Tradicionalista, o mercado de equipamentos pesados está se renovando no Brasil. Diretores de empresas como Automec/JCB e Grupo Sanson, por exemplo, já veem os filhos darem continuidade à sua trajetória profissional, injetando vigor às relações das empresas com o mercado.

Em paralelo a essas mudanças nas lideranças corporativas, a Sobratema (Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração) também tem aperfeiçoado cada vez mais seu Núcleo Jovem, com a inserção de profissionais que serão os líderes da associação no futuro.

Pela sua importância e atualidade, o tema também vem sendo tratado em diversos textos pelo diretor técnico da Sobratema, Yoshio Kawakami, notadamente em sua coluna mensal publicada na Revista M&T, como o leitor pode conferir neste link.

Para a Automec, a questão também envolve confiabilidade. “Mais importante que conquistar clientes é deixá-los seguros da continuidade na eficiência dos serviços”, conjectura Edson Gréggio, diretor da Automec/JCB, que contratou seu filho Diogo Gréggio para trabalhar na área comercial da empresa.

De acordo com ele, a aposta já tem gerado bons frutos até mesmo no setor de vendas de equipamentos. “Ele consegue transmitir aos clientes a mesma confiabilidade e disposição para os negócios que construí ao longo de anos de trajetória profissional, além de estar fazendo um competente trabalho comercial”, conta o executivo.

No primeiro semestre de 2018, Diogo Gréggio (à esquerda na foto) comercializou duas retroescavadeiras JCB 3CX e uma minicarregadeira JCB 155 para o Grupo Sanson, em uma negociação conduzida com o jovem Ricardo Sanson (à direita), filho do diretor do grupo, Silvio Sanson.

Como se vê, dos dois lados do balcão, fornecedor e cliente, a nova geração familiar já participa na condução de assuntos estratégicos das respectivas empresas.

“Uma empresa deve se renovar a todo instante, porque precisa ter uma vida muito dinâmica e o mercado exige essa situação como condição de existência”, destaca Silvio Sanson. “Nas empresas com caráter familiar, o gestor deve preparar seu sucessor com bagagem teórica, mas principalmente com vivência, compartilhando experiências bem ou malsucedidas, no intuito de precavê-lo das adversidades do dia-a-dia.”

A história da própria JCB, de quem a Automec é distribuidora no país, foi construída graças ao sonho de um pai, que passou sua ambição para o filho dar prosseguimento. Aliás, o trabalho de Joseph Cyril Bamford – que batizou a empresa com suas iniciais – tinha como lema “nunca se acomodar com as suas conquistas”.

Até hoje, já passados 73 anos, a empresa mantém sua origem familiar, mesmo com o estrondoso sucesso obtido por seus equipamentos em todo o planeta, ao ponto de atualmente ocupar a posição de terceira maior fabricante de máquinas de construção do mundo.

E essa busca incessante pelo sucesso foi transmitida para seu filho, que curiosamente nasceu no mesmo dia em que seu pai fundou a JCB, em outubro de 1945. “O mote de meu pai era ‘jamais se contentar’ e isto está absolutamente correto, pois nunca estamos contentes com nossas conquistas”, diz Anthony Bamford, chairman da companhia. “É por isso que, hoje, temos 22 fábricas em quatro continentes e mais de 750 dealers ao redor do mundo.”