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Uso de combustíveis renováveis será fundamental para reduzir emissões

Webinar da Sobratema debateu as perspectivas das fontes alternativas para descarbonizar o segmento de máquinas pesadas

Assessoria de Imprensa

27/05/2022 16h34 | Atualizada em 30/05/2022 15h52

O Brasil tem a meta de ampliar de cerca de 25% para 30% o uso de combustíveis advindos de fontes renováveis até 2030. Assim, ano passado, o Ministério de Minas e Energia lançou programa Combustível do Futuro, com a finalidade de aumentar participação de combustíveis renováveis e de baixo teor de emissões e desenvolver novos biocombustíveis.

“O programa possui relação direta com a descarbonização sustentável, mantendo a segurança energética do país. Com uma estrutura clara e metodologia robusta, avalia as demandas para motores Ciclo Otto e diesel, marítimo, aviação

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O Brasil tem a meta de ampliar de cerca de 25% para 30% o uso de combustíveis advindos de fontes renováveis até 2030. Assim, ano passado, o Ministério de Minas e Energia lançou programa Combustível do Futuro, com a finalidade de aumentar participação de combustíveis renováveis e de baixo teor de emissões e desenvolver novos biocombustíveis.

“O programa possui relação direta com a descarbonização sustentável, mantendo a segurança energética do país. Com uma estrutura clara e metodologia robusta, avalia as demandas para motores Ciclo Otto e diesel, marítimo, aviação e híbrido, e integra seis políticas públicas ligadas ao tema, como o RenovaBio, Proconve e Rota 2030”, afirmou Erwin Franieck, diretor presidente do SAE4Mobility, durante o webinar “Sobratema Combustíveis do Futuro nos Equipamentos de Construção”, promovido pela Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração (Sobratema), no dia 26 de maio.

Para Franieck, nesse cenário, o biodiesel, o HVO (Óleo Vegetal Hidrogenado) e outros biocombustíveis ganham protagonismo como caminho para descarbonização, viabilizados por regulação favorável e de investimentos. “O HVO não tem limitação do volume a ser misturado, tem propriedade mais estável, diminui as emissões, melhora a regulagem do motor, e permite trabalhar na substituição de combustível fóssil por renovável”, avalia.

Contudo, Daniel Zacher, diretor geral da Tekter Consultoria, lembrou que ainda não existe unidade disponível em escala comercial no Brasil para a produção do HVO, cuja rota de fabricação é diferente da utilizada para a produção do biodiesel. Enquanto a primeira usa o hidrogênio, a segunda utiliza biomassa ou etanol.

Sobre o hidrogênio, Franieck comentou sobre o potencial do Brasil para ser um polo produtor e exportador de hidrogênio e que a perspectiva é que de 5 a 10 anos, essa fonte pode se tornar mais competitiva do que o diesel em termos de custo, o que levará a ter um HVO – diesel verde – de baixo custo.

Sobre a produção do hidrogênio a partir do gás natural ou do biometano, ele lembrou que pode ser feita em vários locais, incluindo nas proximidades das minas. “É importante lembrar que quanto maior for a potência consumida mais interessante é usar célula a combustível e transformar energia localmente”, explanou.

A debatedora Monica Saraiva Panik, especialista em tecnologias de hidrogênio e células a combustível, avaliou que cada região brasileira tem condições de produzir seu próprio combustível, utilizando fontes de energia diferentes. “Essa diversidade é a chave para o país realizar a descarbonização e se tornar independente do ponto de vista energético. Aliás, esse tema tem sido prioritário em todo o mundo”, explicou. Monica mencionou ainda que a produção de combustíveis alternativos variados pode contribuir na orientação e na diversificação de investimentos.

Já Silvimar Fernandes Reis, vice-presidente da Sobratema a presidente do Comitê ESG e de Sustentabilidade da associação, avaliou que problemas complexos exigem soluções igualmente complexas. “Nesse tema tão sensível e necessário a todos nós e ao planeta, o mix de várias soluções pode ser a saída da transição energética”, refletiu. Ele ainda lembrou que as construtoras e os prestadores de serviços do segmento também precisam fazer sua parte, revendo seus conceitos quanto à forma de produzir e executar as operações.

Fábio Magrin, líder da Unidade de Negócios de Nova Energia da Cummins, corroborou com a avaliação sobre não haver uma solução única. “Isso dependerá da aplicação, do tipo de máquina e onde ela estará operando”, disse. Ele ainda ponderou sobre a necessidade de se agir com pequenas mudanças tecnológicas, que incrementarão ganhos em sustentabilidade, com a redução das emissões. “Com isso, vai se criando escala para as novas tecnologias”, pontuou.

De acordo com ele, a área de mineração já está investindo para a redução da pegada de carbono. Por isso, no curto prazo, até sete anos, a hipótese, segundo Magrin, é se ter máquinas diesel e diesel/trolley para as operações em superfície e equipamentos diesel e bateria/elétrico para atividades subterrâneas. Já no longo prazo, a perspectiva é se ter equipamentos com motores de combustão interna a diesel, com combustível sintético, a célula à combustível ou com trolley e bateria de troca rápida.

Em sua apresentação, Daniel Zacher, da Tekter Consultoria, abordou ainda o uso do biodiesel ser uma realidade no país e sobre a possibilidade de ampliar o percentual do biodiesel no blend de combustíveis, que hoje está em 10% para até 20%. Falou sobre o biogás como alternativa para as regiões rurais, que poderia ser produzido a partir da biomassa e dos resíduos da produção animal. Ele citou também alguns exemplos de tecnologias na área agrícola, como o trator a biometano da New Holland Agriculture, a plantadeira híbrida da Jacto e o avião Ipanema com motor a etanol.

A cobertura completa do webinar “Combustíveis do Futuro nos Equipamentos de Construção” está na edição de junho da Revista M&T.

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