Localizada em Araranguá, no sul de Santa Catarina, KE Logística concluiu um projeto em conjunto com a Scania na produção de uma edição especial do caminhão R 410 movido a gás natural veicular (GNV).

Segundo Franco Gonçalves, gerente administrativo da empresa, a ideia de usar veículos GNV com carbono neutro surgiu após estudos de alternativas para o transporte, que responde apor 20% das emissões globais de CO₂, de acordo com dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA).

“Com essa parceria, criamos uma edição especial em verde e branco, utilizando elementos das árvores e sua característica cíclica (que crescem, florescem e cujos frutos, ao caírem, podem ser utilizados para adubação) para criar uma identidade visual própria”, diz ele.

Dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) mostram que, somente de janeiro a fevereiro de 2023, as vendas de caminhões a gás e elétricos cresceram 157,1%.

“Esses veículos têm algumas características que podem beneficiar especialmente empresas que desejam diminuir seu impacto ambiental e são capazes de produzir seu próprio biogás”, relata Gonçalves.

“Em operações rodoviárias, as empresas que iniciaram o uso desse tipo de veículos buscam fomentar o desenvolvimento de alternativas e das estruturas para a popularização das novas tecnologias. São os chamados early adopters, ou ‘usuários pioneiros’”, comenta.

Gás veicular – Atualmente, o Brasil possui a quarta maior frota mundial de veículos leves movidos a GNV, com cerca de 2,5 milhões de unidades, segundo dados do IBGE fornecidos pela Associação das Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás).

De acordo com a Abegás, o gás veicular proporciona economia de 43% a 58% quando comparado à gasolina e de 44% a 60% em relação ao etanol.

Além disso, os caminhões a GNV podem ser até 20% menos ruidosos que os modelos de combustão a diesel, sendo que peças e componentes que entram em contato com o gás tamnbém acumulam menos impurezas, diminuindo o desgaste do motor.

“Hoje, o veículo a gás tem algumas exigências específicas para ser operacional, exigindo uma rede de abastecimento, bem como serviços especializados de manutenção”, pondera o executivo.

“Então, vamos iniciar as operações para definir se essa tendência vai vingar em nossas atividades”, conclui o gerente.