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Revista M&T - Ed.228 - Outubro 2018
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Coluna do Yoshio

O dilema da sucessão

A sucessão dos negócios familiares pode ser preparada, antecipando-se a questões difíceis e evitando-se problemas mais graves, que invariavelmente resultam na destruição dos valores arduamente construídos pelos fundadores.”

No mundo dos negócios, cada época gera movimentos relevantes que preocupam um núcleo importante de pessoas. Assim tem sido com tendências recentes para se criar o próprio negócio e empreender, ao invés de seguir uma carreira mais tradicional como profissionais liberais e executivos, assim como os movimentos de incorporação de novas tecnologias, computadores e sistemas, os cuidados com a saúde e o bem-estar por meio de atividades físicas e o consumo de produtos orgânicos, dentre outros.

No momento, observamos que o mercado de empresas familiares brasileiras volta-se para a questão da sucessão familiar ou profissional, um assunto que já tratamos anteriormente neste espaço, mas que requer acréscimos. Como mercado em amadurecimento, estamos aprendendo a lidar de forma estruturada com um problema que há décadas vinha sendo resolvido de maneira empírica pela maioria dos empresários. Dentre histórias conturbadas e até tragicômicas relacionadas ao tema, o fato é que a maioria das empresas nacionais continua não conseguindo passar da terceira geração. Não são poucos os casos em que a “herança” tornou-se uma “maldição”, provocando desavenças, disputas e conflitos irreparáveis.

A frase acima é citada por muitos homens de negócios, apontando para uma sina fatal a que poucas famílias conseguem resistir e superar, mas que poucas vezes é explorada a fundo para entender-se sua natureza e significado real. Em sua aparência, ela embute um equívoco sem tamanho sobre o papel do filho, principalmente, que geralmente é associado a uma figura irresponsável e vaidosa que apenas desfruta da riqueza do pai.

No passado medieval, somente aos nobres era permitido deter a posse das terras, praticamente a única forma de patrimônio produtivo naqueles tempos de pouco contato comercial entre as regiões. Aos plebeus restava trabalhar e produzir nas terras dos nobres, em troca de proteção e de uma parte do produto de seu penoso e prolongado trabalho. Até que, com o avanço do comércio, surgiu a burguesia.

Após o Renascimento, quando alguma dessas famílias de burgueses conseguia criar uma fortuna através de seus negócios, o sonho natural obviamente era obter a posse de terras. Mas como isso continuou uma prerrogativa


No mundo dos negócios, cada época gera movimentos relevantes que preocupam um núcleo importante de pessoas. Assim tem sido com tendências recentes para se criar o próprio negócio e empreender, ao invés de seguir uma carreira mais tradicional como profissionais liberais e executivos, assim como os movimentos de incorporação de novas tecnologias, computadores e sistemas, os cuidados com a saúde e o bem-estar por meio de atividades físicas e o consumo de produtos orgânicos, dentre outros.

No momento, observamos que o mercado de empresas familiares brasileiras volta-se para a questão da sucessão familiar ou profissional, um assunto que já tratamos anteriormente neste espaço, mas que requer acréscimos. Como mercado em amadurecimento, estamos aprendendo a lidar de forma estruturada com um problema que há décadas vinha sendo resolvido de maneira empírica pela maioria dos empresários. Dentre histórias conturbadas e até tragicômicas relacionadas ao tema, o fato é que a maioria das empresas nacionais continua não conseguindo passar da terceira geração. Não são poucos os casos em que a “herança” tornou-se uma “maldição”, provocando desavenças, disputas e conflitos irreparáveis.

A frase acima é citada por muitos homens de negócios, apontando para uma sina fatal a que poucas famílias conseguem resistir e superar, mas que poucas vezes é explorada a fundo para entender-se sua natureza e significado real. Em sua aparência, ela embute um equívoco sem tamanho sobre o papel do filho, principalmente, que geralmente é associado a uma figura irresponsável e vaidosa que apenas desfruta da riqueza do pai.

No passado medieval, somente aos nobres era permitido deter a posse das terras, praticamente a única forma de patrimônio produtivo naqueles tempos de pouco contato comercial entre as regiões. Aos plebeus restava trabalhar e produzir nas terras dos nobres, em troca de proteção e de uma parte do produto de seu penoso e prolongado trabalho. Até que, com o avanço do comércio, surgiu a burguesia.

Após o Renascimento, quando alguma dessas famílias de burgueses conseguia criar uma fortuna através de seus negócios, o sonho natural obviamente era obter a posse de terras. Mas como isso continuou uma prerrogativa dos nobres, os filhos de famílias enriquecidas tinham de buscar uma maneira de tornaram-se nobres. Desse modo, eram negociados títulos de nobreza, nem sempre hereditários e que permitissem a posse das terras. Ou seja, nem todos eram “playboys” a desfrutar a riqueza do pai, como são vistos injustamente nos dias atuais.

Na atualidade, a sucessão dos negócios familiares pode ser preparada, antecipando-se a questões difíceis e evitando-se problemas mais graves, que invariavelmente resultam na destruição dos valores arduamente construídos pelos fundadores. A figura do “filho nobre” deve ser compreendida e redimida, pois se trata de um passo importante no processo de sucessão familiar, como foi soberbamente retratado por Thomas Mann no livro “Os Buddenbrooks – Decadência de uma família” (1901), que lhe rendeu o Nobel de Literatura em 1929. Como se pode notar, o tema não é tão novo como parece.

*Yoshio Kawakami

é consultor da Raiz Consultoria e diretor técnico da Sobratema

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