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Siderúrgicas querem conteúdo local em infraestrutura

Produção brasileira de aço ficou em 8,6 milhões de toneladas no 1º tri

DCI

27/04/2018 10h06 | Atualizada em 27/04/2018 13h53

Preocupado com a oferta de aço que deve vir da China após o fechamento do mercado norte-americano, o setor siderúrgico brasileiro pleiteia conteúdo local para obras de infraestrutura.

Segundo Alexandre de Campos Lyra, presidente do conselho diretor do Instituto Aço Brasil (IABr), a recuperação da demanda por aço em um momento de fraqueza da construção civil depende do investimento em obras de infraestrutura.

O dirigente alerta, contudo, para o que considera ser um risco ao deixar essas obras nas mãos de grandes grupos estrangeiros.

“Sabemos que o governo está sem caixa, então esses investimentos tendem a ser feitos

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Preocupado com a oferta de aço que deve vir da China após o fechamento do mercado norte-americano, o setor siderúrgico brasileiro pleiteia conteúdo local para obras de infraestrutura.

Segundo Alexandre de Campos Lyra, presidente do conselho diretor do Instituto Aço Brasil (IABr), a recuperação da demanda por aço em um momento de fraqueza da construção civil depende do investimento em obras de infraestrutura.

O dirigente alerta, contudo, para o que considera ser um risco ao deixar essas obras nas mãos de grandes grupos estrangeiros.

“Sabemos que o governo está sem caixa, então esses investimentos tendem a ser feitos pela China. Só que os chineses querem reduzir as exportações diretas de aço e elevar os embarques indiretos, na forma de máquinas e equipamentos, quando investem na infraestrutura de países do mundo todo”, avalia.

Lyra diz que o setor já expôs essas preocupações para o governo, pedindo para que seja considerada a possibilidade do poder público impor uma taxa de conteúdo local nas próximas concessões.

“Se o governo não colocar uma contrapartida de que se consuma aço brasileiro nessas obras de infraestrutura, vamos ter um novo processo de desindustrialização”, opina.

De acordo com o dirigente, a proposta não teve boa acolhida pelo Planalto, que teria se mostrado mais preocupado em garantir o sucesso das concessões do que proteger a indústria nacional.

“Para nós, isso é uma grande preocupação. Estamos discutindo internamente se não vale a pena montarmos uma comissão e irmos à China para mostrar aos órgãos daquele país a nossa posição, de que o investimento é bem-vindo, mas que os chineses devem comprar o nosso aço, que é competitivo, e que temos capacidade para atender à demanda.”

No primeiro trimestre deste ano, as vendas internas de aço foram de 4,4 milhões de toneladas, crescimento de 11,4% na comparação com o mesmo período de 2017.

O consumo aparente, por sua vez, chegou a 5 milhões de toneladas, registrando um avanço de 9,6% na mesma base. Por fim, a produção brasileira de aço ficou em 8,6 milhões de toneladas no período, um aumento de 4,9% sobre 2017.

Neste ambiente de indefinição acerca de oferta e demanda no mercado global, por conta das tarifas que os Estados Unidos colocaram sobre o aço da China e diversos outros países.

Marco Polo de Mello Lopes, presidente executivo do IABr, reforça que a indústria brasileira segue negociando com os órgãos competentes norte-americanos para que não haja imposição de cotas aos produtos semiacabados.

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