Equipamentos
Diário do Grande ABC
26/05/2010 11h57 | Atualizada em 26/05/2010 20h33
As vendas de caminhões aceleraram neste ano e a demanda é tão forte que começa a gerar dificuldade das fabricantes de pneus em suprir a linha de montagem das montadoras de veículos de carga, segundo executivos do setor automotivo.
Procuradas pela reportagem, Pirelli e Firestone não confirmam, nem negam a informação. Entretanto, revendas autorizadas de veículos comerciais informam que, em função de problemas no fornecimento, em alguns casos, modelos chegam a sair de montadora com alguns pneus a menos e os revendedores têm de buscar no mercado os itens faltantes para entregar o produto completo aos clientes.
O desabastecimento não chega a co
...As vendas de caminhões aceleraram neste ano e a demanda é tão forte que começa a gerar dificuldade das fabricantes de pneus em suprir a linha de montagem das montadoras de veículos de carga, segundo executivos do setor automotivo.
Procuradas pela reportagem, Pirelli e Firestone não confirmam, nem negam a informação. Entretanto, revendas autorizadas de veículos comerciais informam que, em função de problemas no fornecimento, em alguns casos, modelos chegam a sair de montadora com alguns pneus a menos e os revendedores têm de buscar no mercado os itens faltantes para entregar o produto completo aos clientes.
O desabastecimento não chega a comprometer as vendas de caminhões novos, que nos primeiros quatro meses do ano cresceram quase 50% frente ao mesmo período de 2009, de acordo com números da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores). Em abril, quando automóveis e comerciais leves computaram retração de 22% na comercialização frente a março, esse setor se manteve estável.
O desempenho do mercado é motivo de comemoração dos concessionários, depois de 2009 (principalmente a primeira metade), em que as desconfianças em relação aos rumos da economia, a falta de crédito e a retração nos fretes para os transportadores atravancaram a atividade.
A linha especial Finame (Financiamento de Máquinas e Equipamentos) para a compra de caminhões e ônibus, concedido pelo BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) para transportadoras, que oferece taxa de 7% ao ano, tem sido um dos estímulos. "Hoje em dia, 90% das compras são pelo Finame, há dois anos eram 65% a 70%", assinala Rodolfo Mansberger, gerente geral da rede Ford Souza Ramos, que tem unidade em Santo André.
Segundo ele, por conta da forte procura, existe fila de espera de até três meses, dependendo do tipo do caminhão. "Não se muda a produção da noite para o dia", afirma. Com isso, parte dos pedidos para a montadora não chegará a tempo de ser contemplada com a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), que vale no caso dos veículos de carga até o dia 30 de junho.
Na Volkswagen Apta Caminhões, de São Bernardo, alguns modelos também não são encontrados para pronta-entrega. Até agora a concessionária vendeu 754 veículos novos, 52% mais do que o volume (496) do mesmo período de 2009. O gerente Antonio Pascual Parames cita que, além do Finame, a redução de 5% no IPI também ajudou a impulsionar a demanda.
Setor mantém otimismo, apesar do fim de incentivo
Redes de revendas e fabricantes seguem otimistas, mesmo com o fim da medida de redução do IPI para os caminhões e a elevação dos juros do Finame a partir de julho. A linha especial do BNDES terá a taxa elevada de 7% para 8% ao ano.
As projeções conservadoras no setor, feitas no início do ano, é de que será possível crescer 10% em 2010 frente a 2009, superando as 120 mil unidades vendidas alcançadas em 2008.
Segundo o gerente geral da Ford Souza Ramos, a perspectiva ainda é de que o mercado continue aquecido, por causa de fatores como obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e o aquecimento do mercado imobiliário. "Deve continuar nesse ritmo", concorda o gerente da Volkswagen Apta Caminhões, Antonio Pascual Parames.
Por conta da expectativa favorável, a rede Apta investe mais de R$ 4 milhões na ampliação da revenda de São Bernardo. Houve a aquisição de terrenos ao lado da loja, com os quais a área total passará de 12,5 mil m² para 33,5 mil m², e a modernização da oficina e da área de show-room.
A Mercedes-Benz, que anunciou recentemente plano de investir US$ 1,5 bilhão nos próximos três anos para aumentar em 25% a capacidade de produção da fábrica na região, também aposta na expansão desse mercado.
O gerente de vendas para grandes frotistas da Mercedes, Euclydes Ghedin Coelho, afirma que a demanda está aquecida em diversas áreas: infraestrutura, no varejo, mineração e outras. Ele avalia que o Finame, aliado ao reaquecimento da economia, são grandes alavancadores para a renovação da frota dos clientes.
Demanda deve desacelerar nos próximos meses
Para o presidente do Setrans (Sindicato das Empresas de Transporte de Carga do Grande ABC), Salum Kalil Neto, as condições mais favoráveis da economia e a maior facilidade de crédito têm feito com que boa parte das empresas do setor na região renovem ou ampliem suas frotas. No entanto, ele avalia que o ritmo de crescimento das vendas não deve ser mais tão significativo nos próximos meses, já que a base de comparação não será tão fraca quando a do início do ano passado.
Isso porque as linhas especiais de crédito Finame e Procaminhoneiro (que oferece 4,5% ao ano para transportadores autônomos) do BNDES entraram em operação no segundo semestre de 2009. Outro é que o reaquecimento econômico e a demanda por veículos de carga já vinha em alta desde julho.
“Projetamos no setor (de transporte de cargas) alta de 5% a 10% em relação a 2009", assinala.
Salum cita que sua empresa, a Mabruk Empresa de Transportes, de Ribeirão Pires, já renovou no ano passado 30% de sua frota e ampliou em 30% o número de veículos. Hoje conta com 47 caminhões e 60 semirreboques.
14 de julho 2020
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