regulação, relacionamento com a sociedade e tarifa”.

Tecnologia contribui para o aprimoramento dos serviços
Durante o Fórum de Infraestrutura Grandes Construções, o engenheiro Silvimar Fernandes Reis, vice-presidente da Sobratema, destacou que a tecnologia é fundamental para atingir as metas de universalização do saneamento, promovendo planos assertivos e investimentos racionais.

E, o país conta com diversas soluções, que podem ser aplicadas por concessionárias públicas e privadas. A seu ver, uma delas é o Building Information Modeling (BIM), que garante um retorno robusto na gestão de ativos, por isso precisa ser tratado como um investimento.

Nesse sentido, Wagner Oliveira de Carvalho, líder do programa Infra Inteligente da Aegea, afirmou que o uso do BIM no saneamento proporciona cidades mais resilientes, uma vez que torna o ambiente mais conectado em termos de projeto e mais inteligente em relação à infraestrutura, além de contribuir para a tomada da decisão em tempo real.

Ele ressaltou ainda que a interligação dos sistemas e a imensa qualidade de dados disponíveis possibilitam o gerenciamento da informação do ciclo de vida dos ativos. O uso de GIS e BIM ajuda, por exemplo, a compreender a distribuição dos municípios sobre a superfície e no subsolo, como as tubulações de esgoto e de drenagem.

Já a aplicação do Gêmeo Digital fornece previsibilidade ao sistema, entendendo até o comportamento da infraestrutura em cenários moderados de chuva. A palestra deFederico Lagreca, CEO da Suez, mostrou algumas tecnologias, como ferramentas inteligentes para gestão integrada; sistemas computacionais; soluções de inspeção e identificação de vazamentos; e softwares para análise de transiente hidráulico, para melhorar a performance da gestão dos serviços e para reduzir as perdas no abastecimento da água.

Segundo ele, uma cidade de médio porte com a produção de 380 mil m³ por dia de água potável tem um prejuízo de mais de US$ 13 milhões ao ano, caso tenha perdas da ordem de 25%. “Um sistema de gestão permite aos operadores de água gerenciar eficientemente sua rede de distribuição, reduzindo custos operacionais, controlando a água e economizando energia”.

Já Edson Peev, engenheiro sênior da Herrenknecht, falou sobre soluções não destrutivas na execução de obras do setor, como os coletores e interceptores de esgoto de pequenos e médios diâmetros de até 3 mm; anéis segmentados a partir de 2,5 m de diâmetro; tecnologias de pipe jacking; e tubulações para microtúneis em rocha. Comentou que cidades vêm instalando túneis de esgoto profundo para transporte e armazenamento de rejeitos, reduzindo custos de manutenção e energia.

O Fórum de Infraestrutura Grandes Construções foi aberto por Afonso Mamede, presidente da Sobratema, seguida pela mensagem de Rolf Pickert, diretor geral da Messe Muenchen do Brasil, e contou com o patrocínio da Aegea, Itubombas e Suez.

Para rever o evento, acesse o site oficial.

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